Mulher foge de blitz, mas acaba alcançada com 25 kg de maconha

Mulher foge de blitz, mas acaba alcançada com 25 kg de maconha

Uma mulher fugiu na noite de segunda-feira (3), de uma blitz da Polícia Militar na cidade de Central, mas acabou alcançada com 25 kg de maconha. Ela ainda inventou que seria vítima de sequestro, mas logo depois assumiu o crime.Guarnições do 7° Batalhão da PM faziam abordagens a veículos, com objetivo de prevenir crimes, quando a mulher não obedeceu a ordem de parada e avançou sobre a barreira policial, dirigindo um carro modelo Palio.O veículo foi perseguido e logo depois interceptado. A criminosa de 23 anos, após tentativa frustrada de escapar do flagrante, foi apresentada na Delegacia Territorial (DT) de Irecê.


O 'Café com o Brumado Agora' chega a marca de 12 edições

O 'Café com o Brumado Agora' chega a marca de 12 edições
Café com o Brumado Agora, um grande sucesso de todos os sábados pela manhã.

Na marca da 12ª edição, o Café com o Brumado Agora apresentou a Brumado histórias de filhos da terra e de brumadenses de coração que fizeram e fazem parte do desenvolvimento da cidade. Em conversas leves e descontraídas, os entrevistados contaram grandes momentos vividos na cidade, as mudanças, as alegrias, tristezas e expectativas positivas para o futuro da 'Capital do Minério'. Hoje, o Brumado Agora apresenta os melhores momentos, até aqui, do Café que acompanha suas manhãs de sábado. (CONFIRA TODAS AS EDIÇÕES).

O 'Café com o Brumado Agora' chega a marca de 12 edições

Café com o Brumado Agora entrevista José Roberto Nery

Café com o Brumado Agora entrevista José Roberto Nery

Nascido em Salvador no dia 09 de outubro de 1944, José Roberto Datoli Nery considera-se um brumadense. Filho do saudoso José de Andrade Nery (Juca Nery) e Rosinha Datoli Nery, o entrevistado de hoje do Café com o Brumado Agora deu início a sua caminhada na Escola primária Luzia Silva, um Colégio de Freiras, em Jaguaquara, dando sequência aos estudos no Colégio Taylor-Egídio, seguindo para Salvador, onde estudou no Colégio Marista, vindo depois a cursar e graduar-se em geologia, na Universidade Federal da Bahia – UFBA. Casou-se com Tânia Mara Andrade Nery e da união teve filhos: Roberta, Luciana e Ricardo, que constituíram família e lhes deram os netos: Luisa, Luana, Felipe, Mateus, Maria Fernanda, Miguel, Marina e Rafael. Em seu currículo, o geólogo traz os trabalhos na: DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, onde trabalhou por 3 anos; na CPRM – Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais, por dois anos, Magnesita S.A,  por 33 anos, e atualmente é consultor as Service Engenharia LTDA e gestor na franquia dos Correios AGF São Cristóvão. Em Brumado desde 1974, José Roberto conta um pouco da sua história, em entrevista realizada nas dependências da Padaria Pérola, em Brumado. Confira.




Café com o Brumado Agora – O que motivou a vinda do senhor para Brumado?

 

