Agora Sudoeste

BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO

BIOGRAFIA: ALBERTINO MARQUES BARRETO
Antonio Novais Torres - Foto: Wilker Porto | Brumado Agora

Por Antônio Novais Torres 

Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos. Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.

Por Antônio Novais Torres


Albertino Marques Barreto nasceu na cidade de Ladário (um município situado na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no pantanal sul-mato-grossense, às margens do Rio Paraguai), em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barreto e D. Maria Cândida Barreto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barreto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos.


Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.


Percorreu várias cidades (principalmente dos estados de MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia, onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.


Maria Roza dos Santos era natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida Maria dos Santos. Viúva de Cassiano, contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barreto. Casaram-se em Caetité, quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barreto. Ela era proprietária de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos: Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953), Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).


Aficionado pelo futebol, foi um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, e fundador do Clube Santa Cruz que defendia o Bairro “Tanque do Governo”, sendo ele o presidente da agremiação.


Elegeu-se vereador em Brumado pela ARENA, em novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967 a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até 1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de fevereiro de 1969.


Sua atividade parlamentar foi intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barreto no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado; foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza (Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.


 Fez críticas à administração do prefeito Juracy Pires Gomes que rebateu os argumentos do vereador e teve apoio de toda a sua bancada; sugeriu, com o apoio dos colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.


O Centro Espírita Fraternidade (CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de Brumado-Ba. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barreto. A entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do espiritismo em Brumado.


O Centro Educacional Divaldo Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor Albertino Marques Barreto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita Albertino Marques Barreto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.


Ele foi um dos fundadores do Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser funcionário registrado na instituição, era um voluntário.


Albertino Marques Barreto cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto, simples e de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.


Parece ter sido o único comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população, erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”. Essa era a visão deturpada por meio da qual se conceituava o comunismo.


O preito ao Sr. Albertino estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barreto Spínola Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.


Albertino faleceu em 19-09-1983, com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo. Foi enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Maria Roza dos Santos Barreto faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barreto.


Antonio Novais Torres


Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Saiba Mais