Agora Sudoeste

BIOGRAFIA: MARIA NILZA DOS SANTOS AZEVEDO

BIOGRAFIA: MARIA NILZA DOS SANTOS AZEVEDO
Antônio Novais Torres

Por Antonio Novais Torres


Maria Nilza dos Santos Azevedo descende de umafamília, cujas mulheres sãovocacionadas para a educação – a família Azevedo. Nasceu no dia 19 de fevereiro de 1934, na fazenda São Gonçalo, município de Livramento do Brumado, hoje, Livramento de Nossa Senhora. Filha de Agnelo dos Santos Azevedo e Celsina dos Santos Azevedo. A suainstrução primária foi na Escola de Ubiraçaba,distritocom o mesmo nome, pertencente ao município de Brumado, tendo como primeira professora Giselda Castro. Diplomou-se em professora primariaem 1951 pela Escola Normal de Caetité, instituição modelarde ensino para formação de professores, fundada pelo Caetiteense, Governador Rodrigues Lima em 1896,a primeira do Alto Sertão baiano a formar professores. Por razões política  foi fechada no governo de Severino Vieira. Em suas instalações, por quase duas décadas,  constituiu-se o Instituto São Luís Gonzaga, de padres jesuítas europeus, dotando a cidade sertaneja da mais alta qualidade de ensino,considerado berço cultural e intelectual do sertão baiano.

Por Antonio Novais Torres

Maria Nilza dos Santos Azevedo descende de umafamília, cujas mulheres sãovocacionadas para a educação – a família Azevedo.

 

Nasceu no dia 19 de fevereiro de 1934, na fazenda São Gonçalo, município de Livramento do Brumado, hoje, Livramento de Nossa Senhora.Filha de Agnelo dos Santos Azevedo e Celsina dos Santos Azevedo.

 

A suainstrução primária foi na Escola de Ubiraçaba,distritocom o mesmo nome, pertencente ao município de Brumado, tendo como primeira professora Giselda Castro. Diplomou-se em professora primariaem 1951 pela Escola Normal de Caetité, instituição modelarde ensino para formação de professores, fundada pelo Caetiteense, Governador Rodrigues Lima em 1896,a primeira do Alto Sertão baiano a formar professores. Por razões política  foi fechada no governo de Severino Vieira. Em suas instalações, por quase duas décadas,  constituiu-se o Instituto São Luís Gonzaga, de padres jesuítas europeus, dotando a cidade sertaneja da mais alta qualidade de ensino,considerado berço cultural e intelectual do sertão baiano.

 

No ano de 1926, o  governador Góes Calmon, e Anísio Teixeira  cargo equivalente, hoje,  a secretário de educação, a Escola Normal é novamente instituída. Foramenviados para Caetité  os melhores mestres, mantendo assim a longa tradição que tornaria esta pequena cidade reconhecida pela formação cultural e intelectual privilegiada.

 

Submeteu-sea concurso público para o exercício da profissão, aprovada, foi nomeada para lecionar em Itaquaraí distrito de Brumado, onde permaneceu por pouco tempo,em seguida veio ensinar na Escola Estadual Getúlio Vargas, hoje, Grupo escolar Getúlio Vargas (GV).

 

PARTICIPOU DE DIVERSOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO:


Especialização de professor básico para surdose mudos no Rio de Janeiro,em 1958, obtendo êxitos com aprovação para o exercício do ensino pertinente. Pelo seu destaque de inteligência aguçada, fora escolhida para oradora da turma que em discurso enalteceu o trabalho do Instituto Nacional de Educação de Surdos, uma obra de redenção do surdo-mudo brasileiro. O discurso foi publicado no “Diário Carioca” em 10/01/1958.

 

Iniciativa: Foi pioneira da escola criada para surdos-mudosem Salvado/BA,com essa finalidade. Outros cursos adicionais que participou: diploma de personalidade através do desenho; diploma de problemas infantis; curso de fundamentos, técnica e recreações; Secretária de Educação e Cultura com certificado de aproveitamento; certificado de frequência integral; ciclo de conferência sobre Direito Social pelo Instituto de aposentadoria dos Comerciários (IAPC);diploma de participação do II Congresso Nacional da Alfabetização para Adultos, no Rio de Janeiro.