José Nery - Eu costumo dizer que Brumado já estava inscrita em minha vida, de alguma forma eu tinha mesmo que vir morar aqui. Quando eu era criança, com 10 ou 11 anos, ouvi falar pela primeira vez em Brumado, através de Egas Moniz, filho do Juiz Duarte Moniz, que na época trabalhava aqui em Brumado e foi transferido para a cidade de Jaguaquara.  Anos depois, já no curso de Geologia, fizemos um estágio obrigatório da Chapada Diamantina, uma turma ficou em Rio de Contas, outra em Jussiape, isso em outubro de 1968. Passamos por Brumado, e nos foi falado sobre a Magnesita, vimos de longe os fornos e a mina de Pedra Preta. Lembro também que este foi o período da maior enchente na cidade. Quando retornamos estava tudo inundado, a água estava acima da ponte de saída para Conquista e cobria praticamente o pneu do jipe. Depois, já trabalhando como geólogo e morando em Belo Horizonte, fazia o mapeamento de algumas regiões de Minas Gerais, viajava muito, ficando muito ausente de minha esposa e filhas pequenas. Um colega da CPRM me falou que a Magnesita procurava um geólogo. Predispus-me ao cargo, disse a ele que poderia me indicar, e algum tempo depois me chamaram na sede da empresa. Conheci então Walter Martins, que havia sido Gerente da empresa em Brumado por muitos anos, e ele entrevistou-me, explanou sobre o trabalho e me convidou a conhecer a mineração. Vim então a Brumado, no avião da empresa. Percebi que as condições gerais da cidade não eram boas, mas a empresa dava condições para o funcionário se estabelecer aqui. Tirei algumas fotos, levei para minha esposa ver e aceitamos vir. Antes de tudo, me perguntaram se eu teria disponibilidade para ficar morando aqui por 3 anos, aceitei e fiquei 33 (risos). Hoje me considero brumadense. Inclusive, duas das minhas filhas se casaram com brumadenses.

 

Café com o Brumado Agora - O senhor citou que as condições de Brumado, na época em que veio morar aqui, não eram as melhores. Quais as principais dificuldades enfrentadas para aqui se estabelecer?

 

José Nery - Para se ter uma ideia, íamos fazer compras em um supermercado na cidade de Vitória da Conquista, pois na época não havia ainda o supermercado de “Zé Carvalho”. Gastávamos de 3 a 4 horas para chegar a Conquista, a estrada era muito ruim. Lembro também que quando ia a Belo Horizonte, pegava uma quantidade enorme de receitas médicas, trazia para Brumado e as reservava para alguma necessidade, pois me mudei para a cidade com crianças e, naquele período, a assistência médica pediátrica ainda era deficiente por aqui. Depois a Dra. Dora chegou e começou a atender nossas filhas. Além disso, o comércio era muito fraco, não havia escolas de ensino médio, apenas fundamental. Minhas filhas estudaram na Escola Suzana Guimarães, que era mantida pela Magnesita, a qual oferecia as condições para o funcionamento da escola e os professores eram do estado. Mas, mesmo com todas essas dificuldades, a Magnesita oferecia boas condições de moradia, e um avião que ia a Belo Horizonte três vezes por semana e trazia de tudo: medicamentos, produtos para alimentação, e ainda facilitava o deslocamento, em caso de necessidade.




Café com o Brumado Agora – Como foi o período de trabalho na empresa Magnesita?

 

José Nery - Posso dizer que me realizei trabalhando na Magnesita. Vi o desenvolvimento da mineração em Brumado, onde atuei como Gerente por vinte anos. A jazida que temos aqui está entre as maiores do mundo. Depois atuei por cinco anos como Gerente Geral da empresa, e após a criação da Superintendência do Setor Bahia, sob o comando de Deilson Tibo, passei a ser seu assistente  por oito anos. Acumulei ainda a Gerência de Recursos Humanos. Tempos depois a empresa foi vendida, neste período eu já havia me aposentado, fiz um acordo e deixei a empresa. Quando fui Gerente Geral tive a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento de Brumado, destaco que este não é um mérito pessoal, a empresa dava condições para realizarmos muitos projetos na cidade. Como exemplo, posso citar a construção das Praças da Prefeitura e São Cristóvão, na gestão do Dr. Geraldo Azevedo. A Magnesita contribuiu com material, mão de obra, equipamentos e tudo que esteve no alcance para concretização da obra.

 

Café com o Brumado Agora - Como foi sua vida social, no período de adaptação em Brumado?

 

José Nery - Sempre fui muito bem recebido em Brumado, não vou citar nomes, posso acabar esquecendo alguém, mas fiz boas amizades aqui. Apesar de morar na Vila Catiboaba, consegui me socializar e fazer grandes amizades também em Brumado. Amizades estas que mantenho até hoje com muito carinho e prazer. Meus primeiros amigos aqui foram Hélio Marques e Dedé Ribeiro, que me ajudaram muito no período de adaptação. Aqui também fiz parte da fundação da AIBRUM – Associação das Indústrias de Brumado, onde fui Presidente por duas vezes, tendo sido também Presidente do Rotary Club de Brumado. Mesmo aposentado, continuo morando aqui em Brumado e me orgulho muito do círculo social que construí aqui, bem como do que conquistei com o meu trabalho.




Café com o Brumado Agora – Qual a principal mudança, positiva ou negativa, que foi observada pelo senhor da Brumado de hoje e a do período em que se instalou aqui?

 

José Nery - Brumado no passado dependia essencialmente da mineração. Por muito tempo foi este tipo de trabalho que “sustentou” a cidade, pois era a principal fonte de emprego e renda. Hoje, o comércio se desenvolveu muito e contribui destacadamente para o progresso do município.

 

Café com o Brumado Agora - O que esperar do futuro de Brumado? Qual mensagem gostaria de deixar aos brumadenses?

 

José Nery - Espero que com a conclusão do entroncamento das ferrovias, Brumado torne-se um ponto importante dentro deste contexto, pois aqui serão gerados muitos empregos permanentes, a cidade crescerá muito economicamente. Quero dizer que, como moro aqui há 39 anos, me considero brumadense e amo esta cidade. Estou sempre à disposição dos brumadenses para atuar pelo bem de Brumado.




Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles

Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Nascido em 06 de novembro de 1933, na cidade de Caetité, o entrevistado de hoje do Café com o Brumado Agora é o Promotor Sidney Joaquim Meirelles. Titulado cidadão brumadense, o filho de Antônio Meirelles e Laura Santos Meirelles  escolheu Brumado como sua segunda terra natal. Conta em nossa entrevista que seus pais, seguindo a frase “Deus é bom”, deu nome a cada um dos filhos priorizando a inicial que formaria a frase, são eles: Dagmar,  Enir, Ubaldo, Sidney, Edson, Bernadete e Osmar Mariano. Casou-se  com  a professora  Maria José Ramalho de Meirelles com quem teve os filhos: Regina Maria , Antônio Neto, Ataualba  e Laura Maria, que constituíram família e lhes deram os netos:  Marcelo, Aniê,  Ataualba Filho, Sidney Neto, Leonardo, Ianka , Catarina, Davi e Maria Sol. Em uma entrevista leve e descontraída, realizada no sítio da família, o  Promotor Sidney Joaquim Meirelles conta um pouco da sua história.


Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora - Quais foram as primeiras atividades realizadas pelo senhor? Como chegou ao Ministério Público?


Sidney Meirelles – Quando estudante em Salvador via a dificuldade do meu pai em nos manter e direcionar para os estudos. Pelos esforços dele, eu tinha uma vontade imensa de trabalhar. Consegui com muito sacrifício um emprego como Revisor de Serviços de Água e Esgoto, trabalho este que desempenhava em dois dias. Na verdade, era um trabalho que duraria 10 dias a ser feito na região a qual eu era designado, mas o fazia em dois para estudar (risos). O tempo que sobrava eu utilizava para estudar na Biblioteca. Neste emprego fiquei por cinco anos e meio. Depois de um tempo prestei vestibular para Direito, passei, e assim que me formei fui trabalhar em um escritório de advocacia. Na verdade eu não suportei este trabalho (risos) não era o que eu queria. Passei então a estudar muito e me submeti ao concurso do Ministério Público. Quando passei, a primeira comarca na qual trabalhei foi Brumado, no entanto, por alguns meses. Aqui me instalei na antiga Pensão de Dió, era engraçado, eu estudava até às 22 horas com luz elétrica, porque neste período só havia luz até esse horário, e depois sob a  luz de lamparina, fazia um calor insuportável (risos). Depois de Brumado fui para Condeúba, Urandi, Angical, Palmeiras, retornei a Brumado, e depois fui para Salvador, Lá me aposentei em 1988, trabalhando na área criminal.


Café com o Brumado Agora – Como foi o segundo período do senhor em Brumado? Quais foram as atividades aqui desempenhadas?


Sidney Meirelles – Bem, retornei a Brumado depois de passar por várias comarcas e aqui fiquei por 12 anos. Tenho Brumado como se fosse a minha terra natal. Muitos não sabem, mas tenho o título de cidadão brumadense, o qual recebi há 20 anos. Aqui, em 1976, assumi a presidência do Clube Social e Recreativo de Brumado. Relutei um pouco em assumir este cargo, mas queria ter mais contato com o povo. No clube, construí a primeira piscina e a quadra. Era uma alegria ver as pessoas se divertindo, foram dois anos na presidência. Também fui convidado e assumi, em 1968, o Colégio General Nelson de Melo, mantido pela Fundação Educacional de Brumado. Lembro que selecionava os mais disciplinados da turma e os colocava como líderes de turma (risos), era uma maneira de controlar os mais inquietos.Neste colégio, formamos muitos brumadenses, contribuímos para a educação de muitos que hoje são homens e mulheres de sucesso na cidade. Fundei, em parceria com Evan Azevedo, a Cooperativa Agropecuária de Brumado, onde realizamos inúmeras atividades. Construímos aqui também um sonho, Em 1975,, com muito sacrifício, a Escola Nossa Senhora de Fátima. Era um desejo da minha esposa [Maria José Ramalho de Meirelles] e não medi esforços para ajudá-la. Na época, tivemos dificuldades para consegui o terreno e quando conseguimos foi naquela área, a mesma na qual se encontra hoje, mas que era meio a um matagal. Diziam-nos: “vocês são loucos? Construindo uma escola no meio do mato?” (risos), eu respondia: “ para frente vamos” e hoje  a instituição está no centro da cidade e é tão conhecida pelos brumadenses.

Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora – Quais os momentos mais saudosos em Brumado?

Sidney Meirelles - Posso dizer com segurança que tive muitos momentos felizes aqui, a começar pelo nascimento dos meus filhos, com exceção da Laura e da Regina. Lembro também do período em que tive que sair da direção do Colégio General Nelson de Melo, para continuar na função,  teria que acumular funções no estado e tinha outro problema, eu estava atendendo a outras comarcas, estava trabalhando muito. Houve um momento que me recordo com alegria. Sempre lutei pelo projeto de desenvolvimento de Brumado, por isso, fiz uma correspondência endereçada ao Presidente da República, ao governador do estado e demais autoridades, em 1975, através do professor Joaquim Batista Neves, então chefe da Casa Cível do Governador Roberto Santos, solicitando a construção da pavimentação asfáltica da estrada de Vitória da Conquista para Brumado, a extensão da linha de transmissão de energia, além de dar a ordem para a construção da barragem do Rio do Antônio, pedidos de extrema importância para a cidade. Como promotor, exercendo a profissão, existiram momentos tristes e alegres, atuei em todas as áreas desde a trabalhista à eleitoral, e o que mais me marcou foi a situação na qual viviam os detentos, na antiga delegacia, uma situação lamentável. Ficava triste porque, mesmo desfigurados pelo crime, aqueles detentos eram pessoas e viviam em situação desumana.

Café com o Brumado Agora – Qual mudança, positiva ou negativa, observada pelo senhor, relativa a Brumado de anos atrás e atualmente?

