Recordar é Viver: Composição do Executivo e Legislativo de Brumado, período de 1948-1950

Recordar é Viver: Composição do Executivo e Legislativo de Brumado, período de 1948-1950
Antônio Novais Torres. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres 

“ TERMO DE INSTALAÇÃO DA VILA DE BOM JESUS DOS MEIRAS E POSSE DA CÂMARA DA VILLA” em 12-02-1878. Como segue:

“Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e oito [1878] nesta Vila de Bom Jesus dos Meiras, Comarca de Caetité e Paço da Câmara Municipal, presentes o doutor Joaquim Manoel Rodrigues Lima, Presidente da Câmara Municipal de Caetité, para o fim de dar juramento e posse à nova Câmara, composta dos cidadãos Coronel Exupério Pinheiro Canguçu, Horácio Guanaes Simões, Sebastião da Silva Leite, Aureliano de José Pinheiro, José Germano Alves, Deolino de Souza Meira e Rodrigo de Souza Brito, o mesmo Presidente deu a respectiva posse e deferiu o juramento, que foi prestado pelos referidos vereadores em livro dos Santos Evangelhos. Depois do ato, presente número crescido de cidadãos do Município, o referido Presidente disse algumas palavras análogas que formam respondidas pelo Presidente da nova Câmara. Depois que o Presidente da Câmara de Caetité, depois do que o presidente da câmara de Caetité., depois de dar os vivas do estilo que foram calorosamente respondidos, houve a Vila por instalada. Eu Libério Jacundes Lôbo, secretário interino, lavrei o presente, que vai assinado pelo Presidente da Câmara de Caetité e pelo Presidente e Vereadores da Câmara da nova Vila de Bom Jesus dos Meiras. (ass.) Dr. Joaquim Manoel Rodrigues Lima, Presidente da Câmara Municipal de Caetité, Exupério Pinheiro Cangussú, Presidente da Câmara Municipal de Bom Jesus – Horácio Guanaes Simões, Sebastião da Silva Leite, Aureliano José Pinheiro, José Germano Alves, Deolino de Souza Meira e Rodrigo de Souza Brittro”. Com revisões e adaptações à nova nomenclatura ortográfica.

Por Antônio Novais Torres

“ TERMO DE INSTALAÇÃO DA VILA DE BOM JESUS DOS MEIRAS E POSSE DA CÂMARA DA VILLA” em 12-02-1878. Como segue:

“Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e oito [1878] nesta Vila de Bom Jesus dos Meiras, Comarca de Caetité e Paço da Câmara Municipal, presentes o doutor Joaquim Manoel Rodrigues Lima, Presidente da Câmara Municipal de Caetité, para o fim de dar juramento e posse à nova Câmara, composta dos cidadãos Coronel Exupério Pinheiro Canguçu, Horácio Guanaes Simões, Sebastião da Silva Leite, Aureliano de José Pinheiro, José Germano Alves, Deolino de Souza Meira e Rodrigo de Souza Brito, o mesmo Presidente deu a respectiva posse e deferiu o juramento, que foi prestado pelos referidos vereadores em livro dos Santos Evangelhos. Depois do ato, presente número crescido de cidadãos do Município, o referido Presidente disse algumas palavras análogas que formam respondidas pelo Presidente da nova Câmara. Depois que o Presidente da Câmara de Caetité, depois do que o presidente da câmara de Caetité., depois de dar os vivas do estilo que foram calorosamente respondidos, houve a Vila por instalada. Eu Libério Jacundes Lôbo, secretário interino, lavrei o presente, que vai assinado pelo Presidente da Câmara de Caetité e pelo Presidente e Vereadores da Câmara da nova Vila de Bom Jesus dos Meiras. (ass.) Dr. Joaquim Manoel Rodrigues Lima, Presidente da Câmara Municipal de Caetité, Exupério Pinheiro Cangussú, Presidente da Câmara Municipal de Bom Jesus – Horácio Guanaes Simões, Sebastião da Silva Leite, Aureliano José Pinheiro, José Germano Alves, Deolino de Souza Meira e Rodrigo de Souza Brittro”. Com revisões e adaptações à nova nomenclatura ortográfica.

 

COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA CÂMARA DE VEREADORES E A EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO.
 

11-02-1878 – 11-02-1978
 

Ao completar 100 anos da criação da primeira Câmara de Brumado em 11-02-1978, compareceram além dos vereadores, a Dra. Magna Maria Pereira Santos – Juíza, o representante do poder Executivo, senhor Agamenon Lima Santana, ex prefeito Juracy Pires Gomes e Miguel Lima Dias, ex vereadores, autoridades civis e militares, presentes. Após algumas palavras proferidas alusivas à comemoração, a oradora oficial, Dra. Magna Pereira Santos falou com propriedade sobre o centenário da Câmara, discorrendo sobre o assunto em pauta.
 

PREFEITOS E VEREADORES:
 

Prefeito eleito em 21/12/1947. Titular: Armindo dos Santos Azevedo (nessa época não havia vice-prefeito) e a posse foi realizado em 20/01/1948.

 

Primeiro prefeito eleito de Brumado escolhido democraticamente pelo voto popular no pleito de 21/12/1947. O Senhor Armindo dos Santos Azevedo foi indicação do Intendente e chefe político Marcolino Rizério de Carvalho.

 

PERÍODO DE GOVERNO: entre 1948-1950

 

POSSE DOS VEREADORES TITULARES REALIZADA EM 13 DE JANEIRO DE 1948.

 

01)  ABÍLIO DA SILVEIRA MAIA;

02)  Euvaldo do Santos Azevedo;

03)   Gerson dos Santos Azevedo;

04)   Hermes de Alves Teixeira;

05)  José Borges Sampaio;

06)  Job Pereira Santos; afastado por motivo de saúde, comunicação por ofício em 07/10/1950.

07)  Libério Alves Maia;

08)  08) Manoel Joaquim de Carvalho;

09)  Miguel Dias;

10)       Nilton Lima Vasconcelos; renunciou o cargo de vereador, por motivo de mudança para Guanambi, onde irá residir e assumir o cargo de Escrivão do Cartório Estadual. Renunciou e foi oi substituído pelo suplente mais votado Hélio Cotrim Leite.

11)  Brumado em, 7 de abril, de 1950.

12)  Virgílio da Costa Ataíde;

13)  Wenceslau Rizério de Carvalho.

 

COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL EM 13/01/1948.

 

PRIMEIRO PERÍODO 1948-1949.

Presidente: Wenceslau Rizério de Carvalho;

Vice-presidente: José Borges Sampaio;

Primeiro secretário: Nilton Lima Vasconcelos;

Segundo secretário: Miguel Dias.

SEGUNDO PERÍODO: 1950

Presidente: Wenceslau Rizério de Carvalho;

Vice-presidente: José Borges Sampaio;

Primeiro secretário: Hélio Cotrim Leite;

Segundo secretário: Miguel Dias.

Juiz Eleitoral da 58ª zona eleitoral de Brumado, Dr. Duarte Moniz Barreto de Aragão.

 

Assinaram a ata de posse do prefeito Armindo dos Santos Azevedo em 20/01/1948, os seguintes: Wenceslau Rizério de Carvalho, pres. Da Câmara Municipal, Duarte Moniz Barreto Aragão – juiz Eleitoral da 58ª zona, José Borges Sampaio – vice-presidente da mesa diretora, Nilton Lima Vasconcelos – 1º secretário da mesa diretora, Miguel Dias - 2º secretário da mesa diretora, Virgílio da Costa Ataíde, Euvaldo dos Santos Azevedo, Gerson dos Santos Azevedo, Abílio Silveira Maia, Hermes Alves Teixeira, Manoel Joaquim Santos Carvalho, Armindo dos Santos Azevedo – prefeito eleito, Antonio Rizério Leite, Padre Antonio Fagundes, Dr. Mário Meira, José Joaquim da Silva Leite, Dr. Newton de Castro, Hélio Cotrim Leite, Targino Barroso, Délio Gondim Meira, Leonel Rosendo da Silva, Florindo Nascimento, Constâncio Mascarenhas, Osvaldo Cotrim Leite, Antenor Publio Castro, Olei Jarnefett, Paulo Chaves, Agnelo dos Santos Azevedo, José Olímpio Neves, Afonso Augusto Costa, Plauto Meira, Nefetali Matos Bitencourt, José Walter Leite, Gerôncio dos Santos Azevedo, Erico Dias Lima, Edmir Edvar Lôbo, Antonio Olímpio de Souza, Hermes Santos, Arthur Revenster Costa, João José Nascimento, Guilherme Rizério Leite, Milton Alves Diniz, Leodegário Feliciano Alves e Isaias de Carvalho.

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O Café com o Brumado Agora entrevista Rita Alves Ataíde



Nascida em 17 de outubro de 1922, em Alto do Rosário, Distrito de Dom Basílio, em uma família humilde, a entrevistada de hoje do Café com o Brumado Agora nunca desistiu dos seus sonhos, e traçou os caminhos da vida com muita garra, perseverança e os pulsos firmes de uma mulher guerreira.  Rita Alves Ataíde, a 9ª dos 12 filhos de sua mãe, se casou aos 17 anos com Abias da Costa Ataíde,  em 30 de junho de 1943, com quem constituiu família e teve os filhos: Homero, Benedito, Maria do Carmo, Margarida, Zé Luiz, Elias, Raimundo, Antônio, Fernando, Floriza, Beto, Lícia, Francisco de Assis, Regina, Rosa e  criou, ainda, João, Anita e Maria Virgens. Hoje a família Ataíde é ainda mais numerosa e Dona Rita já possui netos, bisnetos e tataranetos. A história de determinação, amor, coragem e luta desta grande matriarca, homenageada pela Casa da Amizade como representante das avós de Brumado, será contada em uma entrevista leve e descontraída que aconteceu nas dependências de sua residência. Confira:




Café com o Brumado Agora – Conte-nos um pouco sobre sua infância.


Rita Ataíde -  Inicio contando que minha mãe costumava dizer que  eu fui “cuspida e não nascida” (risos), devido a facilidade que ele me teve, sem dores, sentiu os incômodos e pronto, eu já nasci. Bem, lembro que eu tinha 5 ou 6 anos, quando minha mãe teve um dos seus filhos e uma professora foi nos visitar. Ao ver a situação em que me encontrava, eu era de família muito pobre, ele pediu a minha mãe para me criar e que me devolveria quando estivesse formada nos estudos. Minha mãe não deixou, disse que não tinha como deixar todos os filhos estudarem, então eu também não iria. No entanto, com a insistência da professora, minha mãe me deixou ir com ela, por um dia, para brincar com suas netas. Nossa, foi uma alegria para mim, ela me deu um bom banho, me vestiu com um vestido de uma das netas e colocou uma mesa de café da manhã com tantas coisas que eu nem sabia que existiam, comi tanto (risos). Fiquei triste na hora de voltar para casa, minha realidade era muito diferente. Só aos 7 anos fui para escola, mas não com frequência , apenas quando meus pais permitiam. Minha mãe sempre dizia “vai para a escola quando puder”. Eu sempre quis estudar, então aproveitava as oportunidades que tinham para aprender a soletrar e juntar as letras. Quando não ia a escola, ficava lendo almanaques e me esforçava para conseguir ler. Quando eu gostava muito de ler alguma coisa, eu lia e copiava tudo novamente. Minha maior alegria foi conseguir ler o livro ‘ O bom homem Ricardo’. Da minha infância, ainda lembro que sempre trabalhei, desde os 7 anos eu já ia para roça de cebola, de arroz, batata e catava pimenta, junto com meus irmãos. Tem até uma passagem engraçada:  para não trabalhar e voltar para casa, quando eu estava cansada, eu passava pimenta nos olhos. Não adiantava, minha mãe lavava, me colocava embaixo de uma árvore para secar, e eu tinha que voltar para a roça.


Café com o Brumado Agora – Houve algum momento desta fase que merece ser destacado?


Rita Ataíde – Sim, uma situação, inclusive, curiosa. Todo domingo, havia uma missa em Curralinho (atualmente Dom Basílio) que todos iam e era a nossa diversão. Em casa, minha mãe escolhia quem iria e, quem não fosse, ficava em casa realizado os afazeres domésticos. Como eu achava que iria, tomei banho, vesti uma roupa boa, e usei a água do balde como espelho, para me maquiar. Mas tenho que explicar essa maquiagem (riso), minha mãe não permitia, nem espelho em casa tínhamos, então, peguei um papel vermelho, molhei e passei nas bochechas (risos). Minha irmã vendo aquilo correu e contou para a minha mãe que eu estava me “empetecando*. Minha mãe brigou  muito comigo e disse que eu não iria para lugar algum e que eu iria ainda cuidar dos afazeres da casa, fazer comida e buscar água, lembro, inclusive, que era muito longe. Chorei muito, xinguei  minha mãe, falei palavrões, até o padre eu xinguei (risos). Bem, busquei água, fiz o almoço, e mesmo assim continuava chorando, fiquei o dia todo assim e nem comi.Com o entardecer, peguei o milho e fui dar para as galinhas e depois me sentei embaixo de uma laranjeira, bem florida e cheia de frutos. Ali, me arrependi de ter xingado minha mãe e pedi a Deus que me perdoasse. Ai sim fiquei mais triste, porque não sabia se Deus ia me perdoar, pedi muito a ele que me desse um sinal se tinha me perdoado. Bem, no outro dia, minha mãe foi ao quintal e se deparou com a laranjeira completamente despedaçada, sem flor e frutos todos no chão e foi logo me acusando de ter deixado alguém entrar em casa, quando ela não estava. Eu disse que não entrou ninguém, meu pai também não falou nada, então ela achou tudo estranho e chamou rezadeiras.  Das três que foram lá, uma disse para minha mãe que aquilo era sinal de castigo, então, entendi que se tratava do sinal de Deus, que ele tinha me perdoado.




Café com o Brumado Agora – A senhora passou um tempo em Caetité e ainda há uma história curiosa sobre como a senhora conheceu o seu marido. Poderia nos contar?


Rita Ataíde – Sim. Imaginem, saí de Curralinhos (Dom Basílio) para Caetité à cavalo, pois naquela época não havia condução. Senti muitas dores pelo corpo durante toda a viagem, mas mesmo assim, em Riacho de Santana acampamos para dormir, e eu que fiquei com a responsabilidade de catar os gravetos para fazer a fogueira, onde cozinharíamos arroz e bolo de carne. Em Caetité, minha rotina não foi muito diferente, eu sempre estava lá cuidando dos afazeres de casa, na lavoura, minha vida nunca foi fácil. No entanto, lá havia umas freiras que davam aulas gratuitas para pobres e conseguiram uma vaga para mim. Imagine a minha felicidade, eu que sempre quis estudar. Devido a minha força de vontade, estudei muito, passei nas séries com facilidade e me empenhei muito nestes 3 anos que fiquei em Caetité. Quando estava próximo de me formar, minha mãe já exigia que eu retomasse para Curralinhos, as freiras então pediram para que eu escolhesse entre ficar ou voltar para casa. Fiquei com um aperto no coração, mas voltei para casa, e ainda fingindo não estar “estudada”, conversando tudo errado, pois se conversasse de forma correta em casa, era castigada pela minha mãe. Quanto a conhecer meu esposo, foi assim. Tínhamos uma simpatia que, quando corresse uma velação, agarrávamos a primeira coisa que estivesse ao chão, colocávamos embaixo do travesseiro, e assim sonharíamos com o futuro esposo. Fiz isso por três vezes e nelas sonhei com o mesmo rapaz, o qual nunca tinha visto. Quando fui a Malhada de Pedras, para um casamento, imagine quem encontrei? Sim, o rapaz com quem eu sonhava.


Café com o Brumado Agora – Como foi a partir deste encontro?


Rita Ataíde – Conversei pouco com ele, naquela época não era como hoje o contato entre homens e mulheres. Mas, ele me prometeu ir a Curralinho. Bem demorou mais de 8 meses para isso acontecer, pois o pai dele não o deixava ir. Quando ele enfim conseguiu ir, as duas coisas que consegui conversar com ele foram perguntar quantos irmãos ele tinha e se a família estava bem (risos).Eu passei a escrever para a irmã dele e assim fomos nos comunicando. Com muita dificuldade, pois não tínhamos contato, em 1943 nos casamos. No dia do meu casamento eu ainda fiz todos os serviços domésticos, não tive o “Dia de noiva” (riso). Só vieram homens para meu casamento, uns 30 cavaleiros que foram até livramento, onde me casei na igreja e dois dias depois me casei no Civil em Dom Basílio. Depois disso, fui morar em Lagoa do Tamboriu, na casa da minha sogra, onde me recordo que a iluminação da casa era uma fogueira acesa no meio da sala, ficamos lá por sete anos, tempos depois fomos para outras localidades e em 1948 comecei a dar aulas.



Café com o Brumado Agora – Quando a senhora passou a morar em Brumado?


Rita Ataíde -  Antes de vir morar na sede, em 1954 fui morar na Fazenda Brejo. Este foi o lugar onde nasceu a maioria dos meus filhos e onde eu os criei. Lá eu morei em uma casa velha, sem portas, havia apenas as estruturas, mas não havia as folhas para fechar. Essa casa foi o chefe do meu esposo que nos consegui, na época ele começou a trabalhar na Magnesita. Para dormir, eu pegava uma folha de porta que havia solta e isolava uma porta e duas malas, uma em cima  para isolar outra porta. Bem, passamos a viver assim, com muita dificuldade, mas dignidade foi algo que nunca nos faltou. Bem, comecei então a dar aulas nas comunidades locais, naquele período pouca gente sabia ler e escrever e, além disso, não havia quem ensinasse, então fui nomeada por Dona Mirian. Foi difícil lecionar na época era apenas um salão, sem quadro negro, as provas dos alunos eram feitas no caderno e o pior, não havia água, buscávamos água, e essa água não dava para a metade dos alunos. Para complementar a renda da família, eu ainda lavava e passava para fora, costurava, pois eu ensinava apenas pela manhã e tinha o resto do dia.