 

Enquantoexercia o magistério, conseguiu transferênciapara atuar como professora básica do curso de surdos e mudos em Brumado,um pioneirismo na cidade.

 

Em viagem de trem (RFFSA) deSalvador para Brumado em conversa com o então capitão Waldir Magalhães Pires, surgiu a ideia de se fundar um colégio em Brumado que carecia desse ensino. Ambos organizaram um curso de admissão ao ginásio cujos exames foram prestados em Caetité, e com outros abnegados da educação,viabilizaram e iniciaram o curso ginasialno Colégio General Nelson de Melo – nome dado pelo capitão Waldir Pires emhomenagem ao então comandante das ForçasExpedicionária Brasileira que lutou ao lado dos Aliados na Itália durante asegunda guerra mundial(1939-1945) envolvendo a maioria das nações do mundo, vitoriosa na tomada do Monte Castelo, por parte dos brasileiros. Por conseguinte afundação da entidade contou com a sua participação.

 

Posteriormente com a finalidade de tornar o Colégio Estadual de Brumado,  referência de ensino-aprendizagem para as Escolas da região, bem como para beneficiara sociedade, o GGNM foi transferido para o Estado com o nome de Colégio Estadual de Brumado (CEB).

 

Em 1961 ensinoua disciplina Geografia,Didática Escolar e Administração Escolarno colégio General Nelson de Melo.  Suavida foidedicada à educação e nessa profissão foi exemplo de competência profissional. A professora Maria Nilza falava: “Querer é poder. Nunca se alcança o que se deseja, sem empregar os seus esforços”.

 

Casou-seem 6 de junho de 1964 na Igreja Matriz de Brumado com David Bonfim da Silvae o casal teve uma filha, prematura,nascida em 11/09/1967,que deu o nome de Cláudia Azevedo Silva.

 

Faleceu em Salvador no Hospital Português, em 07/09/1973, com 39 anos, no dia em que se comemora a independência do Brasil,acometida de leucemia,cercada de carinho e contou com o apoio, asolidariedade dos pais, esposo, parentes e amigos. Foi trasladada para Brumado onde foi enterrada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Parentes, amigos e a comunidade acompanharam o cortejo fúnebre. Foi um exemplo de irmã,mestradedicada, amiga,esposa e mãe regida pelos princípios cristãos. Teve a vida ceifada, ainda jovem,pelos desígnios de Deus.

 

Culta, alegre simpática, dócil sincera, franca, modesta, simples e querida por todos que a conheciam,nunca alardeou os seus dotes intelectuais que era possuidora. Deixa saudades eternas com inesquecíveislembrançasdos que a amavam.

 

Em 1978 em honra à sua memória e à sua competência de educadora emérita a Escola “Cirandinha” fundada por Miriam Azevedo Gondim Meira e Edilsa Santos Silveira, em 1973.Com a ampliação, acrescendo os cursos de 5ª a 8ª séries,homenagearam a professora Nilza,dando o nome à escola de Centro de Educação Maria Nilza Azevedo Silva (CEMNAS), emreconhecimentoaquem foi exemplo na profissão de professora contribuindo decisivamente com a educação do município.

 

O loteamento Itapicuru por meio da Lei nº 800 de 23/11/1981 foi denominado: Bairro Maria Nilza Azevedo Silva. Em sua homenagem, também  dominaram,  no birro do hospital, a Rua Maria Nilza Azevedo Silva.

 

O conhecimento e o saber humano não se transmitem se o preceptor não estiver imbuído desse propósito, pois a cultura tem um processo dinâmico e é função de quem ensina colocar o aluno a pensar, a discernir e num processo evolutivo, capaz de compreender e definir com absoluta clareza o que leu, coma interpretação própria e correta do texto. Pelo que vimos,era esse o objetivo da professora Maria Nilza.

 

No país de Anísio Teixeira, de Paulo Freire, de Darcy Ribeiro, de Josué de Castro, de Milton Santos o magistério precisa ser valorizado e os preceptores não fugir  às suas responsabilidades, pois só a educação pode construir para o amanhã.

 

           

Fontes: Livro Recordar é viver de Agnelo dos Santos Azevedo;
Informações de Nely e Niete Azevedo (Filhas de Agnelo Azevedo, hoje,  com 104 anos completos),
Centro Educacional Maria Nilza Azevedo Silva (CEMNAS).

 

Antonio Novais Torres


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