Sidney Meirelles - Mudança gritante na segurança. Sinto falta do período de tranquilidade, de quando deixávamos os carros com os vidros abertos, com chave na ignição, as portas e janelas de casa abertas. Se por acaso esquecíamos algo na porta de casa, pela manhã estava no mesmo lugar. Vejam no que Brumado se tornou, todos os dias somos informados de roubos, violência, drogas, a nossa realidade é muito triste.

Café com o Brumado Agora - Qual mensagem o senhor gostaria de deixar aos brumadenses?

Sidney Meirelles – Lutem cada vez mais para o crescimento e desenvolvimento de Brumado. Desejo o melhor para todos os brumadenses, principalmente, mais segurança.

Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


Café com o Brumado Agora entrevista Zé Maria

 

Nascido em 6 de março de 1935, filho de José Alvino Machado e Edhith Viana Machado, José Maria Viana Machado, conhecido por toda Brumado como Zé Maria, foi o primeiro locutor da cidade. Irmão de : Dolores, Enaide, Teresinha, Maria Helena e Maria de Jesus, o entrevistado de hoje no Café com o Brumado Agora, que aconteceu nas dependências da Padaria Pérola, nos conta histórias saudosas, que vão ser lembradas por aqueles que viveram no período e passarão a fazer parte das lembranças daqueles que nem pensavam em conhecê-las.

 

 


Café com o Brumado Agora – Conte um pouco sobre o início de sua história de vida.


Zé MariaComeçar a contar uma história e não falar sobre o que aconteceu entre os anos de 1945 e 1950 não teria graça. Eu ainda era criança e teve um eclipse total. Por volta de 10 horas da manhã, tudo escureceu, mas escureceu mesmo. O galo cantou, as galinhas subiram doidas no poleiro, e o povo saia correndo pelas ruas dizendo: “O mundo vai acabar” (risos). Bem, eu estudei na Escola General Nelson de Melo, até a 8ª série. Em 1960, comecei a trabalhar em um armarinho e lá conheci o Dr. Valter, na época gerente da Magnesita, que me conseguiu um trabalho na empresa em 1963 e lá me aposentei em 1990.


Café com o Brumado Agora – Quando teve início os trabalhos com a Divulgadora?


Zé MariaAntes mesmo de iniciar os trabalhos com a divulgadora eu já fazia locução e ainda trabalhava na Magnesita. Eu era o único locutor da época, todos os comunicados da prefeitura, eventos, divulgações publicitárias, e até mesmo editais jurídicos eram divulgados por mim. Muitas vezes, a prefeitura enviava ofício para que a Magnesita me liberasse para alguma locução oficial. Inicialmente, para montar a estrutura física da divulgadora, tive que comprar uma série de equipamentos em São Paulo. Na época, a divulgadora ficava próxima ao Cine Cairu, com o nome Cine PRVB – Ponto Radiofônico de Brumado- e depois se mudou para onde, atualmente, é o consultório de Dr. Geraldo, neste local com o nome de Divulgadora de Brumado. Instalamos quatro cornetas [pontos de reprodução do áudio da divulgadora] em Brumado: no mercado velho, no antigo prédio da prefeitura, no cinema e próximo a linha férrea.




Café com o Brumado Agora – Quais as principais atividades da Divulgadora? Como era trabalhar com a divulgação?


Zé MariaNós éramos a principal mídia da época, até porque nem televisão existia no período. Fazíamos o que hoje vocês dos sites, jornais, televisão e rádio fazem: passam as notícias ao público, as publicidades, os comunicados. Anunciávamos também os filmes em cartaz no cinema, na época os de hollywood, os seriados, divulgávamos as revistas , o show de calouros, notas da prefeitura de juízes etc. Trabalhar com a divulgação era o que eu mais gostava de fazer, eu amo o que faço, vem do coração. A divulgadora era o relógio de Brumado, começávamos às 6 e encerrávamos as 21 horas, era um marco para as pessoas, porque uma hora depois de terminarmos com os trabalhos na divulgadora, a luza da cidade era apagada, elas se norteavam por isso. Os pais deixavam os filhos brincarem na rua enquanto a divulgadora estivesse no ar, depois disso, todo mundo tinha que estar dentro de casa, e isso servia também para os casais de namorados (risos).

 

Café com o Brumado Agora –  Qual foi a divulgação mais marcante?


Zé MariaSem dúvidas a da enchente de 1967. Por volta de uma hora da manhã eu fui para a Divulgadora, avisar para as pessoas que a enchente estava chegando, levando casas, foi uma situação de alerta e muito perigo. Muitos acessos a cidade ficaram barrados, para se ter uma ideia,  as pessoas que tinham que ir para Vitória da Conquista, vindo por exemplo de Caetité, tinham que descer do transporte aqui em Brumado, atravessar o rio cheio a pé, para do outro lado, muitos quilômetros depois, pegar a condução para Vitória da Conquista. Houve outra situação, que não foi uma divulgação, mas em 1952, Getúlio Vargas usou o meu microfone [Cara de Gato] em um pronunciamento dele em Vitória da Conquista. Inclusive, esse microfone está hoje exposto no Memorial de Brumado, foi o meu primeiro microfone.



Café com o Brumado Agora – Além da divulgação, o senhor tem alguma outra paixão?


Zé Maria - Ângela Maria.  A sua personalidade, suas belíssimas músicas, o romantismo que conquistou o Brasil. Eu possuo a discografia completa dela: discos 78rpm, LPs, compactos, fitas, CDs. Além disso, gravei um show realizado no Teatro Castro Alves em homenagem a Ela, e reuni em DVD, reportagens, revistas, notas, tudo o que fala sobre a artista. Há uma curiosidade. Muitas meninas que nasceram entre as décadas de 70 e 80 se chamam Ângela Maria em homenagem a cantora.


Café com o Brumado Agora – Do que o senhor tem mais saudade?


Zé MariaSão tantas. A Divulgadora, as músicas da época, dos tão saudosos artistas, do meu fusca (risos) o primeiro carro volante de Brumado. Não poderia deixar de falar do Show de Calouros, das Zecretes: Taise, Mônica, Márcia, Fátima, Carla, Lucinha e dos jurados que imitavam os artistas famosos. Saudades também dos Zorbas, uma banda que se tornou profissional depois do Show de calouros. A banda era composta por: Messias, Noélio, Dário, Maria Helena, Jablonex, Tiãozito Cardoso, Altino, Pedrinho e Wilson Cai Cai.




Café com o Brumado Agora – Algo mais a acrescentar? Quer deixar uma mensagem aos brumadenses?


Zé MariaPrimeiro quero dizer que é muito bom estar aqui e relembrar esses fatos que fazem parte do desenvolvimento e da história da nossa querida Brumado. Façam de conta que estou m minha divulgadora e escutem: ALÔ BRUMADO! AQUI ESTÁ A MINHA HISTÓRIA, QUASE UM CENTENÁRIO. HISTÓRIA QUE EU CONTO COM MUITO CARINHO PARA VOCÊS!


Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


Café com Brumado Agora: com Terezinha Souza

Café com Brumado Agora: com Terezinha Souza
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Natural de Santa Terezinha, conhecida carinhosamente como Garotinha, e nascida no dia 17 de janeiro de 1929, Terezinha Marques de Souza deu início aos estudos em Cachoeira, no Colégio Filhas de Ana (Sacramentinas). Em seguida, fez admissão no Colégio de Ensino Normal, em Feira de Santana, onde em cinco anos concluiu o ensino médio. Formou-se em 1952, prestou Concurso Público e em 1957 mudou-se para Brumado e começou a lecionar no Bairro São Félix. Toda a trajetória dessa professora querida por todos os brumadenses, que possui o título de cidadã brumadense, uma indicação do ex-vereador Leo Teixeira, foi contada no quadro Café com o Brumado Agora, numa entrevista descontraída que aconteceu na Padaria Pérola.





Café com Brumado Agora: com Terezinha Souza
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora - Como foi o início da trajetória da senhora como professora em Brumado?


Terezinha Marques de Souza – Conclui os estudos em 1953. Então eu fiz Concurso Púbico, fui nomeada primeira para a cidade de Maragogipe, no entanto, meus pais não me deixaram mudar para lá. Naquela época, mesmo já formada e com certa idade obedecíamos aos nossos pais. Em seguida fui nomeada para a minha cidade Santa Terezinha e como meus pais moravam próximo, no Distrito de Lajedo do Alto, me deixaram lecionar, pois constantemente eu estava em casa. No entanto, meu pai faleceu e meu irmão Luiz Souza trouxe toda a família ara Brumado. Assim, em 1957, comecei a lecionarem Brumado, na Escola Estadual do Bairro São Félix e depois no Ginásio General Nelson de Melo, como professora de artes, lecionei também no Colégio Estadual de Brumado, por mais de 30 anos.


Café com o Brumado Agora – Quais as principais lembranças deste período?


Terezinha Marques de Souza – Naquela época o único prédio escolar que havia em Brumado era o Getúlio Vargas. Sendo assim, tínhamos que improvisar para dará aulas. Muitas delas aconteciam em garagens, galpões, igrejas e até mesmo embaixo de pé de juazeiro. Era uma época difícil, mas conseguíamos disciplinar os alunos.

Café com Brumado Agora: com Terezinha Souza
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora – A senhora foi integrante de várias entidades em Brumado. Pode falar um pouco sobre os cargos que ocupou?


Terezinha Marques de Souza – Foram várias as entidades das quais fiz parte em Brumado. Fui a primeira mulher admitida como sócia do Rotary Club, naquela época não era permitido mulheres na diretoria e, assim que  autorizado, fui a primeira a ocupar o cargo. Fiz parte da primeira diretora do Bloco Germes da Era, bem como integrante da primeira diretoria do Clube Social de Brumado, primeira diretora do Colégio Rotary, cargo este que ocupei por 19 anos, em seguida me convidaram a ser vice – diretora da Cirandinha, atualmente CEMENAS COC, cargo que ocupo até hoje. Além disso, atuei como presidente da APAE por 12 anos, um trabalho enriquecedor, mas sempre ressalto que, infelizmente, é muito difícil encontrar pessoas para fazer o trabalho voluntário em Brumado.


Café com o Brumado Agora -Quais os principais avanços verificados pela senhora, em relação ao ensino do período em que lecionava?


Terezinha Marques de Souza – Hoje os professores se profissionalizaram e estão bem mais qualificados, isso influencia, e muito, na qualidade de ensino. O ensino melhorou muito em Brumado, principalmente nas escolas municipais que estão de parabéns. Sou apaixonada pela minha profissão, e mesmo com muita dificuldade sabemos quanto o nível da qualidade do ensino em Brumado aumentou.

Café com o Brumado Agora – O que a senhora gostaria de ter feito por Brumado que, por algum motivo, não conseguiu concretizar?


Terezinha Marques de Souza - Acredito que contribui positivamente para o crescimento de Brumado e consegui concretizar todos os meus objetivos. Lembro com alegria do Chá de Casa que fizemos para a fundação do Centro Estudantil de Salvador (Casa do Estudante), arrecadamos utensílios necessários para a criação da casa, desde talheres a ornamentos essenciais. Foi muito importante e a residência existe até hoje. 


Café com o Brumado Agora - De quais momentos a senhora sente saudade? O que espera para o futuro?


Terezinha Marques de Souza – Sinto falta das festas populares, como São João, Carnaval, do resgate da cultura local. Era muito bom ver as famílias reunidas, todos se divertido sem violência. Para o futuro, espero que a educação cresça ainda mais, alcance níveis ainda mais altos de excelência. Gostaria também que o Carnaval voltasse a acontecer, o nosso carnaval era conhecido em toda região e é um marco da nossa cultura.


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