Café com o Brumado Agora – Quando a senhora veio morar na sede?


Rita Ataíde -  O tempo passou, as coisas foram melhorando, meus filhos começaram a trabalhar então vim morar em Brumado no ano de 1972. Aqui, ensinei no Colégio Luiz Viana, no supletivo, e fiz muito trabalhos voluntários. Sempre gostei de ajudar as pessoas, isso me fazia bem, por tudo que passei em minha vida, pelas dificuldades de tive e venci, nada melhor que retribuir fazendo o bem as pessoas. Há até uma história. Naquela época, como parte dos trabalhos voluntários que fazia, eu acompanhava pessoas que estavam doentes e teriam que fazer tratamentos em outra cidade. Então, conheci uma moça no Bairro Dr, Juracy, que estava com uma série de problemas, não comia, sentia dores, gritava muito. Então a levei em Dr. Jorge e ele disse que o melhor seria levá-la para São Paulo. Então fiz campanhas, coletas em igrejas, e outros locais para angariar fundos para a viagem, consegui cerca de 500 cruzeiros. Desta forma,  a levei para São Paulo e lá foi diagnosticado que ela tinha raquitismo. Ela fez todo o tratamento e hoje esta bem. Ela se chama Enezita  é minha afilhada, se casou e já tem filhos. Aqui em Brumado me aposentei como professora leiga e como professora de Crochê, pelo sindicato.




Café com o Brumado Agora – Qual ou quais são as maiores saudades da senhora?


Rita Ataíde -  Dos amigos que deixei no Alto do Rosário. Da vida que tive, apesar de todas as dificuldades, pois não tive infância, adolescência, casei muito cedo, e tive que ter muitas responsabilidades, desde muito pequena. Sinto saudades das pessoas que ensinei a ler e escrever, das pessoas que ajudei. Apesar de tantas saudades, me sinto realizada por tudo, inclusive, pela família que tenho.


Café com o Brumado Agora – Gostaria de deixar alguma mensagem?


Rita Ataíde -  Sim. Quero dizer aos jovens que, nesta vida, não se consegue nada fácil e sim com muito trabalho. E ainda dizer ao povo brumadense que continue sendo o primeiro em hospitalidade, e que o nosso Bom Jesus continue a nós abençoar.



Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


Artigo: Correr e ouvir música, uma boa combinação?

Artigo: Correr e ouvir música, uma boa combinação?

Por AGTM Comunicação

 

 

 

Uma questão que divide opiniões: correr na rua escutando música ou não? Duas atividades em que juntas podem proporcionar uma sensação de prazer inexplicável para quem corre e ao mesmo tempo pode distrair demais o corredor dos sons ambientes como buzinas ou instruções em provas. Alguns estudos demonstram que escutar música enquanto corre reduz a percepção de intensidade do exercício em cerca de 10%. A noção de esforço do corredor é reduzida e ele tem a sensação de que pode correr mais rápido e por mais tempo. De acordo com Haley Guimarães, educador físico e ergonomista, um ponto negativo dessa prática na corrida é o fato de o corredor se distanciar dos outros sons produzidos pelo ato de correr, como a respiração e o impacto das passadas, que são informações importantes. O educador físico diz que vale a pena contar com a música em corridas de intensidades leves e moderadas, e as que exigem mais concentração é recomendado ficar atento aos estímulos do corpo durante a corrida.

Por AGTM Comunicação

Uma questão que divide opiniões: correr na rua escutando música ou não? Duas atividades em que juntas podem proporcionar uma sensação de prazer inexplicável para quem corre e ao mesmo tempo pode distrair demais o corredor dos sons ambientes como buzinas ou instruções em provas.

Alguns estudos demonstram que escutar música enquanto corre reduz a percepção de intensidade do exercício em cerca de 10%. A noção de esforço do corredor é reduzida e ele tem a sensação de que pode correr mais rápido e por mais tempo.

De acordo com Haley Guimarães, educador físico e ergonomista, um ponto negativo dessa prática na corrida é o fato de o corredor se distanciar dos outros sons produzidos pelo ato de correr, como a respiração e o impacto das passadas, que são informações importantes. O educador físico diz que vale a pena contar com a música em corridas de intensidades leves e moderadas, e as que exigem mais concentração é recomendado ficar atento aos estímulos do corpo durante a corrida.

Renara Afonso corre há 2 anos e costuma ouvir música enquanto corre, mas de acordo com a corredora não é uma obrigação nos treinos, deve ser praticado com moderação. Para ela, deixar o mp3 em casa também é bom, pois assim consegue ouvir como sua respiração responde aos treinos, além de pensar nas coisas da vida.

Momentos felizes e marcantes de nossas vidas geralmente são acompanhados de "músicas-temas”. Mas tem aqueles momentos em que o som ambiente se torna música para os nossos ouvidos. É quando o corredor entra em sintonia consigo mesmo e com o ambiente para escutar apenas o som da sua respiração.

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Artigo: Você sabe administrar as suas finanças pessoais?

Artigo: Você sabe administrar as suas finanças pessoais?
Carlos Prates é brumadense, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Carlos Prates



 

Às vezes não elaboramos um orçamento doméstico para evitar que reconheçamos determinados gastos que fazemos, sob forte impacto emocional e que poderiam ser adiados. Deixar de fazer um orçamento com base na sua realidade financeira é como acionar uma bomba de efeito retardado. Mais cedo ou mais tarde explodirá e os efeitos poderão ser devastadores em sua vida pessoal e profissional. Com base em minha experiência como ex-bancário e através de leituras especializad as, sugiro que você fique atento para as seguintes dicas.

Por Carlos Prates

 

Às vezes não elaboramos um orçamento doméstico para evitar que reconheçamos determinados gastos que fazemos, sob forte impacto emocional e que poderiam ser adiados. Deixar de fazer um orçamento com base na sua realidade financeira é como acionar uma bomba de efeito retardado. Mais cedo ou mais tarde explodirá e os efeitos poderão ser devastadores em sua vida pessoal e profissional. Com base em minha experiência como ex-bancário e através de leituras especializad as, sugiro que você fique atento para as seguintes dicas:

 

√ Tenha no máximo um cartão de crédito e procure pagar a sua fatura integralmente. O saldo devedor do cartão é como uma bola de neve. Se deixar de pagar ou abater apenas o valor mínimo por mês, incidirão os juros e estes agirão como cupins, corroendo o seu dinheiro. Se não tomar cuidado, você acabará perdendo o controle financeiro;

 

√ Evite tomar empréstimo para cobrir saldo devedor de cheque especial. Ao fazê-lo, solicite que o mesmo seja cancelado. Caso contrário, a tendência é você voltar a ficar devendo o cheque especial e o empréstimo que tomou;

 

√ Não caia na tentação de emprestar o seu cartão de crédito para outras pessoas efetuarem compras. Hoje está muito fácil obter um cartão de crédito e, quando alguém solicita que outro compre, pode ser um forte sinalizador de que está com problemas financeiros;

 

√ Procure economizar 10% do seu salário mensal, para futuras despesas e situações inesperadas – doenças, aquisição de bens, pagamento de estudos, etc;

 

√ Desenvolva ou aprimore o hábito de pechinchar e de negociar. Valorize cada centavo. Pesquise, pesquise e pesquise antes de comprar. Você já observou como as pessoas mais ricas gostam de pechinchar? Não tenha vergonha de fazer o mesmo;

 

√ Se você está endividado, evite gastos com supérfluos e compre exclusivamente com dinheiro, evitando o uso do cartão de crédito. Normalmente, compramos mais do que desejamos, pois temos a falsa ilusão de que estamos adquirindo os produtos sem pagá-los. Quando chega a fatura mensal, o sonho vira pesadelo;

 

√ Não comente a sua vida financeira com os outros. Ela deve ser reservada a você e às pessoas íntimas - marido, mulher, pais e filhos;


Se você é um consumidor compulsivo, procure ajuda psicológica e cancele todos os seus cartões de crédito e cheque especial. Compre somente à vista e com dinheiro. Pois é, meu amigo, organize a sua vida financeira o mais rapidamente possível. Em breve abordaremos outros temas importantes para a sua vida pessoal e profissional.

 

Há um ditado popular que afirma: “Quem não controla os seus gastos, é controlado por eles.” Administrar as finanças é uma atividade individual e também coletiva. Envolva os seus familiares nessa importante missão!

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Artigo: O que podemos aprender com o Cirque du Soleil?

Artigo: O que podemos aprender com o Cirque du Soleil?
Professor e escritor, natural de Brumado. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por *Carlos Prates


O Cirque du Soleil (em português "Circo do Sol"), foi criado em Baie-Saint-Paul, no Quebec em 1984 por dois artistas de rua, Guy Laliberté e Daniel Gauthier. Cada espetáculo é a síntese da inovação do circo, contando com enredo, cenário e vestuário próprios, bem como música ao vivo durante as apresentações. De 1990 a 2000, o Cirque expandiu rapidamente, passando de um show com 73 artistas em 1984, para mais de 3.500 empregados, em mais de 40 países, com 15 espetáculos apresentados simultaneamente e lucro anual estimado em US$ 600 milhões. As criações do Cirque du Soleil já ganharam diversas premiações, tais como Bambi, Rose d'Or, Gemini e o Emmy. Em 2004, aInterbrand consultoria classificou o nome Cirque du Soleil como o 22º nome de maior impacto global. E não foi à toa, já que cada ato do espetáculo emociona e contagia toda a plateia. Fonte: Wikipédia.du Soleil.

Por *Carlos Prates


O Cirque du Soleil (em português "Circo do Sol"), foi criado em Baie-Saint-Paul, no Quebec em 1984 por dois artistas de rua, Guy Laliberté e Daniel Gauthier.

 

Cada espetáculo é a síntese da inovação do circo, contando com enredo, cenário e vestuário próprios, bem como música ao vivo durante as apresentações.

 

De 1990 a 2000, o Cirque expandiu rapidamente, passando de um show com 73 artistas em 1984, para mais de 3.500 empregados, em mais de 40 países, com 15 espetáculos apresentados simultaneamente e lucro anual estimado em US$ 600 milhões.

 

As criações do Cirque du Soleil já ganharam diversas premiações, tais como Bambi, Rose d'Or, Gemini e o Emmy. Em 2004, aInterbrand consultoria classificou o nome Cirque du Soleil como o 22º nome de maior impacto global. E não foi à toa, já que cada ato do espetáculo emociona e contagia toda a plateia. Fonte: Wikipédia

 

O que podemos aprender com as suas ideias?

 

1) Tudo na vida é passível de inovação, através do uso da criatividade, trabalho em equipe e incorporação de novos talentos.

 

2) Treinar, treinar e treinar de forma constante, objetivando a excelência.

 

3) Identificar, remunerar adequadamente e reter os melhores profissionais.

 

4) Gestão inovadora e compartilhada, onde o principal objetivo é cada vez mais surpreender os clientes.

 

5) Marketing usado com inteligência e criatividade, para valorizar a “marca” e associá-la ao conceito de elevado padrão de qualidade.

 

6) Trabalho em equipe onde todos os funcionários têm o seu momento de brilhar e de fazer com que o resultado final seja o melhor possível.

 

7) Ambiente que favorece a troca de experiências entre as diferentes culturas dos seus artistas e demais colaboradores;  motivação, competitividade saudável e estímulo a criatividade.

 

Finalizando, sugerimos que assista a alguns dos maravilhosos vídeos existentes no You Tube e analise o grau de perfeição das apresentações do Cirque du Soleil.

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O Café com o Brumado Agora entrevista Acácia Gondim Ribeiro



Nascida em 24 de abril, no Povoado de Jequi, pertencente à cidade de Iramaia, a taurina Acácia Gondim Ribeiro tinha nos sonhos de criança a garra de uma grande mulher. A filha de Ester Silva Gondim e do saudoso Laudelino Marinho Ribeiro, juntamente com seus irmãos Aparecida, Adalto, Abraaão ( em memória), Ângela (em memória), Agda ( em memória), Ana, Antônio Rogério e  Andréia, mudou-se para Brumado em 1965 para estudar e, mesmo diante de todas as dificuldades, hoje representa a cidade como Secretária de Educação. Pedagoga graduada pela Faculdade de Filosofia de Teófilo Otoni, especialista em Administração Escolar, especialista em Educação à Distância e com Curso de extensão em Tutoria, Acácia Gondim conta a sua história em entrevista ao Café com o Brumado Agora, realizada nas dependências da Padaria Pérola. Confira.



 

Café com o Brumado Agora – Como se deu a vinda da senhora para Brumado?


Acácia Gondim- Nasci em Jequi e a vinda da minha família para Brumado foi para que meus irmãos e eu pudéssemos estudar. Em Jequi, estudava na escola Multiseriada Otaviano Morais, uma escola na zona rural onde sequer tínhamos sanitário. Isso mesmo, sanitário! Quando precisávamos fazer alguma necessidade, íamos ao mato mesmo (risos). Existe até uma situação que ocorreu. Em um desses momentos que saí da sala de aula para ir ao “banheiro”, estava lá tranquila, quando passou uma cobra. Tenho essa imagem dos tempos de criança, nitidamente, até hoje na cabeça, o susto foi muito grande. Após concluir o 4º ano nesta escola multiseriada, vim para Brumado, onde fiz um cursinho e prova de Admissão para o Colégio General Nelson de Melo. Para mim foi uma imensa oportunidade ingressar em um colégio que era considerado uma academia de letras. Alguns anos depois, ainda como estudante, Maria Edi, que muito me ajudou neste período, me conseguiu um contrato como auxiliar administrativo na função de auxiliar de secretaria e passei a estudar e trabalhar. Tempos depois, devido a minha desenvoltura nos estudos, fui convidada a dar aulas de geografia, em substituição a uma professora que faleceu, isso por volta de 1972, eu ainda não havia concluído o magistério, o que veio a acontecer 4 anos depois.


Café com o Brumado Agora – Em 1989, a senhora foi convidada pelo então prefeito Edmundo Pereira, a ser diretora do Colégio Estadual de Brumado. Como foi essa experiência?


Acácia GondimEu sempre tive muita vontade de crescer, sobretudo, para superar todas as dificuldades que passei e mostrar, para mim mesma, que seria uma vencedora. Quando fui convidada, fiquei receosa, até porque era um cargo de muita responsabilidade, mas tive o apoio, principalmente de Eni Mafra e  Juscelina Lessa, que me impulsionaram e me disseram que dariam todo o apoio. Eu tive medo no início, por ser uma escola grande, com diversidade de alunos, inclusive muito bons. Eu não poderia simplesmente assumir a direção, ter uma cadeira privilegiada, ficar em uma sala e dar ordens. Eu procurei me interagir com todos, professores e alunos: promovia eventos, conversava diretamente com cada um deles e usava uma estratégia que uso até hoje, que é conhecer cada um por nome e sobrenome. Em meio a tanta gente, quando você chama alguém pelo nome e sobrenome, há uma proximidade maior, aquela pessoa se sente reconhecida.




Café com o Brumado Agora – Qual o elo que senhora faz entre os momentos iniciais da sua carreira como professora, diretora, e hoje como Secretária de Educação do Município?


Acácia Gondim -  O trabalho que desempenho hoje é o resultado de todas as minhas experiências, o que me ajudou bastante. Eu fui de auxiliar de secretaria, professora a diretora de uma grande escola e hoje sou secretária de educação do Município. Agreguei as problemáticas, busquei soluções, e uso hoje como diferencial para me sair bem. Estou há oito anos como secretária de educação do Município, acho que já é hora de deixar o cargo, pessoas são passíveis de erro e a rotina talvez nos faça cometer os mesmos erros. Por isso, talvez, eu ache necessária à mudança, com  certeza que desempenhei bem o meu trabalho.


Café com o Brumado Agora – A senhora disse que talvez seja o momento de outra pessoa assumir a secretaria, tendo em vista que a senhora ocupa o cargo há 8 anos, e seja necessária a mudança. Qual seria, em sua opinião, o perfil ideal desta pessoa?


Acácia GondimUma pessoa com experiência da área, que saiba conciliar e tomar as decisões na hora certa. Cada cabeça é um mundo, vejo que as regras da educação são as mesmas para todo o país, o que difere são as visões das pessoas. Não se pode mudar estratégias, tem que se cumprir as normas que regem a educação e contextualizar a escola. Sobretudo, esta nova pessoa tem que ter o perfil para assumir a função. Brumado tem uma boa pontuação na educação, de acordo os dados do MEC, mérito dos professores que estão ali trabalhando. Por isso, esta nova pessoa tem que ditar as normas, ouvindo a escola e seus anseios.




Café com o Brumado Agora – A senhora também trabalhou na secretaria de educação do Estado. Qual função assumiu?


Acácia GondimQuando deixei a direção do CEB, em 1994, fui para Salvador e assumi a função de coordenadora de informática. Era tudo muito novo para mim e eu fazia um curso particular, paralelo a função, para me aperfeiçoar. Aprendi rápido e naquele período ninguém era expert em informática, até porque informática não é só digitar. Inclusive, fiz um curso de informática no Paraná, o 1º Curso de informática do Brasil, com as primeiras experiências mais avançadas. Além dessa função, ocupei por algum tempo, dentro da secretaria de educação da Bahia, a função de Coordenadora de Jovens e Adultos de todo o estado.


Café com o Brumado Agora – Acácia, além das atividades na educação, pouca gente sabe que a senhora também foi atleta e se sobressaiu nos esportes. Como foi este período?


Acácia GondimEu ainda estudava e trabalhava quando descobri minha paixão pelos esportes. Eu praticava e gostava de esportes que envolviam bola e me destaquei no Handebol. Naquela época, mulher não jogava futebol, para vôlei eu não tinha altura (risos) e o basquete ainda não era praticado na cidade. Bem, tem uma história que faço questão de contar. Eu era pobre e não tinha condições financeiras para comprar um tênis para praticar esporte, então pegava emprestado para jogar. Porém, eu não podia me esforçar muito para não gastar o tênis e isso prejudicou, e muito, o meu desempenho nos treinos. O dia mais feliz para mim, inclusive, digo que mais do que quando adquiri meu carro, foi quando ganhei uma bolsa de estudos e pude comprar meu tênis. A partir daí, ninguém mais me pegava em quadra, porque o tênis era meu e eu podia gastar a vontade (risos).




Café com o Brumado Agora – Além da compra do tênis, qual outro momento é lembrado pela senhora com alegria?


Acácia Gondim – Quando, depois de 12 anos morando em Salvador, fui convidada por Eduardo Vasconcelos para assumir a secretaria de educação do município. Ele me disse que havia pesquisado uma pessoa que poderia assumir a função e ele acreditava que eu poderia conduzir os destinos da educação em Brumado. Fiquei muito feliz em voltar para cá e ser tão bem recebida.


Café com o Brumado Agora – Qual mensagem a senhora gostaria de deixar?


Acácia GondimPrimeiro, quero demostrar minha satisfação em estar aqui falando um pouco sobre minha vida. Dizer que sou muito grata por estar a frente da secretaria de educação e fazendo o melhor pelos brumadenses. Espero que a educação de Brumado cresça mais, e que eu possa participar da implementação da educação, enquanto secretária ou não, vendo chegar a cidade mais cursos para UNEB, vendo mais escolas sendo criadas, uma sede própria para o IFBA, inclusive, com cursos superiores e , porque não, faculdades particulares em nosso município, já que há o incremento do governo com o Fies, Prouni e outros projetos. Sempre digo, uma única formação é muito pouco para a exigência do mundo.


Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


Artigo: Aposentadoria 'oportunidades e ameaças'

Artigo: Aposentadoria 'oportunidades e ameaças'
Carlos Prates é brumadense, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Aposentar não significa deixar de ter uma atividade. É claro que cada pessoa tem a sua história de vida. Algumas pessoas quando aposentam preferem não mais voltar ao mercado de trabalho. Outras, mudam de profissão, voltam a estudar, desenvolvem trabalhos filantrópicos. A seguir, relacionamos algumas das principais mudanças no comportamento do aposentado:  √ Aumento do tempo de vida depois da aposentadoria. Como todos sabemos, a média de idade está aumentando e o tempo após a aposentadoria está ficando maior, sem contar que algumas pessoas deixam de trabalhar em pleno vigor físico e intelectual. √ Novas tecnologias possibilitam trabalhar em casa e o contato com outras pessoas. Com o advento da internet, celular e fax estão facilitando o teletrabalho (trabalho a distância). Essas tecnologias permitem a interação com as demais pessoas e o mundo tornou-se “uma aldeia global”, como previu o Prof. Marshall McLuhan. Podemos trabalhar, estudar e relacionar com pessoas de quase todas as cidades do Mundo.

Aposentar não significa deixar de ter uma atividade. É claro que cada pessoa tem a sua história de vida. Algumas pessoas quando aposentam preferem não mais voltar ao mercado de trabalho. Outras, mudam de profissão, voltam a estudar, desenvolvem trabalhos filantrópicos. A seguir, relacionamos algumas das principais mudanças no comportamento do aposentado:

 

 √ Aumento do tempo de vida depois da aposentadoria. Como todos sabemos, a média de idade está aumentando e o tempo após a aposentadoria está ficando maior, sem contar que algumas pessoas deixam de trabalhar em pleno vigor físico e intelectual.

 

 √ Novas tecnologias possibilitam trabalhar em casa e o contato com outras pessoas. Com o advento da internet, celular e fax estão facilitando o teletrabalho (trabalho a distância). Essas tecnologias permitem a interação com as demais pessoas e o mundo tornou-se “uma aldeia global”, como previu o Prof. Marshall McLuhan. Podemos trabalhar, estudar e relacionar com pessoas de quase todas as cidades do Mundo.

 

 √ Opções para voltar a  estudar e/ou dedicar a outra profissão. Testemunhamos inúmeros exemplos de pessoas que voltaram a estudar e construíram uma nova profissão. Outras voltaram a estudar por realização pessoal, objetivando também ampliar os seus relacionamentos.

 

Principais dúvidas de quem deseja aposentar

 

As dúvidas são inúmeras e cada pessoa tem as suas peculiaridades. Utilizando um bom planejamento, através de informações colhidas junto as pessoas que se aposentaram, bem como um diálogo franco com os familiares, você esclarecerá algumas dessas dúvidas:

 

√  Quando devo me aposentar? Se você estiver sentindo-se bem e houver possibilidade de continuar trabalhando, talvez seja melhor adiar a aposentadoria. Você deve levar em consideração, também, os aspectos de natureza financeira. Em resumo, faça um diagnóstico da situação e analise as oportunidades e ameaças. Tenha planos para o melhor e o pior cenário.

 

√ O que eu tenho a ganhar?  Mais tempo para si  e para a família, realizar novas metas e a possibilidade de trabalhar em outra profissão. É comum dedicarmos uma vida inteira a uma profissão que pouco nos realizou, mas, nos proporcionava “segurança” no emprego, status, benefícios sociais. Se este for o seu caso, que tal pensar numa nova profissão?

 

√ O que tenho a perder? Em quase todas as aposentadorias, a redução de salário é fato comum. Além disso, dependendo da sua relação emocional com a empresa e a sua atividade, poderá sentir saudade do ambiente de trabalho, status, relacionamento social, entre outros fatores. Normalmente, o aposentado sente alívio nos primeiros meses da aposentadoria e posteriormente um vazio interior. Conforme dissemos, cada caso tem as suas peculiaridades.

 

√ O que fazer com o tempo “ocioso”?  Desenvolva o “ócio criativo”. Volte a estudar, leia, leia e leia. Conheça novos lugares e pessoas. Dê mais carinho e atenção aos seus familiares. Tenha cuidado com os jogos de azar e o álcool, pois eles estarão sempre rondando a sua mente. Há um ditado popular que afirma: “mente ociosa, moradia do diabo.”

 

√ Como posso melhorar o convívio familiar? Conforme afirmamos, proporcione mais carinho e atenção para o cônjuge, filhos e netos. Desenvolva / aprimore o gosto por atividades domésticas. Crie novas rotinas - andar, nadar, escrever, trabalhar, dançar.

 

√ Como gerir as finanças? Faça um orçamento familiar, evitando  gastar mais do que ganha. Inevitavelmente, o seu padrão de consumo terá que ser reduzido. Não empreste dinheiro. Ele é a sua reserva (avalie os riscos). Não coloque um negócio próprio (avalie os riscos).

 

√ Como administrar a solidão, doenças e perda de status? Faça novas amizades, realize atividades lúdicas  (dança de salão, teatro, música, faculdade, artesanato). Faça exercícios e controle a boca. Talvez uma parte da sua doença tenha relação com o seu atual trabalho.

 

√ Como continuar sendo útil à sociedade? Dedique-se ao voluntariado. Construa uma nova carreira profissional. Dê aulas, torne-se escritor, poeta, cineasta. Redescubra novos talentos dentro de você.

 

Assim, esteja preparado para tomar essa difícil decisão, pois mais cedo ou mais tarde você terá de fazê-lo. Se você é jovem, pense no futuro e não esqueça de investir em previdência e ter economias para quando se aposentar. O mercado de trabalho daqui para frente estará cada vez mais instável, bem como os rumos da economia. Não há receita infalível para uma aposentadoria tranquila. Somente você será capaz de traçar o seu planejamento e nele fazer constar  oportunidades e ameaças. Boa sorte!

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Artigo: O difícil relacionamento entre o chefe e os seus funcionários

Artigo: O difícil relacionamento entre o chefe e os seus funcionários
Carlos Prates é brumadense, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Carlos Prates



 

Há 25 anos eu me relaciono em sala de aula e fora dela com dezenas de profissionais de todos os níveis sociais e culturais. Independentemente dos cargos e funções que exercem, percebo que as visões são conflituosas e ao mesmo tempo, distorcidas em muitos casos. Alguns chefes costumam afirmar que grande parte dos funcionários não possui compromisso com o trabalho e é incompetente. Já os subordinados acreditam que o chefe e o patrão são os culpados de quase tudo que ocorre de ruim na empresa. Essa situação tende a permanecer e até mesmo agravar-se, em virtude da grande pressão que está presente no ambiente de trabalho, com metas sempre crescentes e a acirrada competitividade entre as organizações.

Por Carlos Prates

 

Há 25 anos eu me relaciono em sala de aula e fora dela com dezenas de profissionais de todos os níveis sociais e culturais. Independentemente dos cargos e funções que exercem, percebo que as visões são conflituosas e ao mesmo tempo, distorcidas em muitos casos.

 

Alguns chefes costumam afirmar que grande parte dos funcionários não possui compromisso com o trabalho e é incompetente. Já os subordinados acreditam que o chefe e o patrão são os culpados de quase tudo que ocorre de ruim na empresa.

 

Essa situação tende a permanecer e até mesmo agravar-se, em virtude da grande pressão que está presente no ambiente de trabalho, com metas sempre crescentes e a acirrada competitividade entre as organizações.

 

Com raras exceções, a gerência média está despreparada para fazer a gestão de pessoas. Vou analisar o caso do varejo, pois é o que disponho de mais vivência:

 

Um excelente vendedor é alçado à condição de gerente de uma loja. A partir daí, ele imagina que a sua função continuará sendo a de continuar no salão de vendas e realizar parte das funções do seu cargo anterior. Muita execução e pouca gestão de pessoas e planejamento. Ocorro que a principal atividade de um gerente é gerir os seus funcionários, fazendo com que desenvolvam e aprimorem as habilidades e competências. É claro que o foco principal continuará sendo o aumento das vendas. Mas, somente a Equipe será capaz de concretizar as metas. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento da mesma.

 

Em muitos casos a empresa perde um excelente vendedor e nem sempre consegue obter um gestor de qualidade.

 

Por outro lado, muitos funcionários realmente desejam apenas um “emprego” para curtirem o final de semana, nada mais do que isso. Possuem pouca ou nenhuma ambição de crescimento profissional, não investem na carreira, mesmo quando há cursos gratuitos ou patrocinados pela empresa. Essa é uma situação muito comum em vários segmentos empresariais, notadamente no varejo.

 

É claro que não devemos generalizar, entretanto, é necessário que o chefe e os seus funcionários sejam capazes de fazer uma reflexão sobre os seus acertos e erros. Não adianta mentir para si mesmo.

 

No ambiente de trabalho passamos mais de um 1/3 do nosso tempo, durante 35 a 40 dos nossos melhores anos de vida. Fazer com que as relações interpessoais sejam agradáveis e que todos possam crescer, pessoal e profissionalmente, é a função primordial dos gestores, bem como dos demais funcionários.

 

Creio que o diálogo é o início de todo o processo de melhoria das relações no ambiente de trabalho. Os gerentes necessitam executar menos as funções que podem ser delegas e focar mais naquelas de maior complexidade e que somente eles podem realizar com maestria, a exemplo do processo de aprendizagem contínuo e dos estímulos aos seus colaboradores.

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Artigo: O Mensalão será a maior 'pizza' da história?

Artigo: O Mensalão será a maior 'pizza' da história?

Desde o início, esse julgamento serviu para aclarar algumas questões, geralmente de cunho político e sobre o funcionamento da Suprema Corte de Justiça. Apontou perfis claros de ministros que votaram para quem os indicou e revelou outros que justificaram os lobbies para suas escolhas. Seu julgamento tem duração incomensurável, como diria o presidente Lula. Um ano após, já está no terceiro presidente e dois novos ministros vieram para definir o resultado de "pizza" planejado pelo governo. Teori Zavascki fala pouco e não deu demonstrações de sua inclinação. Luís Roberto Barroso tem ido além de advogado criminalista e agido como um verdadeiro militante petista. Não se apercebeu que passou a ocupar um dos cargos mais relevantes no Judiciário brasileiro. Como se preparasse os brasileiros psicologicamente, tem sustentado e antecipado sua posição, numa infeliz atitude.

Desde o início, esse julgamento serviu para aclarar algumas questões, geralmente de cunho político e sobre o funcionamento da Suprema Corte de Justiça.


Apontou perfis claros de ministros que votaram para quem os indicou e revelou outros que justificaram os lobbies para suas escolhas.


Seu julgamento tem duração incomensurável, como diria o presidente Lula. Um ano após, já está no terceiro presidente e dois novos ministros vieram para definir o resultado de "pizza" planejado pelo governo. Teori Zavascki fala pouco e não deu demonstrações de sua inclinação. Luís Roberto Barroso tem ido além de advogado criminalista e agido como um verdadeiro militante petista. Não se apercebeu que passou a ocupar um dos cargos mais relevantes no Judiciário brasileiro. Como se preparasse os brasileiros psicologicamente, tem sustentado e antecipado sua posição, numa infeliz atitude.


Agora, ele defende que não se trata do maior escândalo da história do Brasil. Apesar de sua colaboração como historiador, o tamanho e a colocação no ranking dos escândalos têm relevância para outros profissionais, não para um julgador.


Da mesma forma, o fato de a corrupção ser tradicional, sistêmica e não ser exclusividade de um partido em nenhuma hipótese se vincula à judicatura. Ao contrário, seria importante aproveitar o momento para confirmar a ruptura com essa prática. É presumido que se perpetuou é porque todos os Poderes funcionaram mal, especialmente o Judiciário, ao qual sempre coube a prerrogativa de coibir. São posicionamentos relevantes como afirmação de valores, mas não para o caso concreto. Neste caso, importa tratar se caberiam ou não os decantados embargos infringentes.


Ouve-se reiteradamente que os embargos infringentes se aplicariam às sentenças com resultados apertados, com diferença de um voto. Esse instituto está previsto no Código de Processo Penal - CPP, artigo 409, parágrafo único, com a exigência apenas que a decisão não seja unânime. Portanto, não importa quantos votos de diferença, sendo bastante um voto contrário. E não consta que esse artigo tenha sido revogado.


Para se discutir a aplicação do Regimento Interno da Corte, primeiro deve ser declarada a revogação do CPP. Embargos são recursos processuais penais e somente podem ser criados, modificados ou extintos por lei federal, figura normativa hierarquicamente superior aos regimentos internos. A exigência de lei federal está prevista na Constituição (CF, art. 22, I).

Ainda que a liberdade de expressão permita posição política de qualquer pessoa, teses prévias de um julgador sobre caso concreto de sua alçada confrontam-se com o princípio da impessoalidade ou até da imparcialidade.


Os meios de comunicação não podem criar mais confusão junto aos seus telespectadores. Regimentos internos, resoluções e portarias são regras infralegais e não têm força para definir mecanismos processuais acima ou diferente do que estejam previstos em leis.


Grande parte da mídia está abertamente preocupada em livrar os mensaleiros das penas aplicadas, especialmente de prisão. Em estapafúrdia contradição, é a mesma parcela a afirmar que a justiça só alcança os pobres, que os crimes praticados por políticos são inalcançáveis e que a corrupção rola solta por não ser reprimida. Mesmo que o mensalão não seja o maior caso de corrupção, depois de um ano e meio de julgamento para livrar a cara dessa cambada, tornar-se-á a maior "pizza" da história, tendo o ministro Luís Roberto Barroso como a azeitona.


 

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP


Bacharel em direito

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Biografia de Agnelo Azevedo: Por Antônio Torres

Biografia de Agnelo Azevedo: Por Antônio Torres
Agnelo dos Santos Azevedo morreu na madrugada desta terça-feira, 06, aos 105 anos de idade. (Foto/Arquivo: Wilker Porto | Brumado Agora)

Conheci o Sr. Agnelo nos idos de 1958, época em que ele já era um próspero e conceituado comerciante, quando vim para Brumado para concluir o curso primário e prestar admissão ao ginásio – verdadeiro vestibular, tal o rigor da seleção e a exigência do conteúdo das provas –, eu era ainda um menino. Posteriormente, voltei a encontrá-lo, desta feita, eu já em idade adulta, nas reuniões políticas do PMDB, nas quais sua presença era indispensável pela sua postura serena, ponderada e equilibrada. Daí ser-lhe concedido o título honorífico de presidente de honra do partido – cargo por ele ocupado com a morte do saudoso Manoel Joaquim de Carvalho (Dr. Nezinho) –, porém, pela envergadura da idade, ultimamente ele não tem marcado presença nas reuniões do partido. Desses seus predicados, nasceu a minha admiração por Seu Agnelo, insigne personalidade. Honra-me conhecê-lo e ser seu amigo. Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em 14 de maio de 1908, em Bom Jesus dos Meira, hoje, Brumado. É o último da prole dos filhos do casal Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Foi encaminhado pelo princípio de uma educação correta recebida dos seus genitores e direcionado para o relacionamento amistoso, sincero, de união e amizade entre os irmãos e demais familiares.

Conheci o Sr. Agnelo nos idos de 1958, época em que ele já era um próspero e conceituado comerciante, quando vim para Brumado para concluir o curso primário e prestar admissão ao ginásio – verdadeiro vestibular, tal o rigor da seleção e a exigência do conteúdo das provas –, eu era ainda um menino. Posteriormente, voltei a encontrá-lo, desta feita, eu já em idade adulta, nas reuniões políticas do PMDB, nas quais sua presença era indispensável pela sua postura serena, ponderada e equilibrada. Daí ser-lhe concedido o título honorífico de presidente de honra do partido – cargo por ele ocupado com a morte do saudoso Manoel Joaquim de Carvalho (Dr. Nezinho) –, porém, pela envergadura da idade, ultimamente ele não tem marcado presença nas reuniões do partido. Desses seus predicados, nasceu a minha admiração por Seu Agnelo, insigne personalidade. Honra-me conhecê-lo e ser seu amigo.

 

Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em 14 de maio de 1908, em Bom Jesus dos Meira, hoje, Brumado. É o último da prole dos filhos do casal Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Foi encaminhado pelo princípio de uma educação correta recebida dos seus genitores e direcionado para o relacionamento amistoso, sincero, de união e amizade entre os irmãos e demais familiares.

 

Em 12 de abril de 1932, casou-se com Celcina Azevedo, companheira fiel e dedicada, seu único e verdadeiro amor, sentimento que lhe é retribuído na mesma intensidade. Com ela teve 10 filhos: Niete, Nilza, Edval, Evan, Nelcy, Nely, Cilene, Arnaldo, todos bem encaminhados, e dois falecidos com 4 e 10 meses de idade. D. Celcina, mulher afetuosa, devotou-se inteiramente ao marido, à administração do lar e ao zelo dos filhos, a quem proporcionou educação respaldada na honradez, no respeito e na dignidade.

 

Seu Agnelo foi comerciante durante 43 anos, ao cabo dos quais se aposentou. Sua vida comercial foi assaz ilibada, cumpria rigorosamente com as suas obrigações sociais e civis, gozando de excelente conceito entre os colegas, os amigos e a comunidade.

 

Começou a sua lida desde cedo. Portanto, teve uma trajetória de vida dedicada ao trabalho que incluiu o comércio varejista diversificado, igualmente no negócio rural, comercializando algodão, cuidando de roça e criação de animais. Confessa que hoje seu maior prazer é desfrutar o sossego da propriedade rural, fazendo passeios e exercícios no campo, convivendo com a natureza e deliciando-se com essa dádiva divina que lhe estimula a felicidade de viver.

 

Foi iniciado no aprendizado primário por um professor africano vindo de Salvador, de nome Manoel Galiza, tendo concluído apenas o terceiro ano. Afirma que, apesar de não ter estudado o suficiente para concluir um curso que lhe desse maior conhecimento literário, pois era um “inimigo” da escola – preferia as lidas do campo e do comércio –, incentivou seus filhos e disponibilizou as condições necessárias para que todos tivessem a sua formação intelectual e profissional, os quais preencheram suas esperanças e expectativas, e diz esperar que os netos também persigam esses ideais.

 

Homem simples, proveu a família sem lhe deixar faltar o necessário e o indispensável. Enfrentou dificuldades, mas obteve êxitos com determinação e a coragem de um destemido vencedor, declarando que o seu maior patrimônio é a família, com a qual vive feliz, em harmonia e união, tendo o respeito e a consideração de todos.

 

Lembrando-se da juventude, fez uma retrospectiva. Que Dona Celcina não esboce ciúmes! Disse que, julgando-se independente e nos arroubos de jovem, foi um grande paquerador à moda de sua época até conhecer a sua cara-metade e atual esposa, com quem partilha a felicidade de um convívio de respeito mútuo, de afinidades recíprocas e de amor consagrado pelo ensinamento da igreja católica de que “O que Deus uniu o homem não separe”.

 

Em suas reflexões, conclui que desejaria ter mais anos de vida, prolongando assim o convívio com sua inseparável e dileta esposa, filhos, netos, demais parentes e amigos, desde que fosse mantida a lucidez, a audição, a visão e a liberdade de movimentos, enfim, uma vida saudável. Para tanto, são dirigidas preces a Deus, as quais faz por intercessão da Santíssima Protetora Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo.

 

Relata que é uma pessoa sadia, em se desconsiderando os queixumes, as limitações e as doenças próprias da idade. Contou que, certa feita, ao se consultar com um médico, este, para testar os reflexos e a sua lucidez de provecto, pediu-lhe que escrevesse, no verso da receita, o que pensava da velhice. Ele, exercitando os neurônios, buscou nos recônditos da memória a seguinte quadra de sua autoria: Não tem ninguém mais feliz/Do que um velho independente/Para expressar o que deseja/Com o poder de sua mente.

 

Seu Agnelo, aos 93 anos, é um homem lúcido, consciente do dever cumprido, estribado no exercício pleno da cidadania, atento ao convívio social, civil e político, de invulgar qualidade moral e ilibada conduta. Orientou sua vida na direção dos bons exemplos de dignidade, fazendo prevalecer a justiça, o equilíbrio e a sensatez, sendo incapaz de ferir alguém. Preserva e honra a família a quem ama com a força que lhe brota do coração. É compreensivo e solidário, fiel e terno com a sua esposa e filhos. Nenhuma mácula há a denegrir a reputação desse cidadão exemplar. Preza os amigos, devotando-lhes lealdade, respeitando-os quanto as suas individualidades. É humilde, sereno sem preconceito de qualquer espécie.

 

É imperioso que o exemplo dessa figura humana extraordinária seja conhecido e divulgado para que os pósteros – a nossa juventude – o tenham como paradigma, pois quem assim procede dignifica e honra a sociedade, visto que a convivência com as pessoas e com a família, calcada nos exemplos citados, constitui o alicerce da conduta exemplar, do respeito e da autoridade moral.

 

Finalizando, quero desejar ao amigo Sr. Agnelo dos Santos Azevedo que as suas esperanças sejam concretizadas conforme a vontade de Deus e afirmar, com toda propriedade, que, pela sua conduta de homem íntegro, pelo seu caráter, sua honestidade, sua idoneidade e atos de moralidade, qualidades que o dignificam, a sociedade brumadense o reconhece como uma pessoa de virtudes e moral ilibada. Presto-lhe homenagem com o seguinte poema de Bastos Tigre:

 

“Entre pela velhice com cuidado, /pé ante pé, sem provocar rumores, / que despertem lembranças do passado, / sonhos de glória ou ilusões de amores. / Do que houveres no pomar plantado, / apanha os frutos e recolhe as flores. / Mas, lavra ainda e cuida o teu eirado, / outros virão colher quando te fores./ Não faças da velhice enfermidade,/ alimenta o espírito na saúde,/ luta contra as tibiezas da vontade./Que a neve caia, que o andar não mude,/ mantém-te jovem, não importa a idade,/tem cada idade a sua juventude”.

Adendo:

Em homenagem aos 100 (cem) anos de vida de Seu Agnelo, completados no dia 14/05/2008, com missa em Ação de Graças rezada na Igreja Matriz, no dia 17/05/2008, republico o artigo que escrevi falando da sua figura de homem respeitável e moralmente correta. Trata-se de uma enciclopédia viva da nossa história e está muito lúcido, apesar da idade centenária. Um exemplo de pessoa que diz só ter amigos. Pelo seu perfil de homem honesto e incorrupto, rendo-lhe homenagens.

 Prestaram homenagens: familiares com mensagem pelos seus 100 anos relatando emocionantes virtudes generosas do aniversariante – prudência, temperança, fortaleza, justiça, conforme ensina a Igreja Católica corroborados por amigos do homenageado.

Homenagens:

A deputada Ivana Bastos manifestou na Assembleia Legislativa sinceras congratulações para o senhor Agnelo dos Santos Azevedo, pela passagem dos seus 104 anos, comemorados com grande alegria pelos seus familiares, amigos e admiradores.

Dê ciência desta Moção à Câmara de Vereadores, aos familiares do homenageado e aos meios de comunicação local.

Sala das Sessões em 14 de maio de 2012.

Ivana Bastos – deputada Estadual - PSD.

 

Adendo: Ao completar 105 anos o vereador Weliton Lopes prestou-lhe homenagem na Câmara de Vereadores lendo a sua biografia e acrescentou: “Por tudo isso, representantes do povo, não poderíamos deixar de prestar essa homenagem ao cidadão Agnelo dos Santo Azevedo, que nos honra muito e dignifica, inclusive, a palavra Cidadão”.

Sala das sessões da Câmara de Vereadores de Brumado-Bahia, em 17 de maio de 2012.


Por Antônio Novais Torres.

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Até Quando? : Violência em Brumado passa dos limites

Até Quando? : Violência em Brumado passa dos limites
A população de Brumado clama por mais segurança. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora )

A cidade de Brumado, que sempre foi considerada uma cidade pacata e hospitaleira, vem se tornando uma das mais violentas de toda a região. Isso se comprova pela grande quantidade de assaltos registrados nos últimos meses. "Não aguentamos mais essa situação". "Isso já está fora de controle, é uma assalto atrás do outro. Cadê a polícia? Cadê o prefeito? Cadê os vereadores? Será que só vão se mover depois que acontecer alguma coisa com eles? Pelo amor de Deus, estamos sem segurança. Esses marginais estão tomando conta da nossa cidade. Cadê as autoridades de nossa cidade, Brumado virou uma terra sem lei?". Esses são depoimentos de pessoas que a cada dia enviam suas palavras de revolta para a redação do Brumado Agora. A população brumadense espera por uma solução urgente. Medidas “para ontem” é o que cobra a população da cidade, principalmente os comerciantes que tem os seus estabelecimentos invadido por bandidos todos os dias. Outro internauta expressou sua indignação com o que está acontecendo na cidade, "Realmente estamos completamente sem segurança, presos em nossos lares, pelo que estamos percebendo é que a cidade está sem autoridade, a polícia quando chega o marginal já está. O que o comando está fazendo? sabemos que a violência está em todos os lugares, mas aqui está demais. Se todos os policiais, de soldado à oficiais, fossem para as ruas a população iria sentir-se mais protegida, pois é o que queremos, é que se dê um basta nessa violência e não só mostrar estáticas que não levam a nada. só no papel". Brumado é uma cidade com mais de 60 mil habitantes e o contingente policial não é o suficiente para atender as demandas de uma população desse porte, até quando o Governo do Estado irá virar as costas para uma cidade tão importante e de um povo trabalhador e que quer sempre o melhor? 'Brumado pede PAZ, o povo quer PAZ'.


Saúde: Vacina também é assunto de adulto

Saúde: Vacina também é assunto de adulto
Faz tempo que você não tira a caderneta da gaveta? Cuidado, você pode transmitir doenças aos seus filhos.

Você sabia que atualizar a sua caderneta de vacinação é tão importante quanto deixar a do seu filho em dia? Um levantamento da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, 61% dos adultos não se lembram da última vez que foram vacinados contra a coqueluche, o que significa que eles mesmo sem querer podem expor bebês vulneráveis à doença.Isso porque os sintomas de uma doença como a coqueluche são quase imperceptíveis em nós, adultos, mas no organismo frágil dos pequenos podem ser bem mais intensos, como conta o infectologista Jean Gorinctieyn, do Hospital Emilío Ribas (SP): “Um adulto que não recebeu o reforço de uma vacina pode desenvolver um quadro pequeno de coqueluche, com tosse efebre fraca. Mas, quando ele leva isso para locais de convívio social, como shoppings ou transporte público, pode contaminar crianças que ainda não receberam todas as doses da vacina”. Isso também pode acontecer com outras doenças, como sarampo e até mesmo uma gripe.Sem medoVamos fazer um teste: qual foi a última vez que você foi vacinado? Se já faz tanto tempo que você nem consegue se lembrar direito, pode estar na hora de abrir a gaveta e conferir se são necessárias doses de manutenção. Por Andressa Basilio Revista Crescer.


Artigo: 'Pronatec' principais benefícios e como participar

Artigo: 'Pronatec' principais benefícios e como participar
Carlos Prates é brumadense, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Carlos Prates

 

Neste mês o SESI divulgou uma pesquisa sobre a procura  de profissionais técnicos para o Setor Industrial. Até 2015 serão necessárias cinco milhões e quinhentas mil pessoas, em várias áreas de especializações – mecânica, elétrica, mecatrônica, construção, entre outras. Sugiro que você leia com muita atenção estas informações, pois elas poderão fazer diferença em sua vida profissional: O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem como objetivo expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores. A medida intensifica o programa de expansão de escolas técnicas em todo o país. Além disso, o Pronatec visa à ampliação de vagas e expansão das redes estaduais de educação profissional. Ou seja, a oferta, pelos estados, de ensino médio concomitante com a educação profissional. Por intermédio do Pronatec será dada celeridade ao acordo firmado no governo anterior com o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac), segundo o qual essas entidades devem aplicar dois terços de seus recursos advindos do imposto sobre a folha de pagamentos do trabalhador na oferta de cursos gratuitos. Dessa forma, as escolas do Sesi, Senai, Sesc e Senac receberão alunos das redes estaduais do ensino médio, que complementarão a sua formação com a capacitação técnica e profissional. O mesmo projeto de lei que cria o Pronatec amplia o alcance do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que passa a chamar-se Fundo de Financiamento Estudantil, com a mesma sigla. Assim, o fundo poderá prover mais duas linhas de crédito, sendo uma para estudantes egressos do ensino médio, outra para empresas que desejem formar seus funcionários em escolas privadas habilitadas pelo MEC ou no Sistema S. O funcionamento é similar ao do Fies do ensino superior, porém com 18 meses de carência e seis vezes o tempo do curso, mais 12 meses para pagamento. Dúvidas mais frequentes dos futuros participantes 1) Como posso me inscrever no Pronatec? Como existem várias iniciativas, não existe um sistema unificado de inscrições. As novas vagas serão abertas em escolas públicas estaduais, nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e nos Serviços Nacionais de Aprendizagem - como o Senai e o Senac. Cada uma dessas instâncias terá inscrições e critérios próprios para seleção de participantes no Pronatec. 2) O candidato que não tenha terminado o ensino médio pode participar do programa? Os candidatos interessados em participar do Pronatec devem procurar sua instituição de ensino ou uma instituição federal em seu estado para saber mais sobre os critérios e condições de ingresso no programa. 3) Pessoas que já concluíram o ensino médio podem participar do Pronatec? Sim, na modalidade Bolsa Formação Trabalhador. 4) As redes de ensino municipais podem participar do Pronatec? As cidades que desejarem participar do programa devem procurar a sua secretaria estadual de educação. 5) Como fazer as inscrições? Procure informações na secretaria de educação do seu estado, na rede estadual de educação, nos institutos federais ou nas unidades dos serviços nacionais de aprendizagem. 6) Sou estudante e gostaria de saber se fui selecionado para um curso. Você deve entrar em contato com a instituição de ensino em que fez sua matrícula. Finalizando, sugiro que você acesse  o site www.pronatec.mec.gov.br (fonte deste artigo) e obtenha mais informações. Vá em frente e sucesso!


Artigo: As redes sociais e as mudanças na política brasileira

Artigo: As redes sociais e as mudanças na política brasileira
Carlos Prates, professor e escritor, natural de Brumado (BA). (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Carlos Prates


No mês de junho, manifestações populares explodiram no Brasil, onde moradores de cidades de todos os tamanhos reivindicaram mudanças no conteúdo e na forma de agir dos políticos, bem como no estabelecimento de prioridades. No centro de tudo estavam elas, as Redes Sociais, promovendo a ligação entre pessoas, inicialmente levadas a postarem mensagens de apoio, repúdio, alegria, ódio, esperança, incentivo, devaneios e conspirações sobre os personagens que comandam a política. Ainda é cedo para afirmar se é uma tendência que veio para ficar ou é um “arroz de festa”, entretanto muito estudiosos no assunto são categóricos em relação ao que vem ocorrendo no Brasil e no Mundo: - Os políticos devem estar atentos aos comentários e reivindicações das Redes Sociais. Elas podem estreitar a relação com o eleitorado e também serem usadas para a veiculação de calúnias, difamações e cobrança de aprovação de projetos realmente de interesse da população. Não foi por acaso que “A Lei da Ficha Limpa” e alguns projetos já foram total ou parcialmente aprovados, depois da pressão das ruas e repercussão na internet.- Com uma imprensa livre e focada nos interesses do País, muitas das notícias veiculadas nos grandes meios de comunicação reverberam nas Redes e ajudam a formar a opinião dos leitores. A grande mídia também foi objeto de protesto nas recentes manifestações. - Muitos dos seus participantes encontraram um meio de comunicação eficaz para terem voz e vez, notadamente as minorias sociais. Cabe a nós fazermos algumas reflexões: Essas manifestações na internet e nas ruas fazem parte de um modismo ou vieram para ficar? Os brasileiros passarão a ter mais interesse pela política? Os homens e mulheres honestos irão concorrer a cargos públicos? Os políticos que estão no poder há anos, cheios de vícios e legislando em causa própria, mudarão as suas atitudes? Quais os impactos que as Redes Sociais provocarão nas próximas eleições, notadamente na escolha do novo Presidente da República e Governadores? Serão expulsos da política brasileira os corruptos que roubam o dinheiro público? Ao que tudo indica, viveremos momentos de grandes mudanças, para melhor, resgatando a esperança, através de uma maior participação do eleitor, atento ao que ocorre em Brasília e em todos os 5.565 municípios brasileiros. 


ARTIGO: CARLOS PRATES

ARTIGO: CARLOS PRATES
Carlos Prates, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

 Por quais motivos o desemprego é maior entre os jovens e o que pode ser feito para reduzir os altos índices
                                                                                          

O desemprego entre os jovens tem a combinação de vários fatores e depende do estágio em que os mesmos se encontram:

 

a) Jovens com boa  ou excelente escolaridade. No Brasil, especificamente, esses jovens ficam desempregados porque a maioria das empresas exige experiência profissional. Além disso, muitos não desejam empregos como operadores de telemarketing, atendentes ou vendedores no comércio varejista, por acharem que são “profissões de menor importância”.

