Agora Sudoeste

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

ARTIGO ANTÔNIO NOVAIS TORRES: CONTRASTE

Por Antônio Novais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor. O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

Por AntônioNovais Torres

 

Milhões de pobres e esfomeados, milhões de analfabetos, salários aviltantes, políticos irresponsáveis, empresários corruptos, peculato cometido por funcionários públicos corrompidos e corruptores devido à ilicitude que campeia o país. Esse é, infelizmente, o retrato do Brasil dos degenerados que se multiplicam e se locupletam roubando da saúde, da educação e de outros órgãos em benefício próprio ou de parentes, conforme noticia a mídia. Contudo, o povo se apresenta alegre, sorriso estampado no rosto e samba nos pés, apesar da cabeça oca e do estômago vazio. São párias sociais que curtem a vida a seu modo. Sem saúde e sem educação de qualidade, sem infraestrutura adequada às necessidades da população, não há perspectivas de um porvir promissor.

 

 O Brasil é um país de povo festivo, receptivo e envolvente, de subsolo rico e de mananciais ecológicos invejáveis, de beleza natural não encontrada em nenhuma outra parte do mundo e por isso mesmo atrai turistas que querem conhecer as nossas maravilhas. Essa festa deixa os turistas estrangeiros surpresos e perplexos. Somente em um país em que o povo não leva nada a sério pode acontecer uma festa momesca desse porte por vários dias e ostenta grandes luxos com carros alegóricos e fantasias caríssimas, revelando umdualismo ante os problemas cruciais do País.

 

Apesar de pobres, foliões vivem essa ambição e procuram minimizar os seus sofrimentos e os inconvenientes da miséria com momentos embriagantes de alegria ao desfilarem na escola de samba do seu coração. É necessário que se analise essa realidade e se tenha a consciência de que essa festa pode produzir mais miséria por gastos incompatíveis, apenas para se apresentar na festa de Momo. Essas são as agruras da irresponsabilidade de muitos.

 

Toda essa parafernália momesca conta com o apoio dos governos e de empresários. Aqueles, com a sua aquiescência; estes, segundo se noticiam, com a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico e da contravenção do jogo do bicho, com os quais estão envolvidos financiam a pândega.

 

 Essa festa é uma contradição, pois acolhe as disparidades sociais dos seus adeptos. Muitos são pobres operários que se orgulham de participar de escolas de samba e poderem apresentar-se na avenida.

Na visão dos esteticistas, é um luxo que atrai turistas que se encantam com a criatividade, com as ideias e com o trabalho ornamental dos produtores do evento e, por toda essa engenhosidade. O entrudo é tradição nacional, tem cunho cultural e científico e artesanal nos seus temas e alegorias. Vale a pena se realizar Carnaval em detrimento de obras e serviços essenciais para a população?

 

E o povo? O povo viverá da política do pão e circo (panem et circenses). Essas pessoas humildes, de difícil situação financeira, vivem na periferia, sem nenhum conforto, em habitações precárias, ou mesmo em barracos, sem saneamento básico, exploradas pelo trabalho não qualificado e, muitas vezes, revoltadas pela situação degradante que vivem. Toda essa condição de descaso que os governantes impingem ao povo termina por levar muitos para a delinquência vivenciada nos dias de hoje sem que haja uma reação à altura dos órgãos repressores.

 

Há de se fazer uma reflexão sobre tudo isso, e que providências cabíveis sejam tomadas. As pessoas precisam de paz, de tranquilidade, de trabalho, de moradia digna, de políticos honestos e, sobretudo, de infraestrutura. Precisam viver sem os sobressaltos, sem medo, enfim, precisam da liberdade de ir e vir conforme preceitua a Constituição. Haja Carnaval...


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