BIOGRAFIA: ESTHER TRINDADE SERRA

BIOGRAFIA: ESTHER TRINDADE SERRA
Antonio Novais Torres

Por Antonio Novais Torres


Esther Trindade Serra nasceu em 02 de junho de 1913, na cidade de Rio de Contas/BA – “Rua da Ponte: a rua melhor do mundo/de crepúsculo mais lindo,/de horizonte azul, infindo...” (Rua da ponte, a rua onde nasci...,Esther Trindade Serra) –. Era filha de José Rodrigues Trindade e Elvira da Silva Trindade.  Irmãos: Antônio, Basílio, Cantídio, Dulce, Floripes, Guiomar, Hermano, Israel, Julieta, Kilda, Laudelina, Mário, Nair e Osmar. Desde 1980, a sua cidade natal é tombada pela atual Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). A cidade histórica é patrimônio reconhecido como valor nacional e caracterizada por ser celeiro de artistas. Seu povo, fiel às tradições e à cultura, preserva o patrimônio arquitetônico antigo da cidade: ruas largas com calçamentos rústicos e seus casarios do passado, enfim, todo o seu patrimônio histórico.

Por Antonio Novais Torres


Esther Trindade Serra nasceu em 02 de junho de 1913, na cidade de Rio de Contas/BA – “Rua da Ponte: a rua melhor do mundo/de crepúsculo mais lindo,/de horizonte azul, infindo...” (Rua da ponte, a rua onde nasci...,Esther Trindade Serra) –. Era filha de José Rodrigues Trindade e Elvira da Silva Trindade.  

 

Irmãos: Antônio, Basílio, Cantídio, Dulce, Floripes, Guiomar, Hermano, Israel, Julieta, Kilda, Laudelina, Mário, Nair e Osmar.

 

Desde 1980, a sua cidade natal é tombada pela atual Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). A cidade histórica é patrimônio reconhecido como valor nacional e caracterizada por ser celeiro de artistas.

 

Seu povo, fiel às tradições e à cultura, preserva o patrimônio arquitetônico antigo da cidade: ruas largas com calçamentos rústicos e seus casarios do passado, enfim, todo o seu patrimônio histórico.

 

Esther Trindade Serra foi uma mulher dinâmica, independente, versátil e destemida. Morou em Abaíra, no povoado de Jequi, município de Iramaia e em Brumado. Exerceu diversas atividades: Oficial de Cartório (Jequi), pintora, escritora, poetisa, musicista, política, conselheira, exímia oradora e parteira – o que mais gostava de fazer.

 

Amava a terra natal, nunca deixou de participar dos festejos do Santíssimo Sacramento (o maior acontecimento católico realizado em Rio de Contas), dos quais sempre estava à frente. Lutava pela preservação da beleza natural e das tradições do povo rio-contense. A cidade precisava conviver com o novo, imposto pelo progresso, e preservar o antigo, um patrimônio histórico nacional. Ela sempre lutava para asseverar essa dualidade antitética.

 

Casou-se em 1935 com Pedro Esmeraldo Serra, na Igreja Matriz de Macaúbas. Comemorou bodas de ouro em 1985, na Igreja Matriz de Brumado. O casal teve os seguintes filhos: Celeste, Célia, Olympio, Ordep, Bárbara e Ana Elvira, todos profissionalmente realizados e distinguidos pela competência e sapiência: Pedagogo, Antropólogo, Médico, Escritor e Poeta que herdaram a veia da inteligência da mãe, uma autodidata de inteligência refinada pela leitura.

 

Muito religiosa, incentivou o filho Olympio a estudar no seminário para ser padre. O destino, porém, encarregou-se de desfazer esse plano, sem, contudo, tirar a concepção humana do antropólogo.

 

Em Brumado, foi secretária do Ginásio General Nelson de Melo, bibliotecária na Biblioteca Municipal Jarbas Passarinho, vereadora, vice-presidente da Câmara, presidente da Casa, líder do Governo e prefeita do município, quando o prefeito Juracy esteve no exterior. Seu mandato extinguiu-se em 17/06/1974, sendo substituída por José Meira de Oliveira.

 

Oradora elogiada por correligionários e adversários. Querida pelos seus pares. Entendia que a amizade estava acima das divergências políticas e para todos tinha um tratamento igualitário.

 

 Merecem ser relatados outros feitos de D. Esther: dedicou o poema Nossa Senhora dos Verdes ao brumadense Antonio Rizério Leite e compôs a letra do Hino do Município de Rio de Contas com melodia do maestro Esaú Pinto. Em 1959, Compôs o hino a São Sebastião, que é comemorado em 20 de janeiro.  Apresentou o primeiro presépio vivo em frente à Igreja Matriz, com encenação teatral na Missa do Galo – O nascimento de Jesus. Na missa dos domingos, nas novenas do mês de maio, nas celebrações festivas da igreja matriz, os cânticos sagrados ecoavam acompanhados do som melodioso do órgão tão habilmente dedilhado por D. Esther.

 

Foi sua a idealização da Bandeira e do Brasão Municipais. Ela esteve no Mosteiro de São Bento e procurou uma autoridade religiosa, o internacionalmente famoso heraldista Frei Paulo da Ordem de São Bento da Bahia  para orientá-la, e este lhe sugeriu a colocação da cruz como símbolo heráldico, firmada em vermelho, cor símbolo do padroeiro Bom Jesus, e o amarelo  representando a cidade. Sendo a cruz inspiração fundamental da religião cristã, inseriu, no Brasão Oficial do Município de Brumado, a expressão latina IN OMNIBUS CRUX (EM TUDO A CRUZ).

 

Diante desses dados, desenhou e pintou a Bandeira e o Brasão, obedecendo às normas heráldicas, os quais tiveram a aprovação da Câmara através da resolução nº 01/72, assinada pelo presidente Miguel da Mata Dias e pelo 1º secretário Péricles Jardim Sélis. O Brasão passou a ser utilizado nas correspondências oficiais do município (Legislativo e Executivo), conforme determinado na resolução número 01/72, de 20 de abril de 1972. Em 6 de dezembro de 2007, por aprovação da Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito, através da Lei nº 1.510, a expressão foi trocada para IN OMNIBUS PRIMUS (EM TUDO O PRIMEIRO).


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