

Sandro Cabral
Antonio Francisco Silva Júnior
Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a possibilidade de uma perda de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, em função de falhas de planejamento e de execução de dois importantes projetos para a Bahia: a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul. Em síntese, os prejuízos seriam decorrentes da possibilidade da ferrovia estar pronta bem antes do porto, o que inviabilizaria do ponto de vista econômico-financeiro o uso do primeiro equipamento, até a conclusão do complexo Portuário na região de Ilhéus. A magnitude dos valores anunciados chama a atenção da opinião pública. Afinal, diante do atual cenário de restrições orçamentárias em que o governo federal tem se esforçado para fechar suas contas, o desperdício sinalizado pelo TCU não passa despercebido suscitando, evidentemente, uma série de questionamentos. Artigo publicado no Correio da Bahia.
Sandro Cabral
Antonio Francisco Silva Júnior
Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a possibilidade de uma perda de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, em função de falhas de planejamento e de execução de dois importantes projetos para a Bahia: a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul. Em síntese, os prejuízos seriam decorrentes da possibilidade da ferrovia estar pronta bem antes do porto, o que inviabilizaria do ponto de vista econômico-financeiro o uso do primeiro equipamento, até a conclusão do complexo Portuário na região de Ilhéus.
A magnitude dos valores anunciados chama a atenção da opinião pública. Afinal, diante do atual cenário de restrições orçamentárias em que o governo federal tem se esforçado para fechar suas contas, o desperdício sinalizado pelo TCU não passa despercebido suscitando, evidentemente, uma série de questionamentos.
No artigo “Escolhas Estratégicas para a Expansão de uma Malha Ferroviária: Uma Análise Baseada em Opções Reais”, elaborado inicialmente em 2009 e publicado em sua versão definitiva no primeiro trimestre de 2011 no periódico científico BASE-UNISINOS (v. 8, p. 78-90, 2011), analisamos as escolhas para a determinação das estruturas de governança necessárias à construção e à operacionalização de serviços de infraestrutura logística, tomando como exemplo ilustrativo as alternativas de expansão da malha ferroviária do Estado da Bahia, em particular, a partir da construção da ferrovia que interligará o oeste baiano à costa atlântica.
Nosso estudo compara duas alternativas estratégicas, a primeira que considera o investimento total na malha, ligando o extremo oeste baiano à cidade de Ilhéus. A segunda alternativa considera o investimento em dois estágios, iniciando em Luis Eduardo Magalhães e indo até Brumado, onde a nova ferrovia encontraria uma linha já existente que vai até a Região Metropolitana de Salvador.
Nesse caso, o trecho entre Brumado e Ilhéus seria construído posteriormente, e seria resultado de opções estratégicas associadas às incertezas e riscos do negócio, como por exemplo, fatores políticos, ambientais e decorrentes da dinâmica de interação estratégica entre os entes empresariais e governamentais envolvidos. Diferentemente do projeto em curso, nossas análises à época indicaram a superioridade da segunda alternativa, em que pese a necessidade de resolução de questões ligadas aos direitos de passagem junto a concessionária do trecho atual e de eventuais modificações físicas no trajeto já existente. Artigo publicado no Correio da Bahia.
Sandro Cabral é Professor da Escola de Administração da UFBA
Antonio Francisco da Silva Júnior é Professor Colaborador do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA