ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: QUEM SOU EU?

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: QUEM SOU EU?

Por Antônio Novais Torres



 

Brumado é um município sem história, desmemoriado. A sua população desconhece as origens da terra natal, ou pouco sabe sobre a sua formação étnica, seu passado social, econômico, geográfico, político e cultural, pela inexistência de um estudo informativo nesse sentido. Falta-lhe um hino (o que é comum a todos os municípios), apesar de o poeta Arlindo Magno Stanchi tê-lo produzido, com música de Wilson Cai-Cai, porém não está oficializado. A professora Joselita Meira de Carvalho (Dona Zelita), já falecida, é autora de uma música em homenagem a Brumado. Esta poderia, também, constituir-se o hino municipal. Criou-se um hino municipal com o título HINO MUNICIPAL BRAVO BRUMADO, com letra de Ricardo Garret, música de Ricardo Nascimento e Ricardo Franklin e Arranjo do maestro Gandra, contudo não foi aprovado pela Câmara de Vereadores, sob a alegação de que o hino não fora composto por cidadãos brumadenses. Quanto a isso, não só houve protesto, como também recusa.

Por Antônio Novais Torres


Brumado é um município sem história, desmemoriado. A sua população desconhece as origens da terra natal, ou pouco sabe sobre a sua formação étnica, seu passado social, econômico, geográfico, político e cultural, pela inexistência de um estudo informativo nesse sentido. Falta-lhe um hino (o que é comum a todos os municípios), apesar de o poeta Arlindo Magno Stanchi tê-lo produzido, com música de Wilson Cai-Cai, porém não está oficializado. A professora Joselita Meira de Carvalho (Dona Zelita), já falecida, é autora de uma música em homenagem a Brumado. Esta poderia, também, constituir-se o hino municipal.

 

Criou-se um hino municipal com o título HINO MUNICIPAL BRAVO BRUMADO, com letra de Ricardo Garret, música de Ricardo Nascimento e Ricardo Franklin e Arranjo do maestro Gandra, contudo não foi aprovado pela Câmara de Vereadores, sob a alegação de que o hino não fora composto por cidadãos brumadenses. Quanto a isso, não só houve protesto, como também recusa.

 

Brumado carece de uma política definida para tal finalidade. O que se sabe está disperso entre as pessoas mais idosas do lugar, como se elas fossem bibliotecas vivas (porém efêmeras), que contam acontecimentos vivenciados por elas, como memorialistas, ou que ouviram de seus antepassados, sem que haja nada escrito a esse respeito. “As palavras voam, os escritos permanecem”.

 

É necessário e urgente que se conclamem as pessoas responsáveis pela cultura, pela política, pela história da origem do lugar, do seu povo, a fim de se documentar o que se sabe, para não se perder no tempo. Tudo o que diz respeito à história de Brumado deve ser compilado em livros abrangentes, com localização geográfica e suas divisões comerciais, industriais, vultos históricos etc., de forma que o município passe a ser conhecido pelas suas potencialidades e valores. Esses livros deverão ser distribuídos nas escolas municipais, estaduais e particulares e estar disponíveis na biblioteca municipal para conhecimento e divulgação dessa historiografia, além de se constituírem seguras fontes de pesquisas futuras.

 

Essa iniciativa deve ficar a cargo da Secretária de Educação que conclamará os intelectuais, políticos, pedagogos, escritores, poetas, teatrólogos, religiosos, historiadores, enfim, envolver a sociedade nesse processo da formação histórica de Brumado que não pode prescindir da colaboração de todos.

 

A prefeitura editou o livro Uma Comunidade Rural do Brasil Antigo de Lycurgo Santos Filho, um livro de cunho técnico e visão histórica restrita à fazenda do “Brejo do Campo Seco”. De certa forma, é importante o conhecimento desse relato para a cultura municipal, entretanto esqueceu-se de dotar o município da sua própria história e origem, fato de que não se tem nenhum conhecimento documentado.

 

Muitos municípios têm catalogados os fatos ocorridos com a sua gente, relatando as suas tradições em documentos relativos ao passado, os quais contam todo o processo da formação da sua história. Assim, dão ao povo um compêndio (histórico, geográfico, cultural, político etc.) com registros legítimos e com riqueza de detalhes, possibilitando-lhe o conhecimento da formação da sua cultura e da sua história.

 

Sugerimos, dessa forma, ao poder público que se encarregue dessa empreitada e dê ao povo do município de Brumado um documento que envolva o conhecimento da sua historiografia ampla e completa. 

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BIOGRAFIA: FIRMINO JOSÉ FERREIRA 'ANTÔNIO TORRES'

BIOGRAFIA: FIRMINO JOSÉ FERREIRA 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres

 

Firmino José Ferreira nasceu em 06/07/1926, em Vitória da Conquista e era o segundo da prole dos dezesseis filhos de Laurenço José Ferreira e Antônia Marcelina de Jesus. Casou-se com Dona Naéde Santos Costa (nome de solteira) na Igreja Matriz de Brumado, cerimônia celebrada pelo padre Antônio Fagundes em 20/03/1956. Em 19/06/1963, ela passou a assinar Naéde Santos Ferreira, quando se casou no civil, em regime de comunhão de bens, perante a Juíza de Direito da Comarca de Brumado, Dr.ª Magna Maria Pereira Santos. Dessa união, nasceram os filhos: Carlos Roberto Santos Ferreira (Beto) de 03/04/1958, formado em Contabilidade; Carlos Alberto Santos Ferreira (China) nasceu em 23/10/1960, formado em Administração de Empresas e exerce também a profissão de músico; Jocilane Santos Ferreira do Livramento (Joci), nascida em 17/10/1966, é formada em Magistério, estudante do curso de Letras Vernáculas e professora na rede pública estadual.

Por Antônio Novais Torres

 

Firmino José Ferreira nasceu em 06/07/1926, em Vitória da Conquista e era o segundo da prole dos dezesseis filhos de Laurenço José Ferreira e Antônia Marcelina de Jesus.

 

Casou-se com Dona Naéde Santos Costa (nome de solteira) na Igreja Matriz de Brumado, cerimônia celebrada pelo padre Antônio Fagundes em 20/03/1956. Em 19/06/1963, ela passou a assinar Naéde Santos Ferreira, quando se casou no civil, em regime de comunhão de bens, perante a Juíza de Direito da Comarca de Brumado, Dr.ª Magna Maria Pereira Santos.

 

Dessa união, nasceram os filhos: Carlos Roberto Santos Ferreira (Beto) de 03/04/1958, formado em Contabilidade; Carlos Alberto Santos Ferreira (China) nasceu em 23/10/1960, formado em Administração de Empresas e exerce também a profissão de músico; Jocilane Santos Ferreira do Livramento (Joci), nascida em 17/10/1966, é formada em Magistério, estudante do curso de Letras Vernáculas e professora na rede pública estadual.

 

Firmino possuía apenas o ensino fundamental incompleto. Diligente, exerceu diversas atividades, sendo uma delas, a de pedreiro. Vangloriava-se em assentar 1.500 tijolos por dia e necessitar de dois ajudantes para abastecê-lo de massa para a execução dos serviços. Posteriormente, passou a ser mascate ambulante, deslocando-se de cidade em cidade para vender uma variedade de miudezas nas feiras locais. Por último, passou a vender tecidos e confecções e contou com a ajuda da esposa para o êxito dos negócios. “Era uma vida difícil, mas vencemos com determinação” – lembra Dona Naéde.

 

Com o tempo, amealhou economias e comprou, da família Meira, as mercadorias da loja de tecidos e confecções e alugou o ponto na Praça Armindo dos Santos Azevedo, onde instalou a Loja Bom Jesus, nome em homenagem ao padroeiro de sua fé.

 

Politicamente, Firmino não exerceu nenhum cargo nessa seara, contudo era grande amigo de “Quinquinha”, batizado Joaquim Gomes Pereira e do filho deste, Juracy Pires Gomes (ex-prefeito), dos quais era seguidor fiel. Tinha admiração venerável por ACM (Antônio Carlos Magalhães).  

 

Conheci Firmino José Ferreira por intermédio de meu compadre Amadeu Gama (o Bahia, como é conhecido na Pauliceia, por paulistas e conterrâneos). Tratava-se de uma pessoa extraordinária. Foi bom esposo e dedicado pai de família. Era solidário com amigos e familiares que o tinham como patriarca e conselheiro. Respeitoso e respeitado, manteve a unidade da família sob os seus preceitos de religiosidade e de moralidade, predicados dos quais não abria mão.

 

Firmino tinha uma invejável saúde e disposição física e, às vezes, abusava dessa condição. Exibia-se numa demonstração de seus atributos físicos, alçando, com a mandíbula, uma cadeira de madeira pesada por sobre a cabeça, alegando que tinha uma dentadura cujos dentes, segundo a sua intuição, eram de marfim, num desafio e demonstração de força.

 

Digno, sério e trabalhador, tinha como meta e princípios honrar os seus compromissos e dizia: “Uma vez a palavra empenhada, tem efeito de lei, não a descumpro, mesmo que tenha de arcar com prejuízos” – sou testemunho dessa afirmação.

 

Perfeccionista, religioso e místico, era devoto de Bom Jesus e, desde que O adotou como seu protetor, nunca perdeu uma romaria à gruta, na cidade de Bom Jesus da Lapa, para reverenciá-Lo. Mesmo enfermo, fez o sacrifício de prestar homenagem à divindade, cuja imagem mantinha em seu peji, onde, contrito, adorava-O e fazia as suas orações, num sincretismo religioso que o caracterizava.

 

Firmino lutou brava e ferozmente contra a doença. Sua vontade de viver era imensa. Encontrou, no seio da família, a compreensão, o apoio e os meios necessários para se curar, infelizmente, sucumbiu ao mal que o afligia. Numa visita que lhe fiz, disse-me fervorosamente que iria a Salvador procurar um bom médico para tratar-se, pois a fé depositada em Bom Jesus dava-lhe a certeza de que ficaria curado. Porém, a enfermidade suplantou-o, foi mais forte que a sua vontade de viver. Em 25/08/1993, faleceu em Salvador, aonde fora em busca de tratamento. O seu corpo foi trasladado para Brumado, onde foi enterrado no dia seguinte, no cemitério Senhor do Bonfim.

 

Construí uma sólida e sincera amizade com Firmino, fato de que muito me orgulho. Fui seu amigo e admirador de suas virtudes de cidadão exemplar. Admirava-o pelo seu caráter e firmeza de propósitos. Era um amigo leal, prestativo, em qualquer hora e em quaisquer circunstâncias. Neste ensejo, apresento aos seus familiares as minhas condolências, o meu abraço fraterno acompanhado do sentimento de dor pela perda do amigo sincero e leal a quem reverencio saudosamente.

 

FIRMINO JOSÉ FERREIRA

*06/07/1926
†25/08/1993

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ARTIGO ANTÔNIO TORRES: BANDEIRA E BRASÃO DE BRUMADO

ARTIGO ANTÔNIO TORRES: BANDEIRA E BRASÃO DE BRUMADO

Por Antônio Novais Torres


A Câmara Municipal de Vereadores de Brumado escolheu a vereadora Esther Trindade Serra para falar sobre os 150 anos da Independência do Brasil. Na oportunidade, por meio da resolução 1/72, de 20 de abril de 1972, foram instituídos a Bandeira e o Brasão das Armas do Município de Brumado. A Câmara Municipal de Vereadores, no dia 3 de setembro de 1972, fez o lançamento desses símbolos em apresentação oficial ao povo, com a bênção do Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes. O heraldista alemão radicado no Brasil, Frei Paulo da Ordem de São Bento na Bahia, foi procurado no Mosteiro de São Bento, em Salvador, pela vereadora Esther Trindade Serra, no período do governo de Miguel Lima Dias, para criar o modelo adequado do Brasão. Depois de estudos heráldicos, o Brasão das Armas do Município de Brumado tomou forma com base na história do município e suas tradições. Após a sua promulgação, tornou-se obrigatório o seu uso nos documentos e nas correspondências oficiais dos poderes Executivo e Legislativo.

Por Antônio Novais Torres


A Câmara Municipal de Vereadores de Brumado escolheu a vereadora Esther Trindade Serra para falar sobre os 150 anos da Independência do Brasil. Na oportunidade, por meio da resolução 1/72, de 20 de abril de 1972, foram instituídos a Bandeira e o Brasão das Armas do Município de Brumado. A Câmara Municipal de Vereadores, no dia 3 de setembro de 1972, fez o lançamento desses símbolos em apresentação oficial ao povo, com a bênção do Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes. 

 

O heraldista alemão radicado no Brasil, Frei Paulo da Ordem de São Bento na Bahia, foi procurado no Mosteiro de São Bento, em Salvador, pela vereadora Esther Trindade Serra, no período do governo de Miguel Lima Dias, para criar o modelo adequado do Brasão. Depois de estudos heráldicos, o Brasão das Armas do Município de Brumado tomou forma com base na história do município e suas tradições. Após a sua promulgação, tornou-se obrigatório o seu uso nos documentos e nas correspondências oficiais dos poderes Executivo e Legislativo.

 

 

Composição do Brasão:

 

 

Escudo – Pleno de ouro com uma cruz firmada de vermelho, carregada de uma cruz flordelizada e vazada em ouro. Insígnias – Coroa mural de quatro torres de prata, que representa a cidade.

 

Lema – “IN OMNIBUS CRUZ” (Em tudo a cruz) em letras de ouro sobre o listel vermelho.

 

Comentários – Os elementos do escudo têm relação com o antigo topônimo da cidade (Bom Jesus dos Meiras). O fundo vermelho simboliza a devoção ao seu padroeiro, o Bom Jesus. A cruz flordelizada de ouro e vazada sobre o campo vermelho é atributo heráldico da família Meira, como evocação de seus fundadores. O lema “Em tudo a cruz” alude à feliz coincidência dos elementos heráldicos que se equilibram e se completam, tendo a cruz como inspiração fundamental.  

 

A Bandeira do Município foi inspirada nesse Brasão. Enfatizou a vereadora Esther Trindade Serra em sua homenagem à instituição do Brasão e da Bandeira municipal: “Esta é a nossa Bandeira! Lema de fé, farol que nos conduzirá pelos caminhos do nosso destino...”. “A bandeira é a suprema afirmação do poder político de um povo, é a própria encarnação da pátria que ela exprime”.

 

Através da Lei número 1.509, de 6 de dezembro de 2007, o prefeito municipal, com a aquiescência da Câmara Municipal de Brumado, aprovou a seguinte lei: Fica instituído o Brasão do Poder Legislativo de Brumado como símbolo oficial da Câmara Municipal. Esse assunto já tinha sido objeto da resolução número 1/72, Art. 1º, de 20 de abril de 1972, portanto não havia por que reiterá-lo.

 

Pela Lei 1.510, de 6 de dezembro de 2007, também com a concordância da Câmara de Vereadores, foi aprovada uma alteração no Brasão: a expressão latina “IN OMNIBUS CRUX” (Em tudo a cruz) foi mudada para “IN OMNIBUS PRIMUS” (Em tudo o primeiro), ficando preservadas as demais características heráldicas. 

 

A bandeira “é a suprema afirmação do poder político de um povo, é a própria encarnação da pátria que ela exprime”. Essa insígnia, que fora mudada, representava a ideia dos religiosos cristãos antepassados. Para eles, a cruz, símbolo religioso, é uma expressão da alma, característica humana da fé, que tem o Bom Jesus como seu protetor e padroeiro da paróquia.

 

Por tradição da religiosidade, a cruz está presente nas velas da expedição de Pedro Álvares Cabral e também é representada pelo Cruzeiro do Sul, incluso na Bandeira Nacional. Dessa forma, traduz a memória de um povo cujo embasamento espiritual tem inspirado os seus seguidores.

 

A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a católica. É “o principal símbolo da religião cristã”, como consta na Enciclopédia Britânica.

 

 Diversos países a adotam em suas bandeiras: Suíça; Dinamarca; Islândia; Suécia; Finlândia; Reino Unido; Áustria; a Cruz vermelha, criada pela Convenção de Genebra; a Bandeira da Ordem Cristã; a Bandeira de Pernambuco, em alusão à ilha de Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz e o Distrito Federal (cruz de Brasília, formada de quatro setas de voos opostos).