 

Sugiro a você, caso se enquadre nesse segmento, que busque o emprego que julga merecer. Caso não o encontre, comece por um emprego de “menor importância” ou que paga menos do que você acha que merece. Dessa forma você ganhará experiência e, principalmente, fará a sua rede de contatos, objetivando encontrar empregos melhores.

 

Está no mercado de trabalho pode ser melhor do que está desempregado.

 

b) Jovens com baixa escolaridade. Aqui reside o maior problema, pois eles estão concentrados em famílias de baixa renda, são discriminados e a maior causa é o modelo educacional brasileiro, que sucateou o Ensino Público. Muitos têm dificuldades para ler, falar e escrever, cometendo erros de português; possuem baixa autoestima e convivem com a violência. É claro que não devemos generalizar, pois há exceções. Em Salvador eles representam o maior número de desempregados. Além de enfrentarem todos os obstáculos acima mencionados, ainda é exigida experiência profissional.

 

Para conseguirem o primeiro emprego e ganharem experiência profissional, sugiro o ingresso no comércio varejista, telemarketing e empreendedores individuais.

 

c) Investir em cursos técnicos. Nos próximos dois anos, só a indústria vai precisar de 5,5 milhões de trabalhadores de nível técnico.

 

As principais vantagens de um curso técnico, desde que seja feito por instituições de qualidade – SENAI, SENAC, Escola Técnica Federal, entre outras, são:

 

1) Possibilidade de ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho. Em seguida, fazer a opção por um curso superior, se desejar;

 

2) Muitas vagas disponíveis, uma vez que temos poucos técnicos. Há uma grande desinformação sobre a importância desses cursos e preconceito. A maioria dos estudantes deseja ingressar nas Universidades / Faculdades, achando que ali é a melhor forma de conquistar o primeiro emprego. Nem sempre é a melhor escolha.

 

Finalizando, é necessário reinventar a educação em nosso país, uma vez que o atual modelo não mais atende às necessidades dos jovens e das empresas.


ARTIGO: É PELO DIREITO, E NÃO POR CENTAVOS

ARTIGO: É PELO DIREITO, E NÃO POR CENTAVOS

*Salesio Nuhs

 

As manifestações nas últimas semanas em várias cidades do Brasil consolidaram um movimento de reivindicação legítimo e suprapartidário. A mobilização difusa, sem uma pauta delimitada, é sinal de descontentamento generalizado, com os rumos do país e a fragilidade das instituições públicas. O descaso com saúde, educação e a falta de investimentos em segurança pública provocou um desencanto na população, que mostrou seu desejo de participar dos debates sobre a destinação do dinheiro público arrecado por meio de tributos. O movimento, que começou com um apelo estudantil pela redução da tarifa dos transportes coletivos, ganhou as principais cidades do Brasil, com reflexo no exterior, e tornou-se um expoente do início de uma concepção do povo, em busca de participação na gestão pública. O povo está mostrando a sua força!

*Salesio Nuhs

 

As manifestações nas últimas semanas em várias cidades do Brasil consolidaram um movimento de reivindicação legítimo e suprapartidário. A mobilização difusa, sem uma pauta delimitada, é sinal de descontentamento generalizado, com os rumos do país e a fragilidade das instituições públicas.

 

O descaso com saúde, educação e a falta de investimentos em segurança pública provocou um desencanto na população, que mostrou seu desejo de participar dos debates sobre a destinação do dinheiro público arrecado por meio de tributos. O movimento, que começou com um apelo estudantil pela redução da tarifa dos transportes coletivos, ganhou as principais cidades do Brasil, com reflexo no exterior, e tornou-se um expoente do início de uma concepção do povo, em busca de participação na gestão pública. O povo está mostrando a sua força!

 

Esse processo de discussão e participação pela sociedade, em busca dos seus direitos,  pôde ser percebido pela ultima vez em 2005, quando vimos manifestações em razão do referendo sobre o comércio de armas de fogo. A população foi às ruas para declarar seu posicionamento em favor do direito a legítima defesa, em razão da proibição do comércio de armas no Brasil.

 

Naquela ocasião, a população se manifestou também de forma ordeira e pacífica, não cedendo às pressões que queriam tirar o direito do cidadão de adquirir uma arma de fogo, para sua proteção, de sua família e de seu patrimônio. Nas urnas e com grande vantagem,  os brasileiros escolheram não abrir mão desse direito. Mais de 60 milhões votaram a favor da posse de arma, e nem por isso existem 60 milhões de armas nas mãos de brasileiros, ou seja, votaram contra a perda do direito.

  

Infelizmente, o governo federal, por meio do excesso de burocracia e falta de estrutura do órgão responsável, impede o cidadão brasileiro de exercer o seu direito a legítima defesa. São estas atitudes totalmente antidemocráticas e desrespeitosas que acabam por levar a população brasileira a estas manifestações.

 

Cansado de ver seus direitos negados, o país experimenta um furor em defesa dos direitos constitucionais adquiridos, o que garantiu apoio popular aos manifestantes. De fato, o país não experimentava uma mobilização tão grande e organizada nos últimos anos. O recado está dado, a população não vai tolerar o sucateamento de serviços públicos essenciais e não vai permitir sanções aos direitos que foram conquistados, como o de legítima defesa.

 

O legado das manifestações atuais ainda está em construção e é impossível prever quais serão seus desdobramentos, mas é inquestionável seu valor para a construção de um país que respeita a democracia. Violentar a população tirando seu direito ao transporte coletivo inclusivo, de qualidade e com preço justo, a inexistência de um sistema de saúde humanizado e a total falta de um programa para a Segurança Pública,  não são pautas vazias. Ao contrário, a defesa destes direitos tornou a sociedade mais politizada, o que representa uma evolução. Em mais uma oportunidade, o brasileiro mostrou que não será omisso.

 

A capacidade de mobilização e o modo com que a sociedade passou a encarar seu poder podem mudar a forma de pensar o país. A lista de reivindicação é enorme e ouvir o que a população tem a dizer vai mudar a forma de fazer política no país. Ouvir a sociedade é estabelecer um diálogo com o futuro e respeitar sua vontade representa uma evolução da democracia.

 

 

*Salesio Nuhs é presidente da Associação Nacional de Armas e Munições (Aniam)

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ANTÔNIO TORRES: SEU FILÓ 'NECESSIDADE E GANÂNCIA'

ANTÔNIO TORRES: SEU FILÓ 'NECESSIDADE E GANÂNCIA'
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres


Seu Filó, dito Filomeno, sexagenário alquebrado pelos anos de trabalho árduo no campo, velho sisudo, sério e honrado, veio para a cidade, por indicação, para trabalhar como vigia noturno em uma revenda de automóveis. Como sempre, Seu Filó chegou pontualmente às 18 horas, pegou o relógio de ponto – coleira de cachorro, como ele o chamava – e passou a exercer o seu trabalho. Porém, vivia a reclamar do minguado salário. Mesmo acrescido do adicional noturno, não dava para atender às necessidades da família numerosa. Precisava da ajuda da mulher que, mesmo doente, lavava roupa de ganho para ajudar o marido nas despesas da casa. Com prole numerosa e ganho insuficiente, Seu Filó pediu ajuda à diretoria da empresa onde trabalhava e conseguiu empregar um de seus filhos como office-boy. Rapaz esperto, logo dominou o macete do trabalho. Comunicativo, conquistou a simpatia e a confiança de todos.

Por Antônio Novais Torres

 

Seu Filó, dito Filomeno, sexagenário alquebrado pelos anos de trabalho árduo no campo, velho sisudo, sério e honrado, veio para a cidade, por indicação, para trabalhar como vigia noturno em uma revenda de automóveis.

 

Como sempre, Seu Filó chegou pontualmente às 18 horas, pegou o relógio de ponto – coleira de cachorro, como ele o chamava – e passou a exercer o seu trabalho. Porém, vivia a reclamar do minguado salário. Mesmo acrescido do adicional noturno, não dava para atender às necessidades da família numerosa. Precisava da ajuda da mulher que, mesmo doente, lavava roupa de ganho para ajudar o marido nas despesas da casa.

 

Com prole numerosa e ganho insuficiente, Seu Filó pediu ajuda à diretoria da empresa onde trabalhava e conseguiu empregar um de seus filhos como office-boy. Rapaz esperto, logo dominou o macete do trabalho. Comunicativo, conquistou a simpatia e a confiança de todos.

 

Direito e sério, a exemplo do pai, era merecedor de confiança. Certo dia, ao fazer depósito e pagamentos diversos em determinado banco, deparou-se com um pacote na área reservada para os clientes fazerem depósitos e outras atividades. Não percebendo ninguém por perto, resolveu abri-lo e constatou que se tratava de dinheiro (uma grana preta). Diante desse fato, resolveu entregar o pacote ao gerente do banco. Este imediatamente telefonou para a empresa, fez elogios à virtude do office-boy e da sua consciência ao devolver ao banco o que não lhe pertencia. Por essa atitude honesta do garoto, sugeriu à firma fazer melhor aproveitamento do funcionário, dando-lhe maiores oportunidades.

 

Às 18 horas, como de costume, chega Seu Filó com sua mochila às costas, e os funcionários fazem-lhe o relato do ocorrido, elogiando a atitude honesta do menino, um exemplo a ser divulgado e que muitos não teriam essa consciência de atitude honrada. Diante dessa notícia, retornou imediatamente a casa e deu uma surra no filho que precisou ser levado ao hospital. Interrogado pelo acontecido, o velho se explicou: “Esse moleque sabe que estamos passando por dificuldades, somos necessitados. Eu trabalho de vigia noturno e a mãe, mesmo doente, lava roupa de ganho para ajudar nas despesas da casa, e o menino acha uma dinheirama dessas e entrega ao gerente do banco, homem rico e não precisado”. O corretivo foi injusto.

 

 Mas como se vê, mesmo sério, honrado e direito, a situação financeira agravante pode desvirtuar o caráter do indivíduo, menos convicto dos valores morais e éticos. Foi o que aconteceu com Seu Filó.

 

Recentemente a mídia divulgou que um funcionário do alto escalão de uma empresa financista deixou-se levar pela tentação e a ganância ilícita para se enriquecer, dando um golpe financeiro na firma. O resultado foi que perdeu o emprego de muitos anos, a confiança nele depositado e a maior virtude do ser humano – a dignidade.

 

A sociedade impõe regras e valores que levam o indivíduo a encarar o dinheiro como a solução para os seus problemas – ledo engano –. Assim Filó entendeu, em sua visão canhestra, e vergastou o filho que praticara um ato de honestidade.

 

Ser pobre não significa ser desonesto, e o vigia trocou os valores éticos e morais pela causa da necessidade orçamentária. Já o funcionário da empresa financeira, conforme divulgou a mídia, ao ver a possibilidade de enriquecer-se ilicitamente, usou desse artifício para se locupletar e terminou punido pela inconsequência do seu ato que representou a ganância de obter vantagem de forma incorret

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ANTÔNIO TORRES: BRUMADO, CIDADE DE TODAS AS GENTES

ANTÔNIO TORRES: BRUMADO, CIDADE DE TODAS AS GENTES
Brumado 136 anos de emancipação política. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres



 

A cidade de Brumado foi emancipada por força da Lei Estadual número 1.756 de 11 de junho de 1877 a qual foi elevada à categoria de Vila e sede do município com o nome de Bom Jesus dos Meiras e posteriormente em 1931 passou a denominar-se BRUMADO. Brumado, com sua importância sócio-político-econômica, uma economia robustecida pelas indústrias mineradoras e outras de ramos diversificados, comércio varejista bastante desenvolvido, situação geográfica estratégica, bem-servida de meios de transportes e comunicações, permitindo acesso fácil aos diversos pontos do país, energia elétrica abundante, água de qualidade, bem-servida de instituições financeiras, rede hoteleira, clínicas, hospitais de saúde privada e pública, rede de educandários nos diversos níveis, faculdades, ainda que incipientes, Jornais e revista, bibliotecas, clubes sociais, entidade da terceira Idade, esportes de campo e de salão, várias denominações religiosas, banda de música Lira Ceciliana; na área cultural a cidade conta com intelectuais ativos e produtivos, a Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) desenvolve e apoia a cultura, grupos folclóricos e possui meios de empregos e oportunidades de crescimento pessoal e empresarial, detém o status de uma das melhores cidades do sudoeste baiano. Por tudo isso, Brumado ainda é uma ótima opção para se viver bem e com tranquilidade.

Por Antônio Novais Torres


A cidade de Brumado foi emancipada por força da Lei Estadual número 1.756 de 11 de junho de 1877 a qual foi elevada à categoria de Vila e sede do município com o nome de Bom Jesus dos Meiras e posteriormente em 1931 passou a denominar-se BRUMADO.

Brumado, com sua importância sócio-político-econômica, uma economia robustecida pelas indústrias mineradoras e outras de ramos diversificados, comércio varejista bastante desenvolvido, situação geográfica estratégica, bem-servida de meios de transportes e comunicações, permitindo acesso fácil aos diversos pontos do país, energia elétrica abundante, água de qualidade, bem-servida de instituições financeiras, rede hoteleira, clínicas, hospitais de saúde privada e pública, rede de educandários nos diversos níveis, faculdades, ainda que incipientes, Jornais e revista, bibliotecas, clubes sociais, entidade da terceira Idade, esportes de campo e de salão, várias denominações religiosas, banda de música Lira Ceciliana; na área cultural a cidade conta com intelectuais ativos e produtivos, a Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) desenvolve e apoia a cultura, grupos folclóricos e possui meios de empregos e oportunidades de crescimento pessoal e empresarial, detém o status de uma das melhores cidades do sudoeste baiano. Por tudo isso, Brumado ainda é uma ótima opção para se viver bem e com tranquilidade.

Neste contexto, muitas pessoas de outras cidades e estados migraram para cá, em busca de dias melhores e oportunidades de trabalho – perspectivas que proporcionam bem-estar social – e aqui foram recebidas de braços abertos pelo povo acolhedor, de índole ordeira, pacífica e de comportamento harmonioso. Este clima salutar proporcionou aos adventícios o campo ideal para implantarem e desenvolverem os seus projetos e objetivos socioeconômicos, planejamento do futuro familiar de progresso e crescimento pessoal, tornando-se brumadenses por opção e por adoção.

Aqui fincaram raízes, constituíram famílias e deram a sua contribuição de trabalho e de prosperidade, destacando-se nas diversas áreas como, por exemplo, na saúde, na educação, no comércio, na indústria e serviços, no jornalismo e comunicações, no campo profissional autônomo e liberal, como cidadãos trabalhadores comuns, enfim, nas mais diversas atividades das relações pessoais e humanas. Portanto, Brumado é uma cidade cosmopolita, cuja maioria dos cidadãos é de imigrantes que engrossaram o contingente populacional da cidade, trazendo suas experiências de conhecimentos e trabalho, produzindo diversidade de culturas e gerando riquezas de que o município não pode prescindir para o seu desenvolvimento. 


Brumado só tem a agradecer aos seus imigrantes e dizer-lhes que fazem parte de uma comunidade que tem orgulho de tê-los acolhido. Juntos com os naturais do lugar, esses imigrantes constroem a pujança deste município promissor, que se tem destacado pelo dinamismo de sua gente – gente de todos os lugares, irmanada no mesmo propósito, livre de preconceitos e discriminações; gente que se faz presente pelo esforço do trabalho, pela contribuição intelectual, pela grandeza vocacional artística e profissional; gente amada por esta terra abençoada por BOM JESUS. Pelos seus atributos de empreendedores, vocês devem ter o reconhecimento, merecidas honras e homenagens nesta data especial dos 136 anos de Brumado, a cidade que adotaram.

Neste particular, a minha família, os Torres, imbuída dos sentimentos de filhos desta terra, identificou-se com o povo brumadense, promovendo iniciativas socioeconômicas, políticas e administrativas desta cidade e participando de todas elas, como tantas outras famílias que enriqueceram o nosso cotidiano. Todos os seus membros são importantes e dignos de elogios, porquanto acreditaram no potencial deste município e investiram maciçamente, in loco, nos seus projetos, negócios e esperanças, pois que aqui vivem e mourejam identificados como cidadãos naturalizados brumadenses. 
Neste momento, ouso tomar a liberdade de, em nome dos cidadãos adotivos, dizer do orgulho por estarmos partilhando, com os patrícios autóctones, das comemorações pelo aniversário desta cidade e das homenagens prestadas, nesta data, à melhor, à mais amada, à mais ordeira, à mais bela, à mais altaneira das cidades, nossa querida Brumado, pois aqui se completam e se identificam pela felicidade de tê-la escolhido para viver.

Parabéns, Brumado! Parabéns cidadãos brumadenses! Honremos e dignifiquemos esta terra com mais trabalho e dedicação, almejando sempre maior progresso, maior desenvolvimento com justiça e paz social, exigindo políticas públicas corretas que atendam a coletividade nas suas prioridades básicas da promoção humana.

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Biografia de Ozório Porto 'Por Antônio Torres'

Biografia de Ozório Porto 'Por Antônio Torres'
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres

Ozório da Silva Porto nasceu na fazenda Pacheco, município de Brumado, em 06/09/1929, mourejou também na fazenda Ariri (nome popular de uma espécie de palmeira que produz fibras utilizadas na fabricação de cordas, pincéis, vassouras etc.). É um dos nove filhos do casal Tertulino da Silva Lima e Maria Rosa de Jesus. Casou-se em 05/06/1952 com Emília Lima Porto e tiveram onze filhos: Juarez, José, Gildásio, Gilmar, Maria Estela, Geodete (in memoriam), Claudenor, Claudeir, Kátia, Luciana e Alexandre. Enquanto Ozório desenvolvia as suas atividades laborais, a esposa se colocava como esteio da casa para a criação dos filhos. Exemplar e leal dona de casa, dava o suporte necessário ao marido, cuidando do lar e da família, preparando os filhos para um futuro promissor. Com objetivos definidos de amealhar recursos para futuros investimentos, aos 15 anos já trabalhava na lavoura, em fazendas da Serra das Éguas, laborando em plantações diversas. Visando a melhores ganhos, foi ser tropeiro, trabalhando com o tio, Sr. Manoel Porto, que possuía uma tropa de 27 animais de carga, com os quais fazia transporte de frete na região.

Por Antônio Novais Torres

 

Ozório da Silva Porto nasceu na fazenda Pacheco, município de Brumado, em 06/09/1929, mourejou também na fazenda Ariri (nome popular de uma espécie de palmeira que produz fibras utilizadas na fabricação de cordas, pincéis, vassouras etc.). É um dos nove filhos do casal Tertulino da Silva Lima e Maria Rosa de Jesus. Casou-se em 05/06/1952 com Emília Lima Porto e tiveram onze filhos: Juarez, José, Gildásio, Gilmar, Maria Estela, Geodete (in memoriam), Claudenor, Claudeir, Kátia, Luciana e Alexandre.

 

Enquanto Ozório desenvolvia as suas atividades laborais, a esposa se colocava como esteio da casa para a criação dos filhos. Exemplar e leal dona de casa, dava o suporte necessário ao marido, cuidando do lar e da família, preparando os filhos para um futuro promissor.

 

Com objetivos definidos de amealhar recursos para futuros investimentos, aos 15 anos já trabalhava na lavoura, em fazendas da Serra das Éguas, laborando em plantações diversas. Visando a melhores ganhos, foi ser tropeiro, trabalhando com o tio, Sr. Manoel Porto, que possuía uma tropa de 27 animais de carga, com os quais fazia transporte de frete na região.

 

Almejando sempre a uma melhor situação financeira, passou a comprar caprinos, ovinos e suínos que eram revendidos para açougueiros. Comprou também um carro de bois que ele abastecia com rapaduras e vendia-as em diversos lugares. As rapaduras, muito apreciadas pela qualidade, pesavam quatro libras, ou seja, dois quilos. Elas eram vendias também a retalho, ao gosto do freguês.

 

Em 1952, após se casar, mudou-se para Brumado com o fito de dar à família uma melhor qualidade de vida, educar os filhos e abrir comércio próprio, como era a sua intenção. Movido pelo interesse comercial, comprou um ponto situado na feira do Mercado Municipal (antigo), onde vendia variedades comestíveis, atendendo, inclusive, os viajantes que demandavam da RFFSA – Rede Férrea Federal S/A.

Com o crescimento do comércio, resolveu comprar um local mais amplo e adquiriu ponto comercial, conforme o seu desejo, por 100 contos de réis e mercadorias pela importância de 30 contos de réis. A empresa foi fundada em 1954 com o nome fantasia de CASA PORTO. Inicialmente, comercializava gêneros alimentícios e produtos diversificados; porém, com o advento dos supermercados, enveredou-se pelo ramo de materiais agrícolas e afins, tornando-se uma referência no setor nas décadas de 1960 a 1990. Para o sucesso comercial, contou com a colaboração dos filhos que envidaram esforços nesse sentido, trabalhando arduamente com dedicação e presteza.

Com a mudança da feira livre onde se achava estabelecido para outro local, acompanhando o progresso e visando à expansão do negócio, em 1987, construiu um prédio na Av. Antônio Mourão Guimarães, nas imediações da nova feira livre, constituindo-se a primeira filial da CASA PORTO.

Foi revendedor dos produtos da CBC, com registro na 6ª RM para vender munição, sendo exclusivo em Brumado, para essa finalidade. Entretanto vendia, por outras vias, armas de fogo.

Em 1972, uma empresa paulista fabricante de charretes e carroças de tração animal procurou-o, levada por informação sobre sua conduta comercial séria e honrada, para ser vendedor de seus produtos, tornando-se o primeiro revendedor da marca PIGARI em toda a região.

Diversificando os negócios, adquiriu uma cerâmica em sociedade com os filhos, a qual funcionou por dez anos, de 1994/2004, tendo à frente seu filho Geodete que tomava as iniciativas de compra e venda. Hoje, a empresa está desativada pelas dificuldades encontradas junto ao IBAMA e ao CREA, enfim, as questões ambientais exigidas, inclusive a instalação de filtros, o que tornaria o custo muito alto, inviabilizando a comercialização.

Pioneiro, seu Ozório, ciente de que a palma era uma cultura imprescindível ao pecuarista por ser resistente à seca, fez plantação em grande escala para alimentação do seu rebanho vacum nessa época. Trata-se de uma cultura de grande poder econômico e volumoso de muita valia para os animais. Deu à cultura da palma a dedicação de importância que representava para a alimentação do seu gado. Afirmou que sempre preferiu a pecuária à lavoura. A única que cuida em produzir é a da palma.

Esteve aqui em Brumado, no Clube Social e Recreativo de Brumado, o Secretário da Agricultura do Governo Waldir Pires para uma palestra sobre o assunto. Falou que na Europa se fazia fenagem durante vários meses para alimentar o gado que ficava confinado por causa do frio implacável. Perguntou, então, aos pecuaristas presentes quantas pessoas plantavam palma suficiente para a alimentação de seus animais no período de seca. Apenas duas se declararam estar preparadas, uma delas foi Ozório Porto. O Secretário alertou os fazendeiros: o pecuarista precisa produzir alimentos e prover água para seus animais na época da seca. Não há de se soltar o animal no pasto a procurar alimento, isso é uma impropriedade. É preciso ter ciência e sensatez e não se embarcar nesse absurdo do comodismo, para se obter um retorno econômico plausível.

Por meio do comércio, Ozorio tornou-se um homem bastante conhecido tanto na cidade quanto na zona rural, local da sua origem. Conhece seus fregueses, quer do campo quer da urbe, por nome e sobrenome, uma memória privilegiada. Ninguém nunca deixou de comprar em seu estabelecimento por falta de dinheiro. Ele sempre foi reconhecido por essa generosidade. Fez inúmeros amigos e a todos dispensa amizade e cordialidade, como é do seu feitio.

Politicamente ingressou no MDB, como um dos fundadores, a convite e incentivo de amigos. Atualmente é membro do diretório do PMDB. Segundo suas declarações, a política é o único vício que possui, embora seja apreciador do seu cigarro de fumo de rolo picado com canivete e confeccionado por ele mesmo. A sua vontade de votar era tanta que aumentou a idade para esse exercício, tendo em vista que, naquele tempo, só votavam as pessoas com idade a partir dos 18 anos.

Foi um dos fundadores da Cooperativa Agropecuária e sócio fundador do Clube Social. Diz-se socialmente não participante – rústico não é homem de sociedade –, pois é uma pessoa não afeita a esse convívio, entretanto incentivou os filhos a frequentarem os ambientes sadios e adequados para eles.

Através de informações dadas pelo filho Alexandre Lima Porto, soube que o seu pai é proprietário de mais ou menos 1.300ha de terras nas fazendas João Dias e Tabuleiro, ambas no município de Brumado. Kátia, uma das filhas, afirmou ser o pai proprietário, também, de alguns imóveis na cidade.

É um pecuarista e produtor de leite de muita importância pelo trabalho desenvolvido, embora diga que financeiramente não teve o retorno esperado. Os melhores resultados econômicos foram adquiridos no comércio, origem de todo o seu patrimônio, por conta das economias efetuadas, expectativas do desejo alimentado. Os bens granjeados foram o resultado de muito esforço e trabalho árduo, honrado e sério, comportamentos que lhe garantiram a credibilidade no comércio e a confiança de seus clientes.

Aposentou-se como comerciante em 1986, com mais de 31 anos de contribuição com 10 SMR, e hoje o benefício da sua aposentadoria está reduzido a importância injusta, uma aberração improcedente do descaso governamental para com os aposentados.

Ozório é católico praticante e tem um hobby: na juventude, era tocador de sanfona, habilidade que muita gente desconhece. Gosta de contar piadas com linguajar característico e se diverte com as que ouve, repassando-as com a contumaz argúcia que lhe é peculiar.

Certa feita, ao se encontrar com um casal da cidade, conversou amistosamente e ao ser interpelado pela senhora, como estava, ele respondeu:

– A velhice é um tormento, pois velho não serve mais para nada.

– Por que, Seu Ozório? – indagou a interlocutora.

– Velho tem um pinto morto e dois ovos goros.

Esta é uma das piadas de seu Ozório, entretanto, há de se afirmar que nessa época ele estava depressivo.

A simplicidade e a humildade abriram o caminho da prosperidade, conceitos da personalidade que o caracteriza. Ozório da Silva Porto é um homem sério, honrado, bom pai de família, monogâmico, respeitador e respeitado pelas suas qualidades morais, caráter digno e índole ordeira e pacífica, virtudes da essência dessa figura humana digna que merece a nossa homenagem.

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BIOGRAFIA: DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE

 BIOGRAFIA: DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres

 

 

Mário Rizério Leite, filho de Pompílio Dias Leite (Juiz de Direito) e Dona Deolina Rizério Moura Leite, nasceu em Brumado (Capital do Minério), no dia 08 de novembro de 1912, sob o signo de escorpião, o signo da água e de fortes emoções. Na juventude, eram a intensidade emocional, a paixão, o sexo, a necessidade de desvendar os mistérios do ser humano e da vida e o renascimento pessoal e dos relacionamentos que caracterizavam o futuro médico doutor Mário Rizério Leite. Seu primeiro mestre, em Brumado, foi o professor Galiza que o instruiu nas primeiras letras. Aos cinco anos de idade, Mário já estudava em escola pública. Aos seis anos, foi para o Instituto São Luiz Gonzaga, como interno, na vizinha cidade de Caetité, depois, para Salvador, como interno do Instituto Bahiano de Ensino. Posteriormente, estudou no Colégio Padre Antônio Vieira, de rigorosa disciplina Jesuíta. Ingressou, em 1931, na Faculdade de Medicina da Bahia (a primeira do Brasil, criada pelo médico pernambucano Correia Picanço com a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808) e formou-se em 1937.

Por Antônio Novais Torres

 

Mário Rizério Leite, filho de Pompílio Dias Leite (Juiz de Direito) e Dona Deolina Rizério Moura Leite, nasceu em Brumado (Capital do Minério), no dia 08 de novembro de 1912, sob o signo de escorpião, o signo da água e de fortes emoções. Na juventude, eram a intensidade emocional, a paixão, o sexo, a necessidade de desvendar os mistérios do ser humano e da vida e o renascimento pessoal e dos relacionamentos que caracterizavam o futuro médico doutor Mário Rizério Leite.

 

Seu primeiro mestre, em Brumado, foi o professor Galiza que o instruiu nas primeiras letras. Aos cinco anos de idade, Mário já estudava em escola pública. Aos seis anos, foi para o Instituto São Luiz Gonzaga, como interno, na vizinha cidade de Caetité, depois, para Salvador, como interno do Instituto Bahiano de Ensino. Posteriormente, estudou no Colégio Padre Antônio Vieira, de rigorosa disciplina Jesuíta. Ingressou, em 1931, na Faculdade de Medicina da Bahia (a primeira do Brasil, criada pelo médico pernambucano Correia Picanço com a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808) e formou-se em 1937.

 

Na Cerimônia de Colação de Grau, houve um imprevisto que decepcionou o formando, os seus familiares, parentes e amigos. O seu nome não constou na lista dos formandos e ele não foi chamado para colar grau, causando tristeza e frustração com a sensação de injustiça. A família, após a colação de grau dos demais formandos, protestou junto à direção da faculdade, pela falha inominável. O diretor, constrangido, prometeu reparar o erro e, no dia seguinte, convocou toda a faculdade: Conselho e Professores que compuseram a mesa e, na noite de 17 de dezembro, Mário Rizério Meira colou grau sozinho sob forte emoção dos presentes – familiares parentes e amigos.

 

No período de acadêmico de medicina, para aliviar as despesas do pai, atuou como repórter no jornal O Imperial. O novel funcionário decepcionou-se com o seu fechamento pela revolução de 1930, quando muitos estudantes foram presos. Dentre eles, estava Mário.

 

Mário era uma pessoa que sabia gozar a vida conforme a sua intuição: boêmio, esportista e, amante da música e da dança de salão, esbaldava-se nos bailes que frequentava. A capoeira era uma das suas predileções. Desde a infância, curtia os instrumentos musicais que o acompanharam por toda a vida. Tocava acordeão, trompa (na banda em Brumado) e saxofone.

 

Cursando Medicina, a conselho do maestro Dante, regente da orquestra de Violinos de Salvador, estudou esse instrumento e, pela desenvoltura e talento, passou a integrar a orquestra. Fazendo desse instrumento o da sua preferência, tocava-o mesmo na senectude.

 

Logo que se formou, clinicou em Brumado e em Santa Bárbara. Buscando desafios maiores, de caráter humanitário, em cumprimento da sua missão idealizada: cuidar dos desamparados e atuar em locais desassistidos sob os postulados humanísticos em que acreditava, deixou a Bahia dois anos após a formatura. Chefiando uma Campanha Sanitarista do Ministério da Educação e Saúde, seguiu rumo a Goiás, determinado a realizar o seu sonho.

 

Nessa aventura, fez uma viagem tumultuada. Sem transporte definido, utilizou-se de caminhão e animais para cumprir o seu trajeto e desiderato, com muitos trechos percorridos a pé, e finalmente chegar à cidade de São Domingos. Aí passou a residir com um conterrâneo e foi acusado de comunista pela população. Sem oportunidade de exercer a medicina, sentiu-se obrigado a juntar-se com um cabo da polícia e foi garimpar ouro no Rio São Domingos, com o fito de pagar a sua acomodação.

 

Por sorte, o destino se encarregou de assegurar-lhe a chance de exercer o seu ofício de médico. Uma filha de um coronel do lugar, em trabalho de parto com a assistência de uma parteira, foi acometida de uma hemorragia uterina. Desesperado, o pai da parturiente mandou chamar o “forasteiro comunista”. “Já que se diz médico, que venha salvar a minha filha”. Despachou um agregado dizendo: “Traga-o a qualquer custo”. Diante do sucesso da intervenção médica, estancando a hemorragia, o coronel, fazendeiro rico, perguntou-lhe quanto era o seu serviço, ao que Mário lhe respondeu: “Apenas o justo”. O fazendeiro deu-lhe 500 mil reis (moeda da época), valor bem superior ao que se cobrava pelo procedimento, e prometeu remunerá-lo a mais quando vendesse gado. Dr. Mário, exultante com a importância recebida, dispensou a complementação e, com alegria, comemorou o acontecimento com uma serenata, tocando saxofone e violino, o policial com sanfona e os acompanhantes entoando canções em desafino completo.

 

Diante do comportamento do médico e atitudes incompatíveis com a moral de cidade pacata, durante o sermão, igreja lotada, o padre excomungou o médico, solicitando a sua expulsão da cidade, pois tratava-se do diabo em pessoa, taxando-o de comunista. Mais uma vez o destino julga a seu favor. O padre é acometido de doença grave – febre, tosse e chiado no peito –. Um irmão do padre, também eclesiástico, procurou Dr. Mário que se rendeu ao apelo e foi ver o enfermo. Ao se anunciar, o doente perguntou: “Quem é?” O médico respondeu: “É o Diabo comunista”. Após a anamnese, o diagnóstico – pneumonia – e foi medicado.

 

 Posteriormente, ao ficar curado, o padre perguntou-lhe: “Quanto lhe devo?” ao que ele respondeu: “A minha alma desexcomungada e trate logo de pagar a dívida, porque, caso ocorra mudança nos planos divinos, é melhor o senhor partir com a consciência limpa”. O Padre, recuperado, na missa seguinte, comunicou aos fiéis que se enganara ao excomungar e julgar o médico de aparência de comunista. Não é o Diabo, e sim um Anjo que veio para nos curar e salvar das doenças.

 

Redimido, em 1939 mudou-se para Arraias (hoje pertencente ao Tocantins) por força de um decreto do então Interventor Federal de Goiás, Dr. Pedro Ludovico Teixeira, que o nomeou Médico Chefe do Posto de Higiene da OSEGO. Em Arraias, clinicou, atendeu pessoas carentes e fez pequenas cirurgias, sentindo-se realizado na profissão. Amante da música, instigou os arraianos a gostarem de música.

 

Em 6 de janeiro de 1942, casou-se com Edith Aires França que tinha 17 anos de idade. Após o casamento, ela passou a assinar Edith Rizério Aires Leite. O casal teve quatro filhos: Mário filho, Selma, João e Ivan. Três deles arraianos e o primogênito baiano, por causa de uma viagem do casal (Edith estava grávida) em companhia dos pais da esposa a Barreiras. A pretensão era eles seguirem para Salvador e a aí instalar moradia.

 

Em Arraias, foi candidato a prefeito, porém não obteve êxito, apesar do prestígio de médico. Ali permaneceu até 1948, quando, pensando na educação dos filhos, mudou-se para Goiânia. Em Goiânia, estabeleceu-se em definitivo e, como profissional da medicina, angariou prestígio. Inicialmente foi Médico Chefe da Campanha contra Helmintíase no Estado de Goiás, subordinado ao Ministério de Educação e Saúde, com sede em Ceres. Depois desempenhou várias atividades, como: Médico Chefe do Posto de Saúde da OSEGO em Campinas; Médico Chefe do Centro de Saúde da OSEGO em Goiânia; Professor Catedrático de Física, desde a fundação da UFG, em 29/04/1939; Diretor do Departamento Físico-Químico-Industrial; Conselheiro do CRM/GO e um de seus fundadores, bem como da Associação Médica de Goiás; além de médico, foi Professor Catedrático Titular e um dos fundadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde lecionou Física durante 23 anos. Aposentou-se em 1983.

