Agora Sudoeste
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ARTIGO: CARLOS PRATES

ARTIGO: CARLOS PRATES
Carlos Prates, professor e escritor. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

 Por quais motivos o desemprego é maior entre os jovens e o que pode ser feito para reduzir os altos índices
                                                                                          

O desemprego entre os jovens tem a combinação de vários fatores e depende do estágio em que os mesmos se encontram:

 

a) Jovens com boa  ou excelente escolaridade. No Brasil, especificamente, esses jovens ficam desempregados porque a maioria das empresas exige experiência profissional. Além disso, muitos não desejam empregos como operadores de telemarketing, atendentes ou vendedores no comércio varejista, por acharem que são “profissões de menor importância”.

 

Sugiro a você, caso se enquadre nesse segmento, que busque o emprego que julga merecer. Caso não o encontre, comece por um emprego de “menor importância” ou que paga menos do que você acha que merece. Dessa forma você ganhará experiência e, principalmente, fará a sua rede de contatos, objetivando encontrar empregos melhores.

 

Está no mercado de trabalho pode ser melhor do que está desempregado.

 

b) Jovens com baixa escolaridade. Aqui reside o maior problema, pois eles estão concentrados em famílias de baixa renda, são discriminados e a maior causa é o modelo educacional brasileiro, que sucateou o Ensino Público. Muitos têm dificuldades para ler, falar e escrever, cometendo erros de português; possuem baixa autoestima e convivem com a violência. É claro que não devemos generalizar, pois há exceções. Em Salvador eles representam o maior número de desempregados. Além de enfrentarem todos os obstáculos acima mencionados, ainda é exigida experiência profissional.

 

Para conseguirem o primeiro emprego e ganharem experiência profissional, sugiro o ingresso no comércio varejista, telemarketing e empreendedores individuais.

 

c) Investir em cursos técnicos. Nos próximos dois anos, só a indústria vai precisar de 5,5 milhões de trabalhadores de nível técnico.

 

As principais vantagens de um curso técnico, desde que seja feito por instituições de qualidade – SENAI, SENAC, Escola Técnica Federal, entre outras, são:

 

1) Possibilidade de ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho. Em seguida, fazer a opção por um curso superior, se desejar;

 

2) Muitas vagas disponíveis, uma vez que temos poucos técnicos. Há uma grande desinformação sobre a importância desses cursos e preconceito. A maioria dos estudantes deseja ingressar nas Universidades / Faculdades, achando que ali é a melhor forma de conquistar o primeiro emprego. Nem sempre é a melhor escolha.

 

Finalizando, é necessário reinventar a educação em nosso país, uma vez que o atual modelo não mais atende às necessidades dos jovens e das empresas.


ARTIGO: É PELO DIREITO, E NÃO POR CENTAVOS

ARTIGO: É PELO DIREITO, E NÃO POR CENTAVOS

*Salesio Nuhs

 

As manifestações nas últimas semanas em várias cidades do Brasil consolidaram um movimento de reivindicação legítimo e suprapartidário. A mobilização difusa, sem uma pauta delimitada, é sinal de descontentamento generalizado, com os rumos do país e a fragilidade das instituições públicas. O descaso com saúde, educação e a falta de investimentos em segurança pública provocou um desencanto na população, que mostrou seu desejo de participar dos debates sobre a destinação do dinheiro público arrecado por meio de tributos. O movimento, que começou com um apelo estudantil pela redução da tarifa dos transportes coletivos, ganhou as principais cidades do Brasil, com reflexo no exterior, e tornou-se um expoente do início de uma concepção do povo, em busca de participação na gestão pública. O povo está mostrando a sua força!

*Salesio Nuhs

 

As manifestações nas últimas semanas em várias cidades do Brasil consolidaram um movimento de reivindicação legítimo e suprapartidário. A mobilização difusa, sem uma pauta delimitada, é sinal de descontentamento generalizado, com os rumos do país e a fragilidade das instituições públicas.

 

O descaso com saúde, educação e a falta de investimentos em segurança pública provocou um desencanto na população, que mostrou seu desejo de participar dos debates sobre a destinação do dinheiro público arrecado por meio de tributos. O movimento, que começou com um apelo estudantil pela redução da tarifa dos transportes coletivos, ganhou as principais cidades do Brasil, com reflexo no exterior, e tornou-se um expoente do início de uma concepção do povo, em busca de participação na gestão pública. O povo está mostrando a sua força!

 

Esse processo de discussão e participação pela sociedade, em busca dos seus direitos,  pôde ser percebido pela ultima vez em 2005, quando vimos manifestações em razão do referendo sobre o comércio de armas de fogo. A população foi às ruas para declarar seu posicionamento em favor do direito a legítima defesa, em razão da proibição do comércio de armas no Brasil.

 

Naquela ocasião, a população se manifestou também de forma ordeira e pacífica, não cedendo às pressões que queriam tirar o direito do cidadão de adquirir uma arma de fogo, para sua proteção, de sua família e de seu patrimônio. Nas urnas e com grande vantagem,  os brasileiros escolheram não abrir mão desse direito. Mais de 60 milhões votaram a favor da posse de arma, e nem por isso existem 60 milhões de armas nas mãos de brasileiros, ou seja, votaram contra a perda do direito.

  

Infelizmente, o governo federal, por meio do excesso de burocracia e falta de estrutura do órgão responsável, impede o cidadão brasileiro de exercer o seu direito a legítima defesa. São estas atitudes totalmente antidemocráticas e desrespeitosas que acabam por levar a população brasileira a estas manifestações.

 

Cansado de ver seus direitos negados, o país experimenta um furor em defesa dos direitos constitucionais adquiridos, o que garantiu apoio popular aos manifestantes. De fato, o país não experimentava uma mobilização tão grande e organizada nos últimos anos. O recado está dado, a população não vai tolerar o sucateamento de serviços públicos essenciais e não vai permitir sanções aos direitos que foram conquistados, como o de legítima defesa.

 

O legado das manifestações atuais ainda está em construção e é impossível prever quais serão seus desdobramentos, mas é inquestionável seu valor para a construção de um país que respeita a democracia. Violentar a população tirando seu direito ao transporte coletivo inclusivo, de qualidade e com preço justo, a inexistência de um sistema de saúde humanizado e a total falta de um programa para a Segurança Pública,  não são pautas vazias. Ao contrário, a defesa destes direitos tornou a sociedade mais politizada, o que representa uma evolução. Em mais uma oportunidade, o brasileiro mostrou que não será omisso.

 

A capacidade de mobilização e o modo com que a sociedade passou a encarar seu poder podem mudar a forma de pensar o país. A lista de reivindicação é enorme e ouvir o que a população tem a dizer vai mudar a forma de fazer política no país. Ouvir a sociedade é estabelecer um diálogo com o futuro e respeitar sua vontade representa uma evolução da democracia.

 

 

*Salesio Nuhs é presidente da Associação Nacional de Armas e Munições (Aniam)

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ANTÔNIO TORRES: SEU FILÓ 'NECESSIDADE E GANÂNCIA'

ANTÔNIO TORRES: SEU FILÓ 'NECESSIDADE E GANÂNCIA'
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres


Seu Filó, dito Filomeno, sexagenário alquebrado pelos anos de trabalho árduo no campo, velho sisudo, sério e honrado, veio para a cidade, por indicação, para trabalhar como vigia noturno em uma revenda de automóveis. Como sempre, Seu Filó chegou pontualmente às 18 horas, pegou o relógio de ponto – coleira de cachorro, como ele o chamava – e passou a exercer o seu trabalho. Porém, vivia a reclamar do minguado salário. Mesmo acrescido do adicional noturno, não dava para atender às necessidades da família numerosa. Precisava da ajuda da mulher que, mesmo doente, lavava roupa de ganho para ajudar o marido nas despesas da casa. Com prole numerosa e ganho insuficiente, Seu Filó pediu ajuda à diretoria da empresa onde trabalhava e conseguiu empregar um de seus filhos como office-boy. Rapaz esperto, logo dominou o macete do trabalho. Comunicativo, conquistou a simpatia e a confiança de todos.

Por Antônio Novais Torres

 

Seu Filó, dito Filomeno, sexagenário alquebrado pelos anos de trabalho árduo no campo, velho sisudo, sério e honrado, veio para a cidade, por indicação, para trabalhar como vigia noturno em uma revenda de automóveis.

 

Como sempre, Seu Filó chegou pontualmente às 18 horas, pegou o relógio de ponto – coleira de cachorro, como ele o chamava – e passou a exercer o seu trabalho. Porém, vivia a reclamar do minguado salário. Mesmo acrescido do adicional noturno, não dava para atender às necessidades da família numerosa. Precisava da ajuda da mulher que, mesmo doente, lavava roupa de ganho para ajudar o marido nas despesas da casa.

 

Com prole numerosa e ganho insuficiente, Seu Filó pediu ajuda à diretoria da empresa onde trabalhava e conseguiu empregar um de seus filhos como office-boy. Rapaz esperto, logo dominou o macete do trabalho. Comunicativo, conquistou a simpatia e a confiança de todos.

 

Direito e sério, a exemplo do pai, era merecedor de confiança. Certo dia, ao fazer depósito e pagamentos diversos em determinado banco, deparou-se com um pacote na área reservada para os clientes fazerem depósitos e outras atividades. Não percebendo ninguém por perto, resolveu abri-lo e constatou que se tratava de dinheiro (uma grana preta). Diante desse fato, resolveu entregar o pacote ao gerente do banco. Este imediatamente telefonou para a empresa, fez elogios à virtude do office-boy e da sua consciência ao devolver ao banco o que não lhe pertencia. Por essa atitude honesta do garoto, sugeriu à firma fazer melhor aproveitamento do funcionário, dando-lhe maiores oportunidades.

 

Às 18 horas, como de costume, chega Seu Filó com sua mochila às costas, e os funcionários fazem-lhe o relato do ocorrido, elogiando a atitude honesta do menino, um exemplo a ser divulgado e que muitos não teriam essa consciência de atitude honrada. Diante dessa notícia, retornou imediatamente a casa e deu uma surra no filho que precisou ser levado ao hospital. Interrogado pelo acontecido, o velho se explicou: “Esse moleque sabe que estamos passando por dificuldades, somos necessitados. Eu trabalho de vigia noturno e a mãe, mesmo doente, lava roupa de ganho para ajudar nas despesas da casa, e o menino acha uma dinheirama dessas e entrega ao gerente do banco, homem rico e não precisado”. O corretivo foi injusto.

 

 Mas como se vê, mesmo sério, honrado e direito, a situação financeira agravante pode desvirtuar o caráter do indivíduo, menos convicto dos valores morais e éticos. Foi o que aconteceu com Seu Filó.

 

Recentemente a mídia divulgou que um funcionário do alto escalão de uma empresa financista deixou-se levar pela tentação e a ganância ilícita para se enriquecer, dando um golpe financeiro na firma. O resultado foi que perdeu o emprego de muitos anos, a confiança nele depositado e a maior virtude do ser humano – a dignidade.

 

A sociedade impõe regras e valores que levam o indivíduo a encarar o dinheiro como a solução para os seus problemas – ledo engano –. Assim Filó entendeu, em sua visão canhestra, e vergastou o filho que praticara um ato de honestidade.

 

Ser pobre não significa ser desonesto, e o vigia trocou os valores éticos e morais pela causa da necessidade orçamentária. Já o funcionário da empresa financeira, conforme divulgou a mídia, ao ver a possibilidade de enriquecer-se ilicitamente, usou desse artifício para se locupletar e terminou punido pela inconsequência do seu ato que representou a ganância de obter vantagem de forma incorret

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ANTÔNIO TORRES: BRUMADO, CIDADE DE TODAS AS GENTES

ANTÔNIO TORRES: BRUMADO, CIDADE DE TODAS AS GENTES
Brumado 136 anos de emancipação política. (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres



 

A cidade de Brumado foi emancipada por força da Lei Estadual número 1.756 de 11 de junho de 1877 a qual foi elevada à categoria de Vila e sede do município com o nome de Bom Jesus dos Meiras e posteriormente em 1931 passou a denominar-se BRUMADO. Brumado, com sua importância sócio-político-econômica, uma economia robustecida pelas indústrias mineradoras e outras de ramos diversificados, comércio varejista bastante desenvolvido, situação geográfica estratégica, bem-servida de meios de transportes e comunicações, permitindo acesso fácil aos diversos pontos do país, energia elétrica abundante, água de qualidade, bem-servida de instituições financeiras, rede hoteleira, clínicas, hospitais de saúde privada e pública, rede de educandários nos diversos níveis, faculdades, ainda que incipientes, Jornais e revista, bibliotecas, clubes sociais, entidade da terceira Idade, esportes de campo e de salão, várias denominações religiosas, banda de música Lira Ceciliana; na área cultural a cidade conta com intelectuais ativos e produtivos, a Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) desenvolve e apoia a cultura, grupos folclóricos e possui meios de empregos e oportunidades de crescimento pessoal e empresarial, detém o status de uma das melhores cidades do sudoeste baiano. Por tudo isso, Brumado ainda é uma ótima opção para se viver bem e com tranquilidade.

Por Antônio Novais Torres


A cidade de Brumado foi emancipada por força da Lei Estadual número 1.756 de 11 de junho de 1877 a qual foi elevada à categoria de Vila e sede do município com o nome de Bom Jesus dos Meiras e posteriormente em 1931 passou a denominar-se BRUMADO.

Brumado, com sua importância sócio-político-econômica, uma economia robustecida pelas indústrias mineradoras e outras de ramos diversificados, comércio varejista bastante desenvolvido, situação geográfica estratégica, bem-servida de meios de transportes e comunicações, permitindo acesso fácil aos diversos pontos do país, energia elétrica abundante, água de qualidade, bem-servida de instituições financeiras, rede hoteleira, clínicas, hospitais de saúde privada e pública, rede de educandários nos diversos níveis, faculdades, ainda que incipientes, Jornais e revista, bibliotecas, clubes sociais, entidade da terceira Idade, esportes de campo e de salão, várias denominações religiosas, banda de música Lira Ceciliana; na área cultural a cidade conta com intelectuais ativos e produtivos, a Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) desenvolve e apoia a cultura, grupos folclóricos e possui meios de empregos e oportunidades de crescimento pessoal e empresarial, detém o status de uma das melhores cidades do sudoeste baiano. Por tudo isso, Brumado ainda é uma ótima opção para se viver bem e com tranquilidade.

Neste contexto, muitas pessoas de outras cidades e estados migraram para cá, em busca de dias melhores e oportunidades de trabalho – perspectivas que proporcionam bem-estar social – e aqui foram recebidas de braços abertos pelo povo acolhedor, de índole ordeira, pacífica e de comportamento harmonioso. Este clima salutar proporcionou aos adventícios o campo ideal para implantarem e desenvolverem os seus projetos e objetivos socioeconômicos, planejamento do futuro familiar de progresso e crescimento pessoal, tornando-se brumadenses por opção e por adoção.

Aqui fincaram raízes, constituíram famílias e deram a sua contribuição de trabalho e de prosperidade, destacando-se nas diversas áreas como, por exemplo, na saúde, na educação, no comércio, na indústria e serviços, no jornalismo e comunicações, no campo profissional autônomo e liberal, como cidadãos trabalhadores comuns, enfim, nas mais diversas atividades das relações pessoais e humanas. Portanto, Brumado é uma cidade cosmopolita, cuja maioria dos cidadãos é de imigrantes que engrossaram o contingente populacional da cidade, trazendo suas experiências de conhecimentos e trabalho, produzindo diversidade de culturas e gerando riquezas de que o município não pode prescindir para o seu desenvolvimento. 


Brumado só tem a agradecer aos seus imigrantes e dizer-lhes que fazem parte de uma comunidade que tem orgulho de tê-los acolhido. Juntos com os naturais do lugar, esses imigrantes constroem a pujança deste município promissor, que se tem destacado pelo dinamismo de sua gente – gente de todos os lugares, irmanada no mesmo propósito, livre de preconceitos e discriminações; gente que se faz presente pelo esforço do trabalho, pela contribuição intelectual, pela grandeza vocacional artística e profissional; gente amada por esta terra abençoada por BOM JESUS. Pelos seus atributos de empreendedores, vocês devem ter o reconhecimento, merecidas honras e homenagens nesta data especial dos 136 anos de Brumado, a cidade que adotaram.

Neste particular, a minha família, os Torres, imbuída dos sentimentos de filhos desta terra, identificou-se com o povo brumadense, promovendo iniciativas socioeconômicas, políticas e administrativas desta cidade e participando de todas elas, como tantas outras famílias que enriqueceram o nosso cotidiano. Todos os seus membros são importantes e dignos de elogios, porquanto acreditaram no potencial deste município e investiram maciçamente, in loco, nos seus projetos, negócios e esperanças, pois que aqui vivem e mourejam identificados como cidadãos naturalizados brumadenses. 
Neste momento, ouso tomar a liberdade de, em nome dos cidadãos adotivos, dizer do orgulho por estarmos partilhando, com os patrícios autóctones, das comemorações pelo aniversário desta cidade e das homenagens prestadas, nesta data, à melhor, à mais amada, à mais ordeira, à mais bela, à mais altaneira das cidades, nossa querida Brumado, pois aqui se completam e se identificam pela felicidade de tê-la escolhido para viver.

Parabéns, Brumado! Parabéns cidadãos brumadenses! Honremos e dignifiquemos esta terra com mais trabalho e dedicação, almejando sempre maior progresso, maior desenvolvimento com justiça e paz social, exigindo políticas públicas corretas que atendam a coletividade nas suas prioridades básicas da promoção humana.

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Biografia de Ozório Porto 'Por Antônio Torres'

Biografia de Ozório Porto 'Por Antônio Torres'
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres

Ozório da Silva Porto nasceu na fazenda Pacheco, município de Brumado, em 06/09/1929, mourejou também na fazenda Ariri (nome popular de uma espécie de palmeira que produz fibras utilizadas na fabricação de cordas, pincéis, vassouras etc.). É um dos nove filhos do casal Tertulino da Silva Lima e Maria Rosa de Jesus. Casou-se em 05/06/1952 com Emília Lima Porto e tiveram onze filhos: Juarez, José, Gildásio, Gilmar, Maria Estela, Geodete (in memoriam), Claudenor, Claudeir, Kátia, Luciana e Alexandre. Enquanto Ozório desenvolvia as suas atividades laborais, a esposa se colocava como esteio da casa para a criação dos filhos. Exemplar e leal dona de casa, dava o suporte necessário ao marido, cuidando do lar e da família, preparando os filhos para um futuro promissor. Com objetivos definidos de amealhar recursos para futuros investimentos, aos 15 anos já trabalhava na lavoura, em fazendas da Serra das Éguas, laborando em plantações diversas. Visando a melhores ganhos, foi ser tropeiro, trabalhando com o tio, Sr. Manoel Porto, que possuía uma tropa de 27 animais de carga, com os quais fazia transporte de frete na região.

Por Antônio Novais Torres

 

Ozório da Silva Porto nasceu na fazenda Pacheco, município de Brumado, em 06/09/1929, mourejou também na fazenda Ariri (nome popular de uma espécie de palmeira que produz fibras utilizadas na fabricação de cordas, pincéis, vassouras etc.). É um dos nove filhos do casal Tertulino da Silva Lima e Maria Rosa de Jesus. Casou-se em 05/06/1952 com Emília Lima Porto e tiveram onze filhos: Juarez, José, Gildásio, Gilmar, Maria Estela, Geodete (in memoriam), Claudenor, Claudeir, Kátia, Luciana e Alexandre.

 

Enquanto Ozório desenvolvia as suas atividades laborais, a esposa se colocava como esteio da casa para a criação dos filhos. Exemplar e leal dona de casa, dava o suporte necessário ao marido, cuidando do lar e da família, preparando os filhos para um futuro promissor.

 

Com objetivos definidos de amealhar recursos para futuros investimentos, aos 15 anos já trabalhava na lavoura, em fazendas da Serra das Éguas, laborando em plantações diversas. Visando a melhores ganhos, foi ser tropeiro, trabalhando com o tio, Sr. Manoel Porto, que possuía uma tropa de 27 animais de carga, com os quais fazia transporte de frete na região.

 

Almejando sempre a uma melhor situação financeira, passou a comprar caprinos, ovinos e suínos que eram revendidos para açougueiros. Comprou também um carro de bois que ele abastecia com rapaduras e vendia-as em diversos lugares. As rapaduras, muito apreciadas pela qualidade, pesavam quatro libras, ou seja, dois quilos. Elas eram vendias também a retalho, ao gosto do freguês.

 

Em 1952, após se casar, mudou-se para Brumado com o fito de dar à família uma melhor qualidade de vida, educar os filhos e abrir comércio próprio, como era a sua intenção. Movido pelo interesse comercial, comprou um ponto situado na feira do Mercado Municipal (antigo), onde vendia variedades comestíveis, atendendo, inclusive, os viajantes que demandavam da RFFSA – Rede Férrea Federal S/A.

Com o crescimento do comércio, resolveu comprar um local mais amplo e adquiriu ponto comercial, conforme o seu desejo, por 100 contos de réis e mercadorias pela importância de 30 contos de réis. A empresa foi fundada em 1954 com o nome fantasia de CASA PORTO. Inicialmente, comercializava gêneros alimentícios e produtos diversificados; porém, com o advento dos supermercados, enveredou-se pelo ramo de materiais agrícolas e afins, tornando-se uma referência no setor nas décadas de 1960 a 1990. Para o sucesso comercial, contou com a colaboração dos filhos que envidaram esforços nesse sentido, trabalhando arduamente com dedicação e presteza.

Com a mudança da feira livre onde se achava estabelecido para outro local, acompanhando o progresso e visando à expansão do negócio, em 1987, construiu um prédio na Av. Antônio Mourão Guimarães, nas imediações da nova feira livre, constituindo-se a primeira filial da CASA PORTO.

Foi revendedor dos produtos da CBC, com registro na 6ª RM para vender munição, sendo exclusivo em Brumado, para essa finalidade. Entretanto vendia, por outras vias, armas de fogo.

Em 1972, uma empresa paulista fabricante de charretes e carroças de tração animal procurou-o, levada por informação sobre sua conduta comercial séria e honrada, para ser vendedor de seus produtos, tornando-se o primeiro revendedor da marca PIGARI em toda a região.

Diversificando os negócios, adquiriu uma cerâmica em sociedade com os filhos, a qual funcionou por dez anos, de 1994/2004, tendo à frente seu filho Geodete que tomava as iniciativas de compra e venda. Hoje, a empresa está desativada pelas dificuldades encontradas junto ao IBAMA e ao CREA, enfim, as questões ambientais exigidas, inclusive a instalação de filtros, o que tornaria o custo muito alto, inviabilizando a comercialização.

Pioneiro, seu Ozório, ciente de que a palma era uma cultura imprescindível ao pecuarista por ser resistente à seca, fez plantação em grande escala para alimentação do seu rebanho vacum nessa época. Trata-se de uma cultura de grande poder econômico e volumoso de muita valia para os animais. Deu à cultura da palma a dedicação de importância que representava para a alimentação do seu gado. Afirmou que sempre preferiu a pecuária à lavoura. A única que cuida em produzir é a da palma.

Esteve aqui em Brumado, no Clube Social e Recreativo de Brumado, o Secretário da Agricultura do Governo Waldir Pires para uma palestra sobre o assunto. Falou que na Europa se fazia fenagem durante vários meses para alimentar o gado que ficava confinado por causa do frio implacável. Perguntou, então, aos pecuaristas presentes quantas pessoas plantavam palma suficiente para a alimentação de seus animais no período de seca. Apenas duas se declararam estar preparadas, uma delas foi Ozório Porto. O Secretário alertou os fazendeiros: o pecuarista precisa produzir alimentos e prover água para seus animais na época da seca. Não há de se soltar o animal no pasto a procurar alimento, isso é uma impropriedade. É preciso ter ciência e sensatez e não se embarcar nesse absurdo do comodismo, para se obter um retorno econômico plausível.

Por meio do comércio, Ozorio tornou-se um homem bastante conhecido tanto na cidade quanto na zona rural, local da sua origem. Conhece seus fregueses, quer do campo quer da urbe, por nome e sobrenome, uma memória privilegiada. Ninguém nunca deixou de comprar em seu estabelecimento por falta de dinheiro. Ele sempre foi reconhecido por essa generosidade. Fez inúmeros amigos e a todos dispensa amizade e cordialidade, como é do seu feitio.

Politicamente ingressou no MDB, como um dos fundadores, a convite e incentivo de amigos. Atualmente é membro do diretório do PMDB. Segundo suas declarações, a política é o único vício que possui, embora seja apreciador do seu cigarro de fumo de rolo picado com canivete e confeccionado por ele mesmo. A sua vontade de votar era tanta que aumentou a idade para esse exercício, tendo em vista que, naquele tempo, só votavam as pessoas com idade a partir dos 18 anos.

Foi um dos fundadores da Cooperativa Agropecuária e sócio fundador do Clube Social. Diz-se socialmente não participante – rústico não é homem de sociedade –, pois é uma pessoa não afeita a esse convívio, entretanto incentivou os filhos a frequentarem os ambientes sadios e adequados para eles.

Através de informações dadas pelo filho Alexandre Lima Porto, soube que o seu pai é proprietário de mais ou menos 1.300ha de terras nas fazendas João Dias e Tabuleiro, ambas no município de Brumado. Kátia, uma das filhas, afirmou ser o pai proprietário, também, de alguns imóveis na cidade.

É um pecuarista e produtor de leite de muita importância pelo trabalho desenvolvido, embora diga que financeiramente não teve o retorno esperado. Os melhores resultados econômicos foram adquiridos no comércio, origem de todo o seu patrimônio, por conta das economias efetuadas, expectativas do desejo alimentado. Os bens granjeados foram o resultado de muito esforço e trabalho árduo, honrado e sério, comportamentos que lhe garantiram a credibilidade no comércio e a confiança de seus clientes.

Aposentou-se como comerciante em 1986, com mais de 31 anos de contribuição com 10 SMR, e hoje o benefício da sua aposentadoria está reduzido a importância injusta, uma aberração improcedente do descaso governamental para com os aposentados.

Ozório é católico praticante e tem um hobby: na juventude, era tocador de sanfona, habilidade que muita gente desconhece. Gosta de contar piadas com linguajar característico e se diverte com as que ouve, repassando-as com a contumaz argúcia que lhe é peculiar.

Certa feita, ao se encontrar com um casal da cidade, conversou amistosamente e ao ser interpelado pela senhora, como estava, ele respondeu:

– A velhice é um tormento, pois velho não serve mais para nada.

– Por que, Seu Ozório? – indagou a interlocutora.

– Velho tem um pinto morto e dois ovos goros.

Esta é uma das piadas de seu Ozório, entretanto, há de se afirmar que nessa época ele estava depressivo.

A simplicidade e a humildade abriram o caminho da prosperidade, conceitos da personalidade que o caracteriza. Ozório da Silva Porto é um homem sério, honrado, bom pai de família, monogâmico, respeitador e respeitado pelas suas qualidades morais, caráter digno e índole ordeira e pacífica, virtudes da essência dessa figura humana digna que merece a nossa homenagem.

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BIOGRAFIA: DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE

 BIOGRAFIA: DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres

 

 

Mário Rizério Leite, filho de Pompílio Dias Leite (Juiz de Direito) e Dona Deolina Rizério Moura Leite, nasceu em Brumado (Capital do Minério), no dia 08 de novembro de 1912, sob o signo de escorpião, o signo da água e de fortes emoções. Na juventude, eram a intensidade emocional, a paixão, o sexo, a necessidade de desvendar os mistérios do ser humano e da vida e o renascimento pessoal e dos relacionamentos que caracterizavam o futuro médico doutor Mário Rizério Leite. Seu primeiro mestre, em Brumado, foi o professor Galiza que o instruiu nas primeiras letras. Aos cinco anos de idade, Mário já estudava em escola pública. Aos seis anos, foi para o Instituto São Luiz Gonzaga, como interno, na vizinha cidade de Caetité, depois, para Salvador, como interno do Instituto Bahiano de Ensino. Posteriormente, estudou no Colégio Padre Antônio Vieira, de rigorosa disciplina Jesuíta. Ingressou, em 1931, na Faculdade de Medicina da Bahia (a primeira do Brasil, criada pelo médico pernambucano Correia Picanço com a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808) e formou-se em 1937.

Por Antônio Novais Torres

 

Mário Rizério Leite, filho de Pompílio Dias Leite (Juiz de Direito) e Dona Deolina Rizério Moura Leite, nasceu em Brumado (Capital do Minério), no dia 08 de novembro de 1912, sob o signo de escorpião, o signo da água e de fortes emoções. Na juventude, eram a intensidade emocional, a paixão, o sexo, a necessidade de desvendar os mistérios do ser humano e da vida e o renascimento pessoal e dos relacionamentos que caracterizavam o futuro médico doutor Mário Rizério Leite.

 

Seu primeiro mestre, em Brumado, foi o professor Galiza que o instruiu nas primeiras letras. Aos cinco anos de idade, Mário já estudava em escola pública. Aos seis anos, foi para o Instituto São Luiz Gonzaga, como interno, na vizinha cidade de Caetité, depois, para Salvador, como interno do Instituto Bahiano de Ensino. Posteriormente, estudou no Colégio Padre Antônio Vieira, de rigorosa disciplina Jesuíta. Ingressou, em 1931, na Faculdade de Medicina da Bahia (a primeira do Brasil, criada pelo médico pernambucano Correia Picanço com a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808) e formou-se em 1937.

 

Na Cerimônia de Colação de Grau, houve um imprevisto que decepcionou o formando, os seus familiares, parentes e amigos. O seu nome não constou na lista dos formandos e ele não foi chamado para colar grau, causando tristeza e frustração com a sensação de injustiça. A família, após a colação de grau dos demais formandos, protestou junto à direção da faculdade, pela falha inominável. O diretor, constrangido, prometeu reparar o erro e, no dia seguinte, convocou toda a faculdade: Conselho e Professores que compuseram a mesa e, na noite de 17 de dezembro, Mário Rizério Meira colou grau sozinho sob forte emoção dos presentes – familiares parentes e amigos.

 

No período de acadêmico de medicina, para aliviar as despesas do pai, atuou como repórter no jornal O Imperial. O novel funcionário decepcionou-se com o seu fechamento pela revolução de 1930, quando muitos estudantes foram presos. Dentre eles, estava Mário.

 

Mário era uma pessoa que sabia gozar a vida conforme a sua intuição: boêmio, esportista e, amante da música e da dança de salão, esbaldava-se nos bailes que frequentava. A capoeira era uma das suas predileções. Desde a infância, curtia os instrumentos musicais que o acompanharam por toda a vida. Tocava acordeão, trompa (na banda em Brumado) e saxofone.

 

Cursando Medicina, a conselho do maestro Dante, regente da orquestra de Violinos de Salvador, estudou esse instrumento e, pela desenvoltura e talento, passou a integrar a orquestra. Fazendo desse instrumento o da sua preferência, tocava-o mesmo na senectude.

 

Logo que se formou, clinicou em Brumado e em Santa Bárbara. Buscando desafios maiores, de caráter humanitário, em cumprimento da sua missão idealizada: cuidar dos desamparados e atuar em locais desassistidos sob os postulados humanísticos em que acreditava, deixou a Bahia dois anos após a formatura. Chefiando uma Campanha Sanitarista do Ministério da Educação e Saúde, seguiu rumo a Goiás, determinado a realizar o seu sonho.

 

Nessa aventura, fez uma viagem tumultuada. Sem transporte definido, utilizou-se de caminhão e animais para cumprir o seu trajeto e desiderato, com muitos trechos percorridos a pé, e finalmente chegar à cidade de São Domingos. Aí passou a residir com um conterrâneo e foi acusado de comunista pela população. Sem oportunidade de exercer a medicina, sentiu-se obrigado a juntar-se com um cabo da polícia e foi garimpar ouro no Rio São Domingos, com o fito de pagar a sua acomodação.

 

Por sorte, o destino se encarregou de assegurar-lhe a chance de exercer o seu ofício de médico. Uma filha de um coronel do lugar, em trabalho de parto com a assistência de uma parteira, foi acometida de uma hemorragia uterina. Desesperado, o pai da parturiente mandou chamar o “forasteiro comunista”. “Já que se diz médico, que venha salvar a minha filha”. Despachou um agregado dizendo: “Traga-o a qualquer custo”. Diante do sucesso da intervenção médica, estancando a hemorragia, o coronel, fazendeiro rico, perguntou-lhe quanto era o seu serviço, ao que Mário lhe respondeu: “Apenas o justo”. O fazendeiro deu-lhe 500 mil reis (moeda da época), valor bem superior ao que se cobrava pelo procedimento, e prometeu remunerá-lo a mais quando vendesse gado. Dr. Mário, exultante com a importância recebida, dispensou a complementação e, com alegria, comemorou o acontecimento com uma serenata, tocando saxofone e violino, o policial com sanfona e os acompanhantes entoando canções em desafino completo.

 

Diante do comportamento do médico e atitudes incompatíveis com a moral de cidade pacata, durante o sermão, igreja lotada, o padre excomungou o médico, solicitando a sua expulsão da cidade, pois tratava-se do diabo em pessoa, taxando-o de comunista. Mais uma vez o destino julga a seu favor. O padre é acometido de doença grave – febre, tosse e chiado no peito –. Um irmão do padre, também eclesiástico, procurou Dr. Mário que se rendeu ao apelo e foi ver o enfermo. Ao se anunciar, o doente perguntou: “Quem é?” O médico respondeu: “É o Diabo comunista”. Após a anamnese, o diagnóstico – pneumonia – e foi medicado.

 

 Posteriormente, ao ficar curado, o padre perguntou-lhe: “Quanto lhe devo?” ao que ele respondeu: “A minha alma desexcomungada e trate logo de pagar a dívida, porque, caso ocorra mudança nos planos divinos, é melhor o senhor partir com a consciência limpa”. O Padre, recuperado, na missa seguinte, comunicou aos fiéis que se enganara ao excomungar e julgar o médico de aparência de comunista. Não é o Diabo, e sim um Anjo que veio para nos curar e salvar das doenças.

 

Redimido, em 1939 mudou-se para Arraias (hoje pertencente ao Tocantins) por força de um decreto do então Interventor Federal de Goiás, Dr. Pedro Ludovico Teixeira, que o nomeou Médico Chefe do Posto de Higiene da OSEGO. Em Arraias, clinicou, atendeu pessoas carentes e fez pequenas cirurgias, sentindo-se realizado na profissão. Amante da música, instigou os arraianos a gostarem de música.

 

Em 6 de janeiro de 1942, casou-se com Edith Aires França que tinha 17 anos de idade. Após o casamento, ela passou a assinar Edith Rizério Aires Leite. O casal teve quatro filhos: Mário filho, Selma, João e Ivan. Três deles arraianos e o primogênito baiano, por causa de uma viagem do casal (Edith estava grávida) em companhia dos pais da esposa a Barreiras. A pretensão era eles seguirem para Salvador e a aí instalar moradia.

 

Em Arraias, foi candidato a prefeito, porém não obteve êxito, apesar do prestígio de médico. Ali permaneceu até 1948, quando, pensando na educação dos filhos, mudou-se para Goiânia. Em Goiânia, estabeleceu-se em definitivo e, como profissional da medicina, angariou prestígio. Inicialmente foi Médico Chefe da Campanha contra Helmintíase no Estado de Goiás, subordinado ao Ministério de Educação e Saúde, com sede em Ceres. Depois desempenhou várias atividades, como: Médico Chefe do Posto de Saúde da OSEGO em Campinas; Médico Chefe do Centro de Saúde da OSEGO em Goiânia; Professor Catedrático de Física, desde a fundação da UFG, em 29/04/1939; Diretor do Departamento Físico-Químico-Industrial; Conselheiro do CRM/GO e um de seus fundadores, bem como da Associação Médica de Goiás; além de médico, foi Professor Catedrático Titular e um dos fundadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde lecionou Física durante 23 anos. Aposentou-se em 1983.

 

Esse currículo proporcionou-lhe as seguintes homenagens: Mérito pela relevância de seus serviços como docente – UFG/1991; Título de “Pioneiro da Medicina em Goiás” – CRM/GO/1999; “Honra ao Mérito” por seus nobres ideais – Associação Médica de Goiás/2000.

 

Destacou-se também na literatura com a edição dos seguintes livros: Lendas de Minha Terra, sua primeira obra, publicada em 1951, quando recebeu o prêmio da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, tendo boa aceitação pela crítica; romance Poeira no ar (1955); contos e lendas Xuruê (1970); romance Muçurana (1981); romance O Vaqueiro Ciríaco (2001).

 

Foi reverenciado com o diploma da UBE/GO em 1968, por sua atuação na literatura e pelo acervo de sua obra literária, e com a Medalha “Hugo de Carvalho Ramos”, gênero prosa do Conselho Estadual de Cultura de Goiás, em 1994. Publicou seus contos e crônicas em vários jornais goianos: Folha de Goyaz; Cinco de Março; O Popular; Diário da Manhã e em revistas tais como: Revista “Vera Cruz”/ Goiânia; Revista “Vida Doméstica”/RJ; Revista Alterosa/BH; A Cigarra/RJ; Revista Ugara/Salvador.

 

Elegeu-se para a Academia de Letras, ocupando a cadeira número 39, patroneada por Pedro Gomes de Oliveira, da qual tomou posse em 1984, no dia 8 de novembro. O presidente do sodalício, senhor Ursulino Tavares Leão, que presidiu a sessão de posse, saudou o empossando com panegíricos que inspiraram o artista plástico Noé Luís a pintar a tela “A posse”, em forma de anjo, que simboliza a entrada de Mário na Academia Goiana de Letras (AGL).

 

Narra-se que o número 13 era o da sorte de Mário: seu CRM, 13; a carteira de médico, 13; na loteria, jogava no número 13; o seu leito na UTI foi o de número 13; netos 6 e bisnetos 7 que perfazem 13.

 

Desempenhou a medicina com a peculiar competência e desvelo profissional, amparou os necessitados, acudiu a aflição dos que o cercavam, enfim, fez da medicina e da literatura caminhos para a própria construção. Na inteireza de cada postura, expressou suas opiniões e ideologias.

 

Viveu com a esposa por 69 anos, pautado na probidade, nos preceitos religiosos e na dignidade sedimentada no amor, no altruísmo, no companheirismo, no afeto pelos amigos e no respeito e carinho para com os confrades, numa harmoniosa convivência social. Com esposa, filhos, netos e bisnetos goianos, assumiu as cidadanias baiana e goiana.

 

Mario Rizério faleceu em 15 de maio de 2011, aos 98 anos de idade. Viveu a maior parte da sua existência no Estado de Goiás. No artigo intitulado Despedida de um imortal, Getúlio Targino Lima (autor), em sessão solene e especial de despedida do seu ilustre membro, teceu comentários elogiosos sobre a vida do acadêmico e registrou [...] “Estamos todos aqui, diante do corpo de um construtor de templos: Mário Rizério Leite, que edificou em nossos corações, dos seus familiares, dos seus amigos, dos seus confrades templos de louvor à vida, à amizade, à cultura, à arte e ao bem. Fiquemos todos com Deus”.

 

 O pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária da UniEVANGÉLICA, Francisco Itami Campos, é o mais novo membro da Academia Goiana de Letras (AGL). Ele ocupa, desde o dia 8 deste mês, a cadeira 39, cujo patrono é Pedro Gomes de Oliveira e titular anterior, Mario Rizério Leite. “Ser eleito para a Academia Goiana de Letras tem um sentido de reconhecimento pelo trabalho e pesquisa que um professor tem desenvolvido ao longo de sua vida”, afirma o pró-reitor (Internet).

 

Fica o registro da atuação desse bravo brumadense que honra e orgulha a sua cidade pelo desempenho da sua vida, da sua formação profissional e cultural que executou com honra e denodo. Mário Rizério Leite, um virtuoso brumadense, que merece todas as honras pelo mérito da sua trajetória exitosa.

 

Informações colhidas no Jornal da Câmara de Vereadores (ASCOM/SÉRGIO MAURO);

Academia Goiana de Letras (AGL);

Artigo Despedida de um imortal, autoria de Getúlio Targino Lima;

Portaria da UFG que concede pensão vitalícia a Edith Rizério Aires Leite, pelo falecimento do professor titular, aposentado, falecido em 15/05/2011;

Artigo Um anarquista no céu?! Autoria de Lêda Selma.

DOUTOR MÁRIO RIZÉRIO LEITE

*08/11/1912 (Brumado)

†15/05/2011 (Goiânia)

 

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BRUMADO: AGNELO DOS SANTOS AZEVEDO 105 ANOS

BRUMADO: AGNELO DOS SANTOS AZEVEDO 105 ANOS
Agnelo dos Santos Azevedo 105 anos de idade (Foto/Arquivo: Wilker Porto | Brumado Agora)

Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em Brumado no dia 14 de Maio de 1908. Filho de Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo, Seu Agnelo foi comerciante durante 56 anos na Praça hoje batizada Armindo Azevedo (nome de um de seus 11 irmãos e primeiro prefeito de Brumado no período republicano). No comércio vendia desde seda francesa até chapéus, calçados e tecidos. Mas sua história não começa como o grande e renomado comerciante de nossa cidade. Pobre de origem, como costuma dizer, morou em Santa Bárbara (hoje Ubiraçaba). Passou a criar e comercializar gado e montou um pequeno comércio, que revelaria sua vocação. As mercadorias que vendia chegavam até a estação de Machado Portela (município de Marcionílio Souza) e depois eram transportadas ao seu destino no lombo dos animais das tropas que desbravavam a região.

Agnelo dos Santos Azevedo nasceu em Brumado no dia 14 de Maio de 1908. Filho de Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo, Seu Agnelo foi comerciante durante 56 anos na Praça hoje batizada Armindo Azevedo (nome de um de seus 11 irmãos e primeiro prefeito de Brumado no período republicano). No comércio vendia desde seda francesa até chapéus, calçados e tecidos.

 

Mas sua história não começa como o grande e renomado comerciante de nossa cidade. Pobre de origem, como costuma dizer, morou em Santa Bárbara (hoje Ubiraçaba). Passou a criar e comercializar gado e montou um pequeno comércio, que revelaria sua vocação. As mercadorias que vendia chegavam até a estação de Machado Portela (município de Marcionílio Souza) e depois eram transportadas ao seu destino no lombo dos animais das tropas que desbravavam a região.

 

Casou-se com Celcina Azevedo em 11 de abril de 1932. O amor do casal pode ser representado pelas letras do próprio Agnelo em seu livro “Recordar é Viver”:

 

Se alguém me perguntasse o que eu queria ser, se não fosse o que sou, responderia: – Desejaria ser novamente marido da minha esposa. (…) Este livro dedico a você, Celsina, pela nossa união matrimonial, constituindo este patrimônio, que são nossos queridos filhos, genros, noras, netos, bisnetos. Obrigado por tudo que tem feito ao longo das nossas vidas”.


Foi sempre um homem dedicado à família, priorizando a boa educação dos filhos. O próprio Agnelo disse certa vez que desejaria ter mais anos de vida, prolongando assim o convívio com sua estimada esposa, seus 10 filhos, netos, demais parentes e amigos.

 

Ao ler seu livro “Recordar é Viver”, percebemos que a história de Seu Agnelo se confunde com a história da própria cidade. Em seus 103 anos, ajudou a construir, com exemplos de dignidade, uma trajetória familiar como poucas. Por isso tudo foi escolhido como primeira Personalidade de nosso município pelo Brumado Agora.

 

Alguns fatos pesquisados no Livro “Recordar é Viver”:

 

  • Seu Agnelo comprou a primeira bicicleta de Brumado, importada da Alemanha.
  • Na Vila de Bom Jesus dos Meiras (atual cidade de Brumado) existiam apenas 3 ruas compridas: A primeira era junto ao Rio do Antônio, ponto de descanso e pousada dos tropeiros. A segunda era onde hoje localiza-se a Igreja Matriz, onde se fazia as feiras sempre aos sábados. A terceira rua era onde hoje localiza-se a rua Exupério Pinheiro Canguçu.
     
  • Na época dos primeiros comerciantes, o comércio só abria aos sábados. Nos demais dias muitos deles trabalhavam nos garimpos na Serra das Éguas.
  • O primeiro professor da Vila e do Seu Agnelo foi o Sr. Galiza.
     
  • O Telégrafo chegou em 15 de novembro de 1927 e foi inaugurado sob o som da primeira filarmônica da Vila, tendo como músicos: Agnelo, Lindoufo, Gerson, Ariston, Nicanor, Amarílio, Altamirando, Jacundes, Procópio, Lardozinho, José Gangolin, Chico Canudo, etc.


  • O primeiro Clube Social em Brumado foi fundado por Agnelo dos Santos Azevedo, em 1951.

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MENSAGEM PARA O DIA DAS MÃES 'ANTÔNIO TORRES'

MENSAGEM PARA O DIA DAS MÃES 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres

Mãe,

 
Depositária fiel da semente da vida,
Chora de amor na dor do parto;
Depois sorri ao ver seu filho nato;
Toma-o nos braços, perfeita guarida!
 
Com o leite materno, maná divino,
Mesa completa, a refeição preferida;
Num gesto sublime de amor e carinho,
Amamenta seu filho, mamãe querida!
 
Estação Central da locomotiva humana
Que conduz a espécie de geração em geração;
Manancial de amor que Deus emana;
fonte inesgotável de sincera afeição.
 
Célula máter de toda a família;
Árvore frondosa de aura transcendente;
És no meu mundo uma estrela que brilha;
 Mamãe , te amo, te amo eternamente!
 
Esse poema em  homenagem ás mães é de autoria do meu amigo, poeta, Abnísio Luz Aguiar, que transcrevo, também, em homenagem às mães
Para todas o meu abraço e o de Abnísio com votos de muitas felicidades pela comemoração do seu DIA.


HISTORIOGRAFIA: MORTE MONSENHOR ANTÔNIO FAGUNDES

HISTORIOGRAFIA: MORTE MONSENHOR ANTÔNIO FAGUNDES
O Monsenhor Antônio Fagundes (Padre Antônio) faleceu às 03h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos. (Pintura: Enilson Meira)

Por Antônio Novais Torres




Em Brumado, desde 19 de agosto de 1939, faleceu às 3h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos. Pároco local por muitos anos, o seu ensinamento evangélico permanecerá nos corações dos fiéis católico como o maior legado do evangelizador como missão que lhe fora dada por Deus. Além do que, reivindicou dos governos as necessidades básicas para a comunidade. Devoto de Santo Antônio, santo da sua veneração, inspirado no sentimento religioso da liturgia católica dedica-lhe culto. Tradicionalista, austero e conservador. Não admitia as modernidades da Igreja, como a Liturgia da Teologia da Libertação, inspirado em Leonardo Boff. Sempre foi adepto do conservadorismo da hierarquia da Igreja Católica. Com grande espírito de fé, a cidade comemora São Sebastião padroeiro da cidade e Bom Jesus que nomeia e é o padroeiro da Igreja Matriz local com a virtual orientação do monsenhor aos fiéis. Fazia casamentos e batizados de maneira pragmática sem, contudo, dissociar-se dos rituais católicos para os eventos. A pontualidade era uma das suas exigências que também as cumpria. Admirador do padre Osvaldino Alves Barbosa, padre Dino, aceitou, após muita relutância, a reforma pretendida da Igreja Matriz, dede que, fosse conservado a estrutura secular arquitetônica existente. Assim a comissão encarregada da reforma da igreja transformou-a num monumento eclesiástico de conforto, muita beleza e modernidade que, orgulha a comunidade católica e a todos que a visitam.

Por Antônio Novais Torres


*21-05-1915

†18-10-2009

 

Em Brumado, desde 19 de agosto de 1939, faleceu às 3h30 do dia 18/10/2009, aos 94 anos.

 

Pároco local por muitos anos, o seu ensinamento evangélico permanecerá nos corações dos fiéis católico como o maior legado do evangelizador como missão que lhe fora dada por Deus. Além do que, reivindicou dos governos as necessidades básicas para a comunidade.

 

Devoto de Santo Antônio, santo da sua veneração, inspirado no sentimento religioso da liturgia católica dedica-lhe culto.

 

Tradicionalista, austero e conservador. Não admitia as modernidades da Igreja, como a Liturgia da Teologia da Libertação, inspirado em Leonardo Boff. Sempre foi adepto do conservadorismo da hierarquia da Igreja Católica.

 

Com grande espírito de fé, a cidade comemora São Sebastião padroeiro da cidade e Bom Jesus que nomeia e é o padroeiro da Igreja Matriz local com a virtual orientação do monsenhor aos fiéis.

 

Fazia casamentos e batizados de maneira pragmática sem, contudo, dissociar-se dos rituais católicos para os eventos. A pontualidade era uma das suas exigências que também as cumpria.

 

Admirador do padre Osvaldino Alves Barbosa, padre Dino, aceitou, após muita relutância, a reforma pretendida da Igreja Matriz, dede que, fosse conservado a estrutura secular arquitetônica existente. Assim a comissão encarregada da reforma da igreja transformou-a num monumento eclesiástico de conforto, muita beleza e modernidade que, orgulha a comunidade católica e a todos que a visitam.

 

Recentemente a residência do monsenhor uma construção de 1945 e que há muito tempo estava precisando de reforma e modernização foi concretizada em 2009, no aniversário da cidade em 11/06, com a iniciativa do poder público municipal e a contribuição do povo católico. Motivo de entusiasmo do monsenhor que, infelizmente, ali ficou por pouco tempo, mas nesse curto período, desfrutou do conforto proporcionado.

 

Compareceram ao velório e acompanhou o séquito realizado às 15h do dia 19, uma multidão de católicos e admiradores do Monsenhor Fagundes, além de padres das cidades vizinhas e de superiores da Diocese de Caetité e a quem a Igreja de Brumado está subordinada administrativamente.

 

A missa foi concelebrada por Dom Alberto, Dom Homero e Dom Armando e padres presentes e outras pessoas que elogiaram a conduta religiosa e de cidadão que deu exemplos de fé e honradez. Em seguida o sepultamento com cortejo até o cemitério municipal Senhor do Bonfim, onde está enterrada a sua genitora.

 

Numa deferência especial, o governo municipal decretou luto oficial de três dias pelo falecimento da figura eclesiástica e emblemática do Monsenhor Fagundes. Uma justa homenagem por ser ele merecedor de todos os laureis, pelo trabalho que desempenhou e, de sua ação à frente da Igreja Católica local por mais de 60 anos, deixando a sua marca magnânima de grande evangelizador e pessoa humana.

 

Fez diversas reivindicações para a melhoria da cidade, do seu progresso e desenvolvimento social, cultural e econômico, com firmeza e determinação.

 

Em setembro de 1962 recebe por honra e mérito o título de MONSENHOR com a reverência de toda a comunidade brumadense. Recebeu também da Câmara de vereadores de Brumado, aprovado por unanimidade, o título no 01 de cidadão brumadense, em 09/11/1963, sendo presidente da Câmara o vereador Jesuíno Francisco Lisboa e secretário o vereador Miguel Joaquim de Castro Mirante, por honra e méritos das obrigações sacerdotais e da cidadania exercidas.

 

Antônio da Silveira Fagundes nasceu em 21 de maio de 1915, em São Felipe/BA, e foi confirmado na fé cristã pelo batismo realizado na Igreja São Tiago na sua cidade natal. Foram seus padrinhos o Cônego José Lourenço Barbosa dos Santos, que na época trouxe a água do Rio Jordão e a vela do Santuário de Lourdes, na França e que ali era usada em procissões. Era filho de Amélio da Silveira Fagundes e de Ambrosina da Silveira Fagundes.

 

Teve cinco irmãos: dois de primeiro casal e três do segundo casal.

 

Estudou o primário em sua cidade natal e fez o ginásio no Seminário de Santa Tereza em Salvador e o curso superior no Instituto Teológico de Salvador – Seminário Central.

 

Em 1936 transferiu-se para a cidade de Maceió/AL.

 

Ordenou-se padre em 11 de dezembro de 1938, aos 24 anos de idade, recebendo as ordens sacras menores em Aracaju – SE onde recebeu das mãos de D. José Tomás Gomes da Silva, bispo daquela cidade, as ordens maiores e o presbiterado. Em 18 de dezembro do mesmo ano rezou a primeira missa em sua terra Natal.

 

  Em 1939 apresenta-se à Diocese de Caetité, ficando lá por dois meses, e em seguida foi enviado para Ituaçu como coadjuvante do vigário Frei Pedro Tomás Margalho.

 

 Assume em 19 de agosto do mesmo ano a paróquia do Bom Jesus, em Brumado − Igreja do Bom Jesus, fundada em 1873, onde enfrentou desafios pertinentes à realidade sertaneja, naquele tempo a cidade era desprovida dos meios de civilidade, não tinha energia, bancos etc.−  permanecendo até o dia do seu falecimento.

 

Atendia também os municípios de Tanhaçu, Sussuarana, Malhada de Pedras e Aracatu. Visitava as diversas freguesias com animais, em precárias situações de estradas para o deslocamento até comprar um Ford-29 e levar a todos, conforto, palavra de fé e esperança em cumprimento da sua missão. Faz reformas na Igreja Matriz, melhorando o seu aspecto, colocando piso e forro e deu continuidade ao seu trabalho evangélico.

 

Em 1940 a primeira reforma e com a urbanização da praça Capitão Francisco de Souza Meira, houve o rebaixamento e a necessidade de se construir degraus de acesso.

 

Em 1991, a segunda reforma, sendo restaurada por Dr. Newton Cardoso, brumadense Governador de Minas Gerais, pelo aniversário dos 90 anos de Dona Adélia da Silva Cardoso, mãe do Governador.

 

Em 2000 houve uma reforma geral com arrojada arquitetura através de uma campanha que data de 1998 a cargo do Padre Osvaldino (Dino) que comandou uma comissão encarregada dos serviços cuja planta foi do arquiteto Amaury Públio, com arrecadação dos fieis e a participação de empresas, que segundo o Monsenhor Fagundes só permitiu com a promessa de conservarem a parte arquitetônica da Igreja.

 

Em 1945 participou da inauguração do trecho da ferrovia em Brumado, fez o discurso de recepção e pregou num dormente um pino dando por inaugurado o trecho.

 

 Em 1947 funda com outras pessoas o Aeroclube, o hangar e, por sua prestigiosa interferência, recebe do Ministério da Aeronáutica, como doação um avião teco-teco para treinamento e formação de pilotos, sendo o senhor Humberto Mafra o aluno de maior destaque e considerado o primeiro piloto de Brumado.

 

 

Foi um dos protagonistas da Fundação Cultural de Brumado em 1954 que deu origem em 1958 ao Ginásio General Nelson de Melo, com a participação de abnegados da educação, do qual foi vice-diretor e professor. Fundou o Curso Normal denominado Dr. Pompílio Leite, onde ensinou Latim e Psicologia. Administrou as verbas e promoveu a construção do Ginásio Industrial. A verba para a fundação do Ginásio Industrial foi empenho do deputado Oldack Neves, seu fundador, juntamente com outros colaboradores, em março de 1967.

 

Foi fundador e presidente da Associação de Proteção a Infância e Maternidade, construiu a capela Nossa Senhora de Fátima no Bairro São Felix.

 

Fundou o Posto de Puericultura, batalhou por uma usina de beneficiamento de algodão moderna em substituição à antiga (Federal) e uma câmara de expurgo para seleção de sementes. Pleiteou a vinda de energia hidráulica de Correntina e de uma fábrica de óleo de algodão.

 

Em 18 de dezembro de 1988 comemorou-se o jubileu de ouro de sua sagrada missão sacerdotal com missa celebrada na Paróquia do Bom Jesus e recebe o carinho e o reconhecimento dos fiéis pelo trabalho profícuo, quer religioso, cultural e ou político, deixando marca da sua personalidade, adotando o princípio da benemerência.

 

Em uma de suas declarações disse: “Comecei o meu trabalho na paróquia percorrendo todas as capelas e me apresentando para que eu viesse a cumprir com a minha missão de levar a palavra de Jesus Cristo aos corações sofridos”.

 

Em respeito e consideração, presto-lhe sincera homenagem, pelos anos dedicados à evangelização do rebanho católico, sem se imiscuir em outras seitas, por respeito ao livre arbítrio do cidadão.

 

Batalhou incansavelmente pela busca do progresso, pela dedicação à cultura e ao ensino. Como mestre insigne, tenho a honra de ter sido um de seus discípulos no Ginásio General Nelson de Melo, que ajudou a fundar, concretizando o sonho da juventude e da comunidade brumadense.

 

Em entrevista concedida à Rádio Nova Vida o Monsenhor declarou: “Foram quase 59 anos de paroquiato por essas regiões dos municípios de Brumado, Aracatu e Malhada de Pedras. Foram longas caminhadas, muitas vezes, por estradas poeirentas, para levar a todos os paroquianos a luz da fé e da palavra divina”.

 

Descansa em paz Monsenhor Antônio da Silva Fagundes. A sua trajetória de vida e de sapiência não foi em vão, a sua idiossincrasia deixou a sua marca indelével de homem, de cristão e de cidadão que cumpriu o seu dever e a missão que lhe fora confiado com competência e obstinação.

 

A morte não é para ser temida, é um fenômeno natural da vida e está nas mãos de Deus. É na ressurreição que se encontrará a verdade.

 

“Onde o Senhor quiser que eu esteja, ai vou estar” (Monsenhor Fagundes).

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BIOGRAFIA: ARMINDO AZEVEDO 'ANTÔNIO TORRES'

BIOGRAFIA: ARMINDO AZEVEDO 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres 


 

Armindo dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, no dia 2 de outubro de 1899. Era filho de Casemiro Pinheiro Azevedo e Filomena Santos Azevedo. Conviveu em família com os irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Abias, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo. Casou-se com Geminiana Cardoso Azevedo, na cidade de São Sebastião, hoje Ibiassucê, no dia 4 de abril de 1923. Dessa união nasceram: Miriam dos Santos Azevedo, que após o casamento passou a assinar Miriam Azevedo Gondim Meira, Sálvio dos Santos Azevedo, Wilson dos Santos Azevedo, Washington dos Santos Azevedo, Almir dos Santos Azevedo, Afrânio dos Santos Azevedo, Armida Maria Azevedo, Salvador dos Santos Azevedo, Fernando dos Santos Azevedo, Alberto dos Santos Azevedo e Maria Stella dos Santos Azevedo. Esta, após o casamento, passou a assinar Maria Stella Azevedo Dourado. Do total de 15 filhos, todos nascidos em Brumado, dois morreram ao nascer e dois faleceram com mais de ano.

Por Antônio Novais Torres 


Armindo dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, no dia 2 de outubro de 1899. Era filho de Casemiro Pinheiro Azevedo e Filomena Santos Azevedo. Conviveu em família com os irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Abias, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo.


Casou-se com Geminiana Cardoso Azevedo, na cidade de São Sebastião, hoje Ibiassucê, no dia 4 de abril de 1923. Dessa união nasceram: Miriam dos Santos Azevedo, que após o casamento passou a assinar Miriam Azevedo Gondim Meira, Sálvio dos Santos Azevedo, Wilson dos Santos Azevedo, Washington dos Santos Azevedo, Almir dos Santos Azevedo, Afrânio dos Santos Azevedo, Armida Maria Azevedo, Salvador dos Santos Azevedo, Fernando dos Santos Azevedo, Alberto dos Santos Azevedo e Maria Stella dos Santos Azevedo. Esta, após o casamento, passou a assinar Maria Stella Azevedo Dourado. Do total de 15 filhos, todos nascidos em Brumado, dois morreram ao nascer e dois faleceram com mais de ano.


Armindo dos Santos Azevedo estudou em Brumado, cursou apenas o primário. Inicialmente trabalhou como feirante, dando início a sua vida profissional como comerciante e também como pecuarista. Posteriormente abriu a Loja “Primavera” com ramo diversificado: armarinhos, tecidos, calçados e afins. A loja localizava-se na Praça Coronel Santos, a qual hoje leva o seu nome. Paralelamente às atividades comerciais do ramo lojista, exercia a compra e venda de algodão em capulho. Também beneficiava o produto na “usina do governo” e o revendia já em pluma. Exercia ainda a atividade pecuária em suas fazendas, principalmente em Ribeirão do Salto, localizada na divisa com o Estado de Minas Gerais. Posteriormente, transferiu o comércio lojista para o filho Almir Santos Azevedo que deu continuidade até o ano de 1980.


Em 1947, ingressou na política pelas mãos do político Coronel Marcolino Rizério Moura (UDN), tendo como intermediário da indicação o compadre Hermes Santos, que tentou algumas ponderações, mas foi instruído pelo coronel a fazê-lo sob sua responsabilidade, pois a indicação era pessoal.


Com o fim da ditadura de Getúlio Dorneles Vargas, candidatou-se ao cargo de prefeito pela União Democrática Nacional (UDN), para o período de 1948-1951, sendo o primeiro prefeito de Brumado eleito pelo voto popular e alvo de aplausos na solenidade de posse. Foi eleito por mais dois mandatos 1955-1959 e 1963-1967.


Dentre várias realizações de seus governos, destacam-se: luz elétrica instalada por grupo de motores através de grupo gerador de energia a óleo diesel; água encanada vinda do Riacho do Bate-pé com tubulação adquirida por meio do deputado Federal Manoel Novais em troca do apoio ao seu partido; construção do Grupo Escolar Getúlio Vargas (em convênio com o Estado da Bahia); construção do Fórum Duarte Moniz (lei 257/64 de 4/12/1964, com inauguração em 1966), situado na Rua Dr. Mário Meira, nº 79, hoje localizado em novo prédio, na Rua Rio de Contas, nº 3, bairro Nobre, com doação do terreno pela prefeitura municipal ao TRT da 5ª Região, para construção do novo fórum em Brumado, com área de 2.724,55 m²; abertura de várias ruas e avenidas, inclusive a Mestre Eufrásio (antigo campo de aviação), com distribuição de lotes para a classe menos favorecida; construção de estradas; pequenos açudes e pontes na zona rural; construção da Praça Coronel Santos em 1957, atual Praça Armindo Azevedo (através da Lei nº 331, de 26 de maio de 1967, o prefeito Juracy Pires Gomes passa a denominá-la Praça Armindo Azevedo, transferindo o nome da Praça Coronel Santos para a “Rua de Conquista” que passou a chamar-se Avenida Coronel Santos); construção das capelas Nossa Senhora da Conceição no Esconso e Imaculada Conceição em Cristalândia; construção do Matadouro Municipal no bairro do Tanque, conforme Lei 319 de 13/12/1966; construção e conclusão da Barragem de Pedra e Cal, com comporta, sobre o Rio do Antônio, nas imediações da antiga ponte denominada “Ponte de Julião”, também conhecida com o nome de “Barraginha de Seu Armindo”, ligando o bairro São Félix ao centro da cidade; construção da ponte Virgílio da Costa Ataíde sobre o Rio do Antônio, no lugar denominado “Cachoeira”, iniciativa do vereador Beltrão Gomes Ataíde que homenageou o seu pai.


Em 1967, ao concluir o seu mandato, transmitiu o governo ao seu sucessor Dr. Juracy Pires Gomes para o período de 1967-1971, na mais perfeita ordem pública e tranquilidade. Este foi eleito para mais dois mandatos 1973-1977 e de 1983-1989.


Ressalte-se que o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos, em 29/12/2012, homenageou o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo, erigindo o busto deste, acoplado a um pedestal recoberto de granito, na praça que leva o seu nome, com aplausos de familiares e convidados.


A vereadora Esther Trindade Serra, autorizada pela família enlutada, falou da morte prematura de que foi vítima o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo e o seu filho Sálvio dos Santos Azevedo e mais dois passageiros do veículo sinistrado. O desastre rodoviário se deu no dia 17 de abril de 1967, na estrada Brumado-Itabuna, no lugar denominado “Pilãozinho”, no município de Itapetinga. Houve uma comoção geral na cidade, porquanto Armindo dos Santos Azevedo era uma liderança querida e respeitada no município de Brumado.


Pronunciamentos:


Geraldo Leite Azevedo: Armindo foi um tio muito atencioso, gostava muito de mim, fazia questão de me ouvir falar sobre qualquer assunto e até franqueou a palavra para eu discursar na ocasião festiva (em almoço comemorativo com lideranças políticas locais e estaduais, deputados, juízes e desembargadores), após a inauguração do Fórum Duarte Moniz. Foi, sem dúvida, um grande homem, um grande prefeito e, certamente, a maior e mais respeitável liderança política da história de Brumado.


Em sua Poesia para Brumado, Dr. Geraldo Leite Azevedo, ex-presidente da Academia de Letras e Artes de Brumado (ALAB) se expressou como se segue: “Armindo Azevedo, o primeiro prefeito eleito,/Por três vezes engrandeceu o nosso Município/Deixou o exemplo de governo perfeito/Para Brumado ser grande desde o seu início”.


Evan dos Santos Azevedo: Em 1962, Armindo dos Santos Azevedo, Tio Mindo, como o tratava, foi candidato a prefeito de Brumado em seu terceiro mandato para o período de 1963 até 1967 e eu fui candidato a vereador. Ele elegeu-se, e eu fiquei na primeira suplência. Em 1963, Dona Theodolinda de Souza Revenster (Dona Dolinda), então tesoureira da prefeitura, aposentou-se. Para substituí-la, fui convidado pelo prefeito Armindo. Assumi a tesouraria, permanecendo aí até meados de 1965. Quando faleceu o vereador Miguel Mirante (PR), eu era o substituto legal. Naquela oportunidade, dirigi-me ao prefeito e perguntei-lhe onde eu seria de maior utilidade para ele: como vereador ou como tesoureiro? O gestor foi enfático: “Você deve permanecer na tesouraria”. Renunciei ao mandato e, em meu lugar, assumiu o segundo suplente, senhor Gonçalo Pedro da Silva. Fui fiel ao prefeito, renunciando ao mandato, permanecendo na tesouraria, que era a menina dos olhos do alcaide, o qual nos confiou essa missão que cumpri com seriedade e honestidade, como queria o prefeito Armindo dos Santos Azevedo, e era a nossa obrigação profissional, agir em cumprimento da lei.


Continuando, Evan ainda relatou: Tio Mindo era um político muito espirituoso e tinha ampla visão das questões políticas locais, conhecia como ninguém os meandros e os bastidores que envolviam a política do município. Na linguagem popular, era o que se chama de “Raposa política”.


Nesse contexto, conto um acontecimento ocorrido na campanha de 1962. Eram candidatos a prefeito de Brumado Armindo dos Santos Azevedo pela legenda do (PR), Dr. José Borges Sampaio pelo (PSD) e Jair Cotrim Rizério pela (UDN). Fui autorizado a propor a Armindo uma aliança política no sentido de a UDN local apoiá-lo. Ocorre que Armindo, ao tomar conhecimento do fato, não aceitou a proposta. Preferiu enfrentar os concorrentes, pois, na sua visão, tinha chance de se eleger sem o apoio da UDN. Resultou que, no pleito, Armindo ganhou as eleições com 58 votos de frente para o Dr. José Borges Sampaio (PSD).


Armindo dos Santos Azevedo

*02/10/1899

†17/04/1967


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SAÚDE: FALTA DE EXERCÍCIOS MATA 5,3 MILHÕES

SAÚDE: FALTA DE EXERCÍCIOS MATA 5,3 MILHÕES
Só metade dos brasileiros pratica exercício físico. (Foto: Genival Moura | Brumado Agora)

Considerado a doença do milênio, o sedentarismo se tornou o segundo maior fator de risco cardiovascular, sendo responsávelpor mais de 5,3 milhões de mortes no mundo. Segundo o cardiologista e diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC, Carlos Alberto Machado, a caminhada é uma forma de alertar para os perigos do sedentarismo que é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna. Hoje em dia, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético de seu corpo. O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais.  Por Naira Sodré (Tribuna).

Considerado a doença do milênio, o sedentarismo se tornou o segundo maior fator de risco cardiovascular, sendo responsávelpor mais de 5,3 milhões de mortes no mundo.

 

Segundo o cardiologista e diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC,Carlos Alberto Machado, a caminhada é uma forma de alertar para os perigos do sedentarismo que é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna. Hoje em dia, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético de seu corpo.

 

O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais.

 

O especialista conta que até recentemente o segundo fator de risco para infartos e derrames era o tabagismo. “Mas com a recente redução do número de fumantes, que caiu significativamente no Brasil e no mundo, o sedentarismo passou ao segundo lugar, com a agravante que o sedentário tende a se tornar tanto obeso como hipertenso e diabético”, lembra.

 

A proposta da Organização Mundial da Saúde, que pediu o envolvimento mundial contra o sedentarismo é que se faça 30 minutos de atividade física em pelo menos cinco dias por semana, o que comprovadamente reduz o risco de problemas cardíacos em 66%. Se o objetivo for perder peso, porém, o nível da atividade deve dobrar, passando a uma hora por dia.

 

Machado também diz que segundo pesquisa da SBC, metade dosbrasileiros não pratica atividade física. Os resultados negativos são comprovados por recente levantamento do IBGE, segundo o qual 50,1% dos brasileiros e 48% das mulheres do País estão acima do peso e já são considerados obesos 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres adultas. A recomendação é uma dieta equilibrada com frutas, verduras e legumes, além do exercício, para evitar hipertensão, diabetes e a elevação do colesterol.

 

O que preocupa os cardiologistas é que justamente os idosos, faixa etária mais propensa a problemas cardiovasculares, são os mais sedentários. 57% não se exercitam, enquanto entre os jovens o sedentarismo ocorre em menor percentagem, só 39% da faixa entre 18 e 24 anos pode ser considerada sedentária.

 

O que intriga os médicos é que as campanhas contra o sedentarismo têm sido bem compreendidas pela população, pois 86% dos entrevistados afirmam ter conhecimento de que o sedentarismo é perigoso, mas mesmo assim alegam falta de tempo ou de disciplina para iniciarem um programa de exercícios. Já o tipo de atividade preferido por quem se exercita é caminhada, 28%, seguida por futebol, 13%, e musculação, 6%, pouco mais do que o ciclismo, praticado por 4% dos entrevistados.

 

Sistemas funcionais e doenças comuns


A vida sedentária provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais. O aparelho locomotor e os demais órgãos e sistemas solicitados durante as diferentes formas de atividade física entram em um processo de regressão funcional, caracterizando, no caso dos músculos esqueléticos, um fenômeno associado à atrofia das fibras musculares, à perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos. A atividade física determina a saúde do indivíduo claramente. O sedentarismo, pelo contrário, deriva facilmente em doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.

 

O sedentarismo é a principal causa do aumento da incidência de várias doenças. Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio são alguns dos exemplos das doenças às quais o indivíduo sedentário se expõe. É considerado também o principal fator de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado direta ou indiretamente às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças.

 

Para atingir o mínimo de atividade física semanal, existem várias propostas que podem ser adotadas de acordo com as possibilidades ou conveniências de cada um: Praticar atividades esportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica, exercícios com pesos ou jogar bola é uma proposta válida para evitar o sedentarismo e importante para melhorar a qualidade de vida.

 

Recomenda-se a realização de exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana; Exercer as atividades físicas necessárias à vida cotidiana de maneira consciente. Por Naira Sodré (Tribuna).

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ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: QUEM SOU EU?

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: QUEM SOU EU?

Por Antônio Novais Torres



 

Brumado é um município sem história, desmemoriado. A sua população desconhece as origens da terra natal, ou pouco sabe sobre a sua formação étnica, seu passado social, econômico, geográfico, político e cultural, pela inexistência de um estudo informativo nesse sentido. Falta-lhe um hino (o que é comum a todos os municípios), apesar de o poeta Arlindo Magno Stanchi tê-lo produzido, com música de Wilson Cai-Cai, porém não está oficializado. A professora Joselita Meira de Carvalho (Dona Zelita), já falecida, é autora de uma música em homenagem a Brumado. Esta poderia, também, constituir-se o hino municipal. Criou-se um hino municipal com o título HINO MUNICIPAL BRAVO BRUMADO, com letra de Ricardo Garret, música de Ricardo Nascimento e Ricardo Franklin e Arranjo do maestro Gandra, contudo não foi aprovado pela Câmara de Vereadores, sob a alegação de que o hino não fora composto por cidadãos brumadenses. Quanto a isso, não só houve protesto, como também recusa.

Por Antônio Novais Torres


Brumado é um município sem história, desmemoriado. A sua população desconhece as origens da terra natal, ou pouco sabe sobre a sua formação étnica, seu passado social, econômico, geográfico, político e cultural, pela inexistência de um estudo informativo nesse sentido. Falta-lhe um hino (o que é comum a todos os municípios), apesar de o poeta Arlindo Magno Stanchi tê-lo produzido, com música de Wilson Cai-Cai, porém não está oficializado. A professora Joselita Meira de Carvalho (Dona Zelita), já falecida, é autora de uma música em homenagem a Brumado. Esta poderia, também, constituir-se o hino municipal.

 

Criou-se um hino municipal com o título HINO MUNICIPAL BRAVO BRUMADO, com letra de Ricardo Garret, música de Ricardo Nascimento e Ricardo Franklin e Arranjo do maestro Gandra, contudo não foi aprovado pela Câmara de Vereadores, sob a alegação de que o hino não fora composto por cidadãos brumadenses. Quanto a isso, não só houve protesto, como também recusa.

 

Brumado carece de uma política definida para tal finalidade. O que se sabe está disperso entre as pessoas mais idosas do lugar, como se elas fossem bibliotecas vivas (porém efêmeras), que contam acontecimentos vivenciados por elas, como memorialistas, ou que ouviram de seus antepassados, sem que haja nada escrito a esse respeito. “As palavras voam, os escritos permanecem”.

 

É necessário e urgente que se conclamem as pessoas responsáveis pela cultura, pela política, pela história da origem do lugar, do seu povo, a fim de se documentar o que se sabe, para não se perder no tempo. Tudo o que diz respeito à história de Brumado deve ser compilado em livros abrangentes, com localização geográfica e suas divisões comerciais, industriais, vultos históricos etc., de forma que o município passe a ser conhecido pelas suas potencialidades e valores. Esses livros deverão ser distribuídos nas escolas municipais, estaduais e particulares e estar disponíveis na biblioteca municipal para conhecimento e divulgação dessa historiografia, além de se constituírem seguras fontes de pesquisas futuras.

 

Essa iniciativa deve ficar a cargo da Secretária de Educação que conclamará os intelectuais, políticos, pedagogos, escritores, poetas, teatrólogos, religiosos, historiadores, enfim, envolver a sociedade nesse processo da formação histórica de Brumado que não pode prescindir da colaboração de todos.

 

A prefeitura editou o livro Uma Comunidade Rural do Brasil Antigo de Lycurgo Santos Filho, um livro de cunho técnico e visão histórica restrita à fazenda do “Brejo do Campo Seco”. De certa forma, é importante o conhecimento desse relato para a cultura municipal, entretanto esqueceu-se de dotar o município da sua própria história e origem, fato de que não se tem nenhum conhecimento documentado.

 

Muitos municípios têm catalogados os fatos ocorridos com a sua gente, relatando as suas tradições em documentos relativos ao passado, os quais contam todo o processo da formação da sua história. Assim, dão ao povo um compêndio (histórico, geográfico, cultural, político etc.) com registros legítimos e com riqueza de detalhes, possibilitando-lhe o conhecimento da formação da sua cultura e da sua história.

 

Sugerimos, dessa forma, ao poder público que se encarregue dessa empreitada e dê ao povo do município de Brumado um documento que envolva o conhecimento da sua historiografia ampla e completa. 

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BIOGRAFIA: FIRMINO JOSÉ FERREIRA 'ANTÔNIO TORRES'

BIOGRAFIA: FIRMINO JOSÉ FERREIRA 'ANTÔNIO TORRES'
Antônio Novais Torres (Foto: Wilker Porto | Brumado Agora)

Por Antônio Novais Torres

 

Firmino José Ferreira nasceu em 06/07/1926, em Vitória da Conquista e era o segundo da prole dos dezesseis filhos de Laurenço José Ferreira e Antônia Marcelina de Jesus. Casou-se com Dona Naéde Santos Costa (nome de solteira) na Igreja Matriz de Brumado, cerimônia celebrada pelo padre Antônio Fagundes em 20/03/1956. Em 19/06/1963, ela passou a assinar Naéde Santos Ferreira, quando se casou no civil, em regime de comunhão de bens, perante a Juíza de Direito da Comarca de Brumado, Dr.ª Magna Maria Pereira Santos. Dessa união, nasceram os filhos: Carlos Roberto Santos Ferreira (Beto) de 03/04/1958, formado em Contabilidade; Carlos Alberto Santos Ferreira (China) nasceu em 23/10/1960, formado em Administração de Empresas e exerce também a profissão de músico; Jocilane Santos Ferreira do Livramento (Joci), nascida em 17/10/1966, é formada em Magistério, estudante do curso de Letras Vernáculas e professora na rede pública estadual.

Por Antônio Novais Torres

 

Firmino José Ferreira nasceu em 06/07/1926, em Vitória da Conquista e era o segundo da prole dos dezesseis filhos de Laurenço José Ferreira e Antônia Marcelina de Jesus.

 

Casou-se com Dona Naéde Santos Costa (nome de solteira) na Igreja Matriz de Brumado, cerimônia celebrada pelo padre Antônio Fagundes em 20/03/1956. Em 19/06/1963, ela passou a assinar Naéde Santos Ferreira, quando se casou no civil, em regime de comunhão de bens, perante a Juíza de Direito da Comarca de Brumado, Dr.ª Magna Maria Pereira Santos.

 

Dessa união, nasceram os filhos: Carlos Roberto Santos Ferreira (Beto) de 03/04/1958, formado em Contabilidade; Carlos Alberto Santos Ferreira (China) nasceu em 23/10/1960, formado em Administração de Empresas e exerce também a profissão de músico; Jocilane Santos Ferreira do Livramento (Joci), nascida em 17/10/1966, é formada em Magistério, estudante do curso de Letras Vernáculas e professora na rede pública estadual.

 

Firmino possuía apenas o ensino fundamental incompleto. Diligente, exerceu diversas atividades, sendo uma delas, a de pedreiro. Vangloriava-se em assentar 1.500 tijolos por dia e necessitar de dois ajudantes para abastecê-lo de massa para a execução dos serviços. Posteriormente, passou a ser mascate ambulante, deslocando-se de cidade em cidade para vender uma variedade de miudezas nas feiras locais. Por último, passou a vender tecidos e confecções e contou com a ajuda da esposa para o êxito dos negócios. “Era uma vida difícil, mas vencemos com determinação” – lembra Dona Naéde.

 

Com o tempo, amealhou economias e comprou, da família Meira, as mercadorias da loja de tecidos e confecções e alugou o ponto na Praça Armindo dos Santos Azevedo, onde instalou a Loja Bom Jesus, nome em homenagem ao padroeiro de sua fé.

 

Politicamente, Firmino não exerceu nenhum cargo nessa seara, contudo era grande amigo de “Quinquinha”, batizado Joaquim Gomes Pereira e do filho deste, Juracy Pires Gomes (ex-prefeito), dos quais era seguidor fiel. Tinha admiração venerável por ACM (Antônio Carlos Magalhães).  

 

Conheci Firmino José Ferreira por intermédio de meu compadre Amadeu Gama (o Bahia, como é conhecido na Pauliceia, por paulistas e conterrâneos). Tratava-se de uma pessoa extraordinária. Foi bom esposo e dedicado pai de família. Era solidário com amigos e familiares que o tinham como patriarca e conselheiro. Respeitoso e respeitado, manteve a unidade da família sob os seus preceitos de religiosidade e de moralidade, predicados dos quais não abria mão.

 

Firmino tinha uma invejável saúde e disposição física e, às vezes, abusava dessa condição. Exibia-se numa demonstração de seus atributos físicos, alçando, com a mandíbula, uma cadeira de madeira pesada por sobre a cabeça, alegando que tinha uma dentadura cujos dentes, segundo a sua intuição, eram de marfim, num desafio e demonstração de força.

 

Digno, sério e trabalhador, tinha como meta e princípios honrar os seus compromissos e dizia: “Uma vez a palavra empenhada, tem efeito de lei, não a descumpro, mesmo que tenha de arcar com prejuízos” – sou testemunho dessa afirmação.

 

Perfeccionista, religioso e místico, era devoto de Bom Jesus e, desde que O adotou como seu protetor, nunca perdeu uma romaria à gruta, na cidade de Bom Jesus da Lapa, para reverenciá-Lo. Mesmo enfermo, fez o sacrifício de prestar homenagem à divindade, cuja imagem mantinha em seu peji, onde, contrito, adorava-O e fazia as suas orações, num sincretismo religioso que o caracterizava.

 

Firmino lutou brava e ferozmente contra a doença. Sua vontade de viver era imensa. Encontrou, no seio da família, a compreensão, o apoio e os meios necessários para se curar, infelizmente, sucumbiu ao mal que o afligia. Numa visita que lhe fiz, disse-me fervorosamente que iria a Salvador procurar um bom médico para tratar-se, pois a fé depositada em Bom Jesus dava-lhe a certeza de que ficaria curado. Porém, a enfermidade suplantou-o, foi mais forte que a sua vontade de viver. Em 25/08/1993, faleceu em Salvador, aonde fora em busca de tratamento. O seu corpo foi trasladado para Brumado, onde foi enterrado no dia seguinte, no cemitério Senhor do Bonfim.

 

Construí uma sólida e sincera amizade com Firmino, fato de que muito me orgulho. Fui seu amigo e admirador de suas virtudes de cidadão exemplar. Admirava-o pelo seu caráter e firmeza de propósitos. Era um amigo leal, prestativo, em qualquer hora e em quaisquer circunstâncias. Neste ensejo, apresento aos seus familiares as minhas condolências, o meu abraço fraterno acompanhado do sentimento de dor pela perda do amigo sincero e leal a quem reverencio saudosamente.

 

FIRMINO JOSÉ FERREIRA

*06/07/1926
†25/08/1993

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ARTIGO ANTÔNIO TORRES: BANDEIRA E BRASÃO DE BRUMADO

ARTIGO ANTÔNIO TORRES: BANDEIRA E BRASÃO DE BRUMADO

Por Antônio Novais Torres


A Câmara Municipal de Vereadores de Brumado escolheu a vereadora Esther Trindade Serra para falar sobre os 150 anos da Independência do Brasil. Na oportunidade, por meio da resolução 1/72, de 20 de abril de 1972, foram instituídos a Bandeira e o Brasão das Armas do Município de Brumado. A Câmara Municipal de Vereadores, no dia 3 de setembro de 1972, fez o lançamento desses símbolos em apresentação oficial ao povo, com a bênção do Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes. O heraldista alemão radicado no Brasil, Frei Paulo da Ordem de São Bento na Bahia, foi procurado no Mosteiro de São Bento, em Salvador, pela vereadora Esther Trindade Serra, no período do governo de Miguel Lima Dias, para criar o modelo adequado do Brasão. Depois de estudos heráldicos, o Brasão das Armas do Município de Brumado tomou forma com base na história do município e suas tradições. Após a sua promulgação, tornou-se obrigatório o seu uso nos documentos e nas correspondências oficiais dos poderes Executivo e Legislativo.

Por Antônio Novais Torres


A Câmara Municipal de Vereadores de Brumado escolheu a vereadora Esther Trindade Serra para falar sobre os 150 anos da Independência do Brasil. Na oportunidade, por meio da resolução 1/72, de 20 de abril de 1972, foram instituídos a Bandeira e o Brasão das Armas do Município de Brumado. A Câmara Municipal de Vereadores, no dia 3 de setembro de 1972, fez o lançamento desses símbolos em apresentação oficial ao povo, com a bênção do Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes. 

 

O heraldista alemão radicado no Brasil, Frei Paulo da Ordem de São Bento na Bahia, foi procurado no Mosteiro de São Bento, em Salvador, pela vereadora Esther Trindade Serra, no período do governo de Miguel Lima Dias, para criar o modelo adequado do Brasão. Depois de estudos heráldicos, o Brasão das Armas do Município de Brumado tomou forma com base na história do município e suas tradições. Após a sua promulgação, tornou-se obrigatório o seu uso nos documentos e nas correspondências oficiais dos poderes Executivo e Legislativo.

 

 

Composição do Brasão:

 

 

Escudo – Pleno de ouro com uma cruz firmada de vermelho, carregada de uma cruz flordelizada e vazada em ouro. Insígnias – Coroa mural de quatro torres de prata, que representa a cidade.

 

Lema – “IN OMNIBUS CRUZ” (Em tudo a cruz) em letras de ouro sobre o listel vermelho.

 

Comentários – Os elementos do escudo têm relação com o antigo topônimo da cidade (Bom Jesus dos Meiras). O fundo vermelho simboliza a devoção ao seu padroeiro, o Bom Jesus. A cruz flordelizada de ouro e vazada sobre o campo vermelho é atributo heráldico da família Meira, como evocação de seus fundadores. O lema “Em tudo a cruz” alude à feliz coincidência dos elementos heráldicos que se equilibram e se completam, tendo a cruz como inspiração fundamental.  

 

A Bandeira do Município foi inspirada nesse Brasão. Enfatizou a vereadora Esther Trindade Serra em sua homenagem à instituição do Brasão e da Bandeira municipal: “Esta é a nossa Bandeira! Lema de fé, farol que nos conduzirá pelos caminhos do nosso destino...”. “A bandeira é a suprema afirmação do poder político de um povo, é a própria encarnação da pátria que ela exprime”.

 

Através da Lei número 1.509, de 6 de dezembro de 2007, o prefeito municipal, com a aquiescência da Câmara Municipal de Brumado, aprovou a seguinte lei: Fica instituído o Brasão do Poder Legislativo de Brumado como símbolo oficial da Câmara Municipal. Esse assunto já tinha sido objeto da resolução número 1/72, Art. 1º, de 20 de abril de 1972, portanto não havia por que reiterá-lo.

 

Pela Lei 1.510, de 6 de dezembro de 2007, também com a concordância da Câmara de Vereadores, foi aprovada uma alteração no Brasão: a expressão latina “IN OMNIBUS CRUX” (Em tudo a cruz) foi mudada para “IN OMNIBUS PRIMUS” (Em tudo o primeiro), ficando preservadas as demais características heráldicas. 

 

A bandeira “é a suprema afirmação do poder político de um povo, é a própria encarnação da pátria que ela exprime”. Essa insígnia, que fora mudada, representava a ideia dos religiosos cristãos antepassados. Para eles, a cruz, símbolo religioso, é uma expressão da alma, característica humana da fé, que tem o Bom Jesus como seu protetor e padroeiro da paróquia.

 

Por tradição da religiosidade, a cruz está presente nas velas da expedição de Pedro Álvares Cabral e também é representada pelo Cruzeiro do Sul, incluso na Bandeira Nacional. Dessa forma, traduz a memória de um povo cujo embasamento espiritual tem inspirado os seus seguidores.

 

A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a católica. É “o principal símbolo da religião cristã”, como consta na Enciclopédia Britânica.

 

 Diversos países a adotam em suas bandeiras: Suíça; Dinamarca; Islândia; Suécia; Finlândia; Reino Unido; Áustria; a Cruz vermelha, criada pela Convenção de Genebra; a Bandeira da Ordem Cristã; a Bandeira de Pernambuco, em alusão à ilha de Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz e o Distrito Federal (cruz de Brasília, formada de quatro setas de voos opostos).

 

Em assim sendo, não havia motivos para se ter substituído a palavra ‘cruz’ por ‘primeiro’, a não ser que se apresentasse uma explicação plausível e muito bem fundamentada para justificar essa alteração. Ainda assim, ter-se-ia de levar ao conhecimento prévio do povo, para a sua apreciação e posterior mudança, se assim fosse da sua vontade, com a sua aquiescência. Portanto, seria de bom alvitre que a Câmara de Vereadores revogasse essa lei e seguisse os trâmites que requer uma alteração dessa natureza.

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ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

Por Antônio Novais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor. O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

Por AntônioNovais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor.

 

 O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

 

Apesar de pobres, foliões vivem essa ambição e procuram minimizar os seus sofrimentos e os inconvenientes da miséria com momentos embriagantes de alegria ao desfilarem na escola de samba do seu coração. É necessário que se analise essa realidade e se tenha a consciência de que essa festa pode produzir mais miséria por gastos incompatíveis, apenas para se apresentar na festa de Momo. Essas são as agruras da irresponsabilidade de muitos.

 

Toda essa parafernália momesca conta com o apoio dos governos e de empresários. Aqueles, com a sua aquiescência; estes, segundo se noticiam, com a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico e da contravenção do jogo do bicho, com os quais estão envolvidos financiam a pândega.

 

 Essa festa é uma contradição, pois acolhe as disparidades sociais dos seus adeptos. Muitos são pobres operários que se orgulham de participar de escolas de samba e poderem apresentar-se na avenida.

Na visão dos esteticistas, é um luxo que atrai turistas que se encantam com a criatividade, com as ideias e com o trabalho ornamental dos produtores do evento e, por toda essa engenhosidade. O entrudo é tradição nacional, tem cunho cultural e científico e artesanal nos seus temas e alegorias. Vale a pena se realizar Carnaval em detrimento de obras e serviços essenciais para a população?

 

E o povo? O povo viverá da política do pão e circo (panem et circenses). Essas pessoas humildes, de difícil situação financeira, vivem na periferia, sem nenhum conforto, em habitações precárias, ou mesmo em barracos, sem saneamento básico, exploradas pelo trabalho não qualificado e, muitas vezes, revoltadas pela situação degradante que vivem. Toda essa condição de descaso que os governantes impingem ao povo termina por levar muitos para a delinquência vivenciada nos dias de hoje sem que haja uma reação à altura dos órgãos repressores.

 

Há de se fazer uma reflexão sobre tudo isso, e que providências cabíveis sejam tomadas. As pessoas precisam de paz, de tranquilidade, de trabalho, de moradia digna, de políticos honestos e, sobretudo, de infraestrutura. Precisam viver sem os sobressaltos, sem medo, enfim, precisam da liberdade de ir e vir conforme preceitua a Constituição. Haja Carnaval...

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ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: VIOLÊNCIA

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: VIOLÊNCIA

Por Antônio Novais Torres

 

Estamos todos assustados, horrorizados, estarrecidos, humilhados e impotentes ante tanta violência – urbana, rural, familiar, comercial –. Violência de toda ordem praticada pelos bandidos que investem contra as autoridades, contra a lei e contra a sociedade. Arrostam a todos sem nenhum receio, levando sofrimento, angústia, medo e outras consequências pelos crimes perpetrados. Essa gente precisa ser punida exemplarmente pelo mal que tem causado à sociedade cotidianamente. A segurança é um direito social na forma em que preceitua a Constituição: “Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da Lei”. Art. 9° § 2°.Segurança é um direito fundamental do indivíduo. Este não deverá ter a liberdade e a integridade física e moral privadas por nenhum meio.

Por Antônio Novais Torres

 

Estamos todos assustados, horrorizados, estarrecidos, humilhados e impotentes ante tanta violência – urbana, rural, familiar, comercial –. Violência de toda ordem praticada pelos bandidos que investem contra as autoridades, contra a lei e contra a sociedade. Arrostam a todos sem nenhum receio, levando sofrimento, angústia, medo e outras consequências pelos crimes perpetrados. Essa gente precisa ser punida exemplarmente pelo mal que tem causado à sociedade cotidianamente.

 

A segurança é um direito social na forma em que preceitua a Constituição: “Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da Lei”. Art. 9° § 2°.Segurança é um direito fundamental do indivíduo. Este não deverá ter a liberdade e a integridade física e moral privadas por nenhum meio.

 

Há, contudo, de se refletir sobre as responsabilidades sociais, quer do governo ou da sociedade. A elite não dá importância aos despossuídos, levando-os a constituírem uma classe de párias da sociedade que, sem oportunidades, analfabetos e marginalizados, enveredam-se pelos descaminhos sociais e praticam todo tipo de ilicitude que alegam ser sua subsistência. Todavia, o ditado popular receita que “Pau que nasce torto morre torto”, quem tem a índole perversa dela se prevalecerá para conquistar os seus desejos.

 

O homem do campo, geralmente de pouca instrução, vem para a cidade e sofre as consequências do subemprego e da marginalização, porquanto na urbe exige-se mão de obra qualifica que ele não tem, obrigando-o a projetar-se, muitas vezes, no submundo do crime.

 

As grandes empresas aderiram ao processo da terceirização, situação em que os operários tiveram seus salários achatados. Com a terceirização, prática adotada pela globalização, as empresas priorizaram, de maneira exacerbada, o lucro em detrimento do cunho social.

 

Os bancos reduziram o número de funcionários e praticaram o arrocho salarial, cortando vantagens e demitindo funcionários que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). Deduz-se, portanto, que a ganância ou usura é o único objetivo para lucrarem ainda mais.

 

A família tem-se degenerado, desmoronando-se ante tanta liberdade consentida. As liberalidades da TV, da internet e de outros meios de informações deletérias à sociedade, como a promiscuidade do sexo e a excentricidade dos valores éticos e morais têm combalido as famílias que sofrem as consequências de atos impudicos praticados sem o menor escrúpulo.

 

 Juízes investidos da intocabilidade cometem abuso de poder, quando não, crimes, que ficam acobertados pelo poder absolutista da justiça, o que precisa ser revisto. A impunidade, segundo a visão do povo, tem concorrido para o aumento dos desmandos sociais.

 

Todos esses problemas, além de outros não citados, contribuem para que a marginalidade tome fôlego e cresça assustadoramente, pondo em risco a inviolabilidade do indivíduo.

 

A Constituição tem sido descumprida pela falta de leis complementares não aprovadas para a necessária aplicabilidade. É preciso passar o país a limpo, recuperar os poderes corruptos, revitalizar as instituições, estimular o patriotismo, valorizar a ética, a moral e os bons costumes. Todo esse aparato, contudo, tem de passar pelo processo da educação, a fim de conscientizar permanentemente a população para o exercício da cidadania.

 

Rui Barbosa, considerado o ícone da justiça brasileira e homem das letras, fez a seguinte citação: “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se da justiça e ter vergonha de ser honesto”.

 

Toda essa violência contra o cidadão, toda essa corrupção que assola o país, a qual agride o direito constitucional, os direitos civis, enfim, a cidadania, tem afastado os homens de bem – os sérios e corretos, os dignos e de caráter sem jaça – dasdecisões a que são chamados para definir os destinos da Nação.

 

Enfim, todas essas mazelas e a crescente marginalidade têm a ver com o descaso e a omissão dos governos e da sociedade que permitiram tais desmandos e criaram cobras para mordê-los, assim diz o adágio popular. Se não forem tomadas posições enérgicas para pôr fim a essa conturbação social, a anarquia tomará conta da situação.

 

Que se lute em defesa do direito à liberdade, do direito de ir e vir, enfim, que se lute pelos direitos do ser humano. Que se faça justiça para banir da sociedade o corruptor, o marginal, pois compete ao Estado estabelecer essas medidas de contenção para os desagravos sociais.

 

Homo nascitur ad laborem (o homem nasce para o trabalho). Quem não aceitar essa citação infelizmente terá de prestar conta da sua inércia ao Juiz celeste e ao terreno. Que as autoridades cumpram o múnus que lhes é atribuído pelo Estado e que este promova as condições para a execução do autorizado.

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ARTIGO: HOMENAGEM ÀS MULHERES BRUMADENSES

ARTIGO: HOMENAGEM ÀS MULHERES BRUMADENSES

Por Antônio Novais Torres



 

Dia 8 de março. Dia Internacional da Mulher. A estas comemorações parabenizo a mulher, especialmente a brumadense, pelas lutas direcionadas às conquistas dos seus direitos: humanos, políticos, sociais, trabalhistas e pessoais, enfim, pela liberdade pela autonomia de ações e comportamentos que lhes assegurem o direito sagrado de ver, pensar, agir e reagir sem amarras e censuras que impeçam o seu livre arbítrio. O caminho para se chegar até aqui foi muito árduo, obstáculos foram removidos para se alcançar às conquistas até então consolidadas, fruto de persistência e determinação, entretanto, muita coisa se está por ser conquistada, principalmente nas áreas em que predominam o monopólio masculino.

Por Antônio Novais Torres

 

Dia 8 de março. Dia Internacional da Mulher. A estas comemorações parabenizo a mulher, especialmente a brumadense, pelas lutas direcionadas às conquistas dos seus direitos: humanos, políticos, sociais, trabalhistas e pessoais, enfim, pela liberdade pela autonomia de ações e comportamentos que lhes assegurem o direito sagrado de ver, pensar, agir e reagir sem amarras e censuras que impeçam o seu livre arbítrio. O caminho para se chegar até aqui foi muito árduo, obstáculos foram removidos para se alcançar às conquistas até então consolidadas, fruto de persistência e determinação, entretanto, muita coisa se está por ser conquistada, principalmente nas áreas em que predominam o monopólio masculino.

 

 As estatísticas policiais e do grupo de defesa dos direitos da mulher afirmam que os índices de violência doméstica no país são crescentes e assustadores. Brasileiras são espancadas e em 70% dos casos o agressor é e o marido, o ex-marido, companheiro ou o namorado. Em vista dessa realidade o movimento feminista e as diversas ONGs que cuidam da defesa dos direitos das mulheres estão envidando esforços para que a lei seja cumprida e aplicada.

 

 As comemorações das conquistas das mulheres são de suma importância para a sociedade brasileira. Elas promovem o processo desenvolvimentista econômico, político e social, ocupando os diversos espaços das diversas áreas da atuação humana, com competência e equilíbrio no desempenho das funções que lhes são atribuídas em igualdade de desempenho com os homens.

 

A mulher campestre tem contribuído de forma decisiva para as conquistas dos seus direitos sociais através de suas organizações afins, chamando a atenção dos governantes para o atendimento de suas justas reivindicações, que lhes garantam vida digna através de políticas públicas oferecendo as oportunidades de trabalho e acesso creditício e tecnológico, no intuito de se evitar o êxodo rural e a consequente descaracterização da sua formação rurícola que certamente será afetada no ambiente urbano.

 

Apesar das conquistas que as mulheres têm realizado nos campos sociais, políticos, trabalhistas e de liberdades de comportamento, fatos de relevantes avanços e realizações pessoais que confirmam a sua importância no viés das relações humanas, a mulher é um ser que traz em si o conceito mais importante da vida - a maternidade - dádiva que Deus lhe deu para ser a multiplicadora da vida, que envolve o sentimento do amor como o preceito mais importante e significativo da humanidade. Que todas essas conquistas, justas e significativas, não se transformem em pretexto que venham gerar conflitos, contrapondo com a realidade de companheira solidária que Deus criou para unir-se ao homem visando a multiplicação dos seres.

 

HOMENAGENS:

 

Transcrevo do poeta Abnísio Luz Aguiar o seguinte soneto em homenagem às mulheres:

 

MULHER

 

Elas sempre foi destacada/Na Bíblia, está no livro primeiro/Assim que da costela foi tirada/Logo dominou seu companheiro//Em todas as épocas da história/Foi motivo de amor e de guerra/Eva, Maria, Helena, ou Glória.../Reina nos quatro cantos da terra//Mães, madrastas ou donzelas / A mulher nunca perde seu traço/ Até mesmo para o rei Cangaço/ Foi impossível viver sem uma delas//Por isso que neste oito de Março/para todas as mulheres do mundo/com carinho e respeito profundo/ Eu ofereço um forte abraço.

 

O poeta Arlindo Stanchi, o homem dos dois mil sonetos, de saudosa memória, assim se expressou:

O MUNDO É DAS MULHERES

 

Realmente, elas são preponderantes./O mundo ajoelha-se aos seus pés./Passivas, porém muito importantes./Dignamente invertem o invés.//No amor, são demais aconchegantes./Não se curvam diante dum revés./Às vezes, podem ser extravagantes./Pertencerem às péssimas ralés.//Nem sempre escolhem bem o bem-amado,/O pretendido príncipe encantado,/Mesmo que a cotação seja em libra//Pelos filhos têm mágico desvelo./Como nada as priva de mantê-los,/Ficam a “desdobrar fibra por fibra”.

 

 

Outro soneto de Stanchiano:

 

DIA DA MULHER

 

Cento e dezenove, as bravas heroínas/Trabalhavam em uma imensa tecelagem./Oito de março. Como as velhas, as meninas/Pensaram transformar aquela triste imagem.//Lutavam pra mudar suas desumanas sinas,/Ano onze. Em New York, com garra e coragem./Mil novecentos. Só dez horas de rotina,/Em vez das dezesseis, que as punham à margem.//A fábrica fechada. Elas ali trancadas./Provocado incêndio. Oh! Morreram queimadas!/Reivindicavam o que o patrão não quer.//Revolta universal, que a todos desatina./Na abominável data em que se deu a chacina,/Triste, o mundo festeja o Dia da Mulher. (Arlindo Stanchi).

 

Associo-me a todos que acreditam na capacidade e intuição feminina e as homenageio com esse artigo e deixo também, as minhas congratulações pelo Dia Internacional da Mulher.

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ARTIGO ANTÔNIO TORRES: PRISCAS ERAS

ARTIGO ANTÔNIO TORRES: PRISCAS ERAS
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres



 

Brumado, cidade conhecida pelo slogan de “Capital do Minério”, por suas famosas jazidas de magnesita e talco. O município possui a terceira maior mina de magnesita do mundo, na região da vila Pedra Preta. A natureza foi pródiga com o seu subsolo rico em minerais diversos, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados. Ostenta também o título de primeiro lugar em plantação de algodão. Atualmente, os cotonicultores enfrentam a falta de crédito com juros civilizados, de orientação técnica adequada e de incentivos, como a distribuição de sementes expurgadas, além de enfrentarem a ocorrência do Bicudo-do-algodoeiro (praga terrível que assusta os cotonicultores pela resistência a inseticidas), dos baixos preços do algodão, dos altos preços dos defensivos agrícolas e da mão de obra inviável em relação ao preço de venda. Esses dados merecem a atenção do governo para se amenizarem os problemas angustiantes por que passam os produtores de algodão. 

Por Antônio Novais Torres


Brumado, cidade conhecida pelo slogan de “Capital do Minério”, por suas famosas jazidas de magnesita e talco. O município possui a terceira maior mina de magnesita do mundo, na região da vila Pedra Preta. A natureza foi pródiga com o seu subsolo rico em minerais diversos, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados.


Ostenta também o título de primeiro lugar em plantação de algodão. Atualmente, os cotonicultores enfrentam a falta de crédito com juros civilizados, de orientação técnica adequada e de incentivos, como a distribuição de sementes expurgadas, além de enfrentarem a ocorrência do Bicudo-do-algodoeiro (praga terrível que assusta os cotonicultores pela resistência a inseticidas), dos baixos preços do algodão, dos altos preços dos defensivos agrícolas e da mão de obra inviável em relação ao preço de venda. Esses dados merecem a atenção do governo para se amenizarem os problemas angustiantes por que passam os produtores de algodão.


O município foi grande produtor de mamona. Vários compradores se instalaram aqui, a exemplo da SAMBRA, IMBSA, J. Aguiar & Cia Ltda., além de outros avulsos. As famílias pobres rurícolas tinham, nessa lavoura, meios para a sua subsistência, com reembolso imediato pela venda do produto.


Já se criaram caprinos em larga escala, sendo São Paulo o seu maior centro comprador. As peles dos animais adultos abatidos na região eram comercializadas no comércio local, movimentando a economia do lugar, o que suplementava as carências combalidas e imediatas do rurícola. A Lei do Bode, editada pela prefeitura e conhecida como Lei dos latifundiários, impediu de se criar o animal à solta, um processo que não beneficiou as pessoas de menor poder aquisitivo. Essa lei foi uma camisa de força nos pequenos criadores, tirando-lhes os meios de subsistência, o que os colocou em maiores dificuldades financeiras.

A Magnesita S.A., a principal e maior extratora do minério que deu nome à empresa, é proprietária de muitos hectares de terras na região, incluindo a serra das Éguas e outras produtoras de minérios. Já foi chamada de “Mãezita” pela oferta de muitos empregos e pelos melhores salários da região e quiçá do Brasil – daí o apelido carinhoso.


A realidade nestes tempos é outra, dura e crua. A lavoura do algodão está em decadência. A lavoura da mamona, de cujos grãos o pobre lavrador se valia para vendê-los a qualquer momento e em pequenas quantidades, para o suprimento das necessidades básicas e imediatas – alimentos e remédios – deixou de existir. A criação de caprinos, com a Lei do Bode, tornou-se inviável.


A Magnesita S.A. modernizou-se, ingressou na era da qualidade total, adquirindo o status de excelência de produção e administração. Com essa reengenharia administrativa, reduziu o número de funcionários e terceirizou vários setores. Com esse processo, os salários dos funcionários foram achatados, e algumas conquistas sindicais desprezadas – esse é o preço da globalização imposta pelo neoliberalismo.


O poder público não tem dado a devida atenção ao município de Brumado, produtor de riquezas e significativa contribuição com impostos arrecadados. Trata-se de um município com uma expressiva população com 57.176 habitantes (IBGE) e um colégio eleitoral de 24.443 mil votantes (dados de 1986) que está relegado a segundo plano, apesar do seu potencial de riqueza e expressão eleitoral.


Há de se pensar em um plano de diversificação de culturas, criação de ovinos e caprinos em regime semiconfinado, incentivo à bacia leiteira e à criação de gado selecionado adaptável à terra, implantação de um polo industrial, aproveitando-se as reservas minerais e o potencial agrícola da região, viabilização das festas populares e dos valores culturais do município e outros procedimentos que visem alavancar o progresso e o desenvolvimento da região. Tudo isso depende da contribuição do Governo com a contrapartida da prefeitura e as parcerias privadas para essa finalidade. Caso contrário, Brumado ficará conhecida apenas pelo slogan de “Capital do Minério” sem futuro e vivendo de recordações do passado.


A cidade de Brumado notabilizou-se politicamente por ser uma trincheira oposicionista. Isso lhe custou o descaso e a discriminação dos Governos situacionistas nesses anos de oposição, com exceção do Governador Roberto Santos, considerado o benfeitor de Brumado, o qual viabilizou a construção da barragem e da estrada Brumado/Conquista, a expansão da energia e da telefonia, dentre outros benefícios.


 A oposição baiana mostrou-se incompetente, ganhou a eleição de 1986 com ampla maioria de votos, elegendo governador Waldir Pires (PMDB) que após dois anos de governo o abandonou em favor de Nilo Coelho, para formar uma chapa com Ulisses Guimarães como presidente da República e ele vice-presidente com argumentos que não convenceram e terminaram em sétimo lugar. Finalmente a oposição não conseguiu fazer o sucessor.


Brumado está carente de uma Estação de Tratamento de Esgoto, de um anel viário para escoar o tráfego pesado do perímetro urbano, de um complexo policial, de um centro administrativo que abrigue as várias repartições do Estado, da solução cruciante da água, de fazer funcionar o hospital, dotando-o de meios imprescindíveis para tanto, enfim, das prioridades básicas, e o município não dispõe de recurso para executá-las.


Há, portanto, de se trabalhar no rumo que o povo deseja, que é o desenvolvimento do município e que, certamente, beneficiará a todos. 

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ANTÔNIO NOVAIS TORRES: BIOGRAFIA ZILDA LIMA NEVES

ANTÔNIO NOVAIS TORRES: BIOGRAFIA ZILDA LIMA NEVES
Antônio Novais Torres

Por Antônio Novais Torres



Ecoou na Fazenda Casa Nova, distrito de Itaquaraí, município de Brumado, no dia 7 de agosto de 1923, o vagido de Zilda Lima Santos, nome que lhe foi atribuído pelos seus pais Fidelcino Augusto dos Santos (18-06-1874/19-04-1944) e Cecília de Lima Santos (22-11-1877/15-07-1965). Eram seus irmãos: Marcelino, Georgina (Nenzinha), Manuel, Celsina, Gumercindo, Agenor, José, Maria (morreu pouco depois de nascida), Euvaldo e Guimar Lima Santos. Pais e irmãos de Zilda estão sepultados no cemitério municipal Senhor do Bonfim, exceto a irmã Georgina que foi sepultada em Santo Antônio de Jesus/BA, onde residia. Zilda teve uma infância feliz. Morava na fazenda Sítio São José (Brumado). Viveu num lar em que imperava o amor, elo de uma convivência pacífica entre todos os familiares. Isso lhe deu segurança na formação da sua personalidade, tendo sempre como espelho a honestidade e o caráter de seus pais, cujo exemplo influenciou a sua vida e fê-la acreditar nos valores morais, éticos e sociais que a convivência exige.

Por Antônio Novais Torres


Ecoou na Fazenda Casa Nova, distrito de Itaquaraí, município de Brumado, no dia 7 de agosto de 1923, o vagido de Zilda Lima Santos, nome que lhe foi atribuído pelos seus pais Fidelcino Augusto dos Santos (18-06-1874/19-04-1944) e Cecília de Lima Santos (22-11-1877/15-07-1965). Eram seus irmãos: Marcelino, Georgina (Nenzinha), Manuel, Celsina, Gumercindo, Agenor, José, Maria (morreu pouco depois de nascida), Euvaldo e Guimar Lima Santos.

 

Pais e irmãos de Zilda estão sepultados no cemitério municipal Senhor do Bonfim, exceto a irmã Georgina que foi sepultada em Santo Antônio de Jesus/BA, onde residia.

 

Zilda teve uma infância feliz. Morava na fazenda Sítio São José (Brumado). Viveu num lar em que imperava o amor, elo de uma convivência pacífica entre todos os familiares. Isso lhe deu segurança na formação da sua personalidade, tendo sempre como espelho a honestidade e o caráter de seus pais, cujo exemplo influenciou a sua vida e fê-la acreditar nos valores morais, éticos e sociais que a convivência exige.

 

Zilda relata que sempre gostou de pessoas idosas e tinha uma admiração especial por seu avô paterno, Juvenciano Alves dos Santos, com quem manteve uma interação afetiva muito grande.

 

Desde pequena, ela manifestou grande interesse pelos estudos. Aos sete anos, foi estudar em Itaquaraí, com a professora leiga, Palmira Martins, que viera de Rio de Contas, porém só ficou em Itaquaraí por três meses.

 

No ano seguinte, foi estudar em Caetité e ficou hospedada na residência do casal Aníbal Antunes Teixeira e Dona Ina Prisco Teixeira. Estudou o primeiro ano primário com a professora Judith Moreira da Cunha e o segundo, com estagiárias na escola anexa à Escola Normal. Com o Professor Santana, estudou um ano, o qual lhe ensinou assuntos com um programa abrangente, superior ao que se ensinava no programa da escola primária convencional.

 

Ao final daquele ano, fez curso preparatório com o professor Alfredo Silvão, para submeter-se ao exame de admissão à Escola Normal Rural. Aprovada, cursou quatro anos. Durante este período, frequentou o colégio de freiras espanholas como pensionista. Não terminou o curso porque seu pai resolveu retirá-la da escola. Deixou os estudos com muito desgosto, pois teve a sua finalidade subtraída. Zilda foi uma aluna exemplar, gostava muito de leitura, sempre buscando conhecimentos e informações úteis ao seu desempenho educacional. Naquela época, a formação de professores era de cinco anos: dois no curso fundamental e três no curso Normal.

 

Casou-se com Arthur Alves Neves em 07 de agosto de 1946, dia em que completou 23 anos de idade, quando passou a assinar Zilda Lima Neves. O casamento civil foi oficiado pelo juiz Duarte Moniz Aragão – o primeiro juiz de Brumado Comarca – e, na mesma data, realizou-se também o casamento religioso celebrado pelo padre Antônio da Silveira Fagundes. Após seis anos de matrimônio, o casal foi residir na cidade de Caculé/BA.

 

Em Caculé, foi instalado um colégio onde se cursavam quatro anos de ginásio, um ano de curso intermediário e mais dois anos pedagógicos para a formação de professores. Como Zilda havia cursado quatro anos na Escola Normal de Caetité, esse período equivaleu ao ginásio. Apesar da discordância do marido, ela decidiu fazer o curso.

 

O diretor do Colégio Norberto Fernandes, Dr. Vespasiano José da Silva Filho, fez a matrícula de Zilda condicionalmente, a qual foi efetivada pelo Superintendente do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Concluídos os três anos para a formação de professor, submeteu-se a concurso com essa finalidade e efetivou a sua nomeação de professora primária interina nomeada. Em 1963, foi ensinar no grupo escolar Antonio Muniz, no bairro Caculezinho, em Caculé/BA.

 

Transferiu-se para Brumado em 1964, onde ensinou pela rede estadual e foi efetivada através de concurso que prestou em Caetité, em fevereiro de 1968. Ensinou por um ano em uma escola isolada no bairro São Félix, depois no Ginásio General Nelson de Melo e numa escola onde funcionava a antiga usina de algodão, que posteriormente passou a chamar-se escola Monsenhor Antônio Silveira Fagundes (desativada), a qual deu lugar à construção do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS.

 

Trabalhou na Secretaria de Educação do Município, como coordenadora do Ensino primário. Fez vários cursos de atualização, cursos presenciais e a distância, recebendo certificado de todos eles.

 

Durante 30 anos, lecionou no colégio Estadual de Brumado (CEB), ministrando aulas para os alunos do magistério.

 

 Trabalhou ao longo de 27 anos nas escolas Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes (primário), Dr. Juracy Pires Gomes (supletivo à noite) e Centro Educacional Maria Nilza Azevedo Silva (CEMNAS), por quatro anos.

 

Aposentou-se pelo primário em 1991 e, em 1993, encerrou a sua carreira no CEB como professora de Língua Portuguesa. Quando se aposentou, recebeu homenagens das colegas professoras e de alunos, que a emocionaram pelo carinho e elogios recebidos.

 

O reconhecimento ao seu trabalho, sua dedicação ao ensino, sua competência e a diversificação de conhecimentos e de conteúdo renderam-lhe diversas homenagens, dentre as quais enumeramos algumas:

 

I – A poetisa Clarice Morais dedicou a Dona Zilda a linda poesia:

 

Como renasce uma flor...

 

Abre-se/para a vida,/sorri,/exibe a roupagem,/mostra o colorido,/e diz ser o abrigo/do orvalho/que logo vai cair!//Balança/ao vento,/feito criança,/na roda gigante/de um parque infantil! //Fecha-se/ para a vida,/apaga o sorriso,/veste-lhe por inteiro,/o orvalho brilhante,/que também/sustenta-lhe a vida...//Faz frio/ e já é noite.../ Despencou do galho/e na solidão do jardim/caiu... Sem cor,/ orvalhada apenas,/e ninguém viu!//Virou adubo,/e logo vai produzir.../Pois outra flor/renascerá/neste ou naquele galho,/mesmo sabendo/que logo vai partir!

 

.........................................................................................................................

 

Assim tem sido/a vida da gente.../Mestres do passado,/cedendo seus espaços,/praque outras pessoas/possam existir!// “Tia Zilda” vem passando/por nossa vida,/e não terá nunca/ a vida efêmera de uma flor.../Ela se fez firme/no galho da sabedoria,/Venceu o tempo,/produziu frutos,/a exemplo de quem agora/canta estes versos,/pra dizer/que em meio a tantas /outras flores,/ela continua/a existir!//E com ela,/outros haverão de aprender,/até a distinguir/- a hora da tristeza,/ - e a hora da alegria,/ pois quem foi/sempre será,/assim uma música/já dizia.../Daí a certeza, ao afirmar agora,/que ela será/hoje, amanhã e sempre,/o alicerce,/a base,/ a sabedoria,/ a experiência.../E poderá até balançar/contra as intempéries da vida,/e a ventania,/pois quem tem uma vida/de luta,/de trabalho,/de força/e de amor,/vai estar sempre/em sintonia,/com a vida de qualquer/flor,/compondo qualquer sinfonia.../ Pois sua vida/ tem sido paz/, de querer,/de harmonia!

 

II – A então Secretária de Educação Filomena Azevedo Leite, em comum acordo com o então prefeito Edmundo Pereira Santos, homenageou-a, dando o seu nome a uma escola na sede do município, o que a deixou muito honrada e feliz. Esse fato a incentivou a retribuir a homenagem por meio de doação de livros avulsos e enciclopédia à escola que recebeu o seu nome;

 

III – Certificado de homenagem pelo Rotary Club;

 

IV – A aluna Creuza da Silva (Quêu), em 13-12-1953, discorreu sobre as qualidades e a competência da mestra, quando disse: “Você é uma pessoa que possui a paciência, ou seja, a virtude muito bela e sucessível de transformar corações e moldar personalidades”, entre outras colocações;

 

V – A professora Filomena (Mena) traçou o perfil de Dona Zilda, ressaltando suas qualidades de educadora, da sua vida profissional e o seu devotamento à educação. “Eis aqui uma educadora que abriu portas de sua vida profissional aos ventos da mudança. Eis aqui uma educadora sem medo de enfrentar desafios e obstáculos, de adentrar áreas não experimentadas. Eis aqui uma educadora que adentrou o novo. Eis, em suma, uma educadora que acredita em si mesma e essa crença é a linha mestra do viver plenamente”. Por tudo isso, homenageia-a com o reconhecimento à educadora exemplar, fonte de inspiração e do saber.

 

Apesar de ter convivido com freiras da religião católica, sempre procurou maiores esclarecimentos sobre as questões religiosas, pois em sua mente havia muitas dúvidas sobre a filosofia da vida. Hoje, por encontrar explicações e respostas para as suas dúvidas e problemas existenciais, ela professa a Doutrina Espírita Cristã, seguindo as orientações de Allan Kardec: "Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade". "Todos os Espíritos estão destinados à perfeição, e Deus lhes fornece as maneiras de alcançá-la por meio da reencarnação". "Fora da caridade não há salvação".

 

Zilda é viúva de Arthur Alves Neves, falecido em 11-08-1995, no hospital São Vicente, em Vitória da Conquista e sepultado no cemitério municipal Santa Inês, em Brumado. Viveu com o cônjuge durante 49 anos e reside em Brumado, com seu filho do coração, adotado desde os oito meses de idade, de prenome Alexandre.

 

Zilda Neves fez uma análise retrospectiva de si própria: “Fui uma criança reservada com estranhos, mas sempre gostei de brincar, dançar e cantar. Sempre fiz parte nas apresentações teatrais que as freiras promoviam no colégio.

 

 Interrompi meus estudos na adolescência, continuando-os depois de casada. Fiz o curso pedagógico de nível médio. Formei-me em professora primária. Fiz concurso e lecionei, durante 32 anos, nos cursos fundamental (primário) e médio (segundo grau), cooperando com jovens que desejavam fazer magistério para ensinar no primário. Essa foi a melhor época da minha vida, encontrei alunos dedicados tanto aos estudos quanto à minha pessoa. Aposentei-me e logo em seguida faleceu o meu marido Arthur. Faz-me companhia meu filho Alexandre, que adotei legalmente com 8 meses de idade. Sou uma pessoa simples, gosto muito de ler e de aprender coisas novas. Não sou preconceituosa, graças a Deus. Procuro colocar sempre meu cérebro para trabalhar. Quando lecionava no Colégio Estadual de Brumado – CEB, viajei a muitas cidades para fazer cursos de especialização, a fim de acompanhar os programas de ensino da época. Fiz também cursos a distância nas cidades de São Paulo e Brasília”.

 

Finalizou seus depoimentos dizendo: “Apesar da viuvez, a vida continua. Não sou uma pessoa triste, gosto de uma boa conversa e ainda danço, uma das minhas predileções, no Clube da Terceira Idade e no CEAB (Clube de Educadores Aposentados de Brumado). Gosto de pessoas sinceras. Gosto de animais, de preferência gatos, divirto-me com o computador, faço tricô, crochê e leio muito. É assim que levo a vida”.

 

Os dados para compor esta biografia foram fornecidos pela professora Zilda Lima Neves, a quem agradecemos a colaboração.

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BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO

BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO
Antonio Novais Torres - Foto: Wilker Porto | Brumado Agora

Por Antônio Novais Torres 

Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos. Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.

Por Antônio Novais Torres


Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos.


Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.


Percorreu várias cidades (principalmente dos estados de MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia, onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.


Maria Roza dos Santos era natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida Maria dos Santos. Viúva de Cassiano, contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barreto. Casaram-se em Caetité, quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barreto. Ela era proprietária de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos: Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953), Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).


Aficionado pelo futebol, foi um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, e fundador do Clube Santa Cruz que defendia o Bairro “Tanque do Governo”, sendo ele o presidente da agremiação.


Elegeu-se vereador em Brumado pela ARENA, em novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967 a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até 1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de fevereiro de 1969.


Sua atividade parlamentar foi intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barreto no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado; foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza (Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.


 Fez críticas à administração do prefeito Juracy Pires Gomes que rebateu os argumentos do vereador e teve apoio de toda a sua bancada; sugeriu, com o apoio dos colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.


O Centro Espírita Fraternidade (CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de Brumado-Ba. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barreto. A entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do espiritismo em Brumado.


O Centro Educacional Divaldo Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor Albertino Marques Barreto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita Albertino Marques Barreto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.


Ele foi um dos fundadores do Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser funcionário registrado na instituição, era um voluntário.


Albertino Marques Barreto cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto, simples e de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.


Parece ter sido o único comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população, erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”. Essa era a visão deturpada por meio da qual se conceituava o comunismo.


O preito ao Sr. Albertino estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barreto Spínola Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.


Albertino faleceu em 19-09-1983, com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo. Foi enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Maria Roza dos Santos Barreto faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barreto.


Antonio Novais Torres

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ARTIGO: EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA 'ANTÔNIO TORRES'

ARTIGO: EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA 'ANTÔNIO TORRES'
Foto: getty images

Por Antônio Novais Torres



A educação é um comportamento social que não se aprende na escola. É uma atitude de polidez, de cortesia e bons costumes oriundos da paternidade, que se refletem na sociedade. É um bem de raiz e se diz, com relação ao educado, que a educação vem de berço e é complementada com a instrução. A instrução baseia-se na capacidade e no conhecimento adquirido pelo desenvolvimento intelectual recebido na escola, através da leitura e dos livros. O saber da intelectualidade passa, necessariamente, pela escola, pela universidade e pela consequente formação profissional. Daí se dizer que muita gente formada são pessoas grossas, deseducadas, descorteses e arrogantes, têm instrução, mas não é têm educação.

Por Antônio Novais Torres


A educação é um comportamento social que não se aprende na escola. É uma atitude de polidez, de cortesia e bons costumes oriundos da paternidade, que se refletem na sociedade. É um bem de raiz e se diz, com relação ao educado, que a educação vem de berço e é complementada com a instrução.


A instrução baseia-se na capacidade e no conhecimento adquirido pelo desenvolvimento intelectual recebido na escola, através da leitura e dos livros. O saber da intelectualidade passa, necessariamente, pela escola, pela universidade e pela consequente formação profissional. Daí se dizer que muita gente formada são pessoas grossas, deseducadas, descorteses e arrogantes, têm instrução, mas não é têm educação.


Na infância, minha mãe, professora leiga muito dedicada e competente, ainda que recebesse salário vil (o descaso não é de hoje), nem por isso foi omissa. Ensinava-nos que criança deve respeitar e obedecer aos mais velhos, não se intrometer em conversa de adultos nem interpelá-los, pedir licença ao transitar entre pessoas que conversam, cumprimentar a todos, ser leal aos amigos e colegas, nos transportes, dar o lugar de assento para as pessoas idosas e mulheres grávidas. Tudo isso parece cafonice que a modernidade pratica nos dias de hoje, infelizmente, por falta de educação de berço, ou alegam que os direitos são iguais. Esse procedimento, porém, não convence.


A título de exemplo, vou contar um fato que tem a ver com educação. Uma professora que assistia a uma exposição de motivos para a venda de material didático, num gesto deselegante, retirou-se do ambiente aos gritos, alegando que o valor do material apresentado para venda era superior ao seu salário, que não contasse com a sua anuência. Atitude que não condiz com a sua formação.


Ao reclamar do salário, o professor, aliás, toda a classe – pois está com o estipêndio abaixo do valor ideal, portanto desvalorizando o professor – deve lutar para reverter essa situação de desprestígio e cobrar do governo maior atenção a quem produz inteligências.


Nenhum professor apresentou-se como candidato nas eleições da época, em Brumado. Onde está a participação política da categoria? Se querem mudar algo, que se apresentem, não se omitam, participem. Martin Luther King disse que ele tinha um sonho, e Lenine disse que não é proibido sonhar, mas para se tornar realidade esse sonho é preciso lutar. Todos aqueles que lutam com amor, com decisão e persistência como dever de honra serão reconhecidos até mesmo após a morte.


Não fazer nada, alegando que tudo está perdido, que a luta de classe é dar murro em ponta de faca não convence, pois esse é um refrão dos acomodados e dos omissos. A luta pelo ideal deve ser um compromisso de todos para ser vitoriosa. “Antes tarde do que nunca”.


O educador tem o dever, como formador de opinião, de lutar para reverter esse quadro de descaso vergonhoso para com a categoria, elegendo políticos que estejam comprometidos com o setor educacional, porque a educação é a salvação do país. “A esperança é a última que morre”.


Chega de analfabetismo, chega de falta de moradia, chega de falta de cuidados com a saúde, chega de indiferença e de vergonha na cara de políticos corruptos. O povo não tem mais em quem acreditar. O descrédito chegou a tal ponto que parece ter-se acostumado com a falta e a leniência da justiça, do comprometimento da sua moralidade, da sua honorabilidade face à corrupção perpetrada por membros corruptos do poder que se aproveitam do cargo para praticar a ilicitude, malversando o dinheiro público conforme tem noticiado a mídia nacional.


O caminho para a valorização do professor são, sem dúvidas, salários condignos, boas condições de trabalho e melhores oportunidades tecnológicas ao seu alcance. É por esse rumo que se vislumbra um porvir de trabalho estribado no bem-estar da classe. Ressalte-se que essa condição só surtirá efeito se souberem escolher governantes comprometidos com o setor educacional. Fiquem Alerta! 

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ARTIGO ANTONIO TORRES: O SABER

ARTIGO ANTONIO TORRES: O SABER

O SABER - Por Antonio Novais Torres 



Disse o poeta Castro Alves em um de seus versos do poema O livro e a América: “Oh! Bendito o que semeia/Livros... Livros à mão cheia.../E manda o povo pensar!/O livro caindo n'alma/É germe – que faz a palma,/É chuva – que faz o mar”. Esse é o objetivo da Secretaria de Educação, a cargo da professora Filomena Azevedo Leite, expresso na inauguração das reformas da biblioteca Jarbas Passarinho, ocorrida hoje, 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Filomena enfatizou, em seu pronunciamento, a criação do círculo de estudos de professores com o propósito de incentivá-los ao hábito e gosto pela leitura, com a intenção de formar e valorizar os docentes, capacitando-os para serem exemplos para seus alunos nessa arte salutar de adquirir conhecimentos e enriquecimentos culturais. Iniciativas como essa, que partem de uma professora comprometida com a educação e o ensino, merecem aplausos e incentivos de todos, porquanto o trabalho e o talento das pessoas serão reconhecidos e, certamente, recompensados pela satisfação do dever cumprido.

O SABER - Por Antonio Novais Torres 



Disse o poeta Castro Alves em um de seus versos do poema O livro e a América: “Oh! Bendito o que semeia/Livros... Livros à mão cheia.../E manda o povo pensar!/O livro caindo n'alma/É germe – que faz a palma,/É chuva – que faz o mar”. Esse é o objetivo da Secretaria de Educação, a cargo da professora Filomena Azevedo Leite, expresso na inauguração das reformas da biblioteca Jarbas Passarinho, ocorrida hoje, 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Filomena enfatizou, em seu pronunciamento, a criação do círculo de estudos de professores com o propósito de incentivá-los ao hábito e gosto pela leitura, com a intenção de formar e valorizar os docentes, capacitando-os para serem exemplos para seus alunos nessa arte salutar de adquirir conhecimentos e enriquecimentos culturais.


Iniciativas como essa, que partem de uma professora comprometida com a educação e o ensino, merecem aplausos e incentivos de todos, porquanto o trabalho e o talento das pessoas serão reconhecidos e, certamente, recompensados pela satisfação do dever cumprido.


Ensinar é um ato de amor à profissão e de altruísmo, tendo em vista os salários aviltados com um valor que não compensa o trabalho de uma profissão que forma inteligências e produz cérebros para a nação. Falta apoio dos governos, refiro-me aqui à educação pública do País, que tem inviabilizado a carreira desses abnegados profissionais, os quais conseguem sobreviver, apesar da degradação e do descaso por que passa a classe e, consequentemente, o ensino.


Há necessidade de mais bibliotecas com conteúdo satisfatório, despertando no estudante a vontade de adquirir instrução porque é o meio mais viável para o pobre adquirir conhecimentos.


Louvor para os poetas e declamadores que se apresentaram na cerimônia de inauguração, com o lirismo do mais puro sentimento de emoções pelo grupo PROLER, recitando versos de Fernando Pessoa – Autopsicografia “O poeta é um fingidor./Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente.” Parabéns ao jovem aedo Marcos Lima que se inicia na arte de versejar, e que essa inteligência seja das mais fecundas, lúcidas e produtivas, para gáudio de seus conterrâneos.


O poder público, na pessoa do também poeta e prefeito Geraldo Azevedo, disponibilizou os meios para a realização desse evento cultural que lhe diz respeito e a todos que amam essa arte providencial do saber. Investir em cultura e arte são sinais de inteligência, pois sem educação e instrução não haverá desenvolvimento e progresso. Esse é o caminho sugerido.


Oh! Bendito o que semeia


Livros... livros à mão cheia...


E manda o povo pensar!


O livro caindo n'alma


É germe – que faz a palma,


É chuva – que faz o mar.

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ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA ABIAS DOS SANTOS AZEVEDO

ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA ABIAS DOS SANTOS AZEVEDO

BIOGRAFIA E HOMENAGEM PÓSTUMA

*11-10-1896 †16-07-1978

 

Abias dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, no dia 11 de outubro de 1896. Era filho do Major Casemiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Ele descende de Ibiassucê, antigo São Sebastião do Cisco, distrito de Caculé. Ela tem origem no distrito de Itaquaraí, pertencente ao município de Brumado. De uma prole de 10 filhos, Abias é o segundo descendente do casal. São seus irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo. Casou-se com Alice Alves da Silva em Condeúba-BA, no dia 6 de novembro de 1918, perante o Juiz daquela Comarca, a qual, depois de casada, passou a assinar Alice Alves de Azevedo. Ela nasceu em 13/08/1902 e era filha do Capitão Sebastião Alves da Silva e de Idalina Alves da Silva. Dessa união, nasceram nove filhos: Euvaldo, Eulina, Maria, Mário, Ítala, Caio, Gilberto, Adir, e Solange dos Santos Azevedo.

BIOGRAFIA E HOMENAGEM PÓSTUMA

*11-10-1896

†16-07-1978

 

Abias dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, no dia 11 de outubro de 1896. Era filho do Major Casemiro Pinheiro de Azevedo e Filomena dos Santos Azevedo. Ele descende de Ibiassucê, antigo São Sebastião do Cisco, distrito de Caculé. Ela tem origem no distrito de Itaquaraí, pertencente ao município de Brumado.

 

De uma prole de 10 filhos, Abias é o segundo descendente do casal. São seus irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo.

 

Casou-se com Alice Alves da Silva em Condeúba-BA, no dia 6 de novembro de 1918, perante o Juiz daquela Comarca, a qual, depois de casada, passou a assinar Alice Alves de Azevedo. Ela nasceu em 13/08/1902 e era filha do Capitão Sebastião Alves da Silva e de Idalina Alves da Silva. Dessa união, nasceram nove filhos: Euvaldo, Eulina, Maria, Mário, Ítala, Caio, Gilberto, Adir, e Solange dos Santos Azevedo.

 

Firmaram residência na fazenda “Itamaraty” (que atualmente pertence ao município de Malhada de Pedras-BA), cujo proprietário atual é seu neto Adalberto Azevedo Pimentel.

 

Abias estudou em Brumado e concluiu apenas o curso primário. Conquanto se tratasse de um homem de pouco estudo, tinha tino comercial e visão altaneira. Amealhou patrimônio considerável. Era um grande empreendedor. Tinha várias propriedades, dentre as quais o ‘casarão dos Canguçus’, localizado na saída para Livramento de Nossa Senhora, hoje de propriedade de Newton Cardoso, o qual abriga o memorial Ápio Cardoso.

 

Sua carreira comercial teve início na loja de seu pai. Posteriormente abriu comércio próprio com a loja “Flor do Sertão”, em Malhada de Pedras e, em expansão, montou uma farmácia e um mercadinho.

 

Em 1955, mudou-se para Brumado, onde ampliou o seu comércio e abriu a loja “A Vencedora”, localizada na Praça Coronel Santos que hoje tem o nome do ex-prefeito e seu irmão Armindo dos Santos Azevedo. Ali ele vendia artigos de armarinho, tecidos e calçados.

 

Além de desenvolver outros comércios, tornou-se pecuarista, dedicando-se a compra e revende, cria e recria de gado. Proprietário de outras fazendas em cidades vizinhas, comprou a fazenda ‘Laete’,  na localidade Olhos D’água do Cruzeiro, em Jequi-BA, onde morou por seis anos.

 

Em seu retorno para Brumado, comprou a fazenda Tanque, do Sr. Manuel Pereira Santos (Seu Nem) e, por expansão da sede do município, a fazenda passou a pertencer à zona urbana. Então, instituiu, em julho de 1974, o loteamento dessa área, ao qual foi dado o nome de ‘Loteamento Fazenda do Tanque’, onde delimitou 90 lotes. Após a sua morte, em 1978, os herdeiros lotearam mais 261 glebas que denominaram de Loteamento Azevedo. Infelizmente o destino não permitiu a concretização de seu sonho.

 

Um dos lotes de propriedade da herdeira Ítala dos Santos Azevedo foi doado para a construção da Igreja Santa Rita de Cássia. A realização desse loteamento contribuiu consideravelmente para o crescimento e o progresso de Brumado, com construções diversas, o que deu um novo aspecto à cidade que tomou o impulso do desenvolvimento.

 

Por indicação do vereador Gonçalo Pedro da Silva, Abias dos Santos Azevedo ingressou na política em Brumado, em 1951. Elegeu-se vereador e foi indicado para ser o Presidente da Casa Legislativa, no governo do prefeito Manoel Joaquim Carvalho dos Santos (Dr. Nezinho), que governou no período de 1951 a 1955. Abias foi presidente do PSD e um dos fundadores do MDB brumadense, evento que se realizou em 15/07/1966. Politicamente, concorreu ao cargo de prefeito em oposição ao irmão Armindo dos Santos Azevedo, para quem perdeu a eleição. Embora divergentes políticos, mantinham a amizade e a união familiar.

 

A câmara de Vereadores de Brumado homenageou-o, nominando a praça onde está instalada a Casa Legislativa com o nome “Praça Abias dos Santos Azevedo”, situada no bairro do Hospital, pertencente ao loteamento Azevedo.

 

Nos finais de semana, Abias costumava caçar e pescar e se divertia jogando pôquer com os amigos Manoel Joaquim de Carvalho (Dr. Nezinho), Virgílio Vasconcelos, Nilamon Carvalho e outros.

 

Abias dos Santos Azevedo conviveu com sua esposa Alice Alves de Azevedo durante 60 anos e levaram uma vida matrimonial de muito amor, harmonia e compreensão. Ele deixou o exemplo de dignidade e honradez, orgulho para a sua família. Seus filhos relembram que o pai gostava de dançar. Levava a mulher e os filhos para as festas e, no carnaval, comprava os apetrechos da época, o que fazia a alegria da família. Eles relatam que Abias foi um excelente esposo, amoroso com a consorte e os filhos, cordial e educado com todos. Tratava-se de um grande homem, íntegro, pai exemplar, esposo fiel e atencioso. Homem honrado, de palavra. Um grande amigo.

 

Abias dos Santos Azevedo faleceu em 16 de julho de 1978, aos 82 anos de idade. Sua filha Solange, comovida, expressou: “Foi um grande homem. Um bom pai. Um bom esposo. Um grande amigo!”.

 

Antonio Novais Torres

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EDUCAÇÃO: USO DAS TECNOLOGIAS, CAMINHOS, ESCOLHAS E DESAFIOS

EDUCAÇÃO: USO DAS TECNOLOGIAS, CAMINHOS, ESCOLHAS E DESAFIOS

*Carlos Prates


Que a tecnologia chegou para ficar em nossas vidas e nas escolas, não há dúvida.  Por intermédio dos seus inúmeros benefícios, milhares de pessoas que estavam distantes dos grandes centros de ensino, passaram a ter a oportunidade de cursar uma faculdade, de forma presencial ou à distância. Vejamos algumas definições sobre o ensino e a aprendizagem usando as tecnologias: E-learning  - é o ensino eletrônico, não presencial, através da internet e outros meios de comunicação; Blended Learning ou B-learning é um derivado do E-learning e refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos conteúdos é transmitido em curso à distância, normalmente pela internet, entretanto inclui, necessariamente, situações presenciais, daí a origem da designação blended, algo misto ou combinado.

*Carlos Prates


Que a tecnologia chegou para ficar em nossas vidas e nas escolas, não há dúvida.  Por intermédio dos seus inúmeros benefícios, milhares de pessoas que estavam distantes dos grandes centros de ensino, passaram a ter a oportunidade de cursar uma faculdade, de forma presencial ou à distância. Vejamos algumas definições sobre o ensino e a aprendizagem usando as tecnologias:

 

E-learning  - é o ensino eletrônico, não presencial, através da internet e outros meios de comunicação;

 

Blended Learning ou B-learning é um derivado do E-learning e refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos conteúdos é transmitido em curso à distância, normalmente pela internet, entretanto inclui, necessariamente, situações presenciais, daí a origem da designação blended, algo misto ou combinado.

 

Através de artigos e livros escritos por especialistas no assunto, bem como por experiência própria, tenho percebido que há mais dúvidas do que certezas sobre a eficácia dos novos meios de comunicação em sala de aula:

 

Qual a finalidade? Por que utilizar? Como utilizar? Quais os custos e benefícios? Quais as principais oportunidades e ameaças?

 

Os professores e os alunos devem estar cientes de que as tecnologias, somente,  não fazem mágicas e muito menos milagres. Após o fascínio inicial, todos os envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem devem se esforçar para aprenderem mutuamente.

 

A esse respeito o mestre Paulo Freire afirmou: "Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil, porque estudar pressupõe criar, recriar e não  apenas repetir o que os outros dizem ... estudar é um dever revolucionário”.

 

A tecnologia é uma parte do processo e deve estar em sintonia com as demais:  talento do professor; apoio da secretaria de educação e os gestores das escolas; envolvimento da família, e, principalmente, vontade e determinação dos alunos para estudar e aprender.

 

Outra questão pertinente é: o que faço com as informações? Hoje nós temos inúmeras informações e obtidas facilmente, que fica difícil avaliar quais as verdadeiras (ou mais próximas da verdade) e os autores das mesmas. 

 

Vale a apena os professores e alunos fazerem alguns sábios questionamentos: de que maneira as informações melhorarão a vida pessoal e profissional dos envolvidos?  como faço para aprender por conta própria e  à distância? entendo o que leio? sei fazer conexões das informações para a minha vida cotidiana e para o desenvolvimento da minha inteligência?

 

Tenho percebido que um dos maiores obstáculos para o aprendizado é a pouca capacidade de comunicação e de entendimento entre professores e alunos. Muitos se comunicam de forma inadequada, têm enormes dificuldades com o português e são tímidos. Para esse grupo, os obstáculos constatados nas aulas presenciais podem se potencializar no processo de ensino e de aprendizagem através das tecnologias.

 

Um ótimo exemplo de sucesso sobre a metodologia de ensino à distância é do professor Salman  Khan. Ele tem milhões de alunos ao redor do mundo e as suas aulas estão disponíveis gratuitamente e 24 horas por dia. No site www.fundacaolemann.org.br você poderá assisti-las, dubladas em português. Os fatores que mais contribuem para o seu sucesso são a metodologia simples, direta e o desejo do aluno para aprender.

 

Por último, cabe ressaltar que somente o amor, dedicação, paciência, criatividade e visão de equipe dos professores, alunos, pais e diretores serão capazes de potencializar o processo de ensino e de aprendizagem, utilizando todas as vantagens das tecnologias existentes e as que serão criadas. Caso contrário, assistiremos o lado sombrio da tecnologia preponderando sobre o ensino e servindo apenas de fuga para os que não desejam estudar ou ensinar. Somente o futuro nos dirá se teremos mais vantagens ou desvantagens no uso das tecnologias em sala de aula.

 

*Professor e escritor. www.ibahia.com (Blog de Empregos).

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ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA DO PADRE ZÉ DIAS

ANTONIO TORRES: BIOGRAFIA DO PADRE ZÉ DIAS
Antonio Novais Torres - Foto: Wilker Porto | Brumado Agora

Por Antonio Novais Torres

 

O Padre José Dias Ribeiro da Silva – conhecido como Padre Zé Dias − nasceu em freguesia de Longos, concelho de Guimarães e distrito de Braga, em Portugal, no dia 20/12/1880. Era filho de José Maria Ribeiro e Joana Rosa da Cunha, portugueses, ambos falecidos em Portugal. Eram seus irmãos: Manoel, João, Antonio, Luiz, Angelina, Domingos e Roza. No Consulado Português, em Salvador/BA, constam os seguintes dados, com referência ao Padre Zé Dias: “Inscrito sob o nº. 2931, em 23 de agosto de 1934. Natural de Portugal; estatura regular; cabelos brancos; rosto oval; cor natural; profissão sacerdote e a última residência em Portugal: Freguesia de Longos. E com residência no Brasil em Bom Jesus dos Meiras”.

Por Antonio Novais Torres

 

O Padre José Dias Ribeiro da Silva – conhecido como Padre Zé Dias − nasceu em freguesia de Longos, concelho de Guimarães e distrito de Braga, em Portugal, no dia 20/12/1880. Era filho de José Maria Ribeiro e Joana Rosa da Cunha, portugueses, ambos falecidos em Portugal. Eram seus irmãos: Manoel, João, Antonio, Luiz, Angelina, Domingos e Roza.

 

No Consulado Português, em Salvador/BA, constam os seguintes dados, com referência ao Padre Zé Dias: “Inscrito sob o nº. 2931, em 23 de agosto de 1934. Natural de Portugal; estatura regular; cabelos brancos; rosto oval; cor natural; profissão sacerdote e a última residência em Portugal: Freguesia de Longos. E com residência no Brasil em Bom Jesus dos Meiras”.

 

Segundo os familiares, o padre Zé Dias veio para o Brasil motivado pela perseguição aos que pertenciam à Igreja, por se colocar a favor da monarquia. Passou pela Espanha e embarcou como cidadão comum com destino ao Rio de Janeiro, onde já se encontravam os irmãos Antonio e Luiz que trabalhavam em uma farmácia de nome Granada.

 

Em seguida, proveniente do Rio de Janeiro, chegou a Salvador em 27 de outubro de 1912, com 32 anos de idade. Como ele veio de navio, transporte da época, não se sabe se ele permanecera algum tempo no Rio de Janeiro, ou se veio logo para Salvador. Fato é que assumiu a Paróquia do Bom Jesus em dezembro de 1912. Aqui visitou inúmeras localidades que estavam sob a jurisdição da Igreja. Fazia casamentos, batizados e celebrava missas, cumprindo o seu papel de evangelizador: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc, 16.15). As visitas às freguesias eram feitas no lombo de burros cuja tropa pertencia ao padre.

 

Luiz, seu irmão, era o sacristão e o sineiro da Igreja. Sobre ele existem muitas piadas. Uma delas é a de que acompanhava o irmão para a celebração de missa em determinado distrito e, ao saltar para atender a necessidade fisiológica, o burro mudou de posição. O sacristão montou no animal, tocou viagem e nada de alcançar o sacerdote. Ao deparar-se com a cidade, exclamou: “Que lugar parecido com Brumado!”, até se conscientizar de que realmente estava na cidade de origem.

 

O padre era um homem diligente. Em 08 de abril de 1917, promoveu a instalação da Associação das Almas do Purgatório.

 

Construiu a sua casa ao lado da Igreja e plantou um coqueiro (1917) na lateral direita da Igreja, em frente à sua residência. Essa casa passou do padre José Dias para Luiz Ribeiro Dias, por herança. Posteriormente, para Idalina Pereira da Costa, esposa deste, que a alugou para a Magnesita S.A. instalar ali o seu escritório. Depois o imóvel foi locado para o Sr. Cantídio Trindade que o sublocou ao Sr. Álvaro Aurélio Dantas e Sra. Gerolina Viana Dantas, Dona Sinhá, os quais se estabeleceram ali, com o Hotel Brasília, que funcionou por 13 anos, até 1973. O imóvel finalmente foi vendido por Idalina ao Banco do Brasil, onde hoje está instalada sua agência de Brumado.

 

O padre plantava videiras em terreno de sua casa e fabricava vinhos tanto para o uso particular quanto para a Eucaristia, utilizando as técnicas e os conhecimentos adquiridos em Portugal. As parreiras eram irrigadas com água de uma cisterna construída pelo padre que tinha um pequeno alambique e aproveitava o bagaço das uvas para fazer cachaça.

 

Construiu uma ponte de madeira com corrimão e pilares de sustentação de argamassa feita com cal e óleo de baleia. Essa ponte, conhecida como ponte do Padre Zé Dias, permitia acesso da cidade para o Bairro do São Felix e vice-versa. Mandou construir as torres da igreja e as cruzes de ferro, assim como os anjos, que se movem com a força do vento.

 

Comprou um Ford-29 e contratou como chofer Aristides Catarino (Tidinho) e posteriormente Laudelino que exercia os ofícios de chofer e mecânico. Possuía um relógio que marcava as distâncias, uma novidade para o povo da época. Possuía várias fazendas: Franga, Santa Luzia e Serra, com muita água, e a localidade chamada Pasto da Grama, além de casas e outros bens e fazia também plantações de café.

 

Criou a sobrinha Maria do Carmo Costa Ribeiro, apelidada de Nininha, filha de Idalina e Luiz e mandou-a estudar em Salvador (1 ano) e depois em Caetité, porém não se formou.

 

Foi designado intendente para o período de 1934-1938, porém veio a falecer antes de completar o mandato. Em sua gestão, instalou-se aqui uma usina de beneficiamento de algodão.

 

Em 13 de dezembro de 1937, faleceu o padre Zé Dias, com 57 anos, na vila de Brumado, antiga Bom Jesus dos Meiras, comarca de Ituassú (hoje com a grafia modificada para Ituaçu). José Costa Ribeiro, sobrinho e declarante, exibiu o atestado do Dr. Brand Lima que declarou que o padre falecera na Rua da Matriz, em casa de sua propriedade, em consequência de Edema Pulmonar e Insuficiência Cardíaca. Seu corpo está sepultado na Igreja Matriz.

 

Com o falecimento do padre, no inventário, as fazendas ficaram para os herdeiros moradores em Portugal, as quais, através do procurador Waldemar Torres, foram vendidas para a Magnesita S.A.

 

Em homenagem ao padre Zé Dias, nominou-se um logradouro no bairro São Félix e, recentemente, em 6 de julho de 2012, o Município estendeu essa homenagem e inaugurou a praça que denominou de ‘Praça Padre José Dias’  com urbanização e uma área iluminada que dão uma aparência de modernidade ao local.

 

O padre Zé Dias permaneceu na Igreja do Bom Jesus entre 1912 e 1937, portanto 25 anos de catequese e práticas religiosas. Ao padre Zé Dias antecedeu o vigário Jayme Oliva e sucederam-no Frei Pedro Thomaz Margalho da O.C. – Ordem dos Carmelitas – (espanhola) e posteriormente, em 1939, assume a paróquia o padre Antonio Silveira Fagundes, que recebeu o título de Monsenhor e ficou até os dias do seu falecimento.

 

Ressalte-se que a Igreja Matriz de Brumado data de 1878. Apesar de o primeiro livro de registro de batismos datar de 1873, na ata da primeira sessão da Câmara Municipal da Vila de Bom Jesus dos Meiras, em 13 de fevereiro de 1878, relata o seguinte: “Eu, Antonio Ladislau de Figueredo Rocha, vice-presidente da Província da Bahia, faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa decretou, e eu sancionei a lei seguinte...” E passa o vice-presidente a descrever a Lei que autorizou a construção, a pedido dos habitantes locais, da 1ª Igreja Matriz de Bom Jesus dos Meiras.

 

 A Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus sofreu várias reformas: em 1940, em 1989, esta realizada por Newton Cardoso, quando foi trocado o piso, fez-se nova pintura, colocaram-se ventiladores e forro. Em 2001, fez-se uma reforma geral com grandes modificações, tendo à frente o Padre Osvaldino Alves Barbosa, Pe. Dino, sob a coordenação dos membros Maria Sônia Meira Gomes, Ophelia RochaTorres Leite, Clemilton Viana Silva, Idenor Silveira Amorim, Miguel Lima Dias, Hosannah Cotrim Rizério, Marízia Eny Viana Dantas e Ir. Eli Nascimento Reis, com a colaboração de membros do comércio e de católicos. Modernizaram-na e ela representa o cartão postal de Brumado pela sua beleza interna, proporcionando conforto aos fiéis e conservando externamente a arquitetura secular que a torna mais bela, promovendo a autoestima e o orgulho dos católicos brumadenses.

 

 

Antonio Novais Torres

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