 

Em assim sendo, não havia motivos para se ter substituído a palavra ‘cruz’ por ‘primeiro’, a não ser que se apresentasse uma explicação plausível e muito bem fundamentada para justificar essa alteração. Ainda assim, ter-se-ia de levar ao conhecimento prévio do povo, para a sua apreciação e posterior mudança, se assim fosse da sua vontade, com a sua aquiescência. Portanto, seria de bom alvitre que a Câmara de Vereadores revogasse essa lei e seguisse os trâmites que requer uma alteração dessa natureza.

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ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

Por Antônio Novais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor. O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

Por AntônioNovais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor.

 

 O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

 

Apesar de pobres, foliões vivem essa ambição e procuram minimizar os seus sofrimentos e os inconvenientes da miséria com momentos embriagantes de alegria ao desfilarem na escola de samba do seu coração. É necessário que se analise essa realidade e se tenha a consciência de que essa festa pode produzir mais miséria por gastos incompatíveis, apenas para se apresentar na festa de Momo. Essas são as agruras da irresponsabilidade de muitos.

 

Toda essa parafernália momesca conta com o apoio dos governos e de empresários. Aqueles, com a sua aquiescência; estes, segundo se noticiam, com a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico e da contravenção do jogo do bicho, com os quais estão envolvidos financiam a pândega.

 

 Essa festa é uma contradição, pois acolhe as disparidades sociais dos seus adeptos. Muitos são pobres operários que se orgulham de participar de escolas de samba e poderem apresentar-se na avenida.

Na visão dos esteticistas, é um luxo que atrai turistas que se encantam com a criatividade, com as ideias e com o trabalho ornamental dos produtores do evento e, por toda essa engenhosidade. O entrudo é tradição nacional, tem cunho cultural e científico e artesanal nos seus temas e alegorias. Vale a pena se realizar Carnaval em detrimento de obras e serviços essenciais para a população?

 

E o povo? O povo viverá da política do pão e circo (panem et circenses). Essas pessoas humildes, de difícil situação financeira, vivem na periferia, sem nenhum conforto, em habitações precárias, ou mesmo em barracos, sem saneamento básico, exploradas pelo trabalho não qualificado e, muitas vezes, revoltadas pela situação degradante que vivem. Toda essa condição de descaso que os governantes impingem ao povo termina por levar muitos para a delinquência vivenciada nos dias de hoje sem que haja uma reação à altura dos órgãos repressores.

 

Há de se fazer uma reflexão sobre tudo isso, e que providências cabíveis sejam tomadas. As pessoas precisam de paz, de tranquilidade, de trabalho, de moradia digna, de políticos honestos e, sobretudo, de infraestrutura. Precisam viver sem os sobressaltos, sem medo, enfim, precisam da liberdade de ir e vir conforme preceitua a Constituição. Haja Carnaval...

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ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: VIOLÊNCIA

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: VIOLÊNCIA

Por Antônio Novais Torres

 

Estamos todos assustados, horrorizados, estarrecidos, humilhados e impotentes ante tanta violência – urbana, rural, familiar, comercial –. Violência de toda ordem praticada pelos bandidos que investem contra as autoridades, contra a lei e contra a sociedade. Arrostam a todos sem nenhum receio, levando sofrimento, angústia, medo e outras consequências pelos crimes perpetrados. Essa gente precisa ser punida exemplarmente pelo mal que tem causado à sociedade cotidianamente. A segurança é um direito social na forma em que preceitua a Constituição: “Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da Lei”. Art. 9° § 2°.Segurança é um direito fundamental do indivíduo. Este não deverá ter a liberdade e a integridade física e moral privadas por nenhum meio.

Por Antônio Novais Torres

 

Estamos todos assustados, horrorizados, estarrecidos, humilhados e impotentes ante tanta violência – urbana, rural, familiar, comercial –. Violência de toda ordem praticada pelos bandidos que investem contra as autoridades, contra a lei e contra a sociedade. Arrostam a todos sem nenhum receio, levando sofrimento, angústia, medo e outras consequências pelos crimes perpetrados. Essa gente precisa ser punida exemplarmente pelo mal que tem causado à sociedade cotidianamente.

 

A segurança é um direito social na forma em que preceitua a Constituição: “Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da Lei”. Art. 9° § 2°.Segurança é um direito fundamental do indivíduo. Este não deverá ter a liberdade e a integridade física e moral privadas por nenhum meio.

 

Há, contudo, de se refletir sobre as responsabilidades sociais, quer do governo ou da sociedade. A elite não dá importância aos despossuídos, levando-os a constituírem uma classe de párias da sociedade que, sem oportunidades, analfabetos e marginalizados, enveredam-se pelos descaminhos sociais e praticam todo tipo de ilicitude que alegam ser sua subsistência. Todavia, o ditado popular receita que “Pau que nasce torto morre torto”, quem tem a índole perversa dela se prevalecerá para conquistar os seus desejos.

 

O homem do campo, geralmente de pouca instrução, vem para a cidade e sofre as consequências do subemprego e da marginalização, porquanto na urbe exige-se mão de obra qualifica que ele não tem, obrigando-o a projetar-se, muitas vezes, no submundo do crime.

 

As grandes empresas aderiram ao processo da terceirização, situação em que os operários tiveram seus salários achatados. Com a terceirização, prática adotada pela globalização, as empresas priorizaram, de maneira exacerbada, o lucro em detrimento do cunho social.

 

Os bancos reduziram o número de funcionários e praticaram o arrocho salarial, cortando vantagens e demitindo funcionários que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). Deduz-se, portanto, que a ganância ou usura é o único objetivo para lucrarem ainda mais.

 

A família tem-se degenerado, desmoronando-se ante tanta liberdade consentida. As liberalidades da TV, da internet e de outros meios de informações deletérias à sociedade, como a promiscuidade do sexo e a excentricidade dos valores éticos e morais têm combalido as famílias que sofrem as consequências de atos impudicos praticados sem o menor escrúpulo.

 

 Juízes investidos da intocabilidade cometem abuso de poder, quando não, crimes, que ficam acobertados pelo poder absolutista da justiça, o que precisa ser revisto. A impunidade, segundo a visão do povo, tem concorrido para o aumento dos desmandos sociais.

 

Todos esses problemas, além de outros não citados, contribuem para que a marginalidade tome fôlego e cresça assustadoramente, pondo em risco a inviolabilidade do indivíduo.

 

A Constituição tem sido descumprida pela falta de leis complementares não aprovadas para a necessária aplicabilidade. É preciso passar o país a limpo, recuperar os poderes corruptos, revitalizar as instituições, estimular o patriotismo, valorizar a ética, a moral e os bons costumes. Todo esse aparato, contudo, tem de passar pelo processo da educação, a fim de conscientizar permanentemente a população para o exercício da cidadania.

 

Rui Barbosa, considerado o ícone da justiça brasileira e homem das letras, fez a seguinte citação: “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se da justiça e ter vergonha de ser honesto”.

 

Toda essa violência contra o cidadão, toda essa corrupção que assola o país, a qual agride o direito constitucional, os direitos civis, enfim, a cidadania, tem afastado os homens de bem – os sérios e corretos, os dignos e de caráter sem jaça – dasdecisões a que são chamados para definir os destinos da Nação.

 

Enfim, todas essas mazelas e a crescente marginalidade têm a ver com o descaso e a omissão dos governos e da sociedade que permitiram tais desmandos e criaram cobras para mordê-los, assim diz o adágio popular. Se não forem tomadas posições enérgicas para pôr fim a essa conturbação social, a anarquia tomará conta da situação.

 

Que se lute em defesa do direito à liberdade, do direito de ir e vir, enfim, que se lute pelos direitos do ser humano. Que se faça justiça para banir da sociedade o corruptor, o marginal, pois compete ao Estado estabelecer essas medidas de contenção para os desagravos sociais.

 

Homo nascitur ad laborem (o homem nasce para o trabalho). Quem não aceitar essa citação infelizmente terá de prestar conta da sua inércia ao Juiz celeste e ao terreno. Que as autoridades cumpram o múnus que lhes é atribuído pelo Estado e que este promova as condições para a execução do autorizado.

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ARTIGO: HOMENAGEM ÀS MULHERES BRUMADENSES

ARTIGO: HOMENAGEM ÀS MULHERES BRUMADENSES

Por Antônio Novais Torres



 

Dia 8 de março. Dia Internacional da Mulher. A estas comemorações parabenizo a mulher, especialmente a brumadense, pelas lutas direcionadas às conquistas dos seus direitos: humanos, políticos, sociais, trabalhistas e pessoais, enfim, pela liberdade pela autonomia de ações e comportamentos que lhes assegurem o direito sagrado de ver, pensar, agir e reagir sem amarras e censuras que impeçam o seu livre arbítrio. O caminho para se chegar até aqui foi muito árduo, obstáculos foram removidos para se alcançar às conquistas até então consolidadas, fruto de persistência e determinação, entretanto, muita coisa se está por ser conquistada, principalmente nas áreas em que predominam o monopólio masculino.

Por Antônio Novais Torres

 

Dia 8 de março. Dia Internacional da Mulher. A estas comemorações parabenizo a mulher, especialmente a brumadense, pelas lutas direcionadas às conquistas dos seus direitos: humanos, políticos, sociais, trabalhistas e pessoais, enfim, pela liberdade pela autonomia de ações e comportamentos que lhes assegurem o direito sagrado de ver, pensar, agir e reagir sem amarras e censuras que impeçam o seu livre arbítrio. O caminho para se chegar até aqui foi muito árduo, obstáculos foram removidos para se alcançar às conquistas até então consolidadas, fruto de persistência e determinação, entretanto, muita coisa se está por ser conquistada, principalmente nas áreas em que predominam o monopólio masculino.

 

 As estatísticas policiais e do grupo de defesa dos direitos da mulher afirmam que os índices de violência doméstica no país são crescentes e assustadores. Brasileiras são espancadas e em 70% dos casos o agressor é e o marido, o ex-marido, companheiro ou o namorado. Em vista dessa realidade o movimento feminista e as diversas ONGs que cuidam da defesa dos direitos das mulheres estão envidando esforços para que a lei seja cumprida e aplicada.

 

 As comemorações das conquistas das mulheres são de suma importância para a sociedade brasileira. Elas promovem o processo desenvolvimentista econômico, político e social, ocupando os diversos espaços das diversas áreas da atuação humana, com competência e equilíbrio no desempenho das funções que lhes são atribuídas em igualdade de desempenho com os homens.

 

A mulher campestre tem contribuído de forma decisiva para as conquistas dos seus direitos sociais através de suas organizações afins, chamando a atenção dos governantes para o atendimento de suas justas reivindicações, que lhes garantam vida digna através de políticas públicas oferecendo as oportunidades de trabalho e acesso creditício e tecnológico, no intuito de se evitar o êxodo rural e a consequente descaracterização da sua formação rurícola que certamente será afetada no ambiente urbano.

 

Apesar das conquistas que as mulheres têm realizado nos campos sociais, políticos, trabalhistas e de liberdades de comportamento, fatos de relevantes avanços e realizações pessoais que confirmam a sua importância no viés das relações humanas, a mulher é um ser que traz em si o conceito mais importante da vida - a maternidade - dádiva que Deus lhe deu para ser a multiplicadora da vida, que envolve o sentimento do amor como o preceito mais importante e significativo da humanidade. Que todas essas conquistas, justas e significativas, não se transformem em pretexto que venham gerar conflitos, contrapondo com a realidade de companheira solidária que Deus criou para unir-se ao homem visando a multiplicação dos seres.

 

HOMENAGENS:

 

Transcrevo do poeta Abnísio Luz Aguiar o seguinte soneto em homenagem às mulheres:

 

MULHER

 

Elas sempre foi destacada/Na Bíblia, está no livro primeiro/Assim que da costela foi tirada/Logo dominou seu companheiro//Em todas as épocas da história/Foi motivo de amor e de guerra/Eva, Maria, Helena, ou Glória.../Reina nos quatro cantos da terra//Mães, madrastas ou donzelas / A mulher nunca perde seu traço/ Até mesmo para o rei Cangaço/ Foi impossível viver sem uma delas//Por isso que neste oito de Março/para todas as mulheres do mundo/com carinho e respeito profundo/ Eu ofereço um forte abraço.

 

O poeta Arlindo Stanchi, o homem dos dois mil sonetos, de saudosa memória, assim se expressou:

O MUNDO É DAS MULHERES

 

Realmente, elas são preponderantes./O mundo ajoelha-se aos seus pés./Passivas, porém muito importantes./Dignamente invertem o invés.//No amor, são demais aconchegantes./Não se curvam diante dum revés./Às vezes, podem ser extravagantes./Pertencerem às péssimas ralés.//Nem sempre escolhem bem o bem-amado,/O pretendido príncipe encantado,/Mesmo que a cotação seja em libra//Pelos filhos têm mágico desvelo./Como nada as priva de mantê-los,/Ficam a “desdobrar fibra por fibra”.

 

 

Outro soneto de Stanchiano:

 

DIA DA MULHER

 

Cento e dezenove, as bravas heroínas/Trabalhavam em uma imensa tecelagem./Oito de março. Como as velhas, as meninas/Pensaram transformar aquela triste imagem.//Lutavam pra mudar suas desumanas sinas,/Ano onze. Em New York, com garra e coragem./Mil novecentos. Só dez horas de rotina,/Em vez das dezesseis, que as punham à margem.//A fábrica fechada. Elas ali trancadas./Provocado incêndio. Oh! Morreram queimadas!/Reivindicavam o que o patrão não quer.//Revolta universal, que a todos desatina./Na abominável data em que se deu a chacina,/Triste, o mundo festeja o Dia da Mulher. (Arlindo Stanchi).

 

Associo-me a todos que acreditam na capacidade e intuição feminina e as homenageio com esse artigo e deixo também, as minhas congratulações pelo Dia Internacional da Mulher.

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ARTIGO ANTÔNIO TORRES: PRISCAS ERAS

ARTIGO ANTÔNIO TORRES: PRISCAS ERAS
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres



 

Brumado, cidade conhecida pelo slogan de “Capital do Minério”, por suas famosas jazidas de magnesita e talco. O município possui a terceira maior mina de magnesita do mundo, na região da vila Pedra Preta. A natureza foi pródiga com o seu subsolo rico em minerais diversos, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados. Ostenta também o título de primeiro lugar em plantação de algodão. Atualmente, os cotonicultores enfrentam a falta de crédito com juros civilizados, de orientação técnica adequada e de incentivos, como a distribuição de sementes expurgadas, além de enfrentarem a ocorrência do Bicudo-do-algodoeiro (praga terrível que assusta os cotonicultores pela resistência a inseticidas), dos baixos preços do algodão, dos altos preços dos defensivos agrícolas e da mão de obra inviável em relação ao preço de venda. Esses dados merecem a atenção do governo para se amenizarem os problemas angustiantes por que passam os produtores de algodão. 

Por Antônio Novais Torres


Brumado, cidade conhecida pelo slogan de “Capital do Minério”, por suas famosas jazidas de magnesita e talco. O município possui a terceira maior mina de magnesita do mundo, na região da vila Pedra Preta. A natureza foi pródiga com o seu subsolo rico em minerais diversos, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados.


Ostenta também o título de primeiro lugar em plantação de algodão. Atualmente, os cotonicultores enfrentam a falta de crédito com juros civilizados, de orientação técnica adequada e de incentivos, como a distribuição de sementes expurgadas, além de enfrentarem a ocorrência do Bicudo-do-algodoeiro (praga terrível que assusta os cotonicultores pela resistência a inseticidas), dos baixos preços do algodão, dos altos preços dos defensivos agrícolas e da mão de obra inviável em relação ao preço de venda. Esses dados merecem a atenção do governo para se amenizarem os problemas angustiantes por que passam os produtores de algodão.


O município foi grande produtor de mamona. Vários compradores se instalaram aqui, a exemplo da SAMBRA, IMBSA, J. Aguiar & Cia Ltda., além de outros avulsos. As famílias pobres rurícolas tinham, nessa lavoura, meios para a sua subsistência, com reembolso imediato pela venda do produto.


Já se criaram caprinos em larga escala, sendo São Paulo o seu maior centro comprador. As peles dos animais adultos abatidos na região eram comercializadas no comércio local, movimentando a economia do lugar, o que suplementava as carências combalidas e imediatas do rurícola. A Lei do Bode, editada pela prefeitura e conhecida como Lei dos latifundiários, impediu de se criar o animal à solta, um processo que não beneficiou as pessoas de menor poder aquisitivo. Essa lei foi uma camisa de força nos pequenos criadores, tirando-lhes os meios de subsistência, o que os colocou em maiores dificuldades financeiras.

A Magnesita S.A., a principal e maior extratora do minério que deu nome à empresa, é proprietária de muitos hectares de terras na região, incluindo a serra das Éguas e outras produtoras de minérios. Já foi chamada de “Mãezita” pela oferta de muitos empregos e pelos melhores salários da região e quiçá do Brasil – daí o apelido carinhoso.


A realidade nestes tempos é outra, dura e crua. A lavoura do algodão está em decadência. A lavoura da mamona, de cujos grãos o pobre lavrador se valia para vendê-los a qualquer momento e em pequenas quantidades, para o suprimento das necessidades básicas e imediatas – alimentos e remédios – deixou de existir. A criação de caprinos, com a Lei do Bode, tornou-se inviável.


A Magnesita S.A. modernizou-se, ingressou na era da qualidade total, adquirindo o status de excelência de produção e administração. Com essa reengenharia administrativa, reduziu o número de funcionários e terceirizou vários setores. Com esse processo, os salários dos funcionários foram achatados, e algumas conquistas sindicais desprezadas – esse é o preço da globalização imposta pelo neoliberalismo.


O poder público não tem dado a devida atenção ao município de Brumado, produtor de riquezas e significativa contribuição com impostos arrecadados. Trata-se de um município com uma expressiva população com 57.176 habitantes (IBGE) e um colégio eleitoral de 24.443 mil votantes (dados de 1986) que está relegado a segundo plano, apesar do seu potencial de riqueza e expressão eleitoral.


Há de se pensar em um plano de diversificação de culturas, criação de ovinos e caprinos em regime semiconfinado, incentivo à bacia leiteira e à criação de gado selecionado adaptável à terra, implantação de um polo industrial, aproveitando-se as reservas minerais e o potencial agrícola da região, viabilização das festas populares e dos valores culturais do município e outros procedimentos que visem alavancar o progresso e o desenvolvimento da região. Tudo isso depende da contribuição do Governo com a contrapartida da prefeitura e as parcerias privadas para essa finalidade. Caso contrário, Brumado ficará conhecida apenas pelo slogan de “Capital do Minério” sem futuro e vivendo de recordações do passado.


A cidade de Brumado notabilizou-se politicamente por ser uma trincheira oposicionista. Isso lhe custou o descaso e a discriminação dos Governos situacionistas nesses anos de oposição, com exceção do Governador Roberto Santos, considerado o benfeitor de Brumado, o qual viabilizou a construção da barragem e da estrada Brumado/Conquista, a expansão da energia e da telefonia, dentre outros benefícios.


 A oposição baiana mostrou-se incompetente, ganhou a eleição de 1986 com ampla maioria de votos, elegendo governador Waldir Pires (PMDB) que após dois anos de governo o abandonou em favor de Nilo Coelho, para formar uma chapa com Ulisses Guimarães como presidente da República e ele vice-presidente com argumentos que não convenceram e terminaram em sétimo lugar. Finalmente a oposição não conseguiu fazer o sucessor.


Brumado está carente de uma Estação de Tratamento de Esgoto, de um anel viário para escoar o tráfego pesado do perímetro urbano, de um complexo policial, de um centro administrativo que abrigue as várias repartições do Estado, da solução cruciante da água, de fazer funcionar o hospital, dotando-o de meios imprescindíveis para tanto, enfim, das prioridades básicas, e o município não dispõe de recurso para executá-las.


Há, portanto, de se trabalhar no rumo que o povo deseja, que é o desenvolvimento do município e que, certamente, beneficiará a todos. 

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ANTÔNIO NOVAIS TORRES: BIOGRAFIA ZILDA LIMA NEVES

ANTÔNIO NOVAIS TORRES: BIOGRAFIA ZILDA LIMA NEVES
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres



Ecoou na Fazenda Casa Nova, distrito de Itaquaraí, município de Brumado, no dia 7 de agosto de 1923, o vagido de Zilda Lima Santos, nome que lhe foi atribuído pelos seus pais Fidelcino Augusto dos Santos (18-06-1874/19-04-1944) e Cecília de Lima Santos (22-11-1877/15-07-1965). Eram seus irmãos: Marcelino, Georgina (Nenzinha), Manuel, Celsina, Gumercindo, Agenor, José, Maria (morreu pouco depois de nascida), Euvaldo e Guimar Lima Santos. Pais e irmãos de Zilda estão sepultados no cemitério municipal Senhor do Bonfim, exceto a irmã Georgina que foi sepultada em Santo Antônio de Jesus/BA, onde residia. Zilda teve uma infância feliz. Morava na fazenda Sítio São José (Brumado). Viveu num lar em que imperava o amor, elo de uma convivência pacífica entre todos os familiares. Isso lhe deu segurança na formação da sua personalidade, tendo sempre como espelho a honestidade e o caráter de seus pais, cujo exemplo influenciou a sua vida e fê-la acreditar nos valores morais, éticos e sociais que a convivência exige.

Por Antônio Novais Torres


Ecoou na Fazenda Casa Nova, distrito de Itaquaraí, município de Brumado, no dia 7 de agosto de 1923, o vagido de Zilda Lima Santos, nome que lhe foi atribuído pelos seus pais Fidelcino Augusto dos Santos (18-06-1874/19-04-1944) e Cecília de Lima Santos (22-11-1877/15-07-1965). Eram seus irmãos: Marcelino, Georgina (Nenzinha), Manuel, Celsina, Gumercindo, Agenor, José, Maria (morreu pouco depois de nascida), Euvaldo e Guimar Lima Santos.

 

Pais e irmãos de Zilda estão sepultados no cemitério municipal Senhor do Bonfim, exceto a irmã Georgina que foi sepultada em Santo Antônio de Jesus/BA, onde residia.

 

Zilda teve uma infância feliz. Morava na fazenda Sítio São José (Brumado). Viveu num lar em que imperava o amor, elo de uma convivência pacífica entre todos os familiares. Isso lhe deu segurança na formação da sua personalidade, tendo sempre como espelho a honestidade e o caráter de seus pais, cujo exemplo influenciou a sua vida e fê-la acreditar nos valores morais, éticos e sociais que a convivência exige.

 

Zilda relata que sempre gostou de pessoas idosas e tinha uma admiração especial por seu avô paterno, Juvenciano Alves dos Santos, com quem manteve uma interação afetiva muito grande.

 

Desde pequena, ela manifestou grande interesse pelos estudos. Aos sete anos, foi estudar em Itaquaraí, com a professora leiga, Palmira Martins, que viera de Rio de Contas, porém só ficou em Itaquaraí por três meses.

 

No ano seguinte, foi estudar em Caetité e ficou hospedada na residência do casal Aníbal Antunes Teixeira e Dona Ina Prisco Teixeira. Estudou o primeiro ano primário com a professora Judith Moreira da Cunha e o segundo, com estagiárias na escola anexa à Escola Normal. Com o Professor Santana, estudou um ano, o qual lhe ensinou assuntos com um programa abrangente, superior ao que se ensinava no programa da escola primária convencional.

 

Ao final daquele ano, fez curso preparatório com o professor Alfredo Silvão, para submeter-se ao exame de admissão à Escola Normal Rural. Aprovada, cursou quatro anos. Durante este período, frequentou o colégio de freiras espanholas como pensionista. Não terminou o curso porque seu pai resolveu retirá-la da escola. Deixou os estudos com muito desgosto, pois teve a sua finalidade subtraída. Zilda foi uma aluna exemplar, gostava muito de leitura, sempre buscando conhecimentos e informações úteis ao seu desempenho educacional. Naquela época, a formação de professores era de cinco anos: dois no curso fundamental e três no curso Normal.

 

Casou-se com Arthur Alves Neves em 07 de agosto de 1946, dia em que completou 23 anos de idade, quando passou a assinar Zilda Lima Neves. O casamento civil foi oficiado pelo juiz Duarte Moniz Aragão – o primeiro juiz de Brumado Comarca – e, na mesma data, realizou-se também o casamento religioso celebrado pelo padre Antônio da Silveira Fagundes. Após seis anos de matrimônio, o casal foi residir na cidade de Caculé/BA.

 

Em Caculé, foi instalado um colégio onde se cursavam quatro anos de ginásio, um ano de curso intermediário e mais dois anos pedagógicos para a formação de professores. Como Zilda havia cursado quatro anos na Escola Normal de Caetité, esse período equivaleu ao ginásio. Apesar da discordância do marido, ela decidiu fazer o curso.

 

O diretor do Colégio Norberto Fernandes, Dr. Vespasiano José da Silva Filho, fez a matrícula de Zilda condicionalmente, a qual foi efetivada pelo Superintendente do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Concluídos os três anos para a formação de professor, submeteu-se a concurso com essa finalidade e efetivou a sua nomeação de professora primária interina nomeada. Em 1963, foi ensinar no grupo escolar Antonio Muniz, no bairro Caculezinho, em Caculé/BA.

 

Transferiu-se para Brumado em 1964, onde ensinou pela rede estadual e foi efetivada através de concurso que prestou em Caetité, em fevereiro de 1968. Ensinou por um ano em uma escola isolada no bairro São Félix, depois no Ginásio General Nelson de Melo e numa escola onde funcionava a antiga usina de algodão, que posteriormente passou a chamar-se escola Monsenhor Antônio Silveira Fagundes (desativada), a qual deu lugar à construção do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS.

 

Trabalhou na Secretaria de Educação do Município, como coordenadora do Ensino primário. Fez vários cursos de atualização, cursos presenciais e a distância, recebendo certificado de todos eles.

 

Durante 30 anos, lecionou no colégio Estadual de Brumado (CEB), ministrando aulas para os alunos do magistério.

 

 Trabalhou ao longo de 27 anos nas escolas Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes (primário), Dr. Juracy Pires Gomes (supletivo à noite) e Centro Educacional Maria Nilza Azevedo Silva (CEMNAS), por quatro anos.

 

Aposentou-se pelo primário em 1991 e, em 1993, encerrou a sua carreira no CEB como professora de Língua Portuguesa. Quando se aposentou, recebeu homenagens das colegas professoras e de alunos, que a emocionaram pelo carinho e elogios recebidos.

 

O reconhecimento ao seu trabalho, sua dedicação ao ensino, sua competência e a diversificação de conhecimentos e de conteúdo renderam-lhe diversas homenagens, dentre as quais enumeramos algumas:

 

I – A poetisa Clarice Morais dedicou a Dona Zilda a linda poesia:

 

Como renasce uma flor...

 

Abre-se/para a vida,/sorri,/exibe a roupagem,/mostra o colorido,/e diz ser o abrigo/do orvalho/que logo vai cair!//Balança/ao vento,/feito criança,/na roda gigante/de um parque infantil! //Fecha-se/ para a vida,/apaga o sorriso,/veste-lhe por inteiro,/o orvalho brilhante,/que também/sustenta-lhe a vida...//Faz frio/ e já é noite.../ Despencou do galho/e na solidão do jardim/caiu... Sem cor,/ orvalhada apenas,/e ninguém viu!//Virou adubo,/e logo vai produzir.../Pois outra flor/renascerá/neste ou naquele galho,/mesmo sabendo/que logo vai partir!

 

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Assim tem sido/a vida da gente.../Mestres do passado,/cedendo seus espaços,/praque outras pessoas/possam existir!// “Tia Zilda” vem passando/por nossa vida,/e não terá nunca/ a vida efêmera de uma flor.../Ela se fez firme/no galho da sabedoria,/Venceu o tempo,/produziu frutos,/a exemplo de quem agora/canta estes versos,/pra dizer/que em meio a tantas /outras flores,/ela continua/a existir!//E com ela,/outros haverão de aprender,/até a distinguir/- a hora da tristeza,/ - e a hora da alegria,/ pois quem foi/sempre será,/assim uma música/já dizia.../Daí a certeza, ao afirmar agora,/que ela será/hoje, amanhã e sempre,/o alicerce,/a base,/ a sabedoria,/ a experiência.../E poderá até balançar/contra as intempéries da vida,/e a ventania,/pois quem tem uma vida/de luta,/de trabalho,/de força/e de amor,/vai estar sempre/em sintonia,/com a vida de qualquer/flor,/compondo qualquer sinfonia.../ Pois sua vida/ tem sido paz/, de querer,/de harmonia!

 

II – A então Secretária de Educação Filomena Azevedo Leite, em comum acordo com o então prefeito Edmundo Pereira Santos, homenageou-a, dando o seu nome a uma escola na sede do município, o que a deixou muito honrada e feliz. Esse fato a incentivou a retribuir a homenagem por meio de doação de livros avulsos e enciclopédia à escola que recebeu o seu nome;

 

III – Certificado de homenagem pelo Rotary Club;

 

IV – A aluna Creuza da Silva (Quêu), em 13-12-1953, discorreu sobre as qualidades e a competência da mestra, quando disse: “Você é uma pessoa que possui a paciência, ou seja, a virtude muito bela e sucessível de transformar corações e moldar personalidades”, entre outras colocações;

 

V – A professora Filomena (Mena) traçou o perfil de Dona Zilda, ressaltando suas qualidades de educadora, da sua vida profissional e o seu devotamento à educação. “Eis aqui uma educadora que abriu portas de sua vida profissional aos ventos da mudança. Eis aqui uma educadora sem medo de enfrentar desafios e obstáculos, de adentrar áreas não experimentadas. Eis aqui uma educadora que adentrou o novo. Eis, em suma, uma educadora que acredita em si mesma e essa crença é a linha mestra do viver plenamente”. Por tudo isso, homenageia-a com o reconhecimento à educadora exemplar, fonte de inspiração e do saber.

 

Apesar de ter convivido com freiras da religião católica, sempre procurou maiores esclarecimentos sobre as questões religiosas, pois em sua mente havia muitas dúvidas sobre a filosofia da vida. Hoje, por encontrar explicações e respostas para as suas dúvidas e problemas existenciais, ela professa a Doutrina Espírita Cristã, seguindo as orientações de Allan Kardec: "Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade". "Todos os Espíritos estão destinados à perfeição, e Deus lhes fornece as maneiras de alcançá-la por meio da reencarnação". "Fora da caridade não há salvação".

 

Zilda é viúva de Arthur Alves Neves, falecido em 11-08-1995, no hospital São Vicente, em Vitória da Conquista e sepultado no cemitério municipal Santa Inês, em Brumado. Viveu com o cônjuge durante 49 anos e reside em Brumado, com seu filho do coração, adotado desde os oito meses de idade, de prenome Alexandre.

 

Zilda Neves fez uma análise retrospectiva de si própria: “Fui uma criança reservada com estranhos, mas sempre gostei de brincar, dançar e cantar. Sempre fiz parte nas apresentações teatrais que as freiras promoviam no colégio.

 

 Interrompi meus estudos na adolescência, continuando-os depois de casada. Fiz o curso pedagógico de nível médio. Formei-me em professora primária. Fiz concurso e lecionei, durante 32 anos, nos cursos fundamental (primário) e médio (segundo grau), cooperando com jovens que desejavam fazer magistério para ensinar no primário. Essa foi a melhor época da minha vida, encontrei alunos dedicados tanto aos estudos quanto à minha pessoa. Aposentei-me e logo em seguida faleceu o meu marido Arthur. Faz-me companhia meu filho Alexandre, que adotei legalmente com 8 meses de idade. Sou uma pessoa simples, gosto muito de ler e de aprender coisas novas. Não sou preconceituosa, graças a Deus. Procuro colocar sempre meu cérebro para trabalhar. Quando lecionava no Colégio Estadual de Brumado – CEB, viajei a muitas cidades para fazer cursos de especialização, a fim de acompanhar os programas de ensino da época. Fiz também cursos a distância nas cidades de São Paulo e Brasília”.

 

Finalizou seus depoimentos dizendo: “Apesar da viuvez, a vida continua. Não sou uma pessoa triste, gosto de uma boa conversa e ainda danço, uma das minhas predileções, no Clube da Terceira Idade e no CEAB (Clube de Educadores Aposentados de Brumado). Gosto de pessoas sinceras. Gosto de animais, de preferência gatos, divirto-me com o computador, faço tricô, crochê e leio muito. É assim que levo a vida”.

 

Os dados para compor esta biografia foram fornecidos pela professora Zilda Lima Neves, a quem agradecemos a colaboração.

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BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO

BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO
Antonio Novais Torres - Foto: Wilker Porto | Brumado Agora

Por Antônio Novais Torres 

Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos. Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.

Por Antônio Novais Torres


Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos.


Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.


Percorreu várias cidades (principalmente dos estados de MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia, onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.


Maria Roza dos Santos era natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida Maria dos Santos. Viúva de Cassiano, contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barreto. Casaram-se em Caetité, quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barreto. Ela era proprietária de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos: Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953), Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).


Aficionado pelo futebol, foi um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, e fundador do Clube Santa Cruz que defendia o Bairro “Tanque do Governo”, sendo ele o presidente da agremiação.


Elegeu-se vereador em Brumado pela ARENA, em novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967 a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até 1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de fevereiro de 1969.


Sua atividade parlamentar foi intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barreto no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado; foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza (Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.


 Fez críticas à administração do prefeito Juracy Pires Gomes que rebateu os argumentos do vereador e teve apoio de toda a sua bancada; sugeriu, com o apoio dos colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.


O Centro Espírita Fraternidade (CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de Brumado-Ba. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barreto. A entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do espiritismo em Brumado.


O Centro Educacional Divaldo Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor Albertino Marques Barreto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita Albertino Marques Barreto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.


Ele foi um dos fundadores do Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser funcionário registrado na instituição, era um voluntário.


Albertino Marques Barreto cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto, simples e de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.


Parece ter sido o único comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população, erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”. Essa era a visão deturpada por meio da qual se conceituava o comunismo.


O preito ao Sr. Albertino estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barreto Spínola Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.


Albertino faleceu em 19-09-1983, com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo. Foi enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Maria Roza dos Santos Barreto faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barreto.


Antonio Novais Torres

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ARTIGO: EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA 'ANTÔNIO TORRES'

ARTIGO: EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA 'ANTÔNIO TORRES'
Foto: getty images

Por Antônio Novais Torres



A educação é um comportamento social que não se aprende na escola. É uma atitude de polidez, de cortesia e bons costumes oriundos da paternidade, que se refletem na sociedade. É um bem de raiz e se diz, com relação ao educado, que a educação vem de berço e é complementada com a instrução. A instrução baseia-se na capacidade e no conhecimento adquirido pelo desenvolvimento intelectual recebido na escola, através da leitura e dos livros. O saber da intelectualidade passa, necessariamente, pela escola, pela universidade e pela consequente formação profissional. Daí se dizer que muita gente formada são pessoas grossas, deseducadas, descorteses e arrogantes, têm instrução, mas não é têm educação.

Por Antônio Novais Torres


A educação é um comportamento social que não se aprende na escola. É uma atitude de polidez, de cortesia e bons costumes oriundos da paternidade, que se refletem na sociedade. É um bem de raiz e se diz, com relação ao educado, que a educação vem de berço e é complementada com a instrução.


A instrução baseia-se na capacidade e no conhecimento adquirido pelo desenvolvimento intelectual recebido na escola, através da leitura e dos livros. O saber da intelectualidade passa, necessariamente, pela escola, pela universidade e pela consequente formação profissional. Daí se dizer que muita gente formada são pessoas grossas, deseducadas, descorteses e arrogantes, têm instrução, mas não é têm educação.


Na infância, minha mãe, professora leiga muito dedicada e competente, ainda que recebesse salário vil (o descaso não é de hoje), nem por isso foi omissa. Ensinava-nos que criança deve respeitar e obedecer aos mais velhos, não se intrometer em conversa de adultos nem interpelá-los, pedir licença ao transitar entre pessoas que conversam, cumprimentar a todos, ser leal aos amigos e colegas, nos transportes, dar o lugar de assento para as pessoas idosas e mulheres grávidas. Tudo isso parece cafonice que a modernidade pratica nos dias de hoje, infelizmente, por falta de educação de berço, ou alegam que os direitos são iguais. Esse procedimento, porém, não convence.


A título de exemplo, vou contar um fato que tem a ver com educação. Uma professora que assistia a uma exposição de motivos para a venda de material didático, num gesto deselegante, retirou-se do ambiente aos gritos, alegando que o valor do material apresentado para venda era superior ao seu salário, que não contasse com a sua anuência. Atitude que não condiz com a sua formação.


Ao reclamar do salário, o professor, aliás, toda a classe – pois está com o estipêndio abaixo do valor ideal, portanto desvalorizando o professor – deve lutar para reverter essa situação de desprestígio e cobrar do governo maior atenção a quem produz inteligências.


Nenhum professor apresentou-se como candidato nas eleições da época, em Brumado. Onde está a participação política da categoria? Se querem mudar algo, que se apresentem, não se omitam, participem. Martin Luther King disse que ele tinha um sonho, e Lenine disse que não é proibido sonhar, mas para se tornar realidade esse sonho é preciso lutar. Todos aqueles que lutam com amor, com decisão e persistência como dever de honra serão reconhecidos até mesmo após a morte.


Não fazer nada, alegando que tudo está perdido, que a luta de classe é dar murro em ponta de faca não convence, pois esse é um refrão dos acomodados e dos omissos. A luta pelo ideal deve ser um compromisso de todos para ser vitoriosa. “Antes tarde do que nunca”.


O educador tem o dever, como formador de opinião, de lutar para reverter esse quadro de descaso vergonhoso para com a categoria, elegendo políticos que estejam comprometidos com o setor educacional, porque a educação é a salvação do país. “A esperança é a última que morre”.


Chega de analfabetismo, chega de falta de moradia, chega de falta de cuidados com a saúde, chega de indiferença e de vergonha na cara de políticos corruptos. O povo não tem mais em quem acreditar. O descrédito chegou a tal ponto que parece ter-se acostumado com a falta e a leniência da justiça, do comprometimento da sua moralidade, da sua honorabilidade face à corrupção perpetrada por membros corruptos do poder que se aproveitam do cargo para praticar a ilicitude, malversando o dinheiro público conforme tem noticiado a mídia nacional.


O caminho para a valorização do professor são, sem dúvidas, salários condignos, boas condições de trabalho e melhores oportunidades tecnológicas ao seu alcance. É por esse rumo que se vislumbra um porvir de trabalho estribado no bem-estar da classe. Ressalte-se que essa condição só surtirá efeito se souberem escolher governantes comprometidos com o setor educacional. Fiquem Alerta! 

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ARTIGO ANTONIO TORRES: O SABER

ARTIGO ANTONIO TORRES: O SABER

O SABER - Por Antonio Novais Torres 



Disse o poeta Castro Alves em um de seus versos do poema O livro e a América: “Oh! Bendito o que semeia/Livros... Livros à mão cheia.../E manda o povo pensar!/O livro caindo n'alma/É germe – que faz a palma,/É chuva – que faz o mar”. Esse é o objetivo da Secretaria de Educação, a cargo da professora Filomena Azevedo Leite, expresso na inauguração das reformas da biblioteca Jarbas Passarinho, ocorrida hoje, 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Filomena enfatizou, em seu pronunciamento, a criação do círculo de estudos de professores com o propósito de incentivá-los ao hábito e gosto pela leitura, com a intenção de formar e valorizar os docentes, capacitando-os para serem exemplos para seus alunos nessa arte salutar de adquirir conhecimentos e enriquecimentos culturais. Iniciativas como essa, que partem de uma professora comprometida com a educação e o ensino, merecem aplausos e incentivos de todos, porquanto o trabalho e o talento das pessoas serão reconhecidos e, certamente, recompensados pela satisfação do dever cumprido.

O SABER - Por Antonio Novais Torres 



Disse o poeta Castro Alves em um de seus versos do poema O livro e a América: “Oh! Bendito o que semeia/Livros... Livros à mão cheia.../E manda o povo pensar!/O livro caindo n'alma/É germe – que faz a palma,/É chuva – que faz o mar”. Esse é o objetivo da Secretaria de Educação, a cargo da professora Filomena Azevedo Leite, expresso na inauguração das reformas da biblioteca Jarbas Passarinho, ocorrida hoje, 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Filomena enfatizou, em seu pronunciamento, a criação do círculo de estudos de professores com o propósito de incentivá-los ao hábito e gosto pela leitura, com a intenção de formar e valorizar os docentes, capacitando-os para serem exemplos para seus alunos nessa arte salutar de adquirir conhecimentos e enriquecimentos culturais.


Iniciativas como essa, que partem de uma professora comprometida com a educação e o ensino, merecem aplausos e incentivos de todos, porquanto o trabalho e o talento das pessoas serão reconhecidos e, certamente, recompensados pela satisfação do dever cumprido.


Ensinar é um ato de amor à profissão e de altruísmo, tendo em vista os salários aviltados com um valor que não compensa o trabalho de uma profissão que forma inteligências e produz cérebros para a nação. Falta apoio dos governos, refiro-me aqui à educação pública do País, que tem inviabilizado a carreira desses abnegados profissionais, os quais conseguem sobreviver, apesar da degradação e do descaso por que passa a classe e, consequentemente, o ensino.


Há necessidade de mais bibliotecas com conteúdo satisfatório, despertando no estudante a vontade de adquirir instrução porque é o meio mais viável para o pobre adquirir conhecimentos.


Louvor para os poetas e declamadores que se apresentaram na cerimônia de inauguração, com o lirismo do mais puro sentimento de emoções pelo grupo PROLER, recitando versos de Fernando Pessoa – Autopsicografia “O poeta é um fingidor./Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente.” Parabéns ao jovem aedo Marcos Lima que se inicia na arte de versejar, e que essa inteligência seja das mais fecundas, lúcidas e produtivas, para gáudio de seus conterrâneos.


O poder público, na pessoa do também poeta e prefeito Geraldo Azevedo, disponibilizou os meios para a realização desse evento cultural que lhe diz respeito e a todos que amam essa arte providencial do saber. Investir em cultura e arte são sinais de inteligência, pois sem educação e instrução não haverá desenvolvimento e progresso. Esse é o caminho sugerido.


Oh! Bendito o que semeia


Livros... livros à mão cheia...


E manda o povo pensar!


O livro caindo n'alma


É germe – que faz a palma,


É chuva – que faz o mar.

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ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA ABIAS DOS SANTOS AZEVEDO

ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA ABIAS DOS SANTOS AZEVEDO

BIOGRAFIA E HOMENAGEM PÓSTUMA

*11-10-1896 †16-07-1978

 

Abias dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, no dia 11 de outubro de 1896. Era filho do Major Casemiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Ele descende de Ibiassucê, antigo São Sebastião do Cisco, distrito de Caculé. Ela tem origem no distrito de Itaquaraí, pertencente ao município de Brumado. De uma prole de 10 filhos, Abias é o segundo descendente do casal. São seus irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo. Casou-se com Alice Alves da Silva em Condeúba-BA, no dia 6 de novembro de 1918, perante o Juiz daquela Comarca, a qual, depois de casada, passou a assinar Alice Alves de Azevedo. Ela nasceu em 13/08/1902 e era filha do Capitão Sebastião Alves da Silva e de Idalina Alves da Silva. Dessa união, nasceram nove filhos: Euvaldo, Eulina, Maria, Mário, Ítala, Caio, Gilberto, Adir, e Solange dos Santos Azevedo.

BIOGRAFIA E HOMENAGEM PÓSTUMA

*11-10-1896

†16-07-1978

 

Abias dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, no dia 11 de outubro de 1896. Era filho do Major Casemiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Ele descende de Ibiassucê, antigo São Sebastião do Cisco, distrito de Caculé. Ela tem origem no distrito de Itaquaraí, pertencente ao município de Brumado.

 

De uma prole de 10 filhos, Abias é o segundo descendente do casal. São seus irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo.

 

Casou-se com Alice Alves da Silva em Condeúba-BA, no dia 6 de novembro de 1918, perante o Juiz daquela Comarca, a qual, depois de casada, passou a assinar Alice Alves de Azevedo. Ela nasceu em 13/08/1902 e era filha do Capitão Sebastião Alves da Silva e de Idalina Alves da Silva. Dessa união, nasceram nove filhos: Euvaldo, Eulina, Maria, Mário, Ítala, Caio, Gilberto, Adir, e Solange dos Santos Azevedo.

 

Firmaram residência na fazenda “Itamaraty” (que atualmente pertence ao município de Malhada de Pedras-BA), cujo proprietário atual é seu neto Adalberto Azevedo Pimentel.

 

Abias estudou em Brumado e concluiu apenas o curso primário. Conquanto se tratasse de um homem de pouco estudo, tinha tino comercial e visão altaneira. Amealhou patrimônio considerável. Era um grande empreendedor. Tinha várias propriedades, dentre as quais o ‘casarão dos Canguçus’, localizado na saída para Livramento de Nossa Senhora, hoje de propriedade de Newton Cardoso, o qual abriga o memorial Ápio Cardoso.

 

Sua carreira comercial teve início na loja de seu pai. Posteriormente abriu comércio próprio com a loja “Flor do Sertão”, em Malhada de Pedras e, em expansão, montou uma farmácia e um mercadinho.

 

Em 1955, mudou-se para Brumado, onde ampliou o seu comércio e abriu a loja “A Vencedora”, localizada na Praça Coronel Santos que hoje tem o nome do ex-prefeito e seu irmão Armindo dos Santos Azevedo. Ali ele vendia artigos de armarinho, tecidos e calçados.

 

Além de desenvolver outros comércios, tornou-se pecuarista, dedicando-se a compra e revende, cria e recria de gado. Proprietário de outras fazendas em cidades vizinhas, comprou a fazenda ‘Laete’,  na localidade Olhos D’água do Cruzeiro, em Jequi-BA, onde morou por seis anos.

 

Em seu retorno para Brumado, comprou a fazenda Tanque, do Sr. Manuel Pereira Santos (Seu Nem) e, por expansão da sede do município, a fazenda passou a pertencer à zona urbana. Então, instituiu, em julho de 1974, o loteamento dessa área, ao qual foi dado o nome de ‘Loteamento Fazenda do Tanque’, onde delimitou 90 lotes. Após a sua morte, em 1978, os herdeiros lotearam mais 261 glebas que denominaram de Loteamento Azevedo. Infelizmente o destino não permitiu a concretização de seu sonho.

 

Um dos lotes de propriedade da herdeira Ítala dos Santos Azevedo foi doado para a construção da Igreja Santa Rita de Cássia. A realização desse loteamento contribuiu consideravelmente para o crescimento e o progresso de Brumado, com construções diversas, o que deu um novo aspecto à cidade que tomou o impulso do desenvolvimento.

 

Por indicação do vereador Gonçalo Pedro da Silva, Abias dos Santos Azevedo ingressou na política em Brumado, em 1951. Elegeu-se vereador e foi indicado para ser o Presidente da Casa Legislativa, no governo do prefeito Manoel Joaquim Carvalho dos Santos (Dr. Nezinho), que governou no período de 1951 a 1955. Abias foi presidente do PSD e um dos fundadores do MDB brumadense, evento que se realizou em 15/07/1966. Politicamente, concorreu ao cargo de prefeito em oposição ao irmão Armindo dos Santos Azevedo, para quem perdeu a eleição. Embora divergentes políticos, mantinham a amizade e a união familiar.

 

A câmara de Vereadores de Brumado homenageou-o, nominando a praça onde está instalada a Casa Legislativa com o nome “Praça Abias dos Santos Azevedo”, situada no bairro do Hospital, pertencente ao loteamento Azevedo.

 

Nos finais de semana, Abias costumava caçar e pescar e se divertia jogando pôquer com os amigos Manoel Joaquim de Carvalho (Dr. Nezinho), Virgílio Vasconcelos, Nilamon Carvalho e outros.

 

Abias dos Santos Azevedo conviveu com sua esposa Alice Alves de Azevedo durante 60 anos e levaram uma vida matrimonial de muito amor, harmonia e compreensão. Ele deixou o exemplo de dignidade e honradez, orgulho para a sua família. Seus filhos relembram que o pai gostava de dançar. Levava a mulher e os filhos para as festas e, no carnaval, comprava os apetrechos da época, o que fazia a alegria da família. Eles relatam que Abias foi um excelente esposo, amoroso com a consorte e os filhos, cordial e educado com todos. Tratava-se de um grande homem, íntegro, pai exemplar, esposo fiel e atencioso. Homem honrado, de palavra. Um grande amigo.

 

Abias dos Santos Azevedo faleceu em 16 de julho de 1978, aos 82 anos de idade. Sua filha Solange, comovida, expressou: “Foi um grande homem. Um bom pai. Um bom esposo. Um grande amigo!”.

 

Antonio Novais Torres

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EDUCAÇÃO: USO DAS TECNOLOGIAS, CAMINHOS, ESCOLHAS E DESAFIOS

EDUCAÇÃO: USO DAS TECNOLOGIAS, CAMINHOS, ESCOLHAS E DESAFIOS

*Carlos Prates


Que a tecnologia chegou para ficar em nossas vidas e nas escolas, não há dúvida.  Por intermédio dos seus inúmeros benefícios, milhares de pessoas que estavam distantes dos grandes centros de ensino, passaram a ter a oportunidade de cursar uma faculdade, de forma presencial ou à distância. Vejamos algumas definições sobre o ensino e a aprendizagem usando as tecnologias: E-learning  - é o ensino eletrônico, não presencial, através da internet e outros meios de comunicação; Blended Learning ou B-learning é um derivado do E-learning e refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos conteúdos é transmitido em curso à distância, normalmente pela internet, entretanto inclui, necessariamente, situações presenciais, daí a origem da designação blended, algo misto ou combinado.

*Carlos Prates


Que a tecnologia chegou para ficar em nossas vidas e nas escolas, não há dúvida.  Por intermédio dos seus inúmeros benefícios, milhares de pessoas que estavam distantes dos grandes centros de ensino, passaram a ter a oportunidade de cursar uma faculdade, de forma presencial ou à distância. Vejamos algumas definições sobre o ensino e a aprendizagem usando as tecnologias:

 

E-learning  - é o ensino eletrônico, não presencial, através da internet e outros meios de comunicação;

 

Blended Learning ou B-learning é um derivado do E-learning e refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos conteúdos é transmitido em curso à distância, normalmente pela internet, entretanto inclui, necessariamente, situações presenciais, daí a origem da designação blended, algo misto ou combinado.

 

Através de artigos e livros escritos por especialistas no assunto, bem como por experiência própria, tenho percebido que há mais dúvidas do que certezas sobre a eficácia dos novos meios de comunicação em sala de aula:

 

Qual a finalidade? Por que utilizar? Como utilizar? Quais os custos e benefícios? Quais as principais oportunidades e ameaças?

 

Os professores e os alunos devem estar cientes de que as tecnologias, somente,  não fazem mágicas e muito menos milagres. Após o fascínio inicial, todos os envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem devem se esforçar para aprenderem mutuamente.

 

A esse respeito o mestre Paulo Freire afirmou: "Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil, porque estudar pressupõe criar, recriar e não  apenas repetir o que os outros dizem ... estudar é um dever revolucionário”.

 

A tecnologia é uma parte do processo e deve estar em sintonia com as demais:  talento do professor; apoio da secretaria de educação e os gestores das escolas; envolvimento da família, e, principalmente, vontade e determinação dos alunos para estudar e aprender.

 

Outra questão pertinente é: o que faço com as informações? Hoje nós temos inúmeras informações e obtidas facilmente, que fica difícil avaliar quais as verdadeiras (ou mais próximas da verdade) e os autores das mesmas. 

 

Vale a apena os professores e alunos fazerem alguns sábios questionamentos: de que maneira as informações melhorarão a vida pessoal e profissional dos envolvidos?  como faço para aprender por conta própria e  à distância? entendo o que leio? sei fazer conexões das informações para a minha vida cotidiana e para o desenvolvimento da minha inteligência?

 

Tenho percebido que um dos maiores obstáculos para o aprendizado é a pouca capacidade de comunicação e de entendimento entre professores e alunos. Muitos se comunicam de forma inadequada, têm enormes dificuldades com o português e são tímidos. Para esse grupo, os obstáculos constatados nas aulas presenciais podem se potencializar no processo de ensino e de aprendizagem através das tecnologias.

 

Um ótimo exemplo de sucesso sobre a metodologia de ensino à distância é do professor Salman  Khan. Ele tem milhões de alunos ao redor do mundo e as suas aulas estão disponíveis gratuitamente e 24 horas por dia. No site www.fundacaolemann.org.br você poderá assisti-las, dubladas em português. Os fatores que mais contribuem para o seu sucesso são a metodologia simples, direta e o desejo do aluno para aprender.

 

Por último, cabe ressaltar que somente o amor, dedicação, paciência, criatividade e visão de equipe dos professores, alunos, pais e diretores serão capazes de potencializar o processo de ensino e de aprendizagem, utilizando todas as vantagens das tecnologias existentes e as que serão criadas. Caso contrário, assistiremos o lado sombrio da tecnologia preponderando sobre o ensino e servindo apenas de fuga para os que não desejam estudar ou ensinar. Somente o futuro nos dirá se teremos mais vantagens ou desvantagens no uso das tecnologias em sala de aula.

 

*Professor e escritor. www.ibahia.com (Blog de Empregos).

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ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA DO PADRE ZÉ DIAS

ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA DO PADRE ZÉ DIAS
Antonio Novais Torres - Foto: Wilker Porto | Brumado Agora

Por Antonio Novais Torres

 

O Padre José Dias Ribeiro da Silva – conhecido como Padre Zé Dias − nasceu em freguesia de Longos, concelho de Guimarães e distrito de Braga, em Portugal, no dia 20/12/1880. Era filho de José Maria Ribeiro e Joana Rosa da Cunha, portugueses, ambos falecidos em Portugal. Eram seus irmãos: Manoel, João, Antonio, Luiz, Angelina, Domingos e Roza. No Consulado Português, em Salvador/BA, constam os seguintes dados, com referência ao Padre Zé Dias: “Inscrito sob o nº. 2931, em 23 de agosto de 1934. Natural de Portugal; estatura regular; cabelos brancos; rosto oval; cor natural; profissão sacerdote e a última residência em Portugal: Freguesia de Longos. E com residência no Brasil em Bom Jesus dos Meiras”.

Por Antonio Novais Torres

 

O Padre José Dias Ribeiro da Silva – conhecido como Padre Zé Dias − nasceu em freguesia de Longos, concelho de Guimarães e distrito de Braga, em Portugal, no dia 20/12/1880. Era filho de José Maria Ribeiro e Joana Rosa da Cunha, portugueses, ambos falecidos em Portugal. Eram seus irmãos: Manoel, João, Antonio, Luiz, Angelina, Domingos e Roza.

 

No Consulado Português, em Salvador/BA, constam os seguintes dados, com referência ao Padre Zé Dias: “Inscrito sob o nº. 2931, em 23 de agosto de 1934. Natural de Portugal; estatura regular; cabelos brancos; rosto oval; cor natural; profissão sacerdote e a última residência em Portugal: Freguesia de Longos. E com residência no Brasil em Bom Jesus dos Meiras”.

 

Segundo os familiares, o padre Zé Dias veio para o Brasil motivado pela perseguição aos que pertenciam à Igreja, por se colocar a favor da monarquia. Passou pela Espanha e embarcou como cidadão comum com destino ao Rio de Janeiro, onde já se encontravam os irmãos Antonio e Luiz que trabalhavam em uma farmácia de nome Granada.

 

Em seguida, proveniente do Rio de Janeiro, chegou a Salvador em 27 de outubro de 1912, com 32 anos de idade. Como ele veio de navio, transporte da época, não se sabe se ele permanecera algum tempo no Rio de Janeiro, ou se veio logo para Salvador. Fato é que assumiu a Paróquia do Bom Jesus em dezembro de 1912. Aqui visitou inúmeras localidades que estavam sob a jurisdição da Igreja. Fazia casamentos, batizados e celebrava missas, cumprindo o seu papel de evangelizador: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc, 16.15). As visitas às freguesias eram feitas no lombo de burros cuja tropa pertencia ao padre.

 

Luiz, seu irmão, era o sacristão e o sineiro da Igreja. Sobre ele existem muitas piadas. Uma delas é a de que acompanhava o irmão para a celebração de missa em determinado distrito e, ao saltar para atender a necessidade fisiológica, o burro mudou de posição. O sacristão montou no animal, tocou viagem e nada de alcançar o sacerdote. Ao deparar-se com a cidade, exclamou: “Que lugar parecido com Brumado!”, até se conscientizar de que realmente estava na cidade de origem.

 

O padre era um homem diligente. Em 08 de abril de 1917, promoveu a instalação da Associação das Almas do Purgatório.

 

Construiu a sua casa ao lado da Igreja e plantou um coqueiro (1917) na lateral direita da Igreja, em frente à sua residência. Essa casa passou do padre José Dias para Luiz Ribeiro Dias, por herança. Posteriormente, para Idalina Pereira da Costa, esposa deste, que a alugou para a Magnesita S.A. instalar ali o seu escritório. Depois o imóvel foi locado para o Sr. Cantídio Trindade que o sublocou ao Sr. Álvaro Aurélio Dantas e Sra. Gerolina Viana Dantas, Dona Sinhá, os quais se estabeleceram ali, com o Hotel Brasília, que funcionou por 13 anos, até 1973. O imóvel finalmente foi vendido por Idalina ao Banco do Brasil, onde hoje está instalada sua agência de Brumado.

 

O padre plantava videiras em terreno de sua casa e fabricava vinhos tanto para o uso particular quanto para a Eucaristia, utilizando as técnicas e os conhecimentos adquiridos em Portugal. As parreiras eram irrigadas com água de uma cisterna construída pelo padre que tinha um pequeno alambique e aproveitava o bagaço das uvas para fazer cachaça.

 

Construiu uma ponte de madeira com corrimão e pilares de sustentação de argamassa feita com cal e óleo de baleia. Essa ponte, conhecida como ponte do Padre Zé Dias, permitia acesso da cidade para o Bairro do São Felix e vice-versa. Mandou construir as torres da igreja e as cruzes de ferro, assim como os anjos, que se movem com a força do vento.

 

Comprou um Ford-29 e contratou como chofer Aristides Catarino (Tidinho) e posteriormente Laudelino que exercia os ofícios de chofer e mecânico. Possuía um relógio que marcava as distâncias, uma novidade para o povo da época. Possuía várias fazendas: Franga, Santa Luzia e Serra, com muita água, e a localidade chamada Pasto da Grama, além de casas e outros bens e fazia também plantações de café.

 

Criou a sobrinha Maria do Carmo Costa Ribeiro, apelidada de Nininha, filha de Idalina e Luiz e mandou-a estudar em Salvador (1 ano) e depois em Caetité, porém não se formou.

 

Foi designado intendente para o período de 1934-1938, porém veio a falecer antes de completar o mandato. Em sua gestão, instalou-se aqui uma usina de beneficiamento de algodão.

 

Em 13 de dezembro de 1937, faleceu o padre Zé Dias, com 57 anos, na vila de Brumado, antiga Bom Jesus dos Meiras, comarca de Ituassú (hoje com a grafia modificada para Ituaçu). José Costa Ribeiro, sobrinho e declarante, exibiu o atestado do Dr. Brand Lima que declarou que o padre falecera na Rua da Matriz, em casa de sua propriedade, em consequência de Edema Pulmonar e Insuficiência Cardíaca. Seu corpo está sepultado na Igreja Matriz.

 

Com o falecimento do padre, no inventário, as fazendas ficaram para os herdeiros moradores em Portugal, as quais, através do procurador Waldemar Torres, foram vendidas para a Magnesita S.A.

 

Em homenagem ao padre Zé Dias, nominou-se um logradouro no bairro São Félix e, recentemente, em 6 de julho de 2012, o Município estendeu essa homenagem e inaugurou a praça que denominou de ‘Praça Padre José Dias’  com urbanização e uma área iluminada que dão uma aparência de modernidade ao local.

 

O padre Zé Dias permaneceu na Igreja do Bom Jesus entre 1912 e 1937, portanto 25 anos de catequese e práticas religiosas. Ao padre Zé Dias antecedeu o vigário Jayme Oliva e sucederam-no Frei Pedro Thomaz Margalho da O.C. – Ordem dos Carmelitas – (espanhola) e posteriormente, em 1939, assume a paróquia o padre Antonio Silveira Fagundes, que recebeu o título de Monsenhor e ficou até os dias do seu falecimento.

 

Ressalte-se que a Igreja Matriz de Brumado data de 1878. Apesar de o primeiro livro de registro de batismos datar de 1873, na ata da primeira sessão da Câmara Municipal da Vila de Bom Jesus dos Meiras, em 13 de fevereiro de 1878, relata o seguinte: “Eu, Antonio Ladislau de Figueredo Rocha, vice-presidente da Província da Bahia, faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa decretou, e eu sancionei a lei seguinte...” E passa o vice-presidente a descrever a Lei que autorizou a construção, a pedido dos habitantes locais, da 1ª Igreja Matriz de Bom Jesus dos Meiras.

 

 A Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus sofreu várias reformas: em 1940, em 1989, esta realizada por Newton Cardoso, quando foi trocado o piso, fez-se nova pintura, colocaram-se ventiladores e forro. Em 2001, fez-se uma reforma geral com grandes modificações, tendo à frente o Padre Osvaldino Alves Barbosa, Pe. Dino, sob a coordenação dos membros Maria Sônia Meira Gomes, Ophelia RochaTorres Leite, Clemilton Viana Silva, Idenor Silveira Amorim, Miguel Lima Dias, Hosannah Cotrim Rizério, Marízia Eny Viana Dantas e Ir. Eli Nascimento Reis, com a colaboração de membros do comércio e de católicos. Modernizaram-na e ela representa o cartão postal de Brumado pela sua beleza interna, proporcionando conforto aos fiéis e conservando externamente a arquitetura secular que a torna mais bela, promovendo a autoestima e o orgulho dos católicos brumadenses.

 

 

Antonio Novais Torres

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ARTIGO: VAMOS CATIVAR OS TURISTAS!

 ARTIGO: VAMOS CATIVAR OS TURISTAS!

Por Carlos Prates


Cativar os turistas é um trabalho de todos nós e não apenas das Entidades de Classe ligadas à hospitalidade, lazer e entretenimento. Os profissionais que mais têm contato com os turistas e ajudam a formar uma boa opinião sobre a nossa cidade são os atendentes, vendedores, taxistas, baianas do acarajé, garçons, músicos, cantores, entre outros.Ao contrário do que se pode imaginar, cativar os turistas pode custar  pouco ou quase nada. O aspecto mais valorizado é o carinho e a atenção para com os que visitam as nossas cidades turísticas. A ética e a honestidade são essenciais. Como você se sentiria se alguém lhe cobrasse algo mais caro, porque é de outra cidade? Esta é a maior reclamação dos turistas. Lembre-se de que as suas ações representam o que o turista irá perceber sobre a sua cidade.Algumas sugestões para cativar os turistas: Seja prestativo e dê informações com atenção e boa vontade;      Tenha sempre brindes – fitinha do Bonfim, chaveiros, cartões postais, uma cachacinha, camisa, boné,  entre outros – objetivando surpreender os seus visitantes; Sempre que possível, facilite o transporte e a segurança dos mesmos; Proporcione descontos especiais para grupos de turistas; Tenha sempre um atendimento de qualidade, com ética e honestidade. Isso é válido não somente para os visitantes, bem como para todos os clientes. Se você é de Salvador, percorra os principais Shopping Centers e perceberá o quanto é importante ter estratégias para conquistar os turistas. Faça as adaptações necessárias ao seu comércio. Reúna os seus funcionários e busque soluções. Todos podemos desenvolver atitudes que favoreçam a simpatia das pessoas que nos visitam. Além da nossa gentileza e da ampliação dos nossos conhecimentos culturais, estaremos ajudando a gerar milhares de empregos e renda. Pense nisso! Carlos Prates é professor e escritor.


ARTIGO: ESCOLHAS ESTRATÉGICAS PARA UMA FERROVIA

ARTIGO: ESCOLHAS ESTRATÉGICAS PARA UMA FERROVIA

Sandro Cabral 
Antonio Francisco Silva Júnior


Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a possibilidade de uma perda de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, em função de falhas de planejamento e de execução de dois importantes projetos para a Bahia: a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul. Em síntese, os prejuízos seriam decorrentes da possibilidade da ferrovia estar pronta bem antes do porto, o que inviabilizaria do ponto de vista econômico-financeiro o uso do primeiro equipamento, até a conclusão do complexo Portuário na região de Ilhéus. A magnitude dos valores anunciados chama a atenção da opinião pública. Afinal, diante do atual cenário de restrições orçamentárias em que o governo federal tem se esforçado para fechar suas contas, o desperdício sinalizado pelo TCU não passa despercebido suscitando, evidentemente, uma série de questionamentos. Artigo publicado no Correio da Bahia.

Sandro Cabral 
Antonio Francisco Silva Júnior

Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a possibilidade de uma perda de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, em função de falhas de planejamento e de execução de dois importantes projetos para a Bahia: a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul. Em síntese, os prejuízos seriam decorrentes da possibilidade da ferrovia estar pronta bem antes do porto, o que inviabilizaria do ponto de vista econômico-financeiro o uso do primeiro equipamento, até a conclusão do complexo Portuário na região de Ilhéus.

A magnitude dos valores anunciados chama a atenção da opinião pública. Afinal, diante do atual cenário de restrições orçamentárias em que o governo federal tem se esforçado para fechar suas contas, o desperdício sinalizado pelo TCU não passa despercebido suscitando, evidentemente, uma série de questionamentos. 

No artigo “Escolhas Estratégicas para a Expansão de uma Malha Ferroviária: Uma Análise Baseada em Opções Reais”, elaborado inicialmente em 2009 e publicado em sua versão definitiva no primeiro trimestre de 2011 no periódico científico BASE-UNISINOS (v. 8, p. 78-90, 2011), analisamos as escolhas para a determinação das estruturas de governança necessárias à construção e à operacionalização de serviços de infraestrutura logística, tomando como  exemplo ilustrativo as alternativas de expansão da malha ferroviária do Estado da Bahia, em particular, a partir da construção da ferrovia que interligará o oeste baiano à costa atlântica. 
 
Nosso estudo compara duas alternativas estratégicas, a primeira que considera o investimento total na malha, ligando o extremo oeste baiano à cidade de Ilhéus. A segunda alternativa considera o investimento em dois estágios, iniciando em Luis Eduardo Magalhães e indo até Brumado, onde a nova ferrovia encontraria uma linha já existente que vai até a Região Metropolitana de Salvador.

Nesse caso, o trecho entre Brumado e Ilhéus seria construído posteriormente, e seria resultado de opções estratégicas associadas às incertezas e riscos do negócio, como por exemplo, fatores políticos, ambientais e decorrentes da dinâmica de interação estratégica entre os entes empresariais e governamentais envolvidos. Diferentemente do projeto em curso, nossas análises à época indicaram a superioridade da segunda alternativa, em que pese a necessidade de resolução de questões ligadas aos direitos de passagem junto a concessionária do trecho atual e de eventuais modificações físicas no trajeto já existente. Artigo publicado no Correio da Bahia.

 

Sandro Cabral é Professor da Escola de Administração da UFBA
Antonio Francisco da Silva Júnior  é Professor Colaborador do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA

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ARTIGO: A DESVALORIZAÇÃO DA CULTURA DE BRUMADO

ARTIGO: A DESVALORIZAÇÃO DA CULTURA DE BRUMADO

Por Pedro Ernesto Santos Neves especial para o Brumado Agora




Brumado, cidade em estado acelerado de crescimento e de cultura ausente. Município de gente animada e acolhedora, cidade com capacidade de comportar eventos de grande importância vez que, membros dos órgãos público municipal e estadual, mobilizassem para ir à luta pela valorização da cultura local. A falta de oportunidade dos talentos da terra faz os mesmos esvair-se e migrar-se para cidades da região as quais valorizam a cultura. Imaginemos a nossa cidade recebendo grandes artistas como Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso? É, parece uma viagem. Mas é muito bom viajar, sonhar, pensar em um futuro, mesmo que esteja muito distante ou até mesmo não existir. Passam inúmeros deles em nossa mente. O reconhecimento da sua cultura seria um orgulho para seus munícipes e mais ainda pelos artistas da sua terra. A cultura foi sendo enterrada ao longo dos anos, esquecida à cada gestão eleitoral, esquecida pela ausência do apoio das empresas de grande porte que situam entorno da nossa cidade. Enfim, morta.

Por Pedro Ernesto Santos Neves especial para o Brumado Agora


Brumado, cidade em estado acelerado de crescimento e de cultura ausente. Município de gente animada e acolhedora, cidade com capacidade de comportar eventos de grande importância vez que, membros dos órgãos público municipal e estadual, mobilizassem para ir à luta pela valorização da cultura local. A falta de oportunidade dos talentos da terra faz os mesmos esvair-se e migrar-se para cidades da região as quais valorizam a cultura. 


Imaginemos a nossa cidade recebendo grandes artistas como Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso? É, parece uma viagem. Mas é muito bom viajar, sonhar, pensar em um futuro, mesmo que esteja muito distante ou até mesmo não existir. Passam inúmeros deles em nossa mente. 


O reconhecimento da sua cultura seria um orgulho para seus munícipes e mais ainda pelos artistas da sua terra. A cultura foi sendo enterrada ao longo dos anos, esquecida à cada gestão eleitoral, esquecida pela ausência do apoio das empresas de grande porte que situam entorno da nossa cidade. Enfim, morta.


Teatro, música, cinema, esporte, pintura, artesanato, tantos talentos esquecidos em uma terra onde tudo isso não vale à pena ser feito pelo fato do não reconhecimento, da não valorização. Lamentável não expor tantos brilhos, pelo fato do fingir esquecer e ofuscando-os. 


Os grandes festejos da cidade como o famoso carnaval de Brumado, reconhecido como o segundo melhor carnaval da Bahia, ficando em primeiro o da capital Salvador, a cultura dos Ternos de Reis, a capoeira, os festivais de música como o FEMP, o aniversário da cidade, os festejos juninos estão todos amortalhados, trancados na caixa do esquecimento.


A cultura, quando reconhecida, projeta seus membros ao reconhecimento, ao crescimento.


Precisamos de cultura, de valor, de apoio. “A terra do nunca” é a cidade que um dia já foi motivo de visitação, de elogios. Um dos principais entroncamentos da Bahia está esfacelando-se pelo esquecimento cultural, falecendo às margens da desordem, perdendo a sua identidade às custas do desmazelo.


Em desfecho, segundo Sergio Mamberti: "Cultura é gente, diversa, plural, multifacetada, que na identidade de cada um forma o caldo coletivo que alimenta a história. O que importa é alimentar gente, educar, empregar gente."

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ARTIGO: JUVENTUDE SEM FUTURO

ARTIGO: JUVENTUDE SEM FUTURO

Não existe um pai ou mãe normal, para os padrões sociais, que não se preocupe com seus filhos em relação ao uso de droga, especialmente na fase da adolescência. Igualmente não há pessoa que não se preocupe com a comercialização, com os drogados e as consequências gravíssimas. Quando chega à adolescência, a preocupação ganha contorno de desespero porque a maioria dos pais já está sem controle algum sobre os filhos. Esse descontrole começa logo na tenra infância quando as criancinhas fazem birra à medida que seus pais fazem concessões. Quando, por exemplo, o bebê joga a chupeta fora, além da gracinha que acham, logo lhe é devolvida para agradar, sem questionamento de que a criança pode mesmo nem estar querendo; deveriam devolver a chupeta somente após a criança demonstrar desejo e ainda só algum tempo depois. Quando maiores, as crianças aprendem que os pais lhes dão objetos à medida dos seus desejos e não da condição real deles.

Não existe um pai ou mãe normal, para os padrões sociais, que não se preocupe com seus filhos em relação ao uso de droga, especialmente na fase da adolescência. Igualmente não há pessoa que não se preocupe com a comercialização, com os drogados e as consequências gravíssimas.

 

Quando chega à adolescência, a preocupação ganha contorno de desespero porque a maioria dos pais já está sem controle algum sobre os filhos. Esse descontrole começa logo na tenra infância quando as criancinhas fazem birra à medida que seus pais fazem concessões. Quando, por exemplo, o bebê joga a chupeta fora, além da gracinha que acham, logo lhe é devolvida para agradar, sem questionamento de que a criança pode mesmo nem estar querendo; deveriam devolver a chupeta somente após a criança demonstrar desejo e ainda só algum tempo depois. Quando maiores, as crianças aprendem que os pais lhes dão objetos à medida dos seus desejos e não da condição real deles.

 

Ao constatar a existência do domínio material sobre seus responsáveis, a dominação psicológica já existe há muito mais tempo. Às vezes, as concessões surgem até da disputas entre os pais. Um cede mais que o outro numa briga de quem seria mais simpático e aceito pelos filhos.

 

Ninguém tem a receita pronta para formar um cidadão de bem, mas existem algumas atitudes e comportamentos que apontam para uma formação incorreta. Deixar os filhos saírem sem dizerem para onde, e com quem estão acompanhados. Não estabelecer horário para voltar, não exigir cumprimento estrito do horário estabelecido, achar graça sobre atitudes deselegantes ou desrespeitosas nas relações interpessoais, seja com mais jovens ou com idosos.

 

Deixar muito claro o quê é razoável eticamente para uma negociação, o quê se pode ser aceitável, e do quê não tem hipótese de negociação. Estudar, ir às aulas regularmente e fazer os exercícios todos os dias só devem ser dispensados por orientação médica ou por motivos extremamente relevantes. Jamais brincar antes de fazer os deveres escolares!

 

Criar filho sem essas regras pode até não torná-lo um homem sem caráter, mas vai depender exclusivamente da sorte. Seria como deixar um copo de cristal cair no chão. Pode até não se quebrar, mas é por pura sorte e muito raramente ocorre.

 

Os pais não estão repassando valores que deem sentido de vida aos jovens e esses estão sem nenhuma perspectiva de futuro. Para a sociedade, esse vácuo torna-se mais grave do que eventuais desvios individuais. Eles deveriam auxiliar os filhos a terem projeto de vida. Estimulá-los a desejarem apenas bens materiais seria apenas a ter uma tática, não valores.

 

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

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ARTIGO: CONSIDERAÇÃO 'ANTÔNIO TORRES'

ARTIGO: CONSIDERAÇÃO 'ANTÔNIO TORRES'

Por Antonio Novais Torres


O mundo mudou. As pessoas também mudaram. Perderam o sentimentalismo. As manifestações de consideração e respeito humano foram suprimidos pela ganância e a volúpia do lucro, sem o compromisso com o social. Será que essa globalização transmudou o significado e as ações das palavras que manifestam o sentido de apreço pelo ser humano? A finalidade é apenas o lucro? Onde está a gratidão e o reconhecimento pelo labor de quem constrói o patrimônio dos que indiferentes se impõem pela visão monetarista de auferir status econômico e liderança comercial ou industrial, passando por cima de tudo e de todos insensivelmente sem nenhum compromisso social com quem serviu de escada para eles galgarem o ápice do prestígio e do poder socioeconômico.

Por Antonio Novais Torres

 

O mundo mudou. As pessoas também mudaram. Perderam o sentimentalismo. As manifestações de consideração e respeito humano foram suprimidos pela ganância e a volúpia do lucro, sem o compromisso com o social.

 

Será que essa globalização transmudou o significado e as ações das palavras que manifestam o sentido de apreço pelo ser humano? A finalidade é apenas o lucro?

 

Onde está a gratidão e o reconhecimento pelo labor de quem constrói o patrimônio dos que indiferentes se impõem pela visão monetarista de auferir status econômico e liderança comercial ou industrial, passando por cima de tudo e de todos insensivelmente sem nenhum compromisso social com quem serviu de escada para eles galgarem o ápice do prestígio e do poder socioeconômico.

 

Esse preambulo é apenas para relatar um fato verídico de desrespeito e humilhação sofrida por um trabalhador que serviu e se dedicou por anos a fio com disciplina, aplicação e honestidade, vestindo a camisa da empresa sem reclamações cumprindo todas as metas impostas.

 

Toca o telefone. Atende o gerente de uma agência bancária. É o diretor de Recursos Humanos do departamento pessoal. Sem muitas palavras foi taxativo: − O senhor será transferido para uma agência da capital pernambucana onde deverá se apresentar.

 

−Dr. Belarmino compreenda que minha esposa trabalha, temos casa própria e os meninos estão estudando, de forma que, prefiro não ser transferido, ainda que seja rebaixado de cargo.

 

− Essa é a decisão da empresa.

 

−Seja breve nas sus ponderações.

 

Diante das ponderações do gerente o diretor dos Recursos humanos foi imperativo: − O senhor está despedido. – Passe a ligação para o subgerente: −Assuma o comando da agência, doravante o senhor é o gerente.

 

Seu contrato foi rescindido, sem pelo menos receber um muito obrigado ou qualquer referência pelo tempo que trabalhou na empresa.

 

Lá se foram anos de sua vida dedicada à instituição sem nenhuma consideração e reconhecimento pelo seu trabalho. Esse comportamento frio, desumano, desrespeitoso, iníquo tem sido a tônica de empresas em nome da globalização que escraviza o indivíduo por resultados positivos – o lucro sem nenhum compromisso social.

 

Esse descarte do ser humano precisa ser revisto. A sociedade tem de construir um mundo harmonioso, solidário em que todos possam usufruir do produto do trabalho e da riqueza que produziu sem a perversidade da ganância e encarar o trabalhador como patrimônio da empresa.

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ARTIGO: EMILIANO JOSÉ 'A FORÇA DA POLÍTICA'

ARTIGO: EMILIANO JOSÉ 'A FORÇA DA POLÍTICA'

Por Emiliano José

A luta pela superação das desigualdades no Brasil não é algo que possa ser realizado num curto espaço de tempo. São séculos de marginalização, de esmagamento dos direitos do nosso povo, e de afirmação de uma ideologia que justifica os privilégios em nome sabe-se lá do quê. Melhor, sabe-se sim, porque os que detêm privilégios sempre acreditaram, e acreditam, que isso é uma espécie direito natural, e por isso é possível ler, aqui e acolá, inclusive em páginas de jornal, o lamento ou a revolta diante da ascensão dos pobres no Brasil, a invadir espaços antes restritos às elites, que ousadia. É uma ideologia branca, nascida dos tempos da escravidão. É a ideologia da casa-grande. Os pobres, os negros, os miseráveis deveriam saber que o lugar deles é na senzala, lá nos barracos da cidade. Não podem e não devem ocupar espaços reservados aos brancos. O Brasil, no entanto, nessa década, está mudando, e os senhores e senhoras da casa-grande e seus ideólogos, mostram-se incomodados, são acometidos de urticária, vêem-se à beira de um ataque de nervos com essa invasão imprópria dos pobres. É neguinho querendo comprar, e comprando, viajar de avião, andar nos shoppings, alguns até ousando fazer turismo no exterior.

Por Emiliano José

A luta pela superação das desigualdades no Brasil não é algo que possa ser realizado num curto espaço de tempo. São séculos de marginalização, de esmagamento dos direitos do nosso povo, e de afirmação de uma ideologia que justifica os privilégios em nome sabe-se lá do quê. Melhor, sabe-se sim, porque os que detêm privilégios sempre acreditaram, e acreditam, que isso é uma espécie direito natural, e por isso é possível ler, aqui e acolá, inclusive em páginas de jornal, o lamento ou a revolta diante da ascensão dos pobres no Brasil, a invadir espaços antes restritos às elites, que ousadia.

É uma ideologia branca, nascida dos tempos da escravidão. É a ideologia da casa-grande. Os pobres, os negros, os miseráveis deveriam saber que o lugar deles é na senzala, lá nos barracos da cidade. Não podem e não devem ocupar espaços reservados aos brancos. O Brasil, no entanto, nessa década, está mudando, e os senhores e senhoras da casa-grande e seus ideólogos, mostram-se incomodados, são acometidos de urticária, vêem-se à beira de um ataque de nervos com essa invasão imprópria dos pobres. É neguinho querendo comprar, e comprando, viajar de avião, andar nos shoppings, alguns até ousando fazer turismo no exterior.