 

Esse currículo proporcionou-lhe as seguintes homenagens: Mérito pela relevância de seus serviços como docente – UFG/1991; Título de “Pioneiro da Medicina em Goiás” – CRM/GO/1999; “Honra ao Mérito” por seus nobres ideais – Associação Médica de Goiás/2000.

 

Destacou-se também na literatura com a edição dos seguintes livros: Lendas de Minha Terra, sua primeira obra, publicada em 1951, quando recebeu o prêmio da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, tendo boa aceitação pela crítica; romance Poeira no ar (1955); contos e lendas Xuruê (1970); romance Muçurana (1981); romance O Vaqueiro Ciríaco (2001).

 

Foi reverenciado com o diploma da UBE/GO em 1968, por sua atuação na literatura e pelo acervo de sua obra literária, e com a Medalha “Hugo de Carvalho Ramos”, gênero prosa do Conselho Estadual de Cultura de Goiás, em 1994. Publicou seus contos e crônicas em vários jornais goianos: Folha de Goyaz; Cinco de Março; O Popular; Diário da Manhã e em revistas tais como: Revista “Vera Cruz”/ Goiânia; Revista “Vida Doméstica”/RJ; Revista Alterosa/BH; A Cigarra/RJ; Revista Ugara/Salvador.

 

Elegeu-se para a Academia de Letras, ocupando a cadeira número 39, patroneada por Pedro Gomes de Oliveira, da qual tomou posse em 1984, no dia 8 de novembro. O presidente do sodalício, senhor Ursulino Tavares Leão, que presidiu a sessão de posse, saudou o empossando com panegíricos que inspiraram o artista plástico Noé Luís a pintar a tela “A posse”, em forma de anjo, que simboliza a entrada de Mário na Academia Goiana de Letras (AGL).

 

Narra-se que o número 13 era o da sorte de Mário: seu CRM, 13; a carteira de médico, 13; na loteria, jogava no número 13; o seu leito na UTI foi o de número 13; netos 6 e bisnetos 7 que perfazem 13.

 

Desempenhou a medicina com a peculiar competência e desvelo profissional, amparou os necessitados, acudiu a aflição dos que o cercavam, enfim, fez da medicina e da literatura caminhos para a própria construção. Na inteireza de cada postura, expressou suas opiniões e ideologias.

 

Viveu com a esposa por 69 anos, pautado na probidade, nos preceitos religiosos e na dignidade sedimentada no amor, no altruísmo, no companheirismo, no afeto pelos amigos e no respeito e carinho para com os confrades, numa harmoniosa convivência social. Com esposa, filhos, netos e bisnetos goianos, assumiu as cidadanias baiana e goiana.

 

Mario Rizério faleceu em 15 de maio de 2011, aos 98 anos de idade. Viveu a maior parte da sua existência no Estado de Goiás. No artigo intitulado Despedida de um imortal, Getúlio Targino Lima (autor), em sessão solene e especial de despedida do seu ilustre membro, teceu comentários elogiosos sobre a vida do acadêmico e registrou [...] “Estamos todos aqui, diante do corpo de um construtor de templos: Mário Rizério Leite, que edificou em nossos corações, dos seus familiares, dos seus amigos, dos seus confrades templos de louvor à vida, à amizade, à cultura, à arte e ao bem. Fiquemos todos com Deus”.

 

 O pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária da UniEVANGÉLICA, Francisco Itami Campos, é o mais novo membro da Academia Goiana de Letras (AGL). Ele ocupa, desde o dia 8 deste mês, a cadeira 39, cujo patrono é Pedro Gomes de Oliveira e titular anterior, Mario Rizério Leite. “Ser eleito para a Academia Goiana de Letras tem um sentido de reconhecimento pelo trabalho e pesquisa que um professor tem desenvolvido ao longo de sua vida”, afirma o pró-reitor (Internet).

 

Fica o registro da atuação desse bravo brumadense que honra e orgulha a sua cidade pelo desempenho da sua vida, da sua formação profissional e cultural que executou com honra e denodo. Mário Rizério Leite, um virtuoso brumadense, que merece todas as honras pelo mérito da sua trajetória exitosa.

 

Informações colhidas no Jornal da Câmara de Vereadores (ASCOM/SÉRGIO MAURO);

Academia Goiana de Letras (AGL);

Artigo Despedida de um imortal, autoria de Getúlio Targino Lima;

Portaria da UFG que concede pensão vitalícia a Edith Rizério Aires Leite, pelo falecimento do professor titular, aposentado, falecido em 15/05/2011;

Artigo Um anarquista no céu?! Autoria de Lêda Selma.

DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE

*08/11/1912 (Brumado)

†15/05/2011 (Goiânia)

 

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BRUMADO: AGNELO DOS SANTOS AZEVEDO 105 ANOS

BRUMADO: AGNELO DOS SANTOS AZEVEDO 105 ANOS
Agnelo dos Santos Azevedo 105 anos de idade (Foto/Arquivo: Wilker Porto | Brumado Agora)

Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em Brumado no dia 14 de Maio de 1908. Filho de Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo, Seu Agnelo foi comerciante durante 56 anos na Praça hoje batizada Armindo Azevedo (nome de um de seus 11 irmãos e primeiro prefeito de Brumado no período republicano). No comércio vendia desde seda francesa até chapéus, calçados e tecidos. Mas sua história não começa como o grande e renomado comerciante de nossa cidade. Pobre de origem, como costuma dizer, morou em Santa Bárbara (hoje Ubiraçaba). Passou a criar e comercializar gado e montou um pequeno comércio, que revelaria sua vocação. As mercadorias que vendia chegavam até a estação de Machado Portela (município de Marcionílio Souza) e depois eram transportadas ao seu destino no lombo dos animais das tropas que desbravavam a região.

Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em Brumado no dia 14 de Maio de 1908. Filho de Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo, Seu Agnelo foi comerciante durante 56 anos na Praça hoje batizada Armindo Azevedo (nome de um de seus 11 irmãos e primeiro prefeito de Brumado no período republicano). No comércio vendia desde seda francesa até chapéus, calçados e tecidos.

 

Mas sua história não começa como o grande e renomado comerciante de nossa cidade. Pobre de origem, como costuma dizer, morou em Santa Bárbara (hoje Ubiraçaba). Passou a criar e comercializar gado e montou um pequeno comércio, que revelaria sua vocação. As mercadorias que vendia chegavam até a estação de Machado Portela (município de Marcionílio Souza) e depois eram transportadas ao seu destino no lombo dos animais das tropas que desbravavam a região.

 

Casou-se com Celcina Azevedo em 11 de abril de 1932. O amor do casal pode ser representado pelas letras do próprio Agnelo em seu livro “Recordar é Viver”:

 

Se alguém me perguntasse o que eu queria ser, se não fosse o que sou, responderia: – Desejaria ser novamente marido da minha esposa. (…) Este livro dedico a você, Celsina, pela nossa união matrimonial, constituindo este patrimônio, que são nossos queridos filhos, genros, noras, netos, bisnetos. Obrigado por tudo que tem feito ao longo das nossas vidas”.


Foi sempre um homem dedicado à família, priorizando a boa educação dos filhos. O próprio Agnelo disse certa vez que desejaria ter mais anos de vida, prolongando assim o convívio com sua estimada esposa, seus 10 filhos, netos, demais parentes e amigos.

 

Ao ler seu livro “Recordar é Viver”, percebemos que a história de Seu Agnelo se confunde com a história da própria cidade. Em seus 103 anos, ajudou a construir, com exemplos de dignidade, uma trajetória familiar como poucas. Por isso tudo foi escolhido como primeira Personalidade de nosso município pelo Brumado Agora.

 

Alguns fatos pesquisados no Livro “Recordar é Viver”:

 

  • Seu Agnelo comprou a primeira bicicleta de Brumado, importada da Alemanha.
  • Na Vila de Bom Jesus dos Meiras (atual cidade de Brumado) existiam apenas 3 ruas compridas: A primeira era junto ao Rio do Antônio, ponto de descanso e pousada dos tropeiros. A segunda era onde hoje localiza-se a Igreja Matriz, onde se fazia as feiras sempre aos sábados. A terceira rua era onde hoje localiza-se a rua Exupério Pinheiro Canguçu.
     
  • Na época dos primeiros comerciantes, o comércio só abria aos sábados. Nos demais dias muitos deles trabalhavam nos garimpos na Serra das Éguas.
  • O primeiro professor da Vila e do Seu Agnelo foi o Sr. Galiza.
     
  • O Telégrafo chegou em 15 de novembro de 1927 e foi inaugurado sob o som da primeira filarmônica da Vila, tendo como músicos: Agnelo, Lindoufo, Gerson, Ariston, Nicanor, Amarílio, Altamirando, Jacundes, Procópio, Lardozinho, José Gangolin, Chico Canudo, etc.


  • O primeiro Clube Social em Brumado foi fundado por Agnelo dos Santos Azevedo, em 1951.

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MENSAGEM PARA O DIA DAS MÃES 'ANTÔNIO TORRES'

MENSAGEM PARA O DIA DAS MÃES 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres

Mãe,

 
Depositária fiel da semente da vida,
Chora de amor na dor do parto;
Depois sorri ao ver seu filho nato;
Toma-o nos braços, perfeita guarida!
 
Com o leite materno, maná divino,
Mesa completa, a refeição preferida;
Num gesto sublime de amor e carinho,
Amamenta seu filho, mamãe querida!
 
Estação Central da locomotiva humana
Que conduz a espécie de geração em geração;
Manancial de amor que Deus emana;
fonte inesgotável de sincera afeição.
 
Célula máter de toda a família;
Árvore frondosa de aura transcendente;
És no meu mundo uma estrela que brilha;
 Mamãe , te amo, te amo eternamente!
 
Esse poema em  homenagem ás mães é de autoria do meu amigo, poeta, Abnísio Luz Aguiar, que transcrevo, também, em homenagem às mães
Para todas o meu abraço e o de Abnísio com votos de muitas felicidades pela comemoração do seu DIA.


HISTORIOGRAFIA: MORTE MONSENHOR ANTÔNIO FAGUNDES

HISTORIOGRAFIA: MORTE MONSENHOR ANTÔNIO FAGUNDES
O Monsenhor Antônio Fagundes (Padre Antônio) faleceu às 03h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos. (Pintura: Enilson Meira)

Por Antônio Novais Torres




Em Brumado, desde 19 de agosto de 1939, faleceu às 3h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos. Pároco local por muitos anos, o seu ensinamento evangélico permanecerá nos corações dos fiéis católico como o maior legado do evangelizador como missão que lhe fora dada por Deus. Além do que, reivindicou dos governos as necessidades básicas para a comunidade. Devoto de Santo Antônio, santo da sua veneração, inspirado no sentimento religioso da liturgia católica dedica-lhe culto. Tradicionalista, austero e conservador. Não admitia as modernidades da Igreja, como a Liturgia da Teologia da Libertação, inspirado em Leonardo Boff. Sempre foi adepto do conservadorismo da hierarquia da Igreja Católica. Com grande espírito de fé, a cidade comemora São Sebastião padroeiro da cidade e Bom Jesus que nomeia e é o padroeiro da Igreja Matriz local com a virtual orientação do monsenhor aos fiéis. Fazia casamentos e batizados de maneira pragmática sem, contudo, dissociar-se dos rituais católicos para os eventos. A pontualidade era uma das suas exigências que também as cumpria. Admirador do padre Osvaldino Alves Barbosa, padre Dino, aceitou, após muita relutância, a reforma pretendida da Igreja Matriz, dede que, fosse conservado a estrutura secular arquitetônica existente. Assim a comissão encarregada da reforma da igreja transformou-a num monumento eclesiástico de conforto, muita beleza e modernidade que, orgulha a comunidade católica e a todos que a visitam.

Por Antônio Novais Torres


*21-05-1915

†18-10-2009

 

Em Brumado, desde 19 de agosto de 1939, faleceu às 3h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos.

 

Pároco local por muitos anos, o seu ensinamento evangélico permanecerá nos corações dos fiéis católico como o maior legado do evangelizador como missão que lhe fora dada por Deus. Além do que, reivindicou dos governos as necessidades básicas para a comunidade.

 

Devoto de Santo Antônio, santo da sua veneração, inspirado no sentimento religioso da liturgia católica dedica-lhe culto.

 

Tradicionalista, austero e conservador. Não admitia as modernidades da Igreja, como a Liturgia da Teologia da Libertação, inspirado em Leonardo Boff. Sempre foi adepto do conservadorismo da hierarquia da Igreja Católica.

 

Com grande espírito de fé, a cidade comemora São Sebastião padroeiro da cidade e Bom Jesus que nomeia e é o padroeiro da Igreja Matriz local com a virtual orientação do monsenhor aos fiéis.

 

Fazia casamentos e batizados de maneira pragmática sem, contudo, dissociar-se dos rituais católicos para os eventos. A pontualidade era uma das suas exigências que também as cumpria.

 

Admirador do padre Osvaldino Alves Barbosa, padre Dino, aceitou, após muita relutância, a reforma pretendida da Igreja Matriz, dede que, fosse conservado a estrutura secular arquitetônica existente. Assim a comissão encarregada da reforma da igreja transformou-a num monumento eclesiástico de conforto, muita beleza e modernidade que, orgulha a comunidade católica e a todos que a visitam.

 

Recentemente a residência do monsenhor uma construção de 1945 e que há muito tempo estava precisando de reforma e modernização foi concretizada em 2009, no aniversário da cidade em 11/06, com a iniciativa do poder público municipal e a contribuição do povo católico. Motivo de entusiasmo do monsenhor que, infelizmente, ali ficou por pouco tempo, mas nesse curto período, desfrutou do conforto proporcionado.

 

Compareceram ao velório e acompanhou o séquito realizado às 15h do dia 19, uma multidão de católicos e admiradores do Monsenhor Fagundes, além de padres das cidades vizinhas e de superiores da Diocese de Caetité e a quem a Igreja de Brumado está subordinada administrativamente.

 

A missa foi concelebrada por Dom Alberto, Dom Homero e Dom Armando e padres presentes e outras pessoas que elogiaram a conduta religiosa e de cidadão que deu exemplos de fé e honradez. Em seguida o sepultamento com cortejo até o cemitério municipal Senhor do Bonfim, onde está enterrada a sua genitora.

 

Numa deferência especial, o governo municipal decretou luto oficial de três dias pelo falecimento da figura eclesiástica e emblemática do Monsenhor Fagundes. Uma justa homenagem por ser ele merecedor de todos os laureis, pelo trabalho que desempenhou e, de sua ação à frente da Igreja Católica local por mais de 60 anos, deixando a sua marca magnânima de grande evangelizador e pessoa humana.

 

Fez diversas reivindicações para a melhoria da cidade, do seu progresso e desenvolvimento social, cultural e econômico, com firmeza e determinação.

 

Em setembro de 1962 recebe por honra e mérito o título de MONSENHOR com a reverência de toda a comunidade brumadense. Recebeu também da Câmara de vereadores de Brumado, aprovado por unanimidade, o título no 01 de cidadão brumadense, em 09/11/1963, sendo presidente da Câmara o vereador Jesuíno Francisco Lisboa e secretário o vereador Miguel Joaquim de Castro Mirante, por honra e méritos das obrigações sacerdotais e da cidadania exercidas.

 

Antônio da Silveira Fagundes nasceu em 21 de maio de 1915, em São Felipe/BA, e foi confirmado na fé cristã pelo batismo realizado na Igreja São Tiago na sua cidade natal. Foram seus padrinhos o Cônego José Lourenço Barbosa dos Santos, que na época trouxe a água do Rio Jordão e a vela do Santuário de Lourdes, na França e que ali era usada em procissões. Era filho de Amélio da Silveira Fagundes e de Ambrosina da Silveira Fagundes.

 

Teve cinco irmãos: dois de primeiro casal e três do segundo casal.

 

Estudou o primário em sua cidade natal e fez o ginásio no Seminário de Santa Tereza em Salvador e o curso superior no Instituto Teológico de Salvador – Seminário Central.

 

Em 1936 transferiu-se para a cidade de Maceió/AL.

 

Ordenou-se padre em 11 de dezembro de 1938, aos 24 anos de idade, recebendo as ordens sacras menores em Aracaju – SE onde recebeu das mãos de D. José Tomás Gomes da Silva, bispo daquela cidade, as ordens maiores e o presbiterado. Em 18 de dezembro do mesmo ano rezou a primeira missa em sua terra Natal.

 

  Em 1939 apresenta-se à Diocese de Caetité, ficando lá por dois meses, e em seguida foi enviado para Ituaçu como coadjuvante do vigário Frei Pedro Tomás Margalho.

 

 Assume em 19 de agosto do mesmo ano a paróquia do Bom Jesus, em Brumado − Igreja do Bom Jesus, fundada em 1873, onde enfrentou desafios pertinentes à realidade sertaneja, naquele tempo a cidade era desprovida dos meios de civilidade, não tinha energia, bancos etc.−  permanecendo até o dia do seu falecimento.

 

Atendia também os municípios de Tanhaçu, Sussuarana, Malhada de Pedras e Aracatu. Visitava as diversas freguesias com animais, em precárias situações de estradas para o deslocamento até comprar um Ford-29 e levar a todos, conforto, palavra de fé e esperança em cumprimento da sua missão. Faz reformas na Igreja Matriz, melhorando o seu aspecto, colocando piso e forro e deu continuidade ao seu trabalho evangélico.

 

Em 1940 a primeira reforma e com a urbanização da praça Capitão Francisco de Souza Meira, houve o rebaixamento e a necessidade de se construir degraus de acesso.

 

Em 1991, a segunda reforma, sendo restaurada por Dr. Newton Cardoso, brumadense Governador de Minas Gerais, pelo aniversário dos 90 anos de Dona Adélia da Silva Cardoso, mãe do Governador.

 

Em 2000 houve uma reforma geral com arrojada arquitetura através de uma campanha que data de 1998 a cargo do Padre Osvaldino (Dino) que comandou uma comissão encarregada dos serviços cuja planta foi do arquiteto Amaury Públio, com arrecadação dos fieis e a participação de empresas, que segundo o Monsenhor Fagundes só permitiu com a promessa de conservarem a parte arquitetônica da Igreja.

 

Em 1945 participou da inauguração do trecho da ferrovia em Brumado, fez o discurso de recepção e pregou num dormente um pino dando por inaugurado o trecho.

 

 Em 1947 funda com outras pessoas o Aeroclube, o hangar e, por sua prestigiosa interferência, recebe do Ministério da Aeronáutica, como doação um avião teco-teco para treinamento e formação de pilotos, sendo o senhor Humberto Mafra o aluno de maior destaque e considerado o primeiro piloto de Brumado.

 

 

Foi um dos protagonistas da Fundação Cultural de Brumado em 1954 que deu origem em 1958 ao Ginásio General Nelson de Melo, com a participação de abnegados da educação, do qual foi vice-diretor e professor. Fundou o Curso Normal denominado Dr. Pompílio Leite, onde ensinou Latim e Psicologia. Administrou as verbas e promoveu a construção do Ginásio Industrial. A verba para a fundação do Ginásio Industrial foi empenho do deputado Oldack Neves, seu fundador, juntamente com outros colaboradores, em março de 1967.

 

Foi fundador e presidente da Associação de Proteção a Infância e Maternidade, construiu a capela Nossa Senhora de Fátima no Bairro São Felix.

 

Fundou o Posto de Puericultura, batalhou por uma usina de beneficiamento de algodão moderna em substituição à antiga (Federal) e uma câmara de expurgo para seleção de sementes. Pleiteou a vinda de energia hidráulica de Correntina e de uma fábrica de óleo de algodão.

 

Em 18 de dezembro de 1988 comemorou-se o jubileu de ouro de sua sagrada missão sacerdotal com missa celebrada na Paróquia do Bom Jesus e recebe o carinho e o reconhecimento dos fiéis pelo trabalho profícuo, quer religioso, cultural e ou político, deixando marca da sua personalidade, adotando o princípio da benemerência.

 

Em uma de suas declarações disse: “Comecei o meu trabalho na paróquia percorrendo todas as capelas e me apresentando para que eu viesse a cumprir com a minha missão de levar a palavra de Jesus Cristo aos corações sofridos”.

 

Em respeito e consideração, presto-lhe sincera homenagem, pelos anos dedicados à evangelização do rebanho católico, sem se imiscuir em outras seitas, por respeito ao livre arbítrio do cidadão.

 

Batalhou incansavelmente pela busca do progresso, pela dedicação à cultura e ao ensino. Como mestre insigne, tenho a honra de ter sido um de seus discípulos no Ginásio General Nelson de Melo, que ajudou a fundar, concretizando o sonho da juventude e da comunidade brumadense.

 

Em entrevista concedida à Rádio Nova Vida o Monsenhor declarou: “Foram quase 59 anos de paroquiato por essas regiões dos municípios de Brumado, Aracatu e Malhada de Pedras. Foram longas caminhadas, muitas vezes, por estradas poeirentas, para levar a todos os paroquianos a luz da fé e da palavra divina”.

 

Descansa em paz Monsenhor Antônio da Silva Fagundes. A sua trajetória de vida e de sapiência não foi em vão, a sua idiossincrasia deixou a sua marca indelével de homem, de cristão e de cidadão que cumpriu o seu dever e a missão que lhe fora confiado com competência e obstinação.

 

A morte não é para ser temida, é um fenômeno natural da vida e está nas mãos de Deus. É na ressurreição que se encontrará a verdade.

 

“Onde o Senhor quiser que eu esteja, ai vou estar” (Monsenhor Fagundes).

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BIOGRAFIA: ARMINDO AZEVEDO 'ANTÔNIO TORRES'

BIOGRAFIA: ARMINDO AZEVEDO 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres 


 

Armindo dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, no dia 2 de outubro de 1899. Era filho de Casemiro Pinheiro Azevedo e Filomena Santos Azevedo. Conviveu em família com os irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Abias, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo. Casou-se com Geminiana Cardoso Azevedo, na cidade de São Sebastião, hoje Ibiassucê, no dia 4 de abril de 1923. Dessa união nasceram: Miriam dos Santos Azevedo, que após o casamento passou a assinar Miriam Azevedo Gondim Meira, Sálvio dos Santos Azevedo, Wilson dos Santos Azevedo, Washington dos Santos Azevedo, Almir dos Santos Azevedo, Afrânio dos Santos Azevedo, Armida Maria Azevedo, Salvador dos Santos Azevedo, Fernando dos Santos Azevedo, Alberto dos Santos Azevedo e Maria Stella dos Santos Azevedo. Esta, após o casamento, passou a assinar Maria Stella Azevedo Dourado. Do total de 15 filhos, todos nascidos em Brumado, dois morreram ao nascer e dois faleceram com mais de ano.

Por Antônio Novais Torres 


Armindo dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, no dia 2 de outubro de 1899. Era filho de Casemiro Pinheiro Azevedo e Filomena Santos Azevedo. Conviveu em família com os irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Abias, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo.


Casou-se com Geminiana Cardoso Azevedo, na cidade de São Sebastião, hoje Ibiassucê, no dia 4 de abril de 1923. Dessa união nasceram: Miriam dos Santos Azevedo, que após o casamento passou a assinar Miriam Azevedo Gondim Meira, Sálvio dos Santos Azevedo, Wilson dos Santos Azevedo, Washington dos Santos Azevedo, Almir dos Santos Azevedo, Afrânio dos Santos Azevedo, Armida Maria Azevedo, Salvador dos Santos Azevedo, Fernando dos Santos Azevedo, Alberto dos Santos Azevedo e Maria Stella dos Santos Azevedo. Esta, após o casamento, passou a assinar Maria Stella Azevedo Dourado. Do total de 15 filhos, todos nascidos em Brumado, dois morreram ao nascer e dois faleceram com mais de ano.


Armindo dos Santos Azevedo estudou em Brumado, cursou apenas o primário. Inicialmente trabalhou como feirante, dando início a sua vida profissional como comerciante e também como pecuarista. Posteriormente abriu a Loja “Primavera” com ramo diversificado: armarinhos, tecidos, calçados e afins. A loja localizava-se na Praça Coronel Santos, a qual hoje leva o seu nome. Paralelamente às atividades comerciais do ramo lojista, exercia a compra e venda de algodão em capulho. Também beneficiava o produto na “usina do governo” e o revendia já em pluma. Exercia ainda a atividade pecuária em suas fazendas, principalmente em Ribeirão do Salto, localizada na divisa com o Estado de Minas Gerais. Posteriormente, transferiu o comércio lojista para o filho Almir Santos Azevedo que deu continuidade até o ano de 1980.


Em 1947, ingressou na política pelas mãos do político Coronel Marcolino Rizério Moura (UDN), tendo como intermediário da indicação o compadre Hermes Santos, que tentou algumas ponderações, mas foi instruído pelo coronel a fazê-lo sob sua responsabilidade, pois a indicação era pessoal.


Com o fim da ditadura de Getúlio Dorneles Vargas, candidatou-se ao cargo de prefeito pela União Democrática Nacional (UDN), para o período de 1948-1951, sendo o primeiro prefeito de Brumado eleito pelo voto popular e alvo de aplausos na solenidade de posse. Foi eleito por mais dois mandatos 1955-1959 e 1963-1967.


Dentre várias realizações de seus governos, destacam-se: luz elétrica instalada por grupo de motores através de grupo gerador de energia a óleo diesel; água encanada vinda do Riacho do Bate-pé com tubulação adquirida por meio do deputado Federal Manoel Novais em troca do apoio ao seu partido; construção do Grupo Escolar Getúlio Vargas (em convênio com o Estado da Bahia); construção do Fórum Duarte Moniz (lei 257/64 de 4/12/1964, com inauguração em 1966), situado na Rua Dr. Mário Meira, nº 79, hoje localizado em novo prédio, na Rua Rio de Contas, nº 3, bairro Nobre, com doação do terreno pela prefeitura municipal ao TRT da 5ª Região, para construção do novo fórum em Brumado, com área de 2.724,55 m²; abertura de várias ruas e avenidas, inclusive a Mestre Eufrásio (antigo campo de aviação), com distribuição de lotes para a classe menos favorecida; construção de estradas; pequenos açudes e pontes na zona rural; construção da Praça Coronel Santos em 1957, atual Praça Armindo Azevedo (através da Lei nº 331, de 26 de maio de 1967, o prefeito Juracy Pires Gomes passa a denominá-la Praça Armindo Azevedo, transferindo o nome da Praça Coronel Santos para a “Rua de Conquista” que passou a chamar-se Avenida Coronel Santos); construção das capelas Nossa Senhora da Conceição no Esconso e Imaculada Conceição em Cristalândia; construção do Matadouro Municipal no bairro do Tanque, conforme Lei 319 de 13/12/1966; construção e conclusão da Barragem de Pedra e Cal, com comporta, sobre o Rio do Antônio, nas imediações da antiga ponte denominada “Ponte de Julião”, também conhecida com o nome de “Barraginha de Seu Armindo”, ligando o bairro São Félix ao centro da cidade; construção da ponte Virgílio da Costa Ataíde sobre o Rio do Antônio, no lugar denominado “Cachoeira”, iniciativa do vereador Beltrão Gomes Ataíde que homenageou o seu pai.


Em 1967, ao concluir o seu mandato, transmitiu o governo ao seu sucessor Dr. Juracy Pires Gomes para o período de 1967-1971, na mais perfeita ordem pública e tranquilidade. Este foi eleito para mais dois mandatos 1973-1977 e de 1983-1989.


Ressalte-se que o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos, em 29/12/2012, homenageou o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo, erigindo o busto deste, acoplado a um pedestal recoberto de granito, na praça que leva o seu nome, com aplausos de familiares e convidados.


A vereadora Esther Trindade Serra, autorizada pela família enlutada, falou da morte prematura de que foi vítima o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo e o seu filho Sálvio dos Santos Azevedo e mais dois passageiros do veículo sinistrado. O desastre rodoviário se deu no dia 17 de abril de 1967, na estrada Brumado-Itabuna, no lugar denominado “Pilãozinho”, no município de Itapetinga. Houve uma comoção geral na cidade, porquanto Armindo dos Santos Azevedo era uma liderança querida e respeitada no município de Brumado.


Pronunciamentos:


Geraldo Leite Azevedo: Armindo foi um tio muito atencioso, gostava muito de mim, fazia questão de me ouvir falar sobre qualquer assunto e até franqueou a palavra para eu discursar na ocasião festiva (em almoço comemorativo com lideranças políticas locais e estaduais, deputados, juízes e desembargadores), após a inauguração do Fórum Duarte Moniz. Foi, sem dúvida, um grande homem, um grande prefeito e, certamente, a maior e mais respeitável liderança política da história de Brumado.


Em sua Poesia para Brumado, Dr. Geraldo Leite Azevedo, ex-presidente da Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) se expressou como se segue: “Armindo Azevedo, o primeiro prefeito eleito,/Por três vezes engrandeceu o nosso Município/Deixou o exemplo de governo perfeito/Para Brumado ser grande desde o seu início”.


Evan dos Santos Azevedo: Em 1962, Armindo dos Santos Azevedo, Tio Mindo, como o tratava, foi candidato a prefeito de Brumado em seu terceiro mandato para o período de 1963 até 1967 e eu fui candidato a vereador. Ele elegeu-se, e eu fiquei na primeira suplência. Em 1963, Dona Theodolinda de Souza Revenster (Dona Dolinda), então tesoureira da prefeitura, aposentou-se. Para substituí-la, fui convidado pelo prefeito Armindo. Assumi a tesouraria, permanecendo aí até meados de 1965. Quando faleceu o vereador Miguel Mirante (PR), eu era o substituto legal. Naquela oportunidade, dirigi-me ao prefeito e perguntei-lhe onde eu seria de maior utilidade para ele: como vereador ou como tesoureiro? O gestor foi enfático: “Você deve permanecer na tesouraria”. Renunciei ao mandato e, em meu lugar, assumiu o segundo suplente, senhor Gonçalo Pedro da Silva. Fui fiel ao prefeito, renunciando ao mandato, permanecendo na tesouraria, que era a menina dos olhos do alcaide, o qual nos confiou essa missão que cumpri com seriedade e honestidade, como queria o prefeito Armindo dos Santos Azevedo, e era a nossa obrigação profissional, agir em cumprimento da lei.


Continuando, Evan ainda relatou: Tio Mindo era um político muito espirituoso e tinha ampla visão das questões políticas locais, conhecia como ninguém os meandros e os bastidores que envolviam a política do município. Na linguagem popular, era o que se chama de “Raposa política”.


Nesse contexto, conto um acontecimento ocorrido na campanha de 1962. Eram candidatos a prefeito de Brumado Armindo dos Santos Azevedo pela legenda do (PR), Dr. José Borges Sampaio pelo (PSD) e Jair Cotrim Rizério pela (UDN). Fui autorizado a propor a Armindo uma aliança política no sentido de a UDN local apoiá-lo. Ocorre que Armindo, ao tomar conhecimento do fato, não aceitou a proposta. Preferiu enfrentar os concorrentes, pois, na sua visão, tinha chance de se eleger sem o apoio da UDN. Resultou que, no pleito, Armindo ganhou as eleições com 58 votos de frente para o Dr. José Borges Sampaio (PSD).


Armindo dos Santos Azevedo

*02/10/1899

†17/04/1967


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SAÚDE: FALTA DE EXERCÍCIOS MATA 5,3 MILHÕES

SAÚDE: FALTA DE EXERCÍCIOS MATA 5,3 MILHÕES
Só metade dos brasileiros pratica exercício físico. (Foto: Genival Moura | Brumado Agora)

Considerado a doença do milênio, o sedentarismo se tornou o segundo maior fator de risco cardiovascular, sendo responsávelpor mais de 5,3 milhões de mortes no mundo. Segundo o cardiologista e diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC, Carlos Alberto Machado, a caminhada é uma forma de alertar para os perigos do sedentarismo que é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna. Hoje em dia, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético de seu corpo. O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais.  Por Naira Sodré (Tribuna).

Considerado a doença do milênio, o sedentarismo se tornou o segundo maior fator de risco cardiovascular, sendo responsávelpor mais de 5,3 milhões de mortes no mundo.

 

Segundo o cardiologista e diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC,Carlos Alberto Machado, a caminhada é uma forma de alertar para os perigos do sedentarismo que é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna. Hoje em dia, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético de seu corpo.

 

O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais.

 

O especialista conta que até recentemente o segundo fator de risco para infartos e derrames era o tabagismo. “Mas com a recente redução do número de fumantes, que caiu significativamente no Brasil e no mundo, o sedentarismo passou ao segundo lugar, com a agravante que o sedentário tende a se tornar tanto obeso como hipertenso e diabético”, lembra.

 

A proposta da Organização Mundial da Saúde, que pediu o envolvimento mundial contra o sedentarismo é que se faça 30 minutos de atividade física em pelo menos cinco dias por semana, o que comprovadamente reduz o risco de problemas cardíacos em 66%. Se o objetivo for perder peso, porém, o nível da atividade deve dobrar, passando a uma hora por dia.

 

Machado também diz que segundo pesquisa da SBC, metade dosbrasileiros não pratica atividade física. Os resultados negativos são comprovados por recente levantamento do IBGE, segundo o qual 50,1% dos brasileiros e 48% das mulheres do País estão acima do peso e já são considerados obesos 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres adultas. A recomendação é uma dieta equilibrada com frutas, verduras e legumes, além do exercício, para evitar hipertensão, diabetes e a elevação do colesterol.

 

O que preocupa os cardiologistas é que justamente os idosos, faixa etária mais propensa a problemas cardiovasculares, são os mais sedentários. 57% não se exercitam, enquanto entre os jovens o sedentarismo ocorre em menor percentagem, só 39% da faixa entre 18 e 24 anos pode ser considerada sedentária.

 

O que intriga os médicos é que as campanhas contra o sedentarismo têm sido bem compreendidas pela população, pois 86% dos entrevistados afirmam ter conhecimento de que o sedentarismo é perigoso, mas mesmo assim alegam falta de tempo ou de disciplina para iniciarem um programa de exercícios. Já o tipo de atividade preferido por quem se exercita é caminhada, 28%, seguida por futebol, 13%, e musculação, 6%, pouco mais do que o ciclismo, praticado por 4% dos entrevistados.

 

Sistemas funcionais e doenças comuns


A vida sedentária provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais. O aparelho locomotor e os demais órgãos e sistemas solicitados durante as diferentes formas de atividade física entram em um processo de regressão funcional, caracterizando, no caso dos músculos esqueléticos, um fenômeno associado à atrofia das fibras musculares, à perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos. A atividade física determina a saúde do indivíduo claramente. O sedentarismo, pelo contrário, deriva facilmente em doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.

 

O sedentarismo é a principal causa do aumento da incidência de várias doenças. Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio são alguns dos exemplos das doenças às quais o indivíduo sedentário se expõe. É considerado também o principal fator de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado direta ou indiretamente às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças.

 

Para atingir o mínimo de atividade física semanal, existem várias propostas que podem ser adotadas de acordo com as possibilidades ou conveniências de cada um: Praticar atividades esportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica, exercícios com pesos ou jogar bola é uma proposta válida para evitar o sedentarismo e importante para melhorar a qualidade de vida.

 

Recomenda-se a realização de exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana; Exercer as atividades físicas necessárias à vida cotidiana de maneira consciente. Por Naira Sodré (Tribuna).

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