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Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles

Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Nascido em 06 de novembro de 1933, na cidade de Caetité, o entrevistado de hoje do Café com o Brumado Agora é o Promotor Sidney Joaquim Meirelles. Titulado cidadão brumadense, o filho de Antônio Meirelles e Laura Santos Meirelles  escolheu Brumado como sua segunda terra natal. Conta em nossa entrevista que seus pais, seguindo a frase “Deus é bom”, deu nome a cada um dos filhos priorizando a inicial que formaria a frase, são eles: Dagmar,  Enir, Ubaldo, Sidney, Edson, Bernadete e Osmar Mariano. Casou-se  com  a professora  Maria José Ramalho de Meirelles com quem teve os filhos: Regina Maria , Antônio Neto, Ataualba  e Laura Maria, que constituíram família e lhes deram os netos:  Marcelo, Aniê,  Ataualba Filho, Sidney Neto, Leonardo, Ianka , Catarina, Davi e Maria Sol. Em uma entrevista leve e descontraída, realizada no sítio da família, o  Promotor Sidney Joaquim Meirelles conta um pouco da sua história.


Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora - Quais foram as primeiras atividades realizadas pelo senhor? Como chegou ao Ministério Público?


Sidney Meirelles – Quando estudante em Salvador via a dificuldade do meu pai em nos manter e direcionar para os estudos. Pelos esforços dele, eu tinha uma vontade imensa de trabalhar. Consegui com muito sacrifício um emprego como Revisor de Serviços de Água e Esgoto, trabalho este que desempenhava em dois dias. Na verdade, era um trabalho que duraria 10 dias a ser feito na região a qual eu era designado, mas o fazia em dois para estudar (risos). O tempo que sobrava eu utilizava para estudar na Biblioteca. Neste emprego fiquei por cinco anos e meio. Depois de um tempo prestei vestibular para Direito, passei, e assim que me formei fui trabalhar em um escritório de advocacia. Na verdade eu não suportei este trabalho (risos) não era o que eu queria. Passei então a estudar muito e me submeti ao concurso do Ministério Público. Quando passei, a primeira comarca na qual trabalhei foi Brumado, no entanto, por alguns meses. Aqui me instalei na antiga Pensão de Dió, era engraçado, eu estudava até às 22 horas com luz elétrica, porque neste período só havia luz até esse horário, e depois sob a  luz de lamparina, fazia um calor insuportável (risos). Depois de Brumado fui para Condeúba, Urandi, Angical, Palmeiras, retornei a Brumado, e depois fui para Salvador, Lá me aposentei em 1988, trabalhando na área criminal.


Café com o Brumado Agora – Como foi o segundo período do senhor em Brumado? Quais foram as atividades aqui desempenhadas?


Sidney Meirelles – Bem, retornei a Brumado depois de passar por várias comarcas e aqui fiquei por 12 anos. Tenho Brumado como se fosse a minha terra natal. Muitos não sabem, mas tenho o título de cidadão brumadense, o qual recebi há 20 anos. Aqui, em 1976, assumi a presidência do Clube Social e Recreativo de Brumado. Relutei um pouco em assumir este cargo, mas queria ter mais contato com o povo. No clube, construí a primeira piscina e a quadra. Era uma alegria ver as pessoas se divertindo, foram dois anos na presidência. Também fui convidado e assumi, em 1968, o Colégio General Nelson de Melo, mantido pela Fundação Educacional de Brumado. Lembro que selecionava os mais disciplinados da turma e os colocava como líderes de turma (risos), era uma maneira de controlar os mais inquietos.Neste colégio, formamos muitos brumadenses, contribuímos para a educação de muitos que hoje são homens e mulheres de sucesso na cidade. Fundei, em parceria com Evan Azevedo, a Cooperativa Agropecuária de Brumado, onde realizamos inúmeras atividades. Construímos aqui também um sonho, Em 1975,, com muito sacrifício, a Escola Nossa Senhora de Fátima. Era um desejo da minha esposa [Maria José Ramalho de Meirelles] e não medi esforços para ajudá-la. Na época, tivemos dificuldades para consegui o terreno e quando conseguimos foi naquela área, a mesma na qual se encontra hoje, mas que era meio a um matagal. Diziam-nos: “vocês são loucos? Construindo uma escola no meio do mato?” (risos), eu respondia: “ para frente vamos” e hoje  a instituição está no centro da cidade e é tão conhecida pelos brumadenses.

Café com o Brumado Agora entrevista Sidney Joaquim Meirelles
Foto - Wilker Porto / Agora Sudoeste

Café com o Brumado Agora – Quais os momentos mais saudosos em Brumado?

Sidney Meirelles - Posso dizer com segurança que tive muitos momentos felizes aqui, a começar pelo nascimento dos meus filhos, com exceção da Laura e da Regina. Lembro também do período em que tive que sair da direção do Colégio General Nelson de Melo, para continuar na função,  teria que acumular funções no estado e tinha outro problema, eu estava atendendo a outras comarcas, estava trabalhando muito. Houve um momento que me recordo com alegria. Sempre lutei pelo projeto de desenvolvimento de Brumado, por isso, fiz uma correspondência endereçada ao Presidente da República, ao governador do estado e demais autoridades, em 1975, através do professor Joaquim Batista Neves, então chefe da Casa Cível do Governador Roberto Santos, solicitando a construção da pavimentação asfáltica da estrada de Vitória da Conquista para Brumado, a extensão da linha de transmissão de energia, além de dar a ordem para a construção da barragem do Rio do Antônio, pedidos de extrema importância para a cidade. Como promotor, exercendo a profissão, existiram momentos tristes e alegres, atuei em todas as áreas desde a trabalhista à eleitoral, e o que mais me marcou foi a situação na qual viviam os detentos, na antiga delegacia, uma situação lamentável. Ficava triste porque, mesmo desfigurados pelo crime, aqueles detentos eram pessoas e viviam em situação desumana.

Café com o Brumado Agora – Qual mudança, positiva ou negativa, observada pelo senhor, relativa a Brumado de anos atrás e atualmente?

Sidney Meirelles - Mudança gritante na segurança. Sinto falta do período de tranquilidade, de quando deixávamos os carros com os vidros abertos, com chave na ignição, as portas e janelas de casa abertas. Se por acaso esquecíamos algo na porta de casa, pela manhã estava no mesmo lugar. Vejam no que Brumado se tornou, todos os dias somos informados de roubos, violência, drogas, a nossa realidade é muito triste.

Café com o Brumado Agora - Qual mensagem o senhor gostaria de deixar aos brumadenses?

Sidney Meirelles – Lutem cada vez mais para o crescimento e desenvolvimento de Brumado. Desejo o melhor para todos os brumadenses, principalmente, mais segurança.

Fotos: Wilker Porto, Produção: Genival Moura e Reportagem: Janine Andrade.


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