Disse e reafirmo: é dura a luta para chegar a um País menos desigual, que ofereça oportunidades, possibilidades para todos, que garanta renda às maiorias despossuídas, que ofereça condições dignas de vida aos brasileiros e brasileiras. Mas, sem dúvida, estamos caminhando, e celeremente, para o enfrentamento do problema graças, sobretudo, à política. A eleição de Lula em 2002 marcou uma virada, significou uma atenção especial do governo em relação aos mais pobres, sobretudo e especialmente no sentido de que o desenvolvimento, na nova ótica instalada, só pode ser compreendido assim se representar melhoria nas condições de vida da população. Esta compreensão é parte dos dois mandatos de Lula e do governo atual, de Dilma.

Nesse caso, para que não nos acusem de nos basear apenas nos dados do governo, e não haveria nada demais se fossem utilizados, recorro a partes do relatório da consultoria Boston Consulting Group, divulgado na semana que passou. O estudo compara meia centena de indicadores econômicos e sociais de 150 países, coletados junto ao Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE. E dele salta uma conclusão que deve assustar ainda mais os nossos casa-grandenses: o Brasil foi a nação que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar do seu povo. Insisto: é isso mesmo. E o faço para combater o que Nelson Rodrigues denominava “complexo de vira-latas”, que caracterizaria nossa permanente subestimação de nossa capacidade como nação, neste caso a capacidade da política de mudar o País. 

O PIB brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011, o que não é pouco, mas poderia significar nada para os mais pobres, como em tantas outras situações de nossa história. Pela força das políticas da última década, os ganhos sociais obtidos no período, segundo o relatório, se equiparam a um país que tivesse crescido a coisa de 13% ao ano. Dito de outra forma, para efeito de redução da pobreza é como se o Brasil tivesse crescido bem mais do que a China nos últimos cinco anos.

As melhorias na qualidade de vida da população, de acordo com a consultoria, decorrem especialmente da prioridade dada à distribuição de renda no período, prioridade governamental, evidentemente. É o milagre da política, tão atacada, tão vilipendiada, e tão capaz de produzir mudanças como as que estamos assistindo nesta última década.

Ressalto novamente, apesar da aparente obviedade, que a luta para superar as desigualdades é longa. Acentuo, no entanto, que esta última década significou um extraordinário passo adiante, ao mudar para melhor a vida de mais de 70 milhões de pessoas. Seguramente é isso que tem incomodado tanto parte de nossa elite, que não se conforma com a ousadia de tantos pobres ascendendo à condição de cidadãos. Tudo isso ocorreu graças à política, aos governos que o povo brasileiro escolheu desde 2002. 

*Texto publicado originalmente na edição desta segunda-feira, 03, no jornal A Tarde. Emiliano José é jornalista, escritor e suplente de deputado federal pelo PT/BA.

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ARTIGO: 'O CRACK' O FLAGELO DOS VULNERÁVEIS

ARTIGO: 'O CRACK' O FLAGELO DOS VULNERÁVEIS

Por Antonio Novais Torres

 

“Nunca experimente o crack, ele causa dependência e mata”. Este é um dos slogans de advertência do uso da droga mortífera. O crack é uma droga de alto risco, tem em sua composição sobras do refino da cocaína e outras substâncias tóxicas. É de grande poder destrutivo causando não só dependência como diversas doenças relacionadas ao uso da droga fragilizando o indivíduo ao qual traz sérias consequências deletérias. Essa droga chega ao sistema nervoso central em DEZ segundos e o seu efeito dura de3 a10 minutos causando efeito estimulante e euforia. Após esse tempo como consequência o indivíduo entra em estado de depressão, desânimo e oscilação de humor, resultando no desejo de fumar mais para se sentir bem de novo. A essa vontade compulsiva do uso do entorpecente dá-se o nome de FISSURA.

Por Antonio Novais Torres

 

“Nunca experimente o crack, ele causa dependência e mata”. Este é um dos slogans de advertência do uso da droga mortífera.

 

O crack é uma droga de alto risco, tem em sua composição sobras do refino da cocaína e outras substâncias tóxicas. É de grande poder destrutivo causando não só dependência como diversas doenças relacionadas ao uso da droga fragilizando o indivíduo ao qual traz sérias consequências deletérias.

 

Essa droga chega ao sistema nervoso central em DEZ segundos e o seu efeito dura de3 a10 minutos causando efeito estimulante e euforia. Após esse tempo como consequência o indivíduo entra em estado de depressão, desânimo e oscilação de humor, resultando no desejo de fumar mais para se sentir bem de novo. A essa vontade compulsiva do uso do entorpecente dá-se o nome de FISSURA.

 

No tempo presente o consumo do crack tem-se disseminado de forma assustadora em todo o país nas grandes, médias e pequenas cidades atingindo adolescentes e adultos de todas as classes sociais, provocando no organismo efeitos infestos à saúde causando sequelas irreversíveis.


 Outras drogas são a porta de entrada para o consumo do crack que o usuário recorre pelo preço mais baixo indo parar no fundo do poço numa derrocada fatal.

 

 “A maioria das pessoas que consome bebida alcoólica não se torna alcoólatra, isso também é válido para outras drogas. No caso do crack, com apenas três ou quatro doses, às vezes até na PRIMEIRA, a pessoa se torna completamente viciado”.

 

Segundo as estatísticas policiais 70% dos crimes estão relacionados ao consumo de drogas. O uso delas provoca no usuário quadros de extrema agressividade tanto no meio familiar, desestruturando-a de forma devastadora, quanto na sociedade pelos crimes perpetrados, conforme notifica os órgãos pertinentes. O sujeito passa a viver em função da droga que o domina cometendo todo tipo de delito para adquiri-la.

 

A informação dos especialistas é que a recuperação dos viciados em crack é muito difícil em detrimento da fissura – a vontade de voltar a usar a droga novamente. A esperança é uma vacina que está sendo desenvolvida por cientista nos Estados Unidos da América do Norte.

 

Muitas famílias não têm condições de arcar com os custos de uma clínica particular ou de conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais de atendimento aos viciados e o sistema público de saúde não é eficiente.

 

Esse vício maldito é um verdadeiro inferno em que o indivíduo se mete, por curiosidade, por ociosidade, por problemas pessoais e psicológicos ou qualquer outro motivo que termina por ser um beco sem saída. É um escape para as adversidades cotidianas da vida.

 

Ressaltem-se algumas consequências pelo uso do CRACK: Intensa dependência, depressão, ansiedade, agressividade, alucinações, ilusões de perseguição, destruição dos neurônios, degeneração dos músculos do corpo (aparência esquelética), inibição da fome, insônia, lesões cerebrais irreversíveis, risco de derrame (AVC) e infarto, promiscuidade e DST, impotência sexual etc., podendo levar o indivíduo à morte.

 

Relata-se que a principal “causa mortis” entre os usuários tem sido o homicídio por brigas, ação policial, punição de traficantes pelo não pagamento de dívidas, entre outras.

 

Em Brumado, conforme a informação da Imprensa, numa ação conjunta entre os órgãos de repressão, foi apreendida no bairro Baraúnas quase 9 (nove) quilos de crack, maconha, balança, dinheiro, carro e moto pertencentes à quadrilha que operava nesse negócio ilícito.

 
A apreensão da droga está sendo considerada a maior na região e toda a operação foi desenvolvida pela ação do Serviço de Inteligência da Polícia Militar.

 

O comandante da 34ª CIA Independente de Brumado promete investir contra a marginalidade tendo como aliados a Polícia Civil, o Ministério Público e a contribuição da população para tirar de circulação os elementos envolvidos que trazem vulnerabilidade deletéria à sociedade, dando ao cidadão segurança, paz e a tranquilidade necessária com a presença ostensiva da polícia.

 

A política de segurança pública desenvolvida pelo comando da 34ª CIPM em Brumado é de suma importância para se combater a criminalidade que campeia na cidade como furtos, roubos, assaltos e, principalmente, o tráfico de drogas que vergasta a sociedade brumadense deixando-a intranquila, com medo e insegura.

 

Com essa investida da PM é possível vencer-se a guerra contra as ilicitudes, em especial as drogas, combatendo os marginais num duelo constante não se perdoando os infratores da lei.

 

Combater o bom combate é a voz da verdade. O comando da 34ª CIPM e os órgãos repressores parceiros têm como escopo essa atação.

 

 A esperança é a última que morre.

 

Antonio Novais Torres

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ARTIGO: O CHARLATÃO 'ANTÔNIO NOVAIS TORRES'

ARTIGO: O CHARLATÃO 'ANTÔNIO NOVAIS TORRES'

Por Antonio Novais Torres



O garoto tinha entre doze e treze anos. Trabalhava como caixeiro numa venda do vilarejo onde residia. Não tinha direito a férias nem ao décimo terceiro, não era registrado e  trabalhava inclusive aos domingos sem ganho de horas extras. Uma vida infantojuvenil de trabalho, mas compensadora por estar contribuindo para o sustento da família. Certa feita, apareceu no vilarejo, um indivíduo que não se sabe por que escolheu aquele local pequeno e sem perspectivas promissora de futuro para morar. Comprou um pequeno terreno pouco distante do comércio, percurso que fazia a pé diariamente. No retorno caminhava claudicante pelo efeito etílico. O referido senhor montou uma farmácia e, nos fundos, um precário consultório dentário  equipado com uma cadeira de madeira reclinável e local para apoio da cabeça, confeccionada por marceneiro local. Usava instrumental usado que não era devidamente esterilizado. Exercia o charlatanismo, com status de doutor.

Por Antonio Novais Torres


O garoto tinha entre doze e treze anos. Trabalhava como caixeiro numa venda do vilarejo onde residia. Não tinha direito a férias nem ao décimo terceiro, não era registrado e  trabalhava inclusive aos domingos sem ganho de horas extras. Uma vida infantojuvenil de trabalho, mas compensadora por estar contribuindo para o sustento da família.

 

Certa feita, apareceu no vilarejo, um indivíduo que não se sabe por que escolheu aquele local pequeno e sem perspectivas promissora de futuro para morar. Comprou um pequeno terreno pouco distante do comércio, percurso que fazia a pé diariamente. No retorno caminhava claudicante pelo efeito etílico. O referido senhor montou uma farmácia e, nos fundos, um precário consultório dentário  equipado com uma cadeira de madeira reclinável e local para apoio da cabeça, confeccionada por marceneiro local. Usava instrumental usado que não era devidamente esterilizado. Exercia o charlatanismo, com status de doutor.

 

Dizia-se que o mesmo havia cursado o terceiro ano de medicina e, por uma desilusão amorosa, abandonou o curso e escolheu esse lugar pacato e bucólico para morar e se esquecer da dor da decepção sofrida.  Os fofoqueiros comentavam da sua paixão por uma balzaquiana costureira famosa do lugarejo que conquistou-lhe o coração.

 

 O referido senhor era um inveterado bebedor de cachaça. Fazia parelha com um português que também fez morada  na vila sem se saber por que escolheu ou o  motivo  de fixar-se nesse lugar. Tinha o ofício de carpinteiro, serviços grosseiros. O “doutor” afirmava criticando ser o  único europeu analfabeto que conhecera e se encarregava das correspondências do amigo ignaro.

 

Os boêmios adictos frequentavam a venda onde o garoto trabalhava aos quais servia a bebida preferida, pinga com limão. O português também gostava de comer pão francês recheado com carne da ‘capa do toucinho’ e alho, como tira-gosto. Dizia ele, ser um hábito saudável e que evitava a embriaguez. Falava sempre trocando o “V” por “B” e vice-versa, por exemplo: “bocê” (você) “vode” (bode), uma cacoépia de determinada região de Portugal.

 

Um dia, o menino caixeiro queixou-se para o dentista charlatão que estava com um dente doendo e  mostrou-o ao “especialista”, puxando a bochecha com o dedo e o “dentista” identificou-o como sendo o primeiro molar. A esta altura, já havia tomado umas e outras e recomendou ao paciente um bochecho com aguardente como anestésico e fosse para o consultório que ficava em frente e o esperasse terminar de degustar o seu aperitivo para executar o serviço. Sem maiores delongas, cuidou da extração do dente, só que, ao invés de extrair o dente identificado, arrancou o do lado oposto. Com o protesto do paciente, só restou à alternativa de uma nova extração, desta vez, acertadamente. A vítima  ficou sem os dois primeiros molares permanentes inferiores, que até hoje lhe fazem falta, pela imperícia e irresponsabilidade do dentista prático.

 

Seguindo o encadeamento desse fato, adentrou na  farmácia  um senhor  com um papel de caderno contendo o nome de três medicamentos, como se fosse uma receita médica, escritos com  letra legível  o nome dos remédios, deduzindo-se tratar de alguém com razoável instrução.

 

 Achando estranho, pela diversidade dos fármacos, o balconista perguntou ao senhor quem havia indicado os remédios e ele disse tratar-se de uma benzedeira. Que os remédios eram para um seu irmão que já tinha procurado médicos e não tivera resultado na cura da doença. Fora informado dessa benzedeira que era mais poderosa que ‘médicos de verdade’ e ainda cobrava uma consulta mais barata. Cobrava  apenas a metade do preço de um atendimento feito pelo doutor formado.

 

Na indicação da curandeira, constava um antibiótico, um antiácido e um remédio para dor e gazes e, como se sabe, remédios só se devem tomar com  indicação do médico, o único profissional capacitado e autorizado a receitá-los, por conhecer farmacologia e os efeitos das respectivas drogas. Observação que serve de alerta aos donos de farmácias que prescrevem remédios por sua indicação, método também conhecido como “empurroterapia”.

 

Na realidade, a população pobre não pode pagar o preço de uma consulta médica particular, mais remédios e exames de laboratórios solicitados por não ter condições financeiras. Não contam com a eficiência ou a expectativa do atendimento rápido  da saúde pública que é caótico em todo o país. A Constituição assegura que a saúde é um direito do cidadão e dever do Estado. Isso, na prática, não acontece pela incompetência e ineficiência administrativa dos órgãos públicos, com raras exceções, por conta dos abnegados administradores. Dessa forma, os desditosos, desesperados procuram alternativas enganosas e sem nenhuma eficácia.

 

Daí, os espertalhões agirem por meio de rezas, feitiçarias e outras práticas, iludindo os incautos através de métodos que psicologicamente incutem nas pessoas desavisadas e sem conhecimento a confiarem no seu poder de cura. Com isso  anarquizam os profissionais de conhecimentos técnicos e títulos, igualmente desafiam a justiça por desrespeito às leis. Tais procedimentos são crimes previstos em lei. Leis, temos muitas, boas até, e de grande índice técnico jurídico com grande alcance econômico-social. Infelizmente, muitas não são aplicadas. Aliás, é corrente o dizer que há leis que pegam e as que não pegam uma abertura  para a ilicitude.

 

 Urge passar o país a limpo e fazer da Constituição um guia seguro da cidadania, uma expectativa de todos que estão sequiosos de verem os direitos constitucionais assegurados e cumpridos. Há de se acredita que  alguém possa realizar o desejo popular, fazendo da Constituição o guia de suas ações. As expectativas se renovam a cada eleição. Embora os poderosos não cumpram com as promessas e desrespeitem a Carta Magna e as leis que regem os destinos do país pela  quase certeza da impunidade, a esperança de reverter-se esse quadro, é a última que morre, acreditemos nessa perspectiva.

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MÉDICOS ALERTAM SOBRE OS PROBLEMAS DO CORAÇÃO

MÉDICOS ALERTAM SOBRE OS PROBLEMAS DO CORAÇÃO
Tonturas, desmaios, dores e outros sintomas devem ser investigados.

No Brasil, a cada dois minutos uma pessoa é vítima de morte súbita. O cálculo é da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), que promove neste domingo (12) a Campanha Coração na Batida Certa, em todas as capitais brasileiras. Além de demonstração do uso correto dos desfibriladores externos automáticos, médicos e outros profissionais de saúde orientam as pessoas sobre como prevenir arritmias cardíacas. Eles estão em parques, centros de compras e praias. As atividades fazem parte do Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. Segundo o presidente da Sobrac, Adalberto Lorga Filho, mais do que chamar a atenção para a doença e as suas consequências, a campanha quer conscientizar a população sobre a importância de boas práticas de saúde, como a atividade física regular e a consulta periódica a um profissional especializado. As recomendações incluem controle de peso, da pressão arterial e do diabetes, além de alimentação com pouco sal. Informações Agência Brasil.

No Brasil, a cada dois minutos uma pessoa é vítima de morte súbita. O cálculo é da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), que promove neste domingo (12) a Campanha Coração na Batida Certa, em todas as capitais brasileiras. Além de demonstração do uso correto dos desfibriladores externos automáticos, médicos e outros profissionais de saúde orientam as pessoas sobre como prevenir arritmias cardíacas. Eles estão em parques, centros de compras e praias. As atividades fazem parte do Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita.

 

Segundo o presidente da Sobrac, Adalberto Lorga Filho, mais do que chamar a atenção para a doença e as suas consequências, a campanha quer conscientizar a população sobre a importância de boas práticas de saúde, como a atividade física regular e a consulta periódica a um profissional especializado. As recomendações incluem controle de peso, da pressão arterial e do diabetes, além de alimentação com pouco sal.

 

Doença silenciosa com incidência maior no sexo masculino, a arritmia cardíaca é responsável por 80% a 90% dos casos de morte súbita. A prevalência maior se dá na faixa etária entre 45 e 75 anos. A doença também acomete pessoas na faixa etária mais produtiva da vida e de muitos atletas, geralmente jovens e saudáveis.

 

Segundo o cardiologista e arritmologista José Sobral Neto, a falta de informação atrapalha muito a prevenção. Quando o problema aparece em pessoas até 35 anos de idade, normalmente, a origem é genética. “ As pessoas nessa faixa etária, que têm casos na família, devem ficar atentas e fazer exames preventivos uma vez por ano”, explica. O médico diz ainda que muitas vezes os pacientes subestimam alguns sintomas, como tonturas, desmaios e dores e não procuram o médico para investigar melhor o que aconteceu. " Isso é um erro", alerta.

 

Entre os cardiologistas, um exemplo clássico de que uma arritmia pode levar à morte súbita é o caso do jogador Sérginho, do São Caetano do Sul, que morreu durante uma partida de futebol em 2004. Mais recentemente, a jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei Feminino Dani Lins foi diagnosticada com arritmia cardíaca, causada por uma virose. A atleta teve o problema superado e voltou à treinar normalmente. No entanto, em alguns casos mais severos e, caso seja um atleta de alto desempenho, pode ser necessária a interrupção da prática esportiva.

 

Durante o Heart Rhythm Society (HRS) 2012, congresso internacional sobre arritmias cardíacas, foi apresentado um estudo sobre a segurança da prática esportiva para atletas que implantaram um desfibrilador. O equipamento converte todos os episódios de taquicardia por meio de um choque direcionado ao coração. Dos 372 pacientes acompanhados, apenas sete apresentaram parada cardiorrespiratória. Todos resolveram o problema que foi revertido com sucesso pelos choques do equipamento.

 

“Este registro abre novos horizontes para a melhor compreensão da história natural das doenças desses pacientes, bem como novas perspectivas no tratamento de atletas, não só prolongando a sobrevida, mas também preservando a qualidade de vida", avalia do Bruno Valdigem, especialista em eletrofisiologia clínica e invasiva pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.

 

Edição Beto Coura

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UPB: COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA A GESTÃO MUNICIPAL

UPB: COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA A GESTÃO MUNICIPAL
Importância da Comunicação e Marketing para a Gestão Municipal. (Foto: UPB)

Os governos que já incorporaram o conceito de transparência, que é uma nova ordem mundial, precisam entender como a comunicação bem feita pode ajudar, alavancar e facilitar os processos de gestão pública. As novas formas de comunicação mudaram o jeito de ver, entender e os relacionarmos com o mundo. As mudanças podem aparecer desde a captação de recursos para os municípios e, principalmente, nas situações necessárias para manter um canal de comunicação sempre aberto entre os municípios, a população, os governos estadual e federal, a iniciativa privada e o terceiro setor. O tema, A Comunicação e Marketing Aliados a Gestão Municipal, foi apresentado pelo especialista em marketing político Sidônio Palmeira neste domingo, dia 11, no Encontro de Prefeitos Eleitos e Reeleitos que aconteceu em Camaçari. Segundo o especialista, na luta pelo poder político é preciso informação, interagir com a população. Marketing é o equilíbrio de tudo que acontece na sua gestão. Se o político tem um marketing eficiente, todo mundo vai falar da sua administração.

Os governos que já incorporaram o conceito de transparência, que é uma nova ordem mundial, precisam entender como a comunicação bem feita pode ajudar, alavancar e facilitar os processos de gestão pública. As novas formas de comunicação mudaram o jeito de ver, entender e os relacionarmos com o mundo. As mudanças podem aparecer desde a captação de recursos para os municípios e, principalmente, nas situações necessárias para manter um canal de comunicação sempre aberto entre os municípios, a população, os governos estadual e federal, a iniciativa privada e o terceiro setor.

O tema, A Comunicação e Marketing Aliados a Gestão Municipal, foi apresentado pelo especialista em marketing político Sidônio Palmeira neste domingo, dia 11, no Encontro de Prefeitos Eleitos e Reeleitos que aconteceu em Camaçari. Segundo o especialista, na luta pelo poder político é preciso informação, interagir com a população. Marketing é o equilíbrio de tudo que acontece na sua gestão. Se o político tem um marketing eficiente, todo mundo vai falar da sua administração.

Na tevê o político tem que ter expressão, entonação e conteúdo. Já o rádio é um meio de comunicação que não dá limites a imaginação. E a Internet tem uma característica importante que é a interatividade. Falou dos erros e como superá-los e a importância de ter uma estrutura de marketing dentro da sua realidade.

A sociedade da informação, a qual atualmente vivenciamos, se caracteriza pela necessidade de respostas rápidas e por uma cultura acentuadamente voltada aos relacionamentos internos e externos, transformações que se localizam principalmente nas formas e no tempo de distribuição da informação, resultado de inovações tecnológicas e da importância ofertada ao desenvolvimento social. 

O ambiente das comunicações também mudou, com a inclusão das novas tecnologias que, de um lado, oferece mais recursos e, de outro lado, acelera os processos e altera uma cultura bastante tradicional de relacionamentos entre as comunidades interna e externa das organizações. Assim, temos notícias via satélite e por redes de computadores, Internet e Intranet, a explosão da informação em nosso cotidiano, crescente autonomia comunicacional do cidadão, a diminuição da prestação de serviços públicos presenciais, o crescente envolvimento da mídia com o mercado, enfim tudo parece indicar que existe uma grande transformação da cultura de comunicação na sociedade contemporânea.

Na comunicação a primeira preocupação deve ser com o conteúdo: o que você deseja comunicar e com que objetivo. Se deseja informar, simplesmente se atenha aos fatos, mas se deseja motivar, por exemplo, use o coração, pois só através dele será capaz de atingir o coração de seu interlocutor. Em todos os casos, no entanto, lembre-se de ser o mais sintético que puder. Quanto mais precisa for sua mensagem, menor a chance de dispersão de seu significado. Maior probabilidade, portanto, de alcançar o alvo. Seja ele o coração ou a mente de seu interlocutor.

O Encontro de Prefeitos Eleitos e Reeleitos conta com o apoio do Sebrae, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Embasa, Coelba, Alconta, Desenbahia, IPM Brasil, Schincariol, Conam e Weblineti. (Fonte: Jesser Oliveira. Ascom UPB)

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ARTIGO TÕE TORRES: INFIDELIDADE CONJUGAL

ARTIGO TÕE TORRES: INFIDELIDADE CONJUGAL
Antonio Novais Torres

Os contos de mil e uma noites são narrados pela rainha Scherazade: o sultão, vítima da imensa tragédia da infidelidade da esposa, despeitado e humilhado, ordena sua execução e pede ao seu vizir – uma espécie de ministro do rei – que comunique à população sua terrível sentença: a cada noite, casar-se com uma nova mulher, donzela, matando-a ao amanhecer do dia seguinte. Apesar de saber da decisão do sultão, Scherazade resolve se casar com ele, mas elabora um plano para salvar as virgens do reino e evitar a própria morte. Na noite das bodas, conta uma história e lendas que fascinam o sultão, porém antes de chegar ao fim, suspende o relato. Curioso, o sultão concede a ela mais um dia de vida, para saber o final da história. Scherazade repetiu essa manobra durante mil e uma noites quando, finalmente, o sultão descobre-se apaixonado por ela e a torna uma esposa feliz.

Os contos de mil e uma noites são narrados pela rainha Scherazade: o sultão, vítima da imensa tragédia da infidelidade da esposa, despeitado e humilhado, ordena sua execução e pede ao seu vizir – uma espécie de ministro do rei – que comunique à população sua terrível sentença: a cada noite, casar-se com uma nova mulher, donzela, matando-a ao amanhecer do dia seguinte. Apesar de saber da decisão do sultão, Scherazade resolve se casar com ele, mas elabora um plano para salvar as virgens do reino e evitar a própria morte. Na noite das bodas, conta uma história e lendas que fascinam o sultão, porém antes de chegar ao fim, suspende o relato. Curioso, o sultão concede a ela mais um dia de vida, para saber o final da história. Scherazade repetiu essa manobra durante mil e uma noites quando, finalmente, o sultão descobre-se apaixonado por ela e a torna uma esposa feliz.

 

No contexto circunstancial deste conto das mil e uma noites, farei um relato de infidelidade conjugal, que envolve os jovens Romualdo e Romilda, um fato mesclado de realidade e ficção, que pode eventualmente ter coincidentes com situações ocorridas na sociedade, sem que haja nenhuma intenção do autor dirigida a um alvo definido. Esse esclarecimento vem a propósito para resguardar o escriba de qualquer maledicência, julgamento ou reproche açodado dos que queiram tomar para si a carapuça.

 

Romilda – uma moça bonita, morena de olhos verdes, cabelos compridos cor de mel que lhe ressaltavam o rosto oval de traços delicados, esbelta, andar faceiro e cadenciado chamava a atenção de todos quando passava na rua e estugava o passo em requebro, propositadamente, despertando voluptuosidade nos circunstantes transeuntes.

 

Nas festas, era a mais disputada pelos mancebos para dançar e a todos atendia, mesmo os que não lhe eram simpáticos, sempre com a delicadeza e a educação de sua peculiaridade. Ela tinha a consciência da sua beleza e de tudo fazia para valorizar seus predicados, deixando enlouquecidos os rapazes casadoiros, conquanto fosse uma moça recatada, sem empáfia, caseira, que vivia sob a vigilância dos pais. Essas são as referências da adolescente que inspirava sentimentos de admiração, desejo e cobiça nos homens.

 

Romualdo – um rapaz muito querido e bastante conhecido na cidade, pela sua inteligência e versatilidade era uma espécie de “homem dos sete instrumentos”, muito requisitado para consertos de toda espécie de eletroeletrônico, serviço que dependia de habilidade e aptidão para executá-los, era um curioso politécnico, que se havia bem nas suas investidas de profissional improvisado.

 

Jovem, bem-apessoado, estatura avantajada, de porte atlético, viril, forte, com musculatura bem distribuída, pois praticava halterofilismo. Vestia-se adequadamente com esmero, educado e de bom procedimento, gozava de um relacionamento social conceituado e frequente em todas as manifestações socioculturais da cidade. Portador de tantas qualidades despertava interesse e era visto pelas moçoilas e adolescentes, em seus devaneios e pretensões, como um “bom partido”, apto para o casamento.

 

Romilda e Romualdo conheceram-se numa festa de comemoração do Santo Padroeiro da cidade. Desde esse dia, passaram a ver-se com relativa frequência em todas as oportunidades possíveis. Foi um amor impetuoso, ardoroso, arrebatador, paixão fervorosa e recíproca, uma aprovação do destino que os colocara no caminho das núpcias. Apaixonados e com o consentimento das famílias, casaram-se sem mais delongas, sem mesmo cumprirem o ritual prévio, de tempo de namoro, noivado até a consagração do matrimônio.

 

Após dois anos de casados, a esposa não engravidou. Procuraram um especialista em reprodução humana na capital e o médico constatou que Romilda tinha problemas de ovulação e precisava fazer um tratamento que previa uma consulta mensal. Assim ficaram acertados. Todo mês, Romilda dirigia-se para a capital e se hospedava em casa de parentes. Numa dessas viagens, foi convidada pelas primas a ir à praia. Embora Romilda resistisse, alegando pressa em retornar, foi convencida a divertir-se. Diziam as parentas: “No interior, minha filha, é só trabalho, é preciso também curtir a vida e a oportunidade é esta que você está aqui, se o ‘maridão’ reclamar do bronzeamento, diga que foi orientação médica, ele compreenderá”.

 

Na praia, a esbelteza da mulher chamou a atenção de um indivíduo halterofilista, frequentador de praia e fama de conquistador, que trabalhava na polícia militar, puxou prosa com Romilda. Este passou a paquera-la. Uma conquista orquestrada, com astúcia, artifícios e palavrório megalomaníaco. Cheio de artimanha, com declarações amorosas e manifestações de afeto com que a interiorana se envaidecia pelo embevecimento da força atrativa do cupido.  Ele falou-lhe dos atrativos da cidade e fez promessa de lhe proporcionar uma vida de felicidades e encantamentos, e dizia que era preciso conhecer o verdadeiro prazer do amor que ela nunca sentira com o marido, insinuava o sedutor libertino.

 

Envolvida, seduzida e insegura, excitada pela curiosidade de conhecer esse tal prazer do amor, acedeu e entregou-se ao conquistador que a levou para um motel de luxo, coisa que nunca tinha visto, o que a deslumbrou e a impressionou.  O êxtase das carícias e carinhos que não estava acostumada receber do marido, um homem rústico, lhe conturbou o coração.

 

Ao regressar, comunicou ao esposo que as consultas, doravante, por exigência médica, seriam semanais, astúcia para reencontrar o amante o mais breve possível. “O adultério é considerado o inimigo número um dos casais e atrai a imaginação de homens e mulheres com seu encanto transgressor”. Romualdo foi vítima dessa transgressão, e o comportamento da mulher nas relações amorosas com ele tornou-se frio e indiferente, criando-lhe a suspeita de uma traição.

 

Confidenciou a um amigo que trabalhava nos Correios as suas suspeitas, e esse se encarregou, embora fosse crime, de violar as correspondências de Romilda, para certificar-se da suspeita do amigo. Fato comprovado causou grande frustração, decepção e sofrimento moral a Romualdo. Magoado, desonrado e ferido em seu orgulho machista, em desabafo, considerou a desdita um ato vil, leviano e degradante, traição cruel, excrescência da personalidade deturpada e volúvel que infesta o procedimento humano.

 

Foi preciso sobriedade, paciência, tolerância, altivez e superioridade de caráter para não cometer atitude tresloucada de vingança, que lhe veio à mente em momento de desespero e desordens mental e emocional. A fé e a confiança em Deus proporcionaram-lhe procedimentos sensatos e civilizados para desfazer-se do casamento sem traumas de consequências violentas contra a integridade física da mulher, à qual dedicou desprezo sem nenhum ânimo de desforço.

 

Romilda não foi feliz com o amante policial, que passou a demonstrar um ciúme doentio, por conta da exuberância da beleza da amásia. Passou a agredi-la e humilhá-la, de forma que sua vida transformou-se num inferno sem comiseração, cuja resignação pelos maus tratos, era o conformismo do arrependimento pelo adultério cometido, recriminação da própria consciência.

 

Romualdo, refeito do trauma de marido ultrajado, transformou-se em “ave de rapina”, atacando nos labirintos da esbórnia, buscando amores para saciar a sua concupiscência e aplacar a sua indignação, como se fosse uma atitude de revanche. Tornou-se, assim,  um indivíduo experiente na arte da sedução e do amor. Cansado dos excessos lascivos, por fim, encontrou uma alma humana, que teve infortúnio semelhante ao seu, por cujas experiências o fatalismo encarregou-se de uni-los para viverem dignamente respeitando-se mutuamente.

 

Segundo Voltair “o casamento é a única aventura aberta à covardia”.  Há quem concorde e também os que discordam. A vida é assim: composta de forças e fraquezas, realidades e incertezas, de acertos e desacertos, de negações e afirmações, de igualdades e desigualdades, de fatalidades e acertos, de êxitos e de surpresas boas ou más. Enfim, de começo e finitude. Cabe a cada um a capacidade de administrá-la e conduzi-la para o bem ou para o mal